Como voivoda Vlad III liderou uma política independente em relação ao Império Otomano e, na Romênia, é lembrado como um cavaleiro cristão que lutou contra o expansionismo islâmico na Europa. Em turco, Vlad III é conhecido como Kazıklı Bey, ou o Príncipe Empalador, sendo um herói popular na Roménia e na República da Moldávia ainda hoje.
Fora da Roménia o voivoda é conhecido por contos que exageram suas atrocidades contra seus inimigos, sendo que muitos dos atos que lhe são atribuído são de veracidade duvidosa. Alguns sustentam que sua personalidade teria inspirado a personagem Drácula, o vampiro mais famoso do mundo, criado por Bram Stoker.
Seu pai era Vlad II, príncipe da Valáquia , também conhecido como Vlad Dracul por ser um membro da Ordem do Dragão, um pacto medieval de luta contra os turcos. Assim, o menino herdou a alcunha Draculea, que significa "filho de Dragão". Há de se considerar, entretanto, que a palavra dracul tanto pode se referir a dragão quanto a serpente, um eufemismo comum para fazer referência ao Demónio.
Em 1444, Vlad e seu irmão mais novo, Radu, tornaram-se reféns dos turcos. Conta-se que foi nessa época que o menino aprendeu a torturar, treinando técnicas cada vez mais sinistras com ratos e outros animais! A principal delas consistia em varar o corpo do inimigo com uma estaca, de baixo até à cabeça. Esse método bárbaro garantiu ao pequeno Vlad mais um apelido: Tepes (Tsepesh), que significa "O Empalador". Em 1447, a Hungria tomou posse da Valáquia; Vlad II e seu filho mais velho, Mircea, foram assassinados. Um ano depois, os turcos resolveram libertá-lo, mas ele teve que se refugiar na Moldávia. Em 1456, Vlad Tepes conseguiu derrotar seu primo Vladislav II e assumir o trono da Valáquia. Como Tepes só foi libertado após a morte de Vlad Dracul, e era extremamente parecido com o pai, começaram a surgir os boatos de que o príncipe era imortal.
A crueldade do soberano ficou famosa em toda a Europa. Dizem que Vlad punia uma vila inteira para castigar uma pessoa, e que fazia suas refeições tranquilamente enquanto seus inimigos eram esquartejados, esfolados e queimados! Uma história muito famosa conta que, em pleno domingo de Páscoa, Vlad se vingou das pessoas que teriam traído seu pai. Reunidos em Tirgoviste com suas melhores roupas, Vlad decidiu empalar os mais velhos e obrigou os demais a marchar até a cidade de Poenari, onde trabalharam como escravos na construção das muralhas do Castelo de Drácula! Em outro episódio, Vlad teria mandado pregar um turbante na cabeça de um turco desobediente que se recusara a tira-lo na sua presença argumentando que era sua tradição.
Em 1462, Vlad Tepes perdeu o trono para seu irmão Radu, que tinha se aliado aos turcos. Conta-se que a esposa de Drácula teria se suicidado nessa ocasião, o que também inspirou a trama de Bram Stoker. Preso na Hungria até 1474, Vlad morreu dois anos depois, em plena luta para recuperar o poder na Valáquia. Até hoje, Vlad Tepes é considerado um herói nacional romeno, e muitos questionam sua associação com o maldoso vampiro da literatura. Entretanto, os mistérios de sua biografia, como a decapitação e posterior desaparecimento de seu corpo, alimentaram ainda mais a mística em torno de Vlad Drácula.
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