Previsão do Tempo

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Luís Maria Leitão nasceu em Moimenta da Beira a 27 de Maio de 1912



Luís Maria Leitão nasceu em Moimenta da Beira a 27 de Maio de 1912 e morreu em Niteroi/Brasil a 9 de Outubro de 1987, mais conhecido pelo pseudónimo de Luís Veiga Leitão, foi um poeta e artista plástico português, membro do grupo literário Germinal.
Foi militante anti-fascista, sendo obrigado a exilar-se devido à perseguição do regime fascista e da sua tenebrosa PIDE.
Foi escriturário da 7.ª Brigada Cadastral da Federação dos Vinicultores da Região do Douro, mas foi demitido por ser contra o regime fascista e salazarista. Foi delegado de informação médica de vários laboratórios farmacêuticos.
Em 1952, sofreu a experiência da prisão política sob o regime fascista e salazarista, redigindo mentalmente na cela os poemas que viria a publicar em 1955 num livro com o título “Noite de Pedra”, apreendido pela censura.
Percorreu o país e alguns países da Europa, inaugurando, em 1957, no Collège International de Cannes, um curso de tradução de Português.
Partiu para o Brasil em 1967 e aí desempenhou várias funções, entre as quais as de redator, bibliotecário, desenhador, leitor, investigador, autor e locutor de um programa de televisão sobre a moderna poesia portuguesa, tendo sido também colaborador de publicações periódicas e conferencista.
Regressou a Portugal apenas em 1977 e fixou residência no Porto.
Colaborou nas publicações Seara Nova, Vértice, entre outras, e co-dirigiu, com Egito Gonçalves, Daniel Filipe, Papiniano Carlos, Ernâni Melo Viana e António Rebordão Navarro, “Notícias do Bloqueio”, uma série de fascículos, publicados no Porto, entre 1957 e 1961, que reuniam a criação poética de diversos autores, subordinada, de acordo com o título da publicação, a um intuito comum de denúncia e combate ao fascismo.
Conhecido sobretudo pela sua vertente de poeta militante, a obra de Veiga Leitão configura um "lirismo do vivido" (cf. MARTINHO, F. J. B., ibid., 1996) pela tendência a coincidir nela sujeito de experiência e sujeito lírico, identificação de que Noite de Pedra constitui um caso modelar.
Por outro lado, a aproximação entre poesia e realidade não se esgota na postura neorrealista, mas abarcará também, ao longo da sua carreira, o gosto pela inclusão de elementos descritivos e micronarrativos na versificação de impressões de viagem.
Para além da poesia, também escreveu crónicas de viagens e de costumes. Foi também artista plástico, dedicando-se ao desenho.
Existe uma placa na casa onde nasceu em Moimenta da Beira.
Há em Moimenta da Beira a Galeria Municipal Luís Veiga Leitão e a Rua Luís Veiga Leitão.
A Rua Luís Veiga Leitão, no Porto, homenageia também o poeta.
Principais obras.
Latitude (1950); Noite de Pedra (1955); Livro de Andar e Ver (1976); Linhas do Trópico (1977); Livro da Paixão (1986); Para Ler e Contar (1986) e Rosto por Dentro (1992).
Figura nas seguintes antologias:
Ciclo de Pedras (1964); Sonhar da Terra Livre e Insubmissa (1973); Longo Caminho Breve (1943); Poesias Escolhidas (1983) e Biografia Pétrea (1989).
Juntamente com Egito Gonçalves e Papiniano Carlos publicou “Sonhar a Terra Livre e Insubmissa...”
Foi, de facto um Poeta Militante, um militante comunista, cuja poesia, inserida no movimento neo-realista, corresponde, integralmente, ao que Mário Dionísio havia proclamado no seu livro «Poemas», editado em 1941:
A poesia não está nas olheiras imorais de Ofélia
nem no jardim dos lilases
A poesia está na vida,
nas artérias imensas cheias de gente em todos os sentidos
...
A poesia está na luta dos homens,
está nos olhos abertos para amanhã.

Sem comentários:

Enviar um comentário