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domingo, 31 de maio de 2015

A 31 de Maio de 1945 - Nasce Rainer Werner Fassbinder, importante director de cinema e actor alemão, um dos mais importantes representantes do Novo Cinema Alemão!



Rainer Werner Fassbinder nasceu em Bad Wörishofen/Alemanha a 31 de maio de 1945 e morreu em Munique a 10 de junho de 1982, com 37 anos, foi um director de cinema e actor alemão, um dos mais importantes representantes do Novo Cinema Alemão.
Nasceu em Bad Wörishofen, uma cidade da Baviera. Durante a sua carreira fez 43 filmes (incluindo dois curta-metragens e Berlin Alexanderplatz, de 15 horas e meia) e trabalhou como actor de cinema e teatro, cinegrafista, compositor, designer de produção, editor de cinema, produtor de cinema e administrador de teatro.
Fez, em média, um filme a cada 100 dias. A sua disciplina intensa e energia criativa fenomenal ao trabalhar faziam contraste com os excessos de relacionamentos destrutivos da sua vida pessoal com as pessoas que ele atraiu: actores (incluindo Kurt Raab e Hanna Schygulla), cinegrafistas e técnicos (notavelmente Michael Ballhaus) e da mesma forma John Cassavetes.
Fassbinder era homossexual assumido. A condição humana, mesmo demonstrada através do amor lésbico, é o tema fundamental em seu filme “As Lágrimas Amargas” de Petra von Kant (1971).
A solidão, o medo, o desespero, uma angústia, uma busca pela própria identidade e o amor não correspondido são assuntos recorrentes nos seus filmes.
As paixões íntimas como forma de retratar uma época - conseqüências da Alemanha dos anos setenta que ainda carregava marcas do fascismo, da democracia recebida como compensação - e dar o testemunho de suas dificuldades económicas, políticas, morais e sexuais são os grandes temas do cinema de Fassbinder.
Nele haverá sempre um lugar essencial para uma mulher, figura que servirá para propagar diversas fórmulas de emancipação feminina e para representar a nação alemã, especialmente através de três heroínas que protagonizam a sua trilogia da Alemanha Ocidental: Maria Braun, interpretada por Hanna Schygulla em "O Casamento de Maria Braun" (1979), Lola, vivida por Barbara Sukowa em "Lola" (1981) e Veronika Voss, interpretada por Rosel Zech em "O Desespero de Veronika Voss"(1982).
"O incrível era que esse contraditório animava os outros com o seu medo", apontou certa vez o cineasta e ator Hark Bohm, que juntamente com Susan Sontag considera Fassbinder uma das referências culturais do século XX.
Fassbinder morreu de uma overdose aos 36 anos.
Há controvérsias se a overdose foi voluntária ou não e se a discriminação sofrida por ser ele, um homossexual declarado, não tenha contribuido ao seu fim prematuro.
A sua morte é considerada um marco no fim do Novo Cinema Alemão.
O estilo de Fassbinder é muito variado (clássico, barroco, realista, alegórico, expressionista, moderno), não apenas considerando o conjunto da sua filmografia, mas também cada filme em particular.
À boca pequena fala-se de Fassbinder como um grande diretor de cena, já que cada plano é minuciosamente desenhado para provocar um forte impacto estético na tela, com sobriedade e variações técnicas. Nos seus primeiros filmes, abundam os planos lentos, muitas vezes estáticos e, inclusive, repetidos, como, por exemplo, em obras como Katzelmacher, de 1969, e Martha, de 1973.
A sua estreita colaboração com o câmara Michael Ballhaus permitiu ir ao fundo em todo o tipo de audácia na filmagem, conseguindo em alguns filmes verdadeiros atrevimentos técnicos, como em Roleta Chinesa, de 1976.
Ambos ensaiaram juntos pela primeira vez a rotação completa de 360 graus no filme Marta, que, posteriormente, se converteu na marca pessoal de Ballhaus em sua carreira em Hollywood, quando trabalhou ao lado de Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Paul Newman.
Esse atrevimento estético e técnico, no entanto, nunca foram meros exercícios de estilo.
Sempre estiveram por trás de uma formação que Fassbinder herdou de mestres do melodrama hollywoodiano, como Raoul Walsh, de quem se apropriava do nome sempre como pseudónimo, ou Douglas Sirk, a quem conheceu pessoalmente, colaborando, inclusive, como ator em seu último filme, o curta-metragem Bourbon Street Blues, de 1978.
Em sua filmografia, cheia de personagens femininos inesquecíveis, deve-se destacar algumas atrizes com quem trabalhou intensamente, como Hanna Shygulla, Margit Carstensen, Ingrid Caven ou Irm Hermann. Todas elas de sua mesma geração, formaram parte de uma equipe desde o início, porém Fassbinder também trabalhou com atrizes diferenciadas, como Brigitte Mira, com quem dividiu trabalhos como Todos nos Chamamos Alí, de 1973, e Viagem à Felicidade de Mamãe Küsters, de 1975.
Em sua profícua carreira, Fassbinder conseguir fazer um retrato exaustivo da Alemanha. A sua história, a sua sociedade, cultura e geografia. Muitos críticos assinalam que as obras do diretor são indispensáveis para entender o que é hoje a Alemanha.
Ele filmou por todo o país, situando histórias em locais diversos, como Baviera, Baden, Frankfurt, Berlim. Retratou todas as classes sociais, como os burgueses, em Roleta Chinesa, os comerciantes, em O mercador de quatro estações, o proletariado, em Viagem à felicidade de Mamãe Küster, o lúmpen, em O amor é mais frio que a morte, os intelectuais, em Satansbraten, os jornalistas, em As lágrimas Amargas de Petra von Kant, ou os emigrantes, em Katzelmacher.
Levou ao cinema obras capitais da literatura alemã, como Effi Brest (1894), de Theodor Fontane, considerado o mais importante escritor alemão do século XIX, tendo esse livro sido considerado a Madame Bovary alemã. Também filmou Berlin Alexanderplatz (1929), de Alfred Döblin, que retrata a crise social e moral da Alemanha pré-nazista.
Realizou também uma trilogia sobre a República Federal no pós-guerra, a era Adenauer, assim como retratou o nascimento do nazismo, assim como seu auge e queda, em filmes como Desespero (Eine Reise Ins Licht-Despair) e Lili Marlene.

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