A 27 de Fevereiro de 1933, cinco dias antes das eleições legislativas, o parlamento alemão, o Reichstag foi incendiado. O acusado foi um jovem holandês de 24 anos pedreiro desempregado que tinha chegado recentemente à Alemanha, Marinus van der Lubbe, acusado de comunista e com a missão de fazer sabotagens e terrorismo.
Sua confissão foi conseguida após torturas impostas pela Gestapo.
Durante todo o processo, Lubbe comportou-se como um autómato, apático, incapaz de enunciar uma frase, senão para reiterar a culpa. Observadores afirmaram, então, que ele estava drogado.
Foi condenado à morte em 23 de Dezembro e decapitado em 10 de janeiro de 1934. Hitler afirmouque o incêndio estava ligado a uma conspiração comunista. Hermann Goering, mesmo sem provas, ordenou a prisão de vários líderes do Partido Comunista Alemão.
Um sinal divino
Adolf Hitler interpretou o incêndio como um "sinal divino", e expressou tal euforia ao dizer para um jornalista: “Você está a testemunhar o início de uma grande época da história alemã! Este incêndio é o começo.”
Hitler e Goebbels mandaram a imprensa fazer a cobertura jornalística do incêndio e divulgar profusamente que foram os comunistas os seus autores. Seguindo os conselhos de Hitler, empossado chanceler da Alemanha quatro semanas antes, o presidente von Hindenburg declarou estado de emergência e autorizou o decreto que permitiu limitar as liberdades.
Campanhas científicas para a rejeição do comunismo
Criado o ambiente iniciou-se a perseguição aos comunistas. Milhares de comunistas, Sociais-democratas e liberais foram presos e torturados. Foram banidas todas as atividades políticas.
Os jornais disseminaram provas, forjadas, da conspiração comunista e os comentadores e politólogos afirmaram em uníssono que apenas Hitler e os nazis seriam capazes de evitar que o comunismo assumisse o poder.
Joseph Goebbels controlava toda a comunicação social, que passou a propagandear o nazismo e os constantes discursos de Adolf Hitler.
Salazar aprendeu com Hitler e Mussolini
Tudo isto se passou depois das vitórias do Socialismo e da criação da União Soviética em 1922, que atemorizavam a grande burguesia. Em PortugalSalazar tinha ascendido ao poder após a revolução de 1926 e a Ditadura Militar imposta, que haveria de o nomear Presidente do Conselho de Ministros em 1932. Salazar seguiu os exemplos de Hitler, criou a polícia política e iniciou também a propaganda anticomunista, a perseguição aos comunistas e a proibição dos partidos, legitimada com a aprovação de uma nova Constituição em 1933.
O incêndio do Reichstag, foi o ato fundador do III Reich, e abriu as portas do poder de Hitler. Em 5 de março, os nacionais-socialistas e seus aliados obtiveram 51,8% dos votos.
Em 2008 foram anuladas as condenações - de Marinus van der Lubbe que tinha sido executado em 1934 - e dos acusados pelo regime nazi.
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