Previsão do Tempo

sábado, 5 de janeiro de 2019

Carlos Aboim Inglez, intelectual e político português, nasceu a 5 de Janeiro de 1930

A imagem pode conter: 1 pessoa, óculos graduados, óculos de sol e closeup

CARLOS ABOIM INGLEZ (1930-2002)

Cidadão antifascista, cuja vida foi um exemplo de coragem. Passou dez anos nas cadeias fascistas.
Homem forte e íntegro, a sua sensibilidade está expressa na poesia que escreveu. Foi um intelectual comunista, militante e dirigente do PCP.

1. Carlos Aboim Inglez nasceu em Lisboa a 5 de Janeiro de 1930 e morreu em 13 de Fevereiro de 2002, também em Lisboa.
Estudante do Curso de Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, empregado de livraria e delegado de propaganda médica, Carlos Aboim Inglez empenhou-se desde muito jovem na luta antifascista, desenvolvendo intensa actividade em colectividades populares e tornando-se dirigente do Movimento Associativo Estudantil, do Movimento da Paz e do MUD-Juvenil.
Membro do PCP desde os 16 anos (1946) e funcionário do Partido na clandestinidade desde 1953, assumiu diversas responsabilidades, tendo estado preso nas cadeias fascistas durante dez anos. Tornou-se membro suplente do Comité Central em 1958 e passou a membro efectivo em 1974.

2. Foi membro do Executivo e do Secretariado da Direcção de Organização Regional de Lisboa e responsável pelo Sector Intelectual do PCP. Desde 1990 que era membro da Secção Internacional. Aboim Inglez foi deputado à Assembleia da República e vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, e também deputado ao Parlamento Europeu.
Era um estudioso do marxismo-leninismo. Preocupou-se, nos últimos anos de vida, com o tema da globalização, sob uma perspectiva marxista, articulando-a com a noção de fases na mundialização do capitalismo e a noção de imperialismo.

Manuel Gusmão (intelectual do PCP) refere-o assim:

« (...) ele é um daqueles que trouxe até nós, os de sucessivas gerações mais novas, o partido que, por várias razões, escolhemos, o partido a que por vários caminhos viemos. No meu caso, e porque é o testemunho que posso dar, não basta dizer que durante anos trabalhei muito de perto com ele. Eu era portador não só de uma experiência muito mais reduzida, mas de uma outra experiência, de uma outra cultura, de outros gostos, e até de uma diferente avaliação de determinadas referências teóricas no campo do marxismo. E, entretanto, posso e devo dizer que parte significativa da minha formação política a fiz com ele. O que significa que foi possível um processo de integração, que não é um simples processo de assimilação.
(...) até ao fim, ele nunca deixou de estudar e, porque não dizê-lo, de investigar. Lembro-me de como se manifestava essa sua aguda compreensão da necessidade do estudo (...)
(...) são estudos e trabalho seus que tiveram, a seguir ao 25 de Abril, um significativo papel não só na compreensão da evolução social da intelectualidade em Portugal, mas na adopção de determinadas formas orgânicas para responder a essa evolução. Nos últimos tempos, entre outros problemas que o solicitavam, lia e estudava, voraz e meditadamente, a bibliografia internacional sobre uma questão central, a da globalização, procurando pensá-la na sua articulação com a noção de fases na mundialização do capitalismo e a noção de imperialismo.»

Publicou «Soma pouca : poesia» (2003)

Helena Pato

Sem comentários:

Enviar um comentário