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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O Movimento de Unidade Democrática (MUD), foi formado após o final da II Guerra Mundial, em Lisboa, no Centro Republicano Almirante Reis, em 8 de Outubro de 1945

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A vitória aliada na Europa (Maio de 1945 - 2ª Guerra Mundial) foi pretexto para manifestações pro-democráticas e pro-socialistas em todo o País. Sobretudo para os opositores ao Regime, o triunfo das democracias teria como resultado drásticas mudanças adentro do "Estado Novo", senão mesmo o retorno às antigas instituições parlamentares, convicção que se arreigou nas principais cidades, gerando uma vasta corrente de opinião pública que punha em xeque as realizações de Salazar e a sua permanência no poder. A Grã-Bretanha e os EUA parecem ter pressionado Salazar nesse sentido, e, com efeito, em 1945, a Assembleia Nacional era dissolvida, anunciando o Governo eleições livres para Novembro, com a possibilidade de participação de outros grupos políticos, o que suscitou grande agitação em todo o País. Dezenas de milhar de pessoas aderiram ao recém-criado M.U.D., espécie de Frente Popular contra o Estado Novo. Durante a campanha eleitoral, a censura à imprensa foi grandemente aliviada, o que revelou descontentamento generalizado a várias camadas da população e um desejo de modificações revolucionárias nas estruturas.
Mas a Oposição depressa se deu conta de que a liberdade concedida não permitia ir muito além das declarações na imprensa, e nem ela própria se sentiu suficientemente organizada para lutar contra um regime tão solidamente construído : os antigos partidos haviam praticamente desaparecido (à excepção do PC, na clandestinidade), a Maçonaria fora extinta...Quando Salazar recusou o pedido de adiamento da Oposição, esta acabou por abster-se de participar, e todos os candidatos da União Nacional foram eleitos sem contestação, como antes. Seguiu-se ainda uma vasta perseguição aos aderentes ao M.U.D., com prisões, demissões de cargos públicos, e vigilância militar apertada (através da Polícia Internacional de Defesa do Estado - P.I.D.E.).
Por outro lado, isto ainda veio fortalecer a Oposição., que passou a constituir um verdadeiro pesadelo para o regime : revolta militar do Norte (1946), inúmeras conspirações e tentativas de revolta (como a de 1947, com o possível apoio do próprio Carmona, cansado da Ditadura opressiva de Salazar), que se revelavam sobretudo por altura das eleições legislativas de quatro em quatro anos, ou nos períodos de escolha do chefe de Estado, onde a liberdade de voto não era garantida, nem se alargava o recenseamento, acabando os candidatos oposicionistas (que a ditadura deixava existir para convencer as nações estrangeiras de que a situação política nada tinha de fascista, e contava com o apoio popular), ou a desistirem nas vésperas do acto, ou a aceitarem concorrer nas condições desiguais que lhes eram permitidas, perdendo.
Até 1949 o regime passou uma grave crise: pensava-se que os Aliados iriam adoptar uma política de boicote a Portugal (como tinham feito com a Espanha); as Nações Unidas opuseram-se à admissão do País nas Nações Unidas; demitiam-se muitos cargos, o número de presos políticos do Tarrafal aumentava consideravelmente (na maioria comunistas ou simpatizantes),...

Nas eleições de 1949 o M.U.D. propôs o idoso general Norton de Matos como candidato oposicionista, que desenvolveu uma campanha vigorosa, mas, sem garantias de liberdade, o general acabou por se retirar.
Com o fortalecimento do PC, começam a surgir dissenções na própria oposição, e o M.U.D. vai-se fraccionando pregressivamente, deixando o PC praticamente a actuar sozinho em função daquilo que julgava serem os interesses do País.

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