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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Portugal está na merda!



In "Horta do Zorate"

O nome de Daniel Filho é João Carlos Daniel. Nasceu a 30 de setembro de 1937, na cidade do Rio de Janeiro.



O nome de Daniel Filho é João Carlos Daniel. Nasceu a 30 de setembro de 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Seu pai, Juan Daniel, começou sua carreira como bailarino, em Buenos Aires.
Era espanhol de Barcelona. A mãe, Maria Irma, era de família de circo. Daniel é a quinta ou sexta geração circense. E, como ocorre entre as pessoas de circo, eram todos parentes. Assim, temos a família de Piolin, de Misiara, de Bibi Ferreira e a de Daniel Filho. O primeiro filme de Oscarito era em dupla com um tio de Daniel. O casamento de seus pais foi meio escondido, tendo como padrinho o grande cantor Silvio Caldas. Juan Daniel, o pai, projetou-se como cantor, e foi dele o primeiro lançamento da famosa "Solamente una vez". Era a época dos cassinos e dos teatros de revista. Daniel, filho único, entrou no circo do pai. Estava com seis ou sete anos. Era o Circo Atlântico, que tinha picadeiro e palco. Entrava e ficava de ladinho, só para enrolar e desenrolar os tapetes. Depois já apareceu dentro de um caixote, de onde saía em uma determinada hora, para assustar o palhaço, com um pano branco na cabeça. Daniel gostava de fazer esse "fantasma" e era no circo que ele passava todos os seus dias. Era maquinista do teatro e conseguia montar toda a lona "numa pancada só". Também foi eletricista, ponto, fez de tudo. Assim mesmo deu para estudar, pois a família, isto é, os avós, moravam fixos no Rio, e ali ficava Daniel, pois os pais viajavam para os cassinos. Já mocinho, foi para o teatro de revista. Fez isso escondido dos pais, pois era fascinado por aquele mundo. Era tímido. Não davam certo suas "paqueras", embora estivesse ficando um rapaz muito bonito. Profissionalmente começou na companhia dos pais, em 1952, e já tinha feito várias peças quando foi convidado para a TV Tupi do Rio de Janeiro. Heloisa Helena, principal figura da televisão daquele tempo, e que era muito amiga de seus pais, foi quem o chamou. Ao mesmo tempo, Eva Todor o chamou para participar de "Aventuras de Eva". Continuou, porém, em teatro e fez o galã de "Maria Caxuxa", de Juracy Camargo. Estava lançado como "mocinho" de televisão e teatro. Foi para a TV Rio. Fazia sistematicamente as duas emissoras de televisão. Sua memória era muito boa. Participou também várias vezes do "Câmera um", de Jacy Campos. Logo fez sucesso e trabalhou em muitos programas ao mesmo tempo. Quanto mais trabalhava, mais cachê ganhava. Depois foi para São Paulo, para a TV Paulista. E era a "Ponte Aérea" toda semana. Era o tempo da televisão ao vivo, antes do vídeo-teipe. Havia uma grande união, uma grande amizade entre todos. Foi nessa mesmo época que Daniel Filho começou a fazer cinema, em filmes do Manga, do Ronaldo Lupo. Fez "Colégio de brotos", trabalhou com Zé Trindade. O rapaz estava em todas. Trabalhou com Tônia Carreiro, com Gildo Ribeiro. Seu grande sucesso foi "Os cafajestes", com o chamado Cinema Novo. Depois  "Boca de Ouro". Sobrava tempo, nem sabe como, para fazer inúmeras dublagens. Foi então para a TV Excelsior, Canal 9 em São Paulo, e 2 no Rio. Fazia programas de humor, cantando também. Foi quando se deu uma grande virada em sua vida e ele começou a dirigir, no programa de grande sucesso que se chamava "Time Square", onde trabalhava ao lado de Dorinha Duval, com quem depois se casou. Em São Paulo, passou a dirigir o "Chico Anysio Show". Isso sem deixar as novelas, como "A grande viagem", em que fazia o galã de Regina Duarte. Aí foi formado o Telecentro e Daniel ficou trabalhando ao lado de Boni, que viria a ser o grande homem da televisão. Quando o Boni foi para a Globo, Daniel Filho foi como diretor de "A Rainha Louca", de Gloria Magadan. Dirigia simultaneamente duas novelas, uma com o nome trocado, para não parecer que o cast da Globo era fraco. Dirigiu "Sangue e areia". Foi ele quem levou Janete Clair para a Globo. Ela fez a novela "Anastácia", na qual houve o "famoso terremoto" em que ela matou todo mundo. Nisso, por pequeno desentendimento com Boni, Daniel foi para a TV Rio. Voltou seis meses depois. E nessa época a TV Globo de São Paulo pegou fogo e tudo foi transferido para o Rio. Daniel dirigia simultaneamente "Rosa Rebelde" e "A cabana do Pai Tomás". Fez "Irmãos Coragem", dirigiu "O primeiro baile" e inúmeras outras novelas, como: "Pecado Capital", "O Astro", "Dancin’ Days". Foi ele também quem mais fez "séries brasileiras",  como: "Malu Mulher",  "Plantão de Polícia", "Carga Pesada", "Confissões de Adolescente", "A Justiceira", "Mulher". Todas séries de imenso sucesso, sem contar "Grande Sertões Veredas", que ele dirigiu ao lado de Walter Avancini. Trabalhou ainda como ator em mais de vinte filmes, e na Globo ajudou a criar a Globo Filmes. Esse é Daniel Filho. Um homem inteiramente ligado à arte, desde a mais tenra idade, e que até hoje dedica toda a sua vida à sua profissão. Ele tem orgulho de dizer que a Globo, onde é o Diretor de Programação, faz um trabalho sério, cumprindo seu dever junto à população. Daniel Filho casou-se quatro vezes e se dá maravilhosamente bem com seus filhos, assim como também é muito amigo de suas ex-mulheres. Sua mais forte marca é  o orgulho de ser um homem de televisão. Quando perguntado acerca de quem ele é, responde rápido: "Sou um ser de televisão, que é uma coisa da máxima importância, e que hoje é respeitada internacionalmente. Esse era o meu sonho de menino. Esse é o meu orgulho como ser humano. Eu ajudei a fazer a televisão".
Em uma “ disputada entrevista “ de seu último filme, “ A Partilha”, conseguimos ouvir, perguntar e refletir com as idéias deste genial ator, diretor e ícone da televisão.  

James Dean, morreu a 30 de Setembro de 1955




James Dean
(Ator de cinema norte-americano)
8-2-1931, Fairmont, Indiana 
30-9-1955, Salinas, Califórnia


Dean tornou-se o ídolo de milhões de jovens, graças aos seus filmes Vidas Amargas (1955), Juventude Transviada (1955) e Assim Caminha a Humanidade (1956). Neles, o ator personificava o jovem que cresce inseguro, imerso na vida dos adultos, e que luta contra os valores burgueses. Sua roupa, seus gestos e o desejo de viver a vida intensamente foram imitados e marcaram um estilo próprio. Sua morte foi lamentada quase com histeria, embora o tenha consagrado como mito: morreu num acidente devido a excesso de velocidade, quando conduzia um carro desportivo numa estrada secundária da Califórnia.

JERÓNIMO DE STRIDON, morreu a 30 de Setembro de 420


JERÓNIMO DE STRIDON
Padre e Doutor da Igreja, Santo
ca. 340-420



São Jerónimo é contado entre os maiores Doutores da Igreja dos primeiros séculos. De cultura enciclopédica, foi escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialéctico, historiador, exegeta e doutor como ninguém, nas Sagradas Escrituras. Jerónimo nasceu na Dalmácia, hoje Croácia, por volta do ano 340.

Tendo herdado dos pais pequena fortuna, aproveitou para realizar sua vocação de amante dos estudos. Para este fim, viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e onde passou a juventude um tanto livre.

Recebeu o baptismo do papa Libério, já com 25 anos de idade. Viajando pela Gália, entrou em contacto com o monacato ocidental e retirou-se com alguns amigos para Aquiléia, formando uma pequena comunidade religiosa, cuja principal actividade era o estudo da Bíblia e das obras de Teologia.

Jerónimo tinha um carácter indómito e gostava de opções radicais; desejou, portanto, conhecer e praticar o rigor da vida monacal que se vivia no Oriente, pátria do monaquismo. Esteve vários anos no deserto da Síria, entregando-se a jejuns e penitências tão rigorosas, que o levaram aos limites da morte.

Abandonando o meio monacal, dirigiu-se a Constantinopla, atraído pela fama oratória de São Gregório de Nazianzo, que lhe abriu o espírito ao amor pela exegese da Sagrada Escritura. Estando em Antioquia da Síria, prestou serviços relevantes ao bispo Paulino, que o quis ordenar sacerdote. No entanto, Jerónimo não sentia vocação à actividade pastoral e quase nunca exerceu o ministério sacerdotal. Tendo que optar entre sua vocação inata de escritor e o chamamento à ascese monacal, encontrou uma conciliação entre estes extremos que marcaria o caminho de sua vida: seria um monge mas um monge para quem o retiro era ocasião para uma dedicação total ao estudo, à reflexão, à férrea disciplina necessária à produção de sua obra, que queria dedicar toda à difusão do cristianismo.

Dentro desta vocação e severa disciplina, estudou o hebraico com um esforço sobre humano e aperfeiçoou seus conhecimentos do grego para poder compreender melhor as Escrituras nas línguas originais.

Chamado a Roma pelo Papa Dâmaso, que o escolheu como secretário particular, recebeu do mesmo a incumbência de verter a Bíblia para o latim, graças ao conhecimento que tinha desta língua, do grego e do hebraico. O papa, de fato, desejava uma tradução da Bíblia mais fiel em tudo aos textos originais, traduzida e apresentada em latim mais correcto, que pudesse servir de texto único e uniforme na liturgia. Pois até aquele tempo existiam traduções populares muito imperfeitas e diversificadas, que criavam confusão.

O trabalho de São Jerónimo começado em Roma durou praticamente toda sua vida. O conjunto de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e foi o texto usado largamente nos séculos posteriores, tornando-se oficial com o Concílio de Trento e só cedeu o lugar ultimamente às novas traduções, pelo surto de estudos linguístico-exegéticos dos nossos dias. Na tradução, Jerónimo revela agudo senso crítico, amor incontido à Palavra de Deus e riqueza de informações sobre os tempos e lugares relativos à Bíblia.

Em Roma, criou-se em torno de Jerónimo amplo círculo de amizades, sobretudo de maratonas da alta sociedade que o ajudavam com seus recursos para custear seus trabalhos e que lhe orientava nos ásperos caminhos da santidade de cunho monástico.

Desgostado por certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde, vivendo como monge rigidamente penitente, continuou até a morte, seus estudos e trabalhos bíblicos. Faleceu em 420, aos 30 de setembro, já quase octogenário.

São Jerónimo foi uma personalidade vigorosa, de inteligência extraordinária, de temperamento indomável. Teve uma correspondência literária muito vasta, de grande interesse histórico; ele se sentia presente e engajado como escritor em todos os problemas doutrinários do seu tempo.

Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e o "Dia da Bíblia" foi colocado exactamente no último domingo de setembro, coincidindo com a data de sua morte. Ele deixou escrito: "Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder e a sabedoria de Deus; portanto ignorar as Escrituras Sagradas é ignorar a Cristo".

CHITÃOZINHO E XORORÓ CANTAM NO MEGA SHOW RESSOAR - 21/12/09

Xororó, nome artístico de Durval de Lima, nasceu a 30 de Setembro de 1957



Xororónome artístico de Durval de Lima, (Astorga30 de Setembro de 1957) é um cantor brasileiro de música sertaneja.
Xororó faz parte da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, formando com seu irmão Chitãozinho, uma das mais reconhecidas duplas sertanejas do país.
Xororó é casado com Noely Lima e pai dos cantores Sandy Leah e Junior Lima.

Jacques Necker, nasceu a 30 de Setembro de 1732



Jacques Necker (Genebra30 de setembro de 1732 — Coppet9 de abril de 1804) foi um economista e político suíço do século XVIII.
Necker foi em três ocasiões encarregado da economia da monarquia francesa pelos rei Luis XVI: em 17761788 e 1789.
Foi pai de Anne-Louise Germaine Necker, Baronesa de Staël-Holstein, escritora francesa, mais conhecida pelo nome de Madame de Staël.

Jacques Necker era o segundo dos filhos de Charles Frédéric Necker, advogado do município de Küstrin, em Pomerânia, que passou a ser cidadão da República de Genebra em 28 de janeiro de 1726, e de sua esposa, Jeanne Gautier, filha do prefeito Gautier.
Aos dezoito anos iniciou sua carreira no Banco Thélusson e Vernet, em Genebra, mais tarde em Paris. Tornou-se, em 1756, sócio deste banco Thélusson, Vernet, e agora Necker. Seu fulgurante êxito como banqueiro lhe permitiu acumular em pouco tempo uma fortuna considerável.[1] Foi síndico da Companhia das Índias, sendo um dos artífices de seu renascimento, em 1764, mas não pôde evitar que esta fosse dissolvida, em 1770, devido aos brutais ataques de seu inimigo pessoal, André Morellet.
Em várias ocasiões, especialmente em 1772, Necker adiantou importantes quantias ao Tesouro Real, o que chamou a atenção de Étienne François Choiseul e do abade Terray.
Em 1764, Necker se casa com a filha de um pastorSuzanne Curchod, que muito o influenciou. Nomeado ministro da República de Genebra, em 1768, pensa seriamente em se dedicar à política, tarefa a qual é incentivada por sua esposa. Retira-se dos negócios em 1772 e transfere seus interesses no banco ao seu irmão Luis, e publica um Elogio de Colbert (1773), celebrado pela Academia Francesa. Nele traça um retrato do ministro ideal e em que se pode reconhecer um homem sem muitas dificuldades. Apresenta-se como um pragmático, possuindo um espírito "terno e flexível", para diferenciar-se do Inspetor Geral de FinançasAnne Robert Jacques Turgot, modelo típico do doutrinário. Símbolo do intervencionismo econômico do Estado, Colbert é o oposto de Turgot, apóstolo do liberalismo econômico.
Contudo, inicialmente, nada parece predispôr Necker a exercer as funções governamentais na França. Por ser protestante, está automaticamente impedido o acesso ao Conselho do Rei. Não conhece ninguém no governo, nem na administração real. E os poucos que conhece, são aqueles com quem teve contato enquanto embaixador de Genebra. Além do mais, não era amante da leitura, nem sequer conhecia a história da França, nem mesmo sua organização política e administrativa.
Certa feita, produziu-se na opinião pública um movimento favorável a Necker. Em 19 de abril de 1775, publica seu Ensaio acerca da legislação e o comércio de grãos, no qual denuncia a liberdade no comércio de grãos que propunham os fisiocratas liderados por Morellet e Turgot. A obra foi um sucesso editorial, ao aparecer no momento em que Turgot devia enfrentar aquela que ficou conhecida como Guerra da farinha, alguns violentos distúrbios causados por sua política.
A ascensão de Necker contará com o apoio ativo dos freqüentadores do salão de Madame Necker (no qual se reuniam, até então, alguns dos intelectuais mais destacados do Iluminismo, como Diderot e D'Alembert) e, de maneira mais ampla, do partido filosófico, do qual Necker tomou várias de suas doutrinas: em Elogio de Colbert criticou duramente a propriedade, à qual acusava, seguindo a linha de Jean-Jacques Rousseau, de não ser um direito natural, senão uma "lei humana" baseada em um "tratado de força e de coação"; além disso, justifica a religião pelo papel social que desempenha, e só reconhece a necessidade da moral "para conter o povo" e a superioridade da moral cristã por ser a "única capaz de convencer rapidamente, já que comove ao mesmo tempo que ensina".[2]
Necker obtém ainda o apoio de Jean-Frédéric Phélypeaux, conde de Maurepas e principal conselheiro de Luis XVI, por intermédio do marquês de Pezay, amante da Madame de Montbarrey, amiga íntima da Madame de Maurepas, e da prima do ministro, a duquesa de Enville.
A morte do inspetor-geral Clugny de Nuits, que sucedeu Turgot, dá a Necker a possibilidade de ascensão ao governo. Por ser protestante, não podia ocupar o cargo de Inspetor-geral de finanças, já que esta função implicava no direito ao acesso no Conselho do Rei. Em 22 de outubro de 1776, aos 44 anos, é nomeado conselheiro de finanças e diretor-geral do Tesouro Real. Em 21 de outubro, um sombrio "maître des requêtes" (membro do Conselho de Estado encarregado de apresentar com voz deliberativa informes sobre os assuntos que lhe são submetidos), Louis Gabriel Taboureau des Réaux, foi nomeado oficialmente Inspetor-geral, mesmo que na prática o poder deste cargo seja exercido por Necker. Após várias tentativas de demissão, Taboureau des Réaux, acabou deixando o cargo em 29 de junho de 1777, sem que fosse substituído: para demonstrar de modo mais claro a sua importância, Necker recebe o cargo de Diretor-geral de finanças.[3]
Uma vez no ministério, Necker dedica-se imediatamente às importantes reformas, mas menos radical e precipitado que Turgot. Estas reformas abrangem os campos administrativo, social e financeiro.
Essas medidas suscitam, de imediato, espanto e admiração. A opinião pública aplaude o milagre de um ministro que consegue financiar a guerra sem aumentar os impostos, com ar de competência que se impõe sobre aqueles a quem tais métodos poderia parecer pouco ortodoxos.
Mas Necker faz também inumeros inimigos: atacando a Ferme générale (constituida em 1726), ele se indispõe com o mundo financeiro; suas assembéias provinciais o alienam dos parlamentos; a redução de despesas da Corte, cria também um vasto e poderoso número de adversários.
Na primavera de 1781, uma cabala se pôs em marcha para obter a cabeça de Necker. O partido da Corte, levado pelos irmãos do rei, pelos príncipes de sangue e os grandes senhores, agita a opinião por intermédio de libelistas que crivam o ministro de panfletos, sendo o mais virulento a Lettre du marquis de Caracciole à M. d’Alembert (em português, Carta do marquês de Caraccione a M. d'Alembert), sem dúvida devido a Calonne, protegido de Vergennes e do conde d’Artois, que aspirava ao posto de Necker.
No final do mês de abril, o Parlamento de Paris recusa-se a registrar o edital de criação de uma nova assembléia provincial em Bourbonnais. A criação dessas assembléias respondiam notadamente ao objetivo de privar os parlamentos de uma parte de suas prerrogativas extra-judiciais. Necker expôs essa idéia em um manuscrito entregue confidencialmente ao rei em 1776. Pois um panfleto, endereçado em 20 de abril de1781 a seis membros do Parlamento de Paris, revelava as intenções de Necker, citando o manuscrito. Acusou-se, entre outros, porém sem provas, o conde de Provence de ser a origem do vasamento da informação. Os parlamentares revoltam-se. Convocado ao Palácio de Marly, o primeiro presidente d’Aligre se vê intimado pelo rei Luis XVI, em um tom seco, a interditar qualquer discussão sobre o manuscrito de 1778. Para Necker isso foi apenas um adiamento. Luís XVI está abalado com a mudança da opinião pública e Maurepas preconiza a partir daí o afastamento do genovês.
Em 16 de maio, Necker, tentando driblar o destino, pede ao rei o registro forçado do edital, sua entrada no Conselho e a direção das negociações da Guerra e da Marinha. Três dias depois, Luís XVI opõe a estes três pedidos uma recusa categórica. Necker, confrontado, pede demissão imediatamente (19 de maio de 1781). A novidade provoca consternação em Paris : os habitantes da capital se apressam até o Castelo deSaint-Ouen, residência de campo de Necker, para saudar o ministro deposto, que pode assim medir o que ainda lhe resta de popularidade.
Necker se retira para Saint-Ouen, passa pela Suíça em 1784, para reformas em seu castelo de Coppet, e viaja para a França em 1785. Publica um novo livro, De l’Administration des Finances (em português: Da admistração das Finanças), tratado completo sobre finanças em três volumes, que é lançado em 1784 e obtém um enorme sucesso.
Em 1787Calonne, diante da Assembléia de Notáveis, acusa Necker de ter enganado a opinião publicando dados falsos em seu Compte-rendu au Roi (em português: Acerto de Contas com o Rei) : de acordo com ele, as contas do ano de 1781, longe de revelar um excedente, como Necker havia afirmado, acusavam um déficit de 50 milhões. Necker replica contestando os números de Calonne. Sua resposta lhe vale o exílio para fora de Paris e origina um vivo debate público entre os dois homens.
Após o fracasso da experiência Calonne, a monarquia se encontra em estado de falência virtual. A necessidade de se conseguir fundos constrange então Luís XVI a chamar de novo Necker, que é nomeado Diretor Geral das Finanças, em 25 de agosto de 1788. Dois dias depois, Necker recebe o título de Ministro de Estadoque lhe dá acesso aos Conselhos.
Esta nova posição, juntamente com as circunstâncias, permitiram-lhe desempenhar um papel político em primeiro plano. É ele que faz chamar de volta o Parlamento de Paris, cujos membros estavam exilados. Ele adianta a data de convocação dos Estados Gerais. Reune em novembro de 1788 uma nova Assembléia de Notáveis, para criar estatutos sobre as modalidades de eleição dos deputados, notadamente a questão do voto por cabeça ou por ordem, que não foi decidida, e a da duplicação da representação do Terceiro Estado. Sobre este último ponto, como era previsível, a Assembléia dos Notáveis se pronuncia desfavoravelmente mas Necker decide bancar a duplicação (dezembro de 1788, o que sedimenta sua popularidade : a partir dai ele passa a ser considerado um « ministro patriota ».
Face à grande escassez de trigo, Necker abole as medidas liberais tomadas por Loménie de Brienne em matéria do comércio de grãos : ele interdita a exportação de cereais (7 de setembro de 1788) assim como a compra de grãos fora dos mercados (23 de novembro de 1788) ; ele faz comprar grãos do mercado externo, fornece incentivos para as importações e dá às autoridades de polícia os poderes necessários para abastecer os mercados (22 de abril de 1789).
Em matéria financeira, Necker revoga a suspensão de pagamentos decretada por Brienne e se utiliza de expedientes para reunir 70 milhões necessários para assegurar os pagamentos até a reunião dos Estados Gerais.
Na abertura dos Estados Gerais, o discurso de Necker, centralizado em questões financeiras quando os deputados estão focados na questão do voto, é mal acolhido. Necker recusa-se a assistir a audiência real de 23 de junho de 1789 em que Luís XVI fixa limites para as concessões que Necker está prestes a autorizar para os deputados do Terceiro Estado. Preparando-se para tomar medidas severas com relação à Assembléia Nacional, o Rei demite Necker em 11 de julho de 1789 devido a sua "condescendência extrema" com relação aos Estados Gerais. O ministro deixa imediatamente a França e chega a Bruxelas (13 de julho) e depois a Bâle (20 de julho). Uma vez conhecida, esta dispensa é uma das causas determinantes para o levante popular de 14 de julho que culmina com a Queda da Bastilha.
A partir de 16 de julho de 1789, Luís XVI decide-se a chamar de volta Necker. Este toma então o título de "Primeiro Ministro das Finanças". Rapidamente se opõe à Assembléia Constituinte, em particular aMirabeau. Os deputados recusam as propostas financeiras de Necker, fundamentada em métodos tradicionais de antecipações e empréstimos, enquanto que Necker se opõe ao financiamento do déficit pela emissão de assignats. Como diz Mirabeau ao Rei, em 1º de setembro de 1790 : « o Ministro atual de finanças não se encarregará de dirigir, como deve ser, a grande operação da moeda assignat. Ele não se livra facilmente seus conceitos e o recurso da moeda assignat não foi concebida por ele ; ele está mesmo determinado a combatê-la. Ele está apenas em boa relação com a Assembléia Nacional. Não governa mais a opinião pública. Esperava-se dele milagres e ele não soube sair de uma rotina contrária às circunstâncias ». Nessas condições, nada mais resta a Necker que demitir-se, o que faz em 3 de setembro de 1790.
Após sua demissão, Necker retira-se na Suiça, no castelo de Coppet, onde dedica-se à escrita de diversas obras. Morre em 9 de abril de 1804.
Notas:
  1.  Pode-se avaliar sua fortuna em cerca de 7 milhões de libras no momento em que foi nomeado para o Controle Geral de Finanças em 1776.
  2.  J. Necker, Acerca de la importancia de las opiniones religiosas, 1788.
  3.  Cartas patentes de 29 de junho de 1777 declararam vago o cargo de Inspetor-geral e confiaram suas funções aos guardas dos registros da Inspeção-geral, enquanto um decreto do mesmo dia nomeava Necker em suas funções de diretor-geral de Finanças.
Referências bibliográficas
  • PEDRO, Antonio; LIMA, Lizânias de Souza. História da Civilização Ocidental. colab. esp. Yone de Carvalho. 2ª ed. São Paulo: FTD, 2005. vol. único.