Filha de um sapateiro e de uma tecedeira, casou-se aos 18 anos com um moleiro e teve sete filhos. Aprendeu a trabalhar o barro desde muito nova, mas interrompeu a actividade durante cerca de 50 anos para cuidar da família. Só após a morte do marido, e já com 68 anos de idade, retomou o trabalho com o barro e começou a criar as figuras que a tornaram famosa. As suas peças simultaneamente dramáticas e fantasistas, denotadoras de uma imaginação prodigiosa, distinguiam-na de outros ceramistas e oleiros e proporcionaram-lhe uma fama que ultrapassou fronteiras.
Foi ao pintor António Quadros que se ficou a dever a descoberta de Rosa Ramalho pela crítica artística e a sua divulgação nos meios culturais.
Em 1968, recebeu a medalha As Artes ao Serviço da Nação. Nesse ano, foi apresentada na Feira de Artesanato de Cascais e os seus trabalhos passaram a ser procurados por milhares de portugueses e estrangeiros.
Foi enterrada no pequeno cemitério de São Martinho e a população de Barcelos dirigiu, logo na ocasião, uma petição ao governo no sentido de transformar o barracão e o telheiro onde ela trabalhava num museu de cerâmica com o seu nome.
Foi a primeira ceramista a ser conhecida individualmente pelo próprio nome e teve o reconhecimento, entre outros, da Presidência da República que, em Abril de 1981, a título póstumo, lhe atribuiu o grau de Dama da Ordem de Sant'Iago da Espada.
Sobre a artista, há um livro de Mário Cláudio (“Rosa” de 1988, integrado na “Trilogia da mão”) e uma curta-metragem documental de Nuno Paulo Bouça (“À volta de Rosa Ramalho” de 1996). Actualmente, dá o nome a uma rua da cidade de Barcelos e a uma escola da freguesia de Barcelinhos. O seu trabalho tem sido continuado pela neta Júlia Ramalho, que já a acompanhava nos trabalhos efectuados no velho telheiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário