Irei falar de tudo e do nada. Histórias e estórias. Coisas pensantes e desconcertantes. Fundado a 30 de Novembro de 2009 numa 2ª Feira
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terça-feira, 10 de julho de 2012
Trabalhar salva a vida
Trabalhar salva a vida
Em Portugal um incêndio num edifício de 4 pisos, fez vários mortos.
Viviam no 1º andar 2 deputados que pereceram queimados.
No 2º piso viviam uma família de políticos, também morreram no fogo.
No 3º piso era a sede de uma loja Maçon, onde se estavam a fazer rituais da maçonaria, também foram vitimados 12 membros.
Uma família de portugueses, empregados do Pingo Doce e empregados em outras empresas, que viviam no 4º andar foram os únicos sobreviventes.
Várias entidades acharam estranho que os sobreviventes tenham sido os que viviam no andar onde era menos provável salvarem-se, e exigiu-se que se investigassem os sobreviventes, por haver suspeita de terem sido eles a cometer o crime, levaram a cabo uma grande investigação policial e dos bombeiros.
Mas o Chefe dos Bombeiros foi muito claro e explícito, na conclusão da investigação:
- "Os sobreviventes que viviam no 4º andar do edifício sobreviveram, porque tinham ido trabalhar!"
Em Portugal um incêndio num edifício de 4 pisos, fez vários mortos.
Viviam no 1º andar 2 deputados que pereceram queimados.
No 2º piso viviam uma família de políticos, também morreram no fogo.
No 3º piso era a sede de uma loja Maçon, onde se estavam a fazer rituais da maçonaria, também foram vitimados 12 membros.
Uma família de portugueses, empregados do Pingo Doce e empregados em outras empresas, que viviam no 4º andar foram os únicos sobreviventes.
Várias entidades acharam estranho que os sobreviventes tenham sido os que viviam no andar onde era menos provável salvarem-se, e exigiu-se que se investigassem os sobreviventes, por haver suspeita de terem sido eles a cometer o crime, levaram a cabo uma grande investigação policial e dos bombeiros.
Mas o Chefe dos Bombeiros foi muito claro e explícito, na conclusão da investigação:
- "Os sobreviventes que viviam no 4º andar do edifício sobreviveram, porque tinham ido trabalhar!"
1ª Página do Diário de Notícias de 10/07/2012
PSD propõe câmaras sem vereadores da oposição
A manchete de hoje do DN revela que os sociais-democratas preparam projeto de lei eleitoral autárquica que pode revolucionar o poder político local a tempo das eleições de 2013. O PSD quer que os presidentes...
E é isto: Universidade Lusófona metida em tudo agora numa "Caldeirada"
A sede da campanha de Passos Coelho para as directas no PSD de 2010 terá sido disponibilizada a custo zero por uma empresa do grupo Lusófona. A deputada do PSD Conceição Caldeira, membro da administração da Luso-Formatar, confirmou ao jornal Correio da Manhã que o espaço em questão é propriedade da empresa de formação profissional do grupo Lusófona.
Um Povo imbecilizado e resignado...
Um Povo imbecilizado e resignado... Cronologia: finais do séc. XIX e início do séc. XXI. O fado lusitano que atravessou um século inteiro, com muitas pessoas que faleceram e outras tantas que (re)nasceram. Hoje é hora, desta o status quo vai ser alterado, não há como... Escrevia há 116 anos Guerra Junqueiro, a realidade de outrora e de agora. Em termos regimentais, até parece, que o tempo não passou. Tal como a História nos conta, em pontos salteados no espaço e no tempo, num contexto de incoerência coerente, nos tempos actuais - Há gente que tem de morrer ...! Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...) Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre - como da roda duma lotaria. A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...) Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896 |
João J. C.Couto
Solares de Portugal
Os Solares de Portugal constituem um património erigido, legados de antigas famílias, incluindo Casas Antigas, Quintas e Herdades e Casas Rústicas. Símbolos da gloriosa história e cultura portuguesas, permitem uma experiência única das vivências com um passado longínquo mas presente e acolhem com grande simplicidade e tradição.
ALMEIDA, Guarda
A Vila de Almeida é a sua sede de concelho e encerra em si, uma das mais belas jóias da arquitectura militar abaluartada do país.
Classificadas Monumento Nacional desde 1928, as suas muralhas representam um extraordinário dispositivo de defesa militar.
A sua construção iniciou-se em 1641, apresentando uma forma geométrica hexagonal, planeada segundo os princípios da época do enfiamento e cruzamento de tiro.
As Casamatas são das prisões mais tenebrosas que Portugal alguma vez teve da sua história.
Vista do ar, a fortaleza de Almeida assemelha-se a uma bela estrela de doze pontas.
10 DE JULHO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Octávio V. Gonçalves: Caiu-lhes a máscara
Octávio V. Gonçalves: Caiu-lhes a máscara: Apesar de um alheamento e distensão maiores no acompanhamento das notícias, durante o fim de semana, foi-me impossível não registar a debil...
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos
A lista está muito incompleta… porque é interminável…
Sim, a culpa da crise é do funcionário público Vítor Constâncio que não viu, ou não quis ver o buraco do BPN;
Sim, a culpa da crise é do funcionário público Teixeira dos Santos que não viu, ou não quis ver o buraco da Madeira;
Sim, a culpa da crise é do funcionário público Alberto João Jardim que criou "às escondidas para os do continente não cortarem nas tranches" um buraco de seis mil milhões de euros;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos da Assembleia da República que auferiram só em ajudas de custo no no de 2010 a módica quantia de três milhões de euros, fora os salários e demais benefícios;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que gerem, continuamente, em prejuízo as empresas públicas como a Metro do Porto, CP, ANACOM, REFER, REN, CARRIS, EDP, PT, Estradas de Portugal, Águas de Portugal, a lista é interminável, mas não abdicam das viaturas topo de gama, telemóveis, talões de combustível;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos das Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais que ganham por cada reunião assistida;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos da Assembleia da República, já reformados, com as suas subvenções vitalícias por meros 6 anos de "serviço". Reformados alguns com apenas 40 anos de idade! Quantos são desde 1974? Enfim, a lista é interminável.
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que presidem Fundações como a Guimarães 2012 com salários imorais, na ordem dos milhares de euros. Quantas são? Enfim, a lista é interminável;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que adjudicam pareceres jurídicos a empresas de advogados, quando podiam solicitar o mesmo serviço às Universidades, pagando dez vezes menos, ajudando dez vezes mais as finanças das mesmas;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que adjudicaram obras permitindo as famosas "derrapagens financeiras".
E quem paga? É o Estado! E o Estado somos todos nós… Etc., etc., etc..
Sim, a culpa da crise é desses funcionários públicos, e não dos funcionários públicos que trabalham arduamente para alimentar estes pulhas. Fernando Ramos
A lista está muito incompleta… porque é interminável…
Sim, a culpa da crise é do funcionário público Vítor Constâncio que não viu, ou não quis ver o buraco do BPN;
Sim, a culpa da crise é do funcionário público Teixeira dos Santos que não viu, ou não quis ver o buraco da Madeira;
Sim, a culpa da crise é do funcionário público Alberto João Jardim que criou "às escondidas para os do continente não cortarem nas tranches" um buraco de seis mil milhões de euros;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos da Assembleia da República que auferiram só em ajudas de custo no no de 2010 a módica quantia de três milhões de euros, fora os salários e demais benefícios;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que gerem, continuamente, em prejuízo as empresas públicas como a Metro do Porto, CP, ANACOM, REFER, REN, CARRIS, EDP, PT, Estradas de Portugal, Águas de Portugal, a lista é interminável, mas não abdicam das viaturas topo de gama, telemóveis, talões de combustível;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos das Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais que ganham por cada reunião assistida;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos da Assembleia da República, já reformados, com as suas subvenções vitalícias por meros 6 anos de "serviço". Reformados alguns com apenas 40 anos de idade! Quantos são desde 1974? Enfim, a lista é interminável.
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que presidem Fundações como a Guimarães 2012 com salários imorais, na ordem dos milhares de euros. Quantas são? Enfim, a lista é interminável;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que adjudicam pareceres jurídicos a empresas de advogados, quando podiam solicitar o mesmo serviço às Universidades, pagando dez vezes menos, ajudando dez vezes mais as finanças das mesmas;
Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que adjudicaram obras permitindo as famosas "derrapagens financeiras".
E quem paga? É o Estado! E o Estado somos todos nós… Etc., etc., etc..
Sim, a culpa da crise é desses funcionários públicos, e não dos funcionários públicos que trabalham arduamente para alimentar estes pulhas. Fernando Ramos
A PRAIA, HÁ MUITOS ANOS
A PRAIA, HÁ MUITOS ANOS
Por Alice Vieira
MUITAS vezes penso como foi que nós – ou seja, todos os que já temos para lá de 50 anos – conseguimos sobreviver.
Como foi que conseguimos ser crianças, adolescentes, andar na escola, aprender. Como foi que conseguimos ser gente sem nos terem levado ao psicólogo. Como foi que crescemos mais ou menos saudáveis, sem ficarmos traumatizados por esse tempo pré-histórico em que – segundo os padrões de hoje – nada havia.
Para vocês deve ser praticamente impossível imaginar um mundo sem telemóveis, sem computadores, sem Power-points, sem tv interativa, sem downloads, sem i-Pad ou i-Pod, ou i-Outra Coisa Qualquer. Um mundo sem discotecas, sem mochilas às costas, sem inter-rails, sem férias em Lloret del Mar, sem Erasmus.
Até a mim – juro – me custa a acreditar.
Mas existiu.
E sobrevivemos.
E fomos tão felizes como vocês. Só que de outra maneira.
Quando chegam os meses de verão, por exemplo, lembro-me das minhas idas à praia, quando eu era muito criança. Vivíamos perto de Sintra mas, não sei porquê, os adultos lá de casa não seguiam, como destino comum de quem vivia naqueles lugares, para a Praia das Maçãs.
Não.
Armavam-se como se fôssemos para uma expedição para o deserto, e marchávamos para a Praia do Guincho.
Há 60 anos, a Praia do Guincho não existia. Ou seja, existia um imenso areal deserto, um mar bravo de meter medo ao susto, dunas onde os pescadores tinham construído umas minúsculas casotas para se abrigarem em caso de tempestade maior – e mais nada. Rigorosamente mais nada.
Nem pessoas, evidentemente, a não ser os pescadores na sua faina.
Ah, por acaso havia também um barracão mal amanhado no cimo das arribas, junto à estrada, que era uma espécie de restaurante de um senhor galego chamado Muxaxo, que gostava muito de nós porque éramos os únicos a descer à praia (e se era complicado descer por aquelas rochas até chegarmos ao areal!).
Fazia sempre muito mau tempo no Guincho. Mesmo quando fazia bom tempo no resto do país. Muito vento, muito frio e — nunca percebi porquê – enxames de abelhas desvairadas a atacar os invasores…
Então os adultos lá de casa, todas as manhãs, antes de sairmos, telefonavam para a barraca do Sr. Muxaxo para saber como estava o tempo. E o Sr. Américo ou a Josefa (que eram os únicos empregados) lá nos serviam de boletim meteorológico.
Mas mesmo que as precisões não fossem das melhores – raramente eram… – a gente marchava para lá. Era preciso haver uma tempestade muito, muito, mas mesmo muito grande para desistirmos. (E não, os adultos lá de casa nunca pensaram que podíamos apanhar resfriados ou gripes. E a verdade é que nunca apanhámos.) Connosco marchavam também mantas, cadeiras de verga, casacos, repelentes de insetos, mas não me lembro de alguma vez termos levado protetor solar.
As onze da manhã eram o ponto mais dramático do dia. Nós, os miúdos da casa, até tremíamos, mas nem pensar em fugir ou dizer que não.
Era a hora em que chegava o Sr. António.
O Sr. António pescava robalos, que vendia aos adultos da casa e, depois de feito o negócio, olhava para nós, esfregava as mãos e dizia “vamos lá a isto”.
E nós todos íamos atrás dele até à beira mar. Punha-nos em linha e depois, com uma das mãos apertava-nos o nariz e com a outra rodeava-nos o corpo e atirava-nos ao mar – e a gente que se desenvencilhasse. Lá longe, ao abrigo da barraca de lona, os adultos da casa nem se dignavam olhar.
Gritávamos, esbracejávamos, engolíamos litros e litros de água salgada, faltava-nos o ar -- mas foi assim que nós todos aprendemos a nadar na perfeição. Porque quem escapa ao mar do Guincho escapa a todos os mares do mundo.
E nenhum de nós ficou traumatizado.
Vou muito pouco ao Guincho, mas tenho sempre muitas saudades desse tempo, e sobretudo do sorriso do Sr. Américo e da Josefa. Nunca me lembro deles sem estarem a sorrir para nós. Sorriam muito, sorriam sempre.
Hoje o progresso dá-nos muitas coisas melhores – mas acho que as pessoas sorriem menos.
Por Alice Vieira
MUITAS vezes penso como foi que nós – ou seja, todos os que já temos para lá de 50 anos – conseguimos sobreviver.
Como foi que conseguimos ser crianças, adolescentes, andar na escola, aprender. Como foi que conseguimos ser gente sem nos terem levado ao psicólogo. Como foi que crescemos mais ou menos saudáveis, sem ficarmos traumatizados por esse tempo pré-histórico em que – segundo os padrões de hoje – nada havia.
Para vocês deve ser praticamente impossível imaginar um mundo sem telemóveis, sem computadores, sem Power-points, sem tv interativa, sem downloads, sem i-Pad ou i-Pod, ou i-Outra Coisa Qualquer. Um mundo sem discotecas, sem mochilas às costas, sem inter-rails, sem férias em Lloret del Mar, sem Erasmus.
Até a mim – juro – me custa a acreditar.
Mas existiu.
E sobrevivemos.
E fomos tão felizes como vocês. Só que de outra maneira.
Quando chegam os meses de verão, por exemplo, lembro-me das minhas idas à praia, quando eu era muito criança. Vivíamos perto de Sintra mas, não sei porquê, os adultos lá de casa não seguiam, como destino comum de quem vivia naqueles lugares, para a Praia das Maçãs.
Não.
Armavam-se como se fôssemos para uma expedição para o deserto, e marchávamos para a Praia do Guincho.
Há 60 anos, a Praia do Guincho não existia. Ou seja, existia um imenso areal deserto, um mar bravo de meter medo ao susto, dunas onde os pescadores tinham construído umas minúsculas casotas para se abrigarem em caso de tempestade maior – e mais nada. Rigorosamente mais nada.
Nem pessoas, evidentemente, a não ser os pescadores na sua faina.
Ah, por acaso havia também um barracão mal amanhado no cimo das arribas, junto à estrada, que era uma espécie de restaurante de um senhor galego chamado Muxaxo, que gostava muito de nós porque éramos os únicos a descer à praia (e se era complicado descer por aquelas rochas até chegarmos ao areal!).
Fazia sempre muito mau tempo no Guincho. Mesmo quando fazia bom tempo no resto do país. Muito vento, muito frio e — nunca percebi porquê – enxames de abelhas desvairadas a atacar os invasores…
Então os adultos lá de casa, todas as manhãs, antes de sairmos, telefonavam para a barraca do Sr. Muxaxo para saber como estava o tempo. E o Sr. Américo ou a Josefa (que eram os únicos empregados) lá nos serviam de boletim meteorológico.
Mas mesmo que as precisões não fossem das melhores – raramente eram… – a gente marchava para lá. Era preciso haver uma tempestade muito, muito, mas mesmo muito grande para desistirmos. (E não, os adultos lá de casa nunca pensaram que podíamos apanhar resfriados ou gripes. E a verdade é que nunca apanhámos.) Connosco marchavam também mantas, cadeiras de verga, casacos, repelentes de insetos, mas não me lembro de alguma vez termos levado protetor solar.
As onze da manhã eram o ponto mais dramático do dia. Nós, os miúdos da casa, até tremíamos, mas nem pensar em fugir ou dizer que não.
Era a hora em que chegava o Sr. António.
O Sr. António pescava robalos, que vendia aos adultos da casa e, depois de feito o negócio, olhava para nós, esfregava as mãos e dizia “vamos lá a isto”.
E nós todos íamos atrás dele até à beira mar. Punha-nos em linha e depois, com uma das mãos apertava-nos o nariz e com a outra rodeava-nos o corpo e atirava-nos ao mar – e a gente que se desenvencilhasse. Lá longe, ao abrigo da barraca de lona, os adultos da casa nem se dignavam olhar.
Gritávamos, esbracejávamos, engolíamos litros e litros de água salgada, faltava-nos o ar -- mas foi assim que nós todos aprendemos a nadar na perfeição. Porque quem escapa ao mar do Guincho escapa a todos os mares do mundo.
E nenhum de nós ficou traumatizado.
Vou muito pouco ao Guincho, mas tenho sempre muitas saudades desse tempo, e sobretudo do sorriso do Sr. Américo e da Josefa. Nunca me lembro deles sem estarem a sorrir para nós. Sorriam muito, sorriam sempre.
Hoje o progresso dá-nos muitas coisas melhores – mas acho que as pessoas sorriem menos.
(In “Audácia”, revista juvenil dos Missionários Combonianos, número de Junho 2012)
E assim vai este país!
No país da bandalheira
Vale e Azevedo. Duarte Lima. Armando Vara. Dias Loureiro.
Querem que continue? Querem que traga à colecção os nomes de todos, pulhas, sabujos, corruptos, políticos e amigos de políticos, bandalhos e amigos de bandalhos, que sujaram e sugaram este país ao longo das últimas décadas na mais descarada impunidade? Foram ministros, foram presidentes de clubes, deputados, lambe-botas do poder. Foram? São. A seita não se extingue, não acaba aqui enquanto não for o povo a acabar com eles. Exigindo mais. Indignando-se mais. Escolhendo melhor o que fazer na hora das eleições.
O cancro está diagnosticado mas nada se faz para o extirpar. Há anos, há décadas que dizemos mal dos políticos mas, mal abrem as urnas, acorremos a dar o voto aos políticos que transformam as urnas em caixões, os nossos. Onde sepultamos esperanças, sonhos, aspirações.
E aqui chegámos. Mais pobres, mais desprezados, mais explorados. Aqui chegámos. E por aqui não ficaremos. A cova abrir-se-á mais fundo. Será a vala-comum de progressos nunca alcançados, de futuros sempre adiados.
Em liberdade ficarão os Azevedos, os Limas, os Varas, os Loureiros. Nós, na prisão.
Portugal.
Publicada por Observador
Uma semana muito produtiva
Uma semana muito produtiva
Passos Coelho não sabia como havia de justificar mais uma pinochetada de austeridade sobre os trabalhadores para justificar o desvio colossal nas receitas fiscais, desta vez um desvio colossal que não pode ser atribuído a Sócrates, que não encobre as contas da Madeira e que só se deve ao brilhantismo intelectual de Vítor Gaspar que usa os pés para fazer os cálculos das previsões económicas. Mas o Tribunal Constitucional deu-lhe uma boa saída, vai tirar os subsídios aos que trabalham por conta de outrem mas a culpa não é dele, o Tribunal Constitucional é que disse que em Portugal ou há igualdade ou comem todos.
O Paulo Macedo só não teve a sua semana horribilis porque o Miguel Relvas é um vaidoso e há quatro semanas que quer as atenções todas para eles. O Opus ministro estava a preparar-se organizar missas de acção de graças por ter reintroduzido o esclavagismo em Portugal. A troco de um mês de trabalho os enfermeiros recebem o equivalente a um subsídio de refeição, trabalham que se fartam e no fim o Macedo, o tal que ganhava mais vinte mil no fisco, dá-lhes trezentos euros e diz-lhes “vá, tomem lá para irem almoçar à cantina da Santa Casa onde se come muito bem.”. Estava tentando fazer o mesmo aos médicos mas estes mandaram-no à bardamerda e agendaram uma greve. Queria negociar, mas para ter a certeza de que metia os médicos na linha o Opus ministro ameaçou-os com a requisição civil. Parece que os médicos não são apreciadores das auto flagelações da Opus Dei e voltaram a mandá-lo à bardamerda, ficou a negociar sozinho.
Os nossos cruzados do cristianismo já não são o que eram, longe vão os tempos em que foram como voluntários combater o Estaline ao lado das tropas de Hitler. Agora atravessam meio mundo para irem a Pequim dar graça ao pessoal do partido comunista local e como se isso fosse pouco, no fim das reuniões vão junto dos jornalistas que viajaram à borla à conta dos contribuintes, contar-lhes todos babados que os comunistas lhes elogiaram a pinochetada orçamental que aplicaram aos portugueses. Longe vão os tempos em que os líderes da nossa direita e os seus economistas tinham o sentido da dignidade e em vez de lamberem os ditos cujos dos comunistas os tinham em quantidade para assumirem os seus valores.
Cavaco Silva não consultou o Tribunal Constitucional a propósito do roubo dos subsídios porque nenhum outro presidente o tinha feito. O governo já pode tirar todos os vencimentos e decretar o esclavagismo, pode suspender as eleições, pode fazer tudo o que entender porque a não ser que tenha havido um precedente e um Presidente tenha consultado o Tribunal Constitucional o homem da Quinta da Coelha autoriza tudo sem consultar o Tribunal. Cavaco só consulta o Tribunal Constitucional se um antecessor já o tiver feito sobre o mesmo assunto!
In " O jumento"
9 DE JULHO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA
1ª Página do Diário de Notícias de 09/07//2012
Greve 'obriga' ministro a abrir 1800 vagas para novos...
Macedo garante lugares para recém licenciados em 2013 e anuncia novo consurso de prestação de serviços até ao final do ano
domingo, 8 de julho de 2012
8 DE JULHO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA
sábado, 7 de julho de 2012
Lapsus Linguae II (Nuno Crato)
PRONTO! CUSTOU... FINALMENTE FIQUEI A SABER O PORQUÊ DOS~
MEGA - AGRUPAMENTOS.
Nuno Crato e os computadores
No IST já todos sabem que Nuno Crato, o ainda Ministro da Educação, não se dá lá muito bem com as TIC em geral e com os computadores em particular. Agora chegou a vez dos Portugueses saberem quem é que o PSD e o CDS colocaram à frente do Ministério da Educação. Nuno Crato, além de falar muito mal Português, também não sabe mexer em computadores...
E SE UM PROFESSOR TIVESSE O MESMO COMPORTAMENTO NUMA TURMA DE 30 ALUNOS?
7 DE JULHO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA
Miguel Relvas e o escrutínio das redes sociais
Miguel Relvas e o escrutínio das redes sociais
As redes sociais têm torrentes de partilhas que contêm denúncias pessoais sobre o caso da licenciatura do ministro. A investigação da comunicação social pode passar pelas redes porque lá também existem fontes credíveis
Texto de Rui Marçal • 05/07/2012 - 19:47
Ultimamente o país tem acompanhado a evolução do caso da Licenciatura do ministro dos Assuntos Parlamentares. O leitor que procura o esclarecimento encontra muitas vezes informações contraditórias e confusas. Mas a Internet é um mundo e é por isso que encontramos, nesta entrevista, Miguel Relvas a falar sobre impostos, responsabilidade e exemplo.
Na mesma entrevista, Miguel Relvas aborda a importância do Facebook e do Twitter como mecanismos de “acesso democrático”. O ministro sublinha inclusive que a averiguação das redes sociais é positiva porque “a política sem escrutínio e sem responsabilidade pode-se tornar perigosa e que leva a deslumbramentos”.
O ministro tem razão. Actualmente, muita da nossa comunicação é feita através de "chats", comentários e partilhas. Hoje em dia, o próprio Presidente da República usa as redes sociais como meio privilegiado de divulgação das suas mensagens. Mesmo assim, a comunicação social não tem dado a importância devida às redes sociais e aos seus utilizadores.
Se grande parte da divulgação das notícias é feita nestas redes, existe também uma parte substancial de denúncias que se alastram e que são sucessivamente ignoradas. Neste momento, quem fizer esse mesmo escrutínio pelas redes sociais na tentativa esclarecer algumas informações dúbias, encontrará algumas revelações inesperadas, com torrentes de partilhas que contêm denúncias pessoais sobre o caso da licenciatura do ministro.
Por exemplo, entre vídeos e "posts", uma das denúncias que mais "hype" tem criado (já vai para lá das 100 partilhas) vem de um professor universitário (segundo o respectivo perfil do Facebook e a própria página do ISG, Instituto onde lecciona). Este professor conta a história com detalhe no seu mural do Facebook. Em determinado "post" afirma mesmo que “o Dr António José Seguro foi um dos professores (da Universidade Lusófona) que assinou a falsa Licenciatura do Dr Miguel Relvas”.
A investigação da comunicação social pode passar pelas redes sociais porque lá também existem fontescredíveis. Claro está que a veracidade de todas as afirmações deve ser confirmada no terreno, mas não seria a primeira vez que a verdade partiria das redes sociais. O jornalismo 2.0 passa por aqui.
Ameaça de despedimento - Para um dia bem disposto
Ameaça de despedimento
Ela era uma bela mulher e determinada a conservar a valiosa e enorme herdade que o seu marido lhe deixara, mas sabia muito pouco das actividades agrícolas, por isso, decidiu colocar um anúncio no jornal para contratar um empregado.
Dois homens candidataram-se ao emprego. Um era gay, o outro, um bêbado. Ela pensou muito seriamente sobre o assunto, e, como mais ninguém se candidatou, ela decidiu contratar o candidato gay, pensando que seria mais seguro tê-lo perto de casa do que o bêbado.
Demonstrou ser um excelente trabalhador, que fazia longas horas de trabalho por dia e sabia imenso do trabalho da herdade. Durante semanas a fio, ambos trabalharam muito e a herdade estava um primor. Então, um dia, a viúva disse ao empregado:
- Fizeste um óptimo trabalho e está tudo impecável. Já é tempo de ires até à cidade e divertires-te bastante. O empregado concordou e no sábado à noite foi até à cidade. No entanto, já eram 2 da manhã e ele não voltava. 3 da manhã, e empregado, nada! Finalmente, pelas 4, lá regressou e à sua espera, sentada à lareira, com um copo de vinho na mão, estava a viúva. Chamou-o para junto dela e disse-lhe.
- Desabotoa a minha blusa e tira-a, disse ela.
A tremer, desabotoando botão por botão, ele fez o que ela pediu.
- Agora, tira as minhas botas.
Ele fez o que ela disse, muito lentamente.
- Agora, tira as minhas meias.
Ele removeu cada uma com gentileza e colocou-as junto às botas...
- Agora, tira a minha saia. Suavemente, ele desabotoou-a, observando constantemente os olhos dela à luz do fogo da lareira.
- Agora, tira o meu soutien.
Novamente, com as mãos a tremer, e a respiração ofegante, ele fez o que lhe era dito e deixou-o cair no chão.
- Agora... tira as minhas cuecas. À luz da lareira, ele puxou-as suavemente para baixo e tirou-as com suavidade. Então, ela olhou bem para ele e disse-lhe:
- Se voltares a usar as minhas roupas para ir à cidade, DESPEÇO-TE!
1ª Página do Diário de Notícias de 07/07/2012
Trabalhadores podem sofrer corte de 7% em salários...
Para contornar a inconstitucionalidade nos cortes de subsídios de férias e de Natal à função pública e pensionistas, especialistas ouvidos pelo DN apontam como solução a aplicação de uma taxa mensal de...
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