Irei falar de tudo e do nada. Histórias e estórias. Coisas pensantes e desconcertantes. Fundado a 30 de Novembro de 2009 numa 2ª Feira
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terça-feira, 1 de dezembro de 2015
A 01 de Dezembro de 1908 - Morreu Alberto da Cunha Sampaio
Passou a infância entre Guimarães e Famalicão, onde a família possuía a Quinta de Boamense. Aprendeu as primeiras letras em Landim e completou os estudos em Braga, o que lhe permitiu partir para Coimbra aos 15 anos de idade. Em 1863, licenciou-se em Direito. Enquanto esteve em Coimbra, participou activamente na vida académica, colaborando em jornais e convivendo com alguns dos jovens mais notáveis da sua geração, como Antero de Quental com quem fez uma viagem aos Estados Unidos. Envolveu-se activamente num movimento que deixou marcas profundas no imaginário académico coimbrão, a Sociedade do Raio, que se bateu pela renovação da Universidade.
De Coimbra, mudou-se para Lisboa, onde ensaiou o exercício da advocacia, mas por pouco tempo. Não tardou muito para estar de volta à sua terra natal onde, apesar da sua personalidade avessa à exposição pública, manteve uma intervenção cívica constante.
Em 1869, integrou a filial de Guimarães da Associação Arqueológica de Lisboa. Em 1873, fez parte do núcleo dos fundadores da Companhia dos Banhos de Vizela, subscrevendo – no ano seguinte – o contrato para o aproveitamento das nascentes das águas medicinais de Vizela e para a construção de um estabelecimento de banhos. Entre 1874 e 1876, esteve ligado ao Banco de Guimarães, onde exerceu funções de guarda-livros. Em Março de 1881, integrou a comissão incumbida pelas Câmara de Guimarães de avaliar as vantagens da introdução no concelho de vides americanas resistentes à filoxera, como forma de prevenção daquela praga das vinhas. A agricultura e a vitivinicultura em particular incluíam-se entre as suas paixões, sendo famosos os vinhos que produzia na Quinta de Boamense. Em 1883, integrou o grupo de três vimaranenses a quem aCâmara encarregou de seleccionar os produtos que seriam levados àExposição Agrícola de Lisboa, que se realizou em Maio desse ano.
Por essa época, já tinha ajudado a fundar a Sociedade Martins Sarmento, à qual o seu nome ficaria ligado para sempre. Foi proclamado sócio honorário desta Instituição em 1891.
Alberto Sampaio foi o grande impulsionador da grande Exposição Industrial de Guimarães de 1884, promovida pela Sociedade Martins Sarmento. Enquanto decorria aquele certame, teve a sua primeira experiência de participação política activa, ao apresentar-se como candidato a deputado pelo círculo de Guimarães. Receberia pouco mais de 3% dos votos, naquela que foi a primeira eleição de João Franco como deputado por aquele círculo. Não repetiu a experiência, apesar de – em 1887 – ter colaborado com Oliveira Martins no Projecto de Lei de Fomento Rural. O único cargo público que desempenhou ao longo da sua vida foi o de procurador à Junta Geral do Distrito de Braga, em representação de Guimarães. «Céptico, excêntrico, cada vez mais separado do mundo, nada tenho que fazer em Lisboa, como representante de quaisquer eleitores» escreveu ele numa carta a um amigo em 1892. Os amigos descreviam-no «como alguém que quase pedia desculpa do seu saber e do seu valor às pessoas com quem convivia».
Entretanto, afirmou-se progressivamente como pioneiro da história económica e social, dando início aos estudos de história agrária em Portugal, com a publicação na “Revista de Guimarães”, em 1885, do primeiro artigo “A propriedade e a cultura do Minho”, a que daria continuidade com a sua obra mais conhecida, “As vilas do Norte de Portugal”. Com os textos sobre o “Norte marítimo” e “As póvoas marítimas”, Alberto Sampaio deu também um forte impulso inicial aos estudos sobre a problemática do desenvolvimento marítimo.
No princípio de 1900, mudou-se definitivamente para Boamense, onde se dedicou à agricultura e, de modo cada vez mais intermitente, aos estudos históricos.
Após a sua morte, Alberto Sampaio não caiu no esquecimento. Um dos primeiros actos da República foi atribuir o seu nome a uma das avenidas mais emblemáticas d e Guimarães. Em 1928, foi criado o Museu de Alberto Sampaio. Em 1956, inaugurou-se o monumento a Alberto Sampaio, no largo dos Laranjais, em Guimarães. Em 1972, foi criada a Escola Comercial Alberto Sampaio (hoje Escola Secundária Alberto Sampaio), em Braga.
A 01 de Dezembro de 1934 - Nasceu Pedro Mário Alles Tamen
"Verdes Anos", de Pedro Tamen
Era o amor
que chegava e partia:
estarmos os dois
era um calor
que arrefecia
sem antes nem depois…
Era um segredo
sem ninguém para ouvir:
eram enganos
e era um medo,
a morte a rir
nos nossos verdes anos...
Teus olhos não eram paz,
não eram consolação.
O amor que o tempo traz
o tempo o leva na mão.
Foi o tempo que secou
a flor que ainda não era.
Como o Outono chegou
no lugar da Primavera!
No nosso sangue corria
um vento de sermos sós.
Nascia a noite e era dia,
e o dia acabava em nós…
O que em nós mal começava
não teve nome de vida:
era um beijo que se dava
numa boca já perdida.
Pedro Mário Alles Tamen nasceu em Lisboa a 1 de dezembro de 1934, é um poeta e tradutor literário português.
Pedro Tamen estudou Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde se licenciou.
Entre 1958 e 1975 foi director da (extinta) editora Moraes e administrou a Fundação Calouste Gulbenkian de 1975 a 2000.
Paralelamente presidiu ao P.E.N. Clube Português (1987 - 1990) e foi membro da direcção e presidente da assembleia geral da Associação Portuguesa de Escritores.
Tamen estreou-se com a obra poética “Poema para Todos os Dias” em 1956, seguidos por vários edições de poemas e livros.
Com “Retábulo das Matérias” (2001) o autor publicou uma colecção dos seus poemas de 1956 - 2001.
É tradutor de várias obras literários de - entre outros - Gabriel Garcia Marquez, Marcel Proust e Gustave Flaubert e foi condecorado com vários prémios literários.
OBRAS:
Poema para Todos os Dias (1956, poemas)
O Sangue, a Água e o Vinho (1958, poemas)
Escrito de Memória (1973, poemas)
Os Quarenta e Dois Sonetos (1973, poemas)
Horácio e Coriáceo (1981, livro)
Principio de Sol (1982, poemas)
Guião de Caronte (1997, livro)
Retábulo das Matérias (coleção de poemas 1956-2001, 2001)
Analogia e Dedos (2006, poemas, Prémio Literário Inês de Castro e Prémio de Poesia Luís Miguel Nava)
Um Teatro às Escuras, 2011
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego
Paulo Chaves, de Tarouca, aproveitou os reflexos da pedra molhada pela chuva e captou esta imagem incrível do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego. Iluminado com tecnologia LED, configura uma silhueta única entre os monumentos portugueses.
domingo, 29 de novembro de 2015
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