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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

António Gervásio nasceu a 25 de Fevereiro de 1927



António Gervásio nasceu a 25 de Fevereiro de 1927, em Montemor-o-Novo numa família pobre de operários agrícolas.
Em 1945, aderiu ao PCP, tendo passado à clandestinidade no Verão de 1952.
Em 1963 foi eleito para o Comité Central, onde permaneceu até ao XVII Congresso do Partido, em finais de 2004.
Fez parte da Comissão Política apresentada ao VII Congresso (Extraordinário) do PCP, que se realizou em Outubro de 1974.
Foi preso três vezes, sempre por denúncia: em 1947, em 1960 e em 1971. Desta última prisão saiu na decorrência do 25 de Abril.
Esteve preso cinco anos e meio. Nas prisões de 1960 e 1971 foi brutalmente torturado, com espancamentos até à perda de sentidos. Na última prisão foi impedido de dormir durante 18 dias e 18 noites seguidos, cerca de 400 horas.
Em Maio de 1961, foi espancado em pleno tribunal por denunciar as torturas da PIDE.
No final desse mesmo ano, participou na fuga de Caxias, juntamente com outros militantes comunistas.
António Gervásio participou, do princípio ao fim, na direcção da vitoriosa e heróica luta do proletariado agrícola do sul do País pela jornada de oito horas, em 1962.
Depois da Revolução, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte pelo distrito de Portalegre e, em 1979, foi eleito deputado à Assembleia da República pelo distrito de Évora. Participou directamente em todo o processo da Reforma Agrária e na luta pela sua defesa.
Foi membro da Direcção da Organização Regional de Évora do PCP e responsável pela organização concelhia de Montemor.
Samuel , em O Cantigueiro, a 17 de Novembro de 2011, escreveu sobre António Gervásio:
“Sim, amigos, o ambiente que se vive é de chumbo! Todavia, ainda é possível sair à rua e ver abertas de sol... promessas de um tempo melhor que aí vem.
Aconteceu-nos ontem. Saímos à rua no preciso momento em que o António Gervásio depositava na nossa caixa de correio um “Avante!”. É uma das suas ocupações: percorrer energicamente a cidade, a pé, distribuindo informação, propaganda... e estes excedentes do jornal, que sobraram da semana anterior.
O António Gervásio, para quem não souber, é um Homem, um camponês de quase oitenta e cinco anos... mas que continua a achar que a malta nova lhe trava o passo nas muitas iniciativas de rua e porta-a-porta em que faz questão de participar.
Teve uma vida cheia. Uma vida que dava um grande filme sobre a História do Alentejo. Aos dezoito anos de idade entrou para o PCP. Há sessenta anos, percorria ele esta terra grande, de cima abaixo e para todo o lado, fazendo milhares de quilómetros em bicicleta, clandestinamente, reunindo, mobilizando, esclarecendo, lutando com os seus companheiros camponeses, dia a dia, pela dignidade, pelo pão, pela liberdade, pela Reforma Agrária que haveria de chegar um dia...
Antes de Abril sofreu a morte de Catarina Eufémia... mas esteve na vitória que foi a conquista da jornada de trabalho de oito horas. Foi repetidamente preso e torturado... mas participou no momento luminoso da fuga da prisão de Caxias, no automóvel de Salazar, oferecido por Hitler.
Depois de Abril, viveu todos os minutos da mais bonita conquista da Revolução, a Reforma Agrária por que tinha lutado toda a vida. Assistiu ao milagre da produção, da terra partilhada, do pleno emprego...
Até a contra-revolução se abater sobre o Alentejo, ancorada em leis espúrias e decisões criminosas de Barreto e Mário Soares, ofensiva que, para liquidar a Reforma Agrária, viria a servir-se de todos os meios. Até do assassínio de trabalhadores.
Hoje continua, esclarecida e lucidamente a afirmar sem desânimo, que a Reforma Agrária é necessária.
Desculpem-me esta inusitada “aula” de História... mas este post, que aparentemente não servirá para nada, pode muito bem ser lido por algum jovem que, mesmo não deixando de ser quem é, ganhe a vontade de ser também, pelo menos um pouco como o António Gervásio.
Como disse, o ambiente que se vive é de chumbo! Todavia...”

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