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sábado, 30 de maio de 2015

A 30 de Maio de 1951 - nasceu Fernando Armindo Lugo de Méndez



Fernando Armindo Lugo de Méndez nasceu em San Pedro del Paraná/Paraguai a 30 de maio de 1951, é um ex-bispo católico e político paraguaio, ex-presidente do seu país.
Fernando Lugo nasceu de uma família humilde de San Solano, no distrito de San Pedro del Paraná, departamento de Itapúa, a 400 quilómetros ao sul de Assunção.
Filho de Guillermo Lugo e Maximina Mendez Fleitas, parte da sua família foi vítima de perseguição política durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989).
Em 1 de março de 1970 ingressou no noviciado dos Missionários do Verbo Divino.
Paralelamente, realizou os seus estudos superiores na Universidade Católica Nuestra Señora de la Asunción, na capital do país, onde se licenciou em Ciência da Religião.
Foi ordenado sacerdote católico em 15 de agosto de 1977 e posteriormente transferiu-se para o Equador a fim de trabalhar como missionário na diocese de Bolívar, com o monsenhor Leonidas Proaño (1910-1988), um dos expoentes da Teologia da Libertação.
Em 1983 foi para Roma onde realizou estudos de Espiritualidade e Sociologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.
Em 17 de abril de 1994, de regresso ao Paraguai, foi nomeado bispo da diocese de San Pedro, uma das regiões mais pobres do país, pelo papa João Paulo II, em 1994.
Adepto da Teologia da Libertação, Lugo é próximo do brasileiro Frei Betto e admirador de Leonardo Boff e de dom Hélder Câmara.
Foi membro da Conferência Episcopal Paraguaia e da equipa de Reflexão Teológica do Conselho Episcopal Latino-Americano.
Em 2004, sem divulgar as razões, a Igreja Católica aposentou-o do cargo - hoje seu título é o de "bispo emérito". Muitos no Paraguai acreditam que isso se deveu à sua militância política.
Alheio às críticas ou às possíveis sanções da Igreja, em março de 2006, Lugo liderou o movimento Resistência Cidadã, que reunia os principais partidos políticos da oposição, cinco centrais sindicais e mais de cem associações e movimentos civis.
No mesmo mês, foi o principal orador de uma manifestação de protesto contra o governo, convocada pela Resistência Cidadã, que reuniu mais de 30 mil pessoas em frente à sede do Congresso.
Participou também em 2006, do lançamento do Movimento Paraguai Possível (MPP), que impulsionou a sua candidatura ao pleito de 2008. O coordenador do MPP é seu irmão Pompeyo Lugo, um dissidente do Partido Colorado, partido que governou o Paraguai nos últimos 61 anos.
Desde março de 2006, quando liderou uma passeata de 40 mil pessoas contra o projeto de reeleição do presidente Nicanor Duarte e manutenção dos colorados no poder, Fernando Lugo tornou-se uma referência da oposição.
Em dezembro do mesmo ano, anunciou que abandonaria a batina para se dedicar à política e concorrer à presidência do país em 2008 - a lei paraguaia exige a desvinculação.
Em seguida, apresentou o seu pedido de renúncia à vida religiosa. Em resposta, o Vaticano enviou-lhe uma carta na qual sugeria que ele "refletisse melhor" e abandonasse a pretensão de entrar na política.
Por ter efetivado sua renúncia sem esperar a resposta do Vaticano e por manter sua atividade política, recebeu uma suspensão a divinis, do Papa Bento XVI, ou seja, deixa de exercer as funções eclesiais embora ainda seja um bispo.
"Ele não esperou a resposta do Vaticano. Então está oficialmente em rebeldia. Pode até ser excomungado. Ele ainda é bispo", disse na ocasião o presidente da Conferência Episcopal Paraguaia (CEP), monsenhor Ignacio Gogorza.
Em abril de 2009, Fernando Lugo reconheceu a paternidade de Guillermo Armindo Carrillo, após processo movido pela mãe do menino, Viviana Rosalith Carrillo.
Em 23 de fevereiro de 2007, o Ministério do Interior paraguaio ofereceu a Lugo proteção em decorrência de ameaças de morte que havia recebido pelas suas atividades políticas. Segundo sondagem realizada naquele mês, Lugo era um dos favoritos para as eleições presidenciais de abril de 2008 .
Em 30 de outubro o jornal paraguaio ABC Color indicou que Lugo não teria futuro como candidato do Partido Democrata Cristão do Paraguai.
Embora, em 16 de novembro, o presidente da Associação Nacional Republicana (Partido Colorado), Nicanor Duarte Frutos, negasse que o seu partido estivesse bloqueando a candidatura de Lugo, havia um debate sobre a sua legalidade, pois o artigo 235º da Constituição paraguaia proíbe ministros de qualquer denominação religiosa de ocupar cargos eletivos e o Papa Bento XVI havia recusado o pedido de demissão do sacerdócio de Lugo.
Ao mesmo tempo, sondagens apontavam o favoritismo do bispo para as eleições presidenciais, em relação a seus oponentes —- Blanca Ovelar, do Partido Colorado, e o general Lino Oviedo.
Durante a sua campanha, o candidato ganhou o nome guarani de Tekojoja (que significa "viver entre iguais") e prometeu que seu governo evitará se posicionar em um dos pólos de esquerda sul-americana.
Apesar de ter afirmado que considera "interessante" o governo do venezuelano Hugo Chávez, Lugo distanciou-se dos líderes populistas da América do Sul, concentrando-se principalmente na questão da desigualdade social no Paraguai.
Disse que fará uma reforma agrária, respeitando a Constituição, e que pretende renegociar a maneira como o Paraguai vende a energia elétrica da central binacional de Itaipu ao Brasil, no sentido de obter "um preço de mercado justo".
Pelo Tratado de Itaipu, firmado por Brasil e Paraguai em 1973, a energia gerada pela central deve ser dividida igualmente entre os dois sócios. Mas o Paraguai utiliza apenas cerca de 5% dessa energia, quantia suficiente para suprir 95% de sua demanda. O excedente é vendido - a preço de custo - ao Brasil, onde 20% da energia elétrica consumida vem de Itaipu.
Além da reforma agrária, Fernando Lugo prometeu empenhar-se na luta contra a corrupção e favorecer o nacionalismo, no plano económico.
Conhecido como o "bispo dos pobres", Lugo era visto por muitos como a ameaça mais séria ao domínio do Partido Colorado.Mais da metade dos seis milhões de paraguaios vive em situação de pobreza.
Em 2008 Fernando Lugo ganhou as eleições presidenciais.
Em 6 de agosto de 2010, em conferência de imprensa, uma médica oficial do governo de Lugo declarou ter sido detectado um cancro no presidente. Declarou que a doença é potencialmente curável e não afetaria as suas atividades. O linfoma foi descoberto depois da análise de um nódulo na virilha, que foi retirado cirurgicamente em 4 de agosto.
No dia 1 de dezembro de 2010, Fernando Lugo regressa para casa após ter sido internado em um hospital em São Paulo, Brasil. Depois de ser submetido à sua sexta e última quimioterapia, o cateter foi retirado. O PET-scan foi satisfatório e não foi detetado qualquer tipo de tumor linfático. O relatório médico fala um sucesso total, até mesmo de uma cura.
No dia 22 de junho de 2012, o presidente foi destituído do cargo pelo Senado, por 39 votos a 4, depois de um rápido julgamento político em que foi considerado culpado por “mau desempenho”, sendo substituído pelo vice-presidente Federico Franco. O processo de impeachment durou menos de 36 horas. Embora tenha acatado o veredito, Lugo declarou que considerava o impeachment como um golpe.
O vice-presidente Federico Franco um autêntico lacaio da oligarquia e da CIA, assumiu o cargo da presidência do país no mesmo dia da consumação do impeachment!
Actualmente Fernando Lugo é membro do Senado!

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