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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Madame de Pompadour, nasceu a 29 de Dezembro de 1721



Jeanne-Antoinette Poisson, Marquise de Pompadour (Paris, 29 de dezembro de 1721 — Versalhes, 15 de abril de 1764), mais conhecida como Madame de Pompadour, foi uma cortesã francesa e amante do Rei Luís XV de França considerada uma das figuras mais emblemáticas do século XVIII francês.
Dotada de inteligência, encanto, beleza, e ao mesmo tempo uma mulher fria, em termos físicos e na alma, Madame de Pompadour via seu papel como o de uma secretária confidencial do Rei.
Figura histórica da corte francesa nascida em Paris, favorita do rei Luís XV, conhecida por patrocinar as artes e a literatura ao mesmo tempo que estimulou alianças políticas desastrosas para a França. Filha de representantes de uma classe então em ascensão social, a dos especuladores financeiros, que ora faziam imensas fortunas, ora acabavam na prisão. Seu pai teve de fugir da França após envolver-se em um escândalo de mercado negro (1725) deixando e sua esposa e os dois filhos ficaram sob a protecção de  um outro rico especulador, Le Normant de Tournehem. Foi educada conforme as exigências que a época impunha às mulheres nobres, tornou-se uma bela donzela, versada em literatura e arte. Vivendo entre personalidades influentes na alta sociedade parisiense, casou-se (1741) com o sobrinho de seu protetor, Charles-Guillaume Le Normant d'Étioles. Após a morte da duquesa de Châteauroux (1744), amante do rei, passou a atuar como secretária particular do soberano, divorciou-se de Le Normant e recebeu o título de marquesa de Pompadour. Apaixonado por arquitetura e pintura, convenceu o rei dar ao seu irmão o título de marquês de Marigny e nomeá-lo para o planejamento e construção de edifícios como a Escola Militar e a praça da Concórdia, em Paris, parte do palácio real de Compiègne, o palácio Petit Trianon de Versalhes, a nova ala do palácio de Fontainebleau e o castelo de Bellevue. Ela incentivou a fundação da fábrica de porcelanas de Sèvres e intercedeu em favor dos autores e editores da Enciclopédia francesa. Morreu em Versalhes e como amante do rei, no campo político, teve influência na eclosão da guerra dos sete anos.

O Metropolitano de Lisboa foi inaugurado em 29 de Dezembro de 1959

O Metropolitano de Lisboa foi inaugurado em 29 de Dezembro de 1959
Diagrama do Metropolitano de Lisboa em Dezembro de 1959.

O Metropolitano de Lisboa foi inaugurado em 29 de Dezembro de 1959, tornando-se desta forma na primeira rede de metropolitano de Portugal e do mundo lusófono. É constituído por quatro linhas com 52 estações (seis das quais são estações duplas e de correspondência), numa extensão total de 39,9 km.



As obras iniciaram-se a 7 de Agosto de 1955, e quatro anos mais tarde, a 29 de Dezembro de 1959, era inaugurado o Metropolitano de Lisboa. A rede era constituída por uma linha em Y que ligava os Restauradores ao Rotunda(actual Marquês de Pombal); aí, a linha separava-se em dois ramais, um para Entre Campos e outro para Sete Rios(actual Jardim Zoológico).[2]

O novo sistema foi bem aceite pelo público, e no primeiro ano o metro transportou mais de 15,3 milhões de passageiros. O metro revelou-se um importante factor de desenvolvimento urbanístico da cidade, delineando novas áreas de habitação e serviços. Em 1963 é inaugurado o troço desde os Restauradores ao Rossio. Esta primeira fase de construções ficou concluída com o troço Rossio – Anjos, em 1966, e por fim, em 1972, o troço entre os Anjos e Alvalade.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Wikiliquidação do Império?

BOAVENTURA SOUSA SANTOS







Wikiliquidação do Império?

Muitas das decisões de que podem resultar a morte de milhares de pessoas e o sofrimento de milhões são tomadas com base em mentiras

A divulgação de centenas de milhares de documentos confidenciais, diplomáticos e militares, pela Wikileaks, acrescenta uma nova dimensão ao aprofundamento contraditório da globalização. A revelação, num curto período, não só de documentação que se sabia existir mas à qual durante muito tempo foi negado o acesso público por parte de quem a detinha, como também de documentação que ninguém sonhava existir, dramatiza os efeitos da revolução das tecnologias de informação e obriga a repensar a natureza dos poderes globais que nos (des)governam e as resistências que os podem desafiar. O questionamento deve ser tão profundo que incluirá a própria Wikileaks: é que nem tudo é transparente na orgia de transparência que a Wikileaks nos oferece.

A revelação é tão impressionante pela tecnologia como pelo conteúdo. A título de exemplo, ouvimos horrorizados este diálogo: Good shooting. Thank you, enquanto caem por terra jornalistas da Reuters e crianças a caminho do colégio, ou seja, enquanto se cometem crimes contra a humanidade. Ficamos a saber que o Irão é consensualmente uma ameaça nuclear para os seus vizinhos e que, portanto, está apenas por decidir quem vai atacar primeiro, se os EUA ou Israel. Que a grande multinacional farmacêutica Pfizer, com a conivência da embaixada dos EUA na Nigéria, procurou fazer chantagem com o procurador-geral deste país para evitar pagar indemnizações pelo uso experimental indevido de drogas que mataram crianças. Que os EUA fizeram pressões ilegítimas sobre países pobres para os obrigar a assinar a declaração não oficial da Conferência da Mudança Climática de dezembro passado em Copenhaga, de modo a poderem continuar a dominar o mundo com base na poluição causada pela economia do petróleo barato. Que Moçambique não é um Estado-narco totalmente corrupto mas pode correr o risco de o vir a ser. Que no "plano de pacificação das favelas" do Rio de Janeiro se está a aplicar a doutrina da contrainsurgência desenhada pelos EUA para o Iraque e Afeganistão, ou seja, que se estão a usar contra um "inimigo interno" as táticas usadas contra um "inimigo externo".

Irá o mundo mudar depois destas revelações? Já sabíamos que os poderes políticos e económicos globais mentem quando fazem apelos aos Direitos Humanos e à democracia, pois que o seu objetivo exclusivo é consolidar o domínio que têm sobre as nossas vidas, não hesitando em usar, para isso, os métodos mais fascistas e violentos. Tudo está a ser comprovado, e muito para além do que os mais avisados poderiam admitir. O maior conhecimento cria novas oportunidades para mobilizações de cidadãos em defesa da democracia e da transparência. Mas também cria novas exigências de análise.

Há que distinguir entre a autenticidade dos documentos e veracidade do que afirmam. Por exemplo, que o Irão seja uma ameaça nuclear só é "verdade" para os maus diplomatas que, ao contrário dos bons, informam os seus governos sobre o que estes gostam de ouvir e não sobre a realidade dos factos. Do mesmo modo, que a tática norte-americana da contrainsurgência esteja a ser usada nas favelas é opinião do Consulado Geral dos EUA no Rio. Compete aos cidadãos interpelar o governo nacional, estadual e municipal sobre a veracidade desta opinião. Tal como compete aos tribunais moçambicanos averiguar a alegada corrupção no país. O importante é sabermos que muitas das decisões de que podem resultar a morte de milhares de pessoas e o sofrimento de milhões são tomadas com base em mentiras.

Por outro lado, será cada vez mais crucial fazermos o que chamo uma sociologia das ausências: o que não é divulgado quando aparentemente tudo é divulgado. Resulta muito estranho que Israel, um dos países que mais poderia temer as revelações devido às atrocidades que tem cometido contra o povo palestiniano, esteja tão ausente dos documentos confidenciais. Há a suspeita fundada de que foram eliminados por acordo entre Israel e Julian Assange. Isto significa que vamos precisar de uma wikileaks alternativa ainda mais transparente. Talvez já esteja em curso a sua criação.

País - Autarquia é notícia por ser caso único no país - RTP Noticias, Vídeo

País - Autarquia é notícia por ser caso único no país - RTP Noticias, Vídeo

Este ano não houve prendas de Natal, devido a um imprevisto.


Coitadinho do Pai Natal!

Mensagem de Ano Novo

Mensagem de Ano Novo

Virtudes portuguesas segundo ex-embaixador britânico

Virtudes portuguesas segundo ex-embaixador britânico


É com muito prazer que publico este texto que me tem chegado pela mão de vários amigos. Nem tudo é mau cá pelo rectângulo.




Coisas que nunca deverão mudar em Portugal
Artigo do Embaixador da GB ao deixar Portugal: Expresso 18 Dez 2010

Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro. O espírito do momento é de pessimismo, não de alegria. Mas o ânimo certo para entrar na época natalícia deve ser diferente. Por isso permitam-me, em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, eleger dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal.
Embaixador da Grã Bretanha


1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para benefício de todos. 

2. O lugar central da comida na vida diária. O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.

3. A variedade da paisagem. Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.

4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.

5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.

6. A inocência. É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.

7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.

8. As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.

9. A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado, e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.

10. Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.

Então, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal.

Imagem do Google

Susan Sontag, morreu a 28 de Dezembro de 2004


Susan Sontag
, escritora, activista e, como ela mesma dizia, "fanática pela seriedade", cuja mente voraz e prosa provocante a tornaram uma das mais importantes intelectuais dos últimos 50 anos, morreu no dia 28 de dezembro de 2004 aos 71 anos.

A porta-voz do Sloan-Kettering Cancer Center, em Manhattan, não especificou a causa de morte. Sontag sofreu câncer de mama nos anos 70 e vinha enfrentando leucemia há alguns anos.

Sontag se definia como "esteta afeiçoada" e "moralista obsessiva". Escreveu um romance de sucesso, "O Amante do Vulcão", e em 2000 conquistou o National Book Award com seu romance histórico "Na América". Mas o maior impacto literário da escritora foi como ensaísta.

"Notes on Camp", um texto de 1964 que a estabeleceu como importante pensadora, popularizou a atitude "isso é tão ruim que parece até bom", a qual veio a ser aplicada a uma enorme variedade de coisas, de "Swan Lake" a estolas de plumas. Em "Contra a Interpretação", a mais analítica das intelectuais dedicava sua análise à preocupação com a possibilidade de que o escrutínio crítico interferisse com o poder "mágico, encantatório", da arte.

Ela também escreveu obras influentes como "A Doença como Metáfora", na qual examinava a maneira pela qual a doença era romantizada e demonizada, ciclicamente, e "On Photography", na qual argumentava que as imagens muitas vezes distanciam o observador do tema que retratam.
Ela lia escritores de todo o mundo, e a Sontag é atribuído o crédito por apresentar intelectuais europeus como Roland Barthes e Elias Canetti aos leitores norte-americanos. "Não conheço outra intelectual tão lúcida e com tamanha capacidade de ligar, conectar, relacionar", disse certa vez o romancista mexicano Carlos Fuentes. "Ela é única."

Diferente de muitos escritores norte-americanos, ela se envolveu profundamente em questões políticas, mesmo depois dos anos 60. Entre 1987 e 1989, Sontag presidiu à divisão norte-americana do Pen Club, uma aliança mundial de escritores. Quando o aiatolá Ruhollah Khomeini pediu a morte de Salman Rushdie por suposta blasfêmia no romance "Os Versos Satânicos", ela ajudou a liderar os protestos da comunidade literária. Há cerca de um ano e meio, dias após a execução de três dissidentes cubanos, Sontag envolveu-se em uma polêmica com o escritor colombiano Gabriel García Márquez, a quem acusou de ser condescendente à repressão imposta pelo regime de Fidel Castro.

Sontag batalhava incessantemente pelos direitos humanos e, ao longo dos anos 90, visitou muitas vezes a região da Iugoslávia, pedindo ação internacional contra a guerra civil que se espalhava pelos Bálcãs. Em 1993, visitou Sarajevo, onde montou uma produção de "Esperando Godot".
Filha de um negociante de peles, ela nasceu como Susan Rosenblatt, em Nova York, em 1933, e passou a infância no Arizona e em Los Angeles.
A mãe era alcoólatra; o pai morreu quando ela tinha cinco anos. Mais tarde, sua mãe se casou com um oficial do exército, o capitão Nathan Sontag. Susan Sontag lembrava sua infância como "uma grande sentença de prisão".

Ela completou sua educação básica com três anos de antecedência, formando-se no segundo grau aos 15 anos; o diretor da escola disse que ela estava perdendo tempo lá. Sua mãe, enquanto isso, advertiu que, se não parasse de ler, jamais se casaria.

Na Universidade de Chicago, ela assistiu a uma palestra de Philip Rieff, psicólogo social e historiador. Casaram-se dez dias mais tarde. Sontag tinha 17 anos, ele 28. "Era um homem apaixonado erudito e puro", disse ela mais tarde sobre o marido.

Na metade dos anos 60, o casal se divorciara (tiveram um filho, David, nascido em 1952), e Sontag se tornou uma das luzes na cena literária de Nova York. Ela era conhecida por seus ensaios, mas também escrevia ficção, ainda que inicialmente sem grande sucesso. "Death Kit" e "The Benefactor" eram, romances experimentais que pouca gente teve paciência de ler até o fim.

"Infelizmente, a inteligência de Sontag continua a ser maior que o seu talento", escreveu Gore Vidal em 1967, ao resenhar "Death Kit".
"Mas assim que se livrar da literatura, ela terá o poder de realizá-la, e não há muitos escritores norte-americanos sobre quem se possa dizer o mesmo".

A ficção de Sontag se tornou mais acessível. Ela escreveu um elogiado conto sobre a Aids, "The Way We Live Now" (A maneira pela qual vivemos agora), e um romance de sucesso, "O Amante do Vulcão", sobre o almirante Nelson e Lady Hamilton, sua amante.

Em 2000, seu romance "Na América", sobre Helena Modjeska, uma atriz polonesa do século 19, foi um fracasso comercial, e recebeu críticas pelo uso não creditado de fontes, tanto de trabalhos de ficção quanto trabalhos de não-ficção. Ainda assim Sontag conquistou com ele o National Book Award.

Entre outras obras, Sontag também criou os filmes "Duet of Cannibals" e "Brother Carl", e escreveu uma peça, "Alice in Bed", com base na vida de Alice James, a adoentada irmã de Henry e William James. Sontag fez uma ponta, como ela mesma, em "Zelig", o falso documentário dirigido por Woody Allen.

Em 1999, escreveu um ensaio para "Women", compilação de retratos da fotógrafa Annie Leibovitz, sua companheira por muitos anos. Sontag não era adepta da fala ponderada. Escrevendo sobre a Guerra do Vietnã, ela afirmou que "a raça branca é o câncer da história humana".
Poucos dias depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro, ela criticou a política externa dos Estados Unidos e fez elogios aos terroristas.

"Onde está o reconhecimento de que não se tratava de um ataque "covarde" à "civilização", "liberdade", "humanidade" ou ao "mundo livre", mas de um ataque à única superpotência mundial, empreendido como conseqüência de alianças e ações específicas dos Estados Unidos?", escreveu ela na revista "New Yorker". "Quanto à questão da coragem (uma virtude moralmente neutra), diga-se o que quiser sobre os perpetradores do massacre de terça-feira, eles não eram covardes."

Otto de Oliveira Lara Resende, morreu a 28 de Dezembro de 1992






Otto de Oliveira Lara Resende nasceu no dia 1°. de maio de 1922, numa casa na Rua da Matola, 9, em São João del Rei, Minas Gerais. Seu pai, Antônio de Lara Resende, era professor, gramático e memorialista, além de legítimo representante da Tradicional Família Mineira (TFM). Casado com D. Maria Julieta de Oliveira teve 20 filhos, dos quais Otto era o quarto.

O longevo professor — morreu em 1988, com 94 anos de idade — fundou seu próprio colégio em São João del Rei, o Instituto Padre Machado, que teve como aluno, entre outros, o futuro escritor João Guimarães Rosa. O Instituto foi transferido para Belo Horizonte quando a família para lá se mudou, em 1938. Tempos depois, foi entregue ao controle dos padres barnabitas.

Foi em 1938, através de Benone Guimarães, um dos professores do colégio, que Otto fez contato com alguns autores cujos livros o acompanharam por toda sua vida. No colégio estreou como jornalista, tendo desempenhado as funções de "gerente", eleito por voto secreto, do jornalzinho feito pelos alunos.

O professor Benone dirigia o jornal, orientava os colaboradores e exercia as funções de copidesque, pois não permitia de forma alguma a publicação de algo que julgasse impróprio. Com ele, tiveram início as agruras de Otto Lara na imprensa. Não se vendo nos textos publicados, após terem sido alterados pelo rígido professor, o autor chegou a inventar um pseudônimo, que mais era um trocadilho do que qualquer outra coisa:
Oh Tu!
Foi através do professor e orientador que teve contato com o Boletim de Ariel, a revista literária dos anos 30, e com a obra de Agripino Grieco, do qual se tornou admirador.

Segundo Otto, foi aí que resolveu ser escritor. "Eu estava convencido de que tinha vindo ao mundo para escrever, para lutar com as palavras, por mais vã que fosse essa luta".

Também por influência de Benone, tornou-se um leitor voraz de Machado de Assis. "A descoberta de Machado de Assis, de sua visão cética, amarga, de sua ironia, de seu sense of humour, desvendou um mundo para mim. Aos catorze, quinze anos, eu talvez fosse mais amargo e mais pessimista do que Machado...".

Nessa época, para deslumbramento do jovem escritor, Alceu Amoroso Lima, ou Tristão de Athayde, famoso autor e pensador católico, vai até São João del Rei para proferir uma conferência no Centro Dom Vital, organização de direita católica da qual seu pai fazia parte, e faz uma visita à sua casa. Vê-lo de perto, engalanado com seu fardão da Academia Brasileira de Letras, levou Ottoa constatar que é possível ter duas caras: "Uma convencional, acadêmica e fardada; outra, jovial, humana e simpática".

Seguindo os passos de seu pai, aos 14 anos o biografado já era professor de Francês, que aprendeu por conta própria.

Vale lembrar que, com a Revolução de 30, Minas assumiu o poder cultural do país. Getúlio Vargas nomeou Gustavo Capanema para dirigir sua política educacional e cultural, colocando-o à frente do Ministério da Educação e Saúde Pública. Com carta branca do governo, o Ministro fez sua própria revolução no empoeirado meio cultural da época. Cercou-se de mineiros, nomeando Carlos Drummond de Andrade como seu chefe de gabinete. Tido como comunista, o poeta não era muito benquisto pela nata da sociedade conservadora, incluindo-se aí os velhos mandarins dos círculos literários oficiais e os representantes da direita católica. Outro mineiro levado por Capanema ao Ministério foi o escritor e jornalista Rodrigo Melo Franco de Andrade, que foi o criador, em 1937, do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico, hoje Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. Ajudou-o nessa tarefa o escritor paulista Mário de Andrade, que se tornou uma espécie de mentor e orientador intelectual do grupo de jovens mineiros de que Otto fazia parte.

Em 1938 Otto, no esplendor de seus 16 anos, muda-se com a família para Belo Horizonte, onde morou por sete anos.

"Na carreira literária a glória está no começo. O restante da vida é aprendizado intensivo para o anonimato, o olvido", disse Paulo Mendes Campos, que já era conhecido do biografado desde os tempos de São João del Rei. Numa Belo Horizonte pequena, com menos de 200.000 habitantes, cuja população era oriunda de outras cidades mineiras que para lá — como a família Lara Resende — havia se mudado em busca de novas oportunidades, o biografado inicia sua carreira literária.

Naquela época, o poema "No meio do caminho", de Drummond, ainda provocava escândalo. A Tradicional Família Mineira (TFM) e a Igreja, esta representada pelo poderoso arcebispo dom Antônio dos Santos Cabral, exerciam forte patrulha sobre a população.

Otto, que havia nascido com vocação para a galhofa, era um jovem esperto e aplicado. Lecionava Português e Francês no Instituto Padre Machado, do qual era um dos herdeiros, o que levava a crer que seguiria a carreira de professor.

Conhece Fernando Sabino e juntos aderem à causa do escotismo, face ao incentivo da respeitada educadora Helena Antipoff. Nascida na Rússia, a fundadora dos institutos Pestalozzi, após algum tempo no Rio de Janeiro mudou-se para Minas, em 1920, e acabou por transformar-se em uma autêntica mineira.

Freqüenta, com Paulo Mendes Campos, velho conhecido, o curso de inglês. Juntou-se ao grupo Hélio Pellegrino, futuro psicanalista de renome. Os quatro, amigos por toda a vida, formaram o mais célebre quarteto que o Brasil já conheceu. Nas palavras de Otto, os "adolescentes definitivos". Amantes ardorosos da literatura, eram também portadores de feroz sentimento antifascista.

Passando do campo das idéias para o campo das ações, Otto e Hélio, com o suporte financeiro de alguns políticos, entre eles Afrânio de Melo Franco, publicam e distribuem clandestinamente o jornal "Liberdade", contra o Estado Novo. Além de Wilson Figueiredo, outros jovens se juntaram à dupla, cabendo citar Sábato Magaldi, Autran Dourado e João Etiene Filho. Este último teve grande influência na formação intelectual dos "Quatro Mineiros".

Além de professor, a partir de 1939 o autor aceita um convite para trabalhar no Serviço do Imposto Territorial da Secretaria de Finanças de Minas. "Sempre fui funcionário, que fatalidade" — diria ele anos depois. Dessa época vem a amizade com o jornalista Carlos Castello Branco, o "Castellinho", vindo do Piauí para estudar Direito na capital mineira e que trabalhava no jornal "Estado de Minas".

Aos dezoito anos, começa a trabalhar como jornalista no periódico "O Diário", de Belo Horizonte, ao mesmo tempo em que é professor, funcionário público e estudante de Direito. Sua estréia na imprensa, em 1940, se dá com o artigo "Panelinhas literárias". Dai por diante nunca mais deixou de ser jornalista, tendo chegado a editar o suplemento literário do "Diário de Minas". No Rio, anos depois, trabalhou no "Diário de Notícias", "O Globo", "Diário Carioca", "Correio da Manhã", "Última Hora", "Manchete", "Jornal do Brasil" e "TV Globo". Morreu como cronista do jornal "Folha de São Paulo".

O biografado dizia ter tido sorte de ter virado jornalista num momento em que as mudanças começavam a acontecer na "lerda e acolhedora" capital mineira. Já com Gustavo Capanema à frente do Ministério da Educação e Saúde Pública, outro mineiro se sobressai no âmbito regional: Juscelino Kubitschek de Oliveira, nomeado prefeito de Belo Horizonte pelo interventor Benedito Valadares. Com menos de 40 anos, Juscelino era o único alvo visível quando se queria atingir o Estado Novo, e assim "Os quatro mineiros" agiram. Surpreendidos com a visita do prefeito à mesa onde, entre cafezinhos, discutiam sobre política e literatura, na leiteria "Nova Celeste", fizeram questão de demonstrar a Juscelino não era bem-vindo. Hélio Pellegrino, em especial, aproveitou a oportunidade para um ajuste de contas com o Estado Novo. Juscelino ouviu, com tranqüilidade, o inflamado Hélio e, vendo que ali não teria espaço para expor suas idéias, levantou-se de repente dizendo: "Entrego os pontos", e foi-se embora.

Entre outras realizações, Juscelino promoveu uma espécie de feira cultural — conhecida como "semaninha" — que pretendia ser um reprodução, em tamanho menor, da Semana de Arte Moderna de 1922. Nela, Otto e amigos tiveram oportunidade de conhecer Oswald de Andrade. Mário já mantinha, nessa época, correspondência com Fernando Sabino, tendo conhecido, depois, os outros membros do grupo.

Em 1945, já formado em Direito, Otto muda-se para o Rio de Janeiro, onde já moravam seus amigos Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos. Vai trabalhar como repórter no "Diário de Notícias". Ao mesmo tempo, permanecia em seu emprego público, tendo em vista que, não se sabe como, havia conseguido a transferência de sua matrícula para o Rio. Depois de servir em diversas secretarias, é nomeado, em 1960, procurador do Estado da Guanabara.

Otto tinha o talento de colecionar e cultivar amizades. Além dos velhos amigos mineiros de infância, logo conquistou Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Rubem Braga, João Cabral de Melo Neto, Carlos Lacerda, Samuel Wainer e muitos outros mais.

Em 1946, começa a namorar Helena, filha de Israel e neta do ex-governador de Minas, João Pinheiro. Casa-se em 1948, na Igreja do Mosteiro de São Bento, no Rio. Ficaram casados por 44 anos e tiveram quatro filhos: André, Bruno, Cristiana e Heleninha.

Considerava-se "casadíssimo" e não se cansava nem se envergonhava de alardear seu amor pela família. "Como pai, me considero, modéstia à parte, uma mãe exemplar", dizia ele. Levava os filhos à missa dominical, cortava-lhes as unhas, acompanhava o andamento de seus estudos na escola.

Helena leu, antes dos amigos, seus primeiros trabalhos literários. Seu primeiro livro de contos, "Lado Humano", é lançado em 1952 pela "Editora A Noite".

Cinco anos depois, em 1957, a "Editora José Olympio" publica seu segundo livro de contos, "Boca do Inferno". Consta que, logo após seu lançamento, o autor saiu, de livraria em livraria, recolhendo os exemplares, insatisfeito com sua publicação. Se ele ficou insatisfeito, seu pai ficou mais ainda. Em carta, deu um puxão de orelhas no filho, embora já estivesse com 35 anos. Outra reclamação veio de Heráclito Sobral Pinto, militante católico.

Trabalhava na revista "Manchete" nessa ocasião, já há três anos, tendo iniciado como redator-chefe e depois como diretor. Otto cativou Adolpho Bloch, dono da publicação, com sua conversa e, segunda consta, teria Adolpho proposto a ele que construíssem um mausoléu comum, para que ele pudesse continuar ouvindo as histórias do biografado pela eternidade afora. A revista, nas mãos de Otto, melhorou. Levou para lá o artista plástico mineiro Amílcar de Castro, para cuidar da parte gráfica, e colaboravam Rubem Braga, Lúcio Rangel, Flávio de Aquino, Darwin Brandão e Irineu Guimarães, entre outros.

Alegando estar à beira da estafa, e ainda sob o impacto do lançamento do livro "Boca do Inferno", se demite da "Manchete" e parte com a família para a Bélgica, onde vai exercer as funções de adido cultural brasileiro junto à Embaixada em Bruxelas. Com isso, não teve o desprazer de ver o fim do escândalo: segundo Autran Dourado, a porta do apartamento de Otto aparece coberta de fezes, obra, talvez, da "filial" carioca da TFM.

Terminado, em 1960, o mandato de Juscelino, o escritor, contra a vontade, volta ao Brasil. Sua mulher, Helena, o convence a cancelar contrato já assinado com a UNESCO e a retornar ao Rio de Janeiro. Cheio de dúvidas quanto a seu futuro e a profissão que iria exercer, sente-se completamente perdido. Disse: "Caí em depressão. Fui para a Procuradoria como advogado substituto". O destino acaba levando-o para o Banco Mineiro da Produção, onde exerceu, por curto período, o cargo de diretor, nomeado pelo amigo Magalhães Pinto, à época governador de Minas Gerais.

José Aparecido de Oliveira, secretário de imprensa do recém empossado Presidente Jânio Quadros, convence-o a fazer do escritor um membro de sua equipe. Mesmo contra sua vontade foi nomeado, à revelia, coordenador da Assessoria Técnica da Presidência.  Não chegou a tomar posse, pois logo Jânio renunciou.

Os dias tumultuados que se seguiram fizeram com que Otto fosse chamado pelo amigo Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais, para redigir uma declaração que esclarecesse a posição do governador em relação à posse do vice-presidente João Goulart, o Jango. Consta desse documento uma pérola de exemplo da posição "em cima do muro" escrita por Otto: "Minas está onde sempre esteve".

Anos depois, Otto declarou ser, à época, a favor da posse de Jango, tanto que, nada tendo contra ele, a pedido do amigo Jorge Serpa, havia montado uma entrevista (as perguntas e respostas) publicada pela revista "Manchete" pouco antes da deposição do presidente pelos militares. Carvalho Pinto, ministro da Fazenda, não concordou com as declarações de Jango (que na verdade eram de Otto) e demitiu-se.

Seria chamado novamente, em 1964, pelo governador mineiro, para escrever uma carta a João Goulart alertando-o dos riscos da agitação no campo. Dias depois, no Rio, sem saber de nada, João Pinheiro Neto, ministro de Jango, solicita a Otto o favor de escrever uma carta em resposta àquela que Jango havia recebido do governador de Minas Gerais.

Assume a função de editorialista do Jornal do Brasil. Funda, com Rubem Braga e Fernando Sabino, entre outros amigos, a Editora do Autor. Por ela são publicados "O retrato na gaveta" (1962), "O braço direito" (1963). Em 1964 escreveu "A cilada", um conto sobre a avareza no livro "Os sete pecados capitais", publicado pela Civilização Brasileira, em companhia de Guimarães Rosa (soberba), Carlos Heitor Cony (luxúria), Mário Donato (ira), Guilherme Figueiredo (gula), José Condé (inveja) e Lygia Fagundes Telles (preguiça).

Disse Nelson Rodrigues: "A grande obra de Otto Lara Resende é a conversa. Deviam pôr um taquígrafo atrás dele e vender suas anotações em uma loja de frases". O relacionamento dos dois merece um capítulo especial. Conheceram-se na redação de "O Globo" e a todos espantava o fato de terem se tornado amigos, pois eram pessoas completamente diferentes. Nelson tinha uma vida sentimental tumultuada, enquanto Otto era o exemplo do bom cristão, voltado para a família, um intelectual cuja literatura mesclava prazer, dever e até tortura. Um escritor medido, perfeccionista. Nelson era um vulcão. Escrevia aos borbotões, sem que aparentemente houvesse por trás um projeto literário ou um método.

Nelson adorava pôr amigos (e inimigos também) como personagens em suas peças, crônicas e romances. Aproveitava a oportunidade que seus livros lhe davam para pôr casualmente na boca de personagens, inventados ou não, o que gostaria de dizer por própria conta.

Otto tornou-se um dos personagens da predileção do dramaturgo. Citado em "Asfalto selvagem" (que tem como subtítulo "Engraçadinha, seus amores e seus pecados") e em crônicas, culminou por ser "homenageado" e ter uma peça com seu nome: "Bonitinha mas ordinária ou Otto Lara Resende". O biografado, para sua surpresa e desgosto, figurou escandalosamente em cartazes e no letreiro do Teatro Maison de France, no Rio de Janeiro, em 1962, quando a peça estreou e ficou em cartaz por cinco meses. O nome do escritor é citado 47 vezes pelos atores.

O homenageado detestou a brincadeira. Em represália, não foi assistir ao espetáculo. Com o tempo, o caso foi esquecido e os dois continuaram bons amigos até o fim.

Em 1967, estréia seu programa "O pequeno mundo de Otto Lara Resende" na "TV Globo". Uma participação diária de 60 segundos, onde falaria sobre os acontecimento do dia. Sua maior dificuldade foi a de adaptar-se ao tempo disponível, já que adorava falar pelos cotovelos.

Ainda naquele ano, Otto despede-se temporariamente do "Jornal do Brasil" e da "TV Globo" e muda-se com a família para Portugal, onde residiria por dois anos, exercendo as funções de adido cultural junto à nossa Embaixada naquele país, em pleno governo Costa e Silva. Lá nasceu sua filha mais nova, Heleninha, a temporã que deixou o escritor, então com 45 anos, deslumbrado. Dizia que ter filhos após os 40 era uma beleza. "Consegui ser avô de minha filha e pai de minha neta, eliminando a intermediação antipática do genro".

Quando retornou ao Brasil, em 1969, não trazia consigo nenhuma crise profissional. Só a alegria de um pai extemporâneo. Voltou a trabalhar no "Jornal do Brasil", agora como diretor. Foi de extrema importância sua atuação junto à autoridades que detinham o poder, pois era obrigado a lidar com a censura, atos institucionais, desmandos e tudo o mais que compunham o ambiente da época.

Saiu do "Jornal do Brasil" em 1974 e, logo depois ingressou nas organizações "Globo".

Em 1975, publica o livro de contos "As pompas do mundo".

Em 03 de julho de 1979 é eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Toma posse em 02 de outubro do mesmo ano, na cadeira 39, vaga com a morte de Elmano Cardim, em solenidade concorridíssima onde estiveram presentes — fato inédito — seus pais. Apesar de não ter sido um acadêmico exemplar, pois comparecia muito pouco às reuniões, segundo colegas, Ottolevou um pouco de graça e brilho à vetusta Academia Brasileira de Letras.

Após ter trabalhado por dez anos nas organizações "Globo" (1974/1984), foi demitido sem saber porquê. A verdade é que tal fato o deixou abaladíssimo. Durante seis anos remoeu essa mágoa e, em 1991, voltou a brilhar em nova fase profissional, quando foi contratado pelo jornal "Folha de São Paulo" como colunista.

Seu retorno põe fim a um período difícil em sua vida. Angustiado, queixava-se da falta de dinheiro e dizia não estar satisfeito com a vida que viveu até então. Deixou a barba crescer, começou a beber além de seu normal e, profundamente deprimido, chegou a se trancar em seu escritório e não participar da passagem de ano com sua família.

Em maio de 1985, um grupo de amigos liderados por José Aparecido de Oliveira, então governador de Brasília, movimentou-se para tirar o escritor da reclusão em que se encontrava, mediante sua nomeação para o cargo de Ministro da Cultura do governo José Sarney. Tudo parecia acertado. Sarney ligou paraOtto e formulou o convite. Ele não disse nem que sim e nem que não. Viajou para Petrópolis e depois para Tiradentes (MG) e nunca mais tocou no assunto.

Como se não bastasse, no início de 1989, Otto atropelou uma criança na movimentada Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, quando voltava de sua casa de veraneio, em Petrópolis. O escritor prestou-lhe imediato socorro, mas o menino morreu. Ficou comprovado que não teve nenhuma culpa no infausto acontecimento. Em novembro do mesmo ano, seu apartamento foi assaltado e os ladrões levaram tudo o que existia de valor na casa.

Seu velho conhecido, o jornalista Janio de Freitas, vem de São Paulo com a tarefa de convidar Otto a participar do grupo de articulistas do jornal "Folha de São Paulo". Apesar da má vontade externada pelo escritor em aceitar, Janio sentiu que com um pouco de insistência o acordo seria fechado. Veio, então, ao Rio, o editor-executivo da Folha, Matinas Suzuki Jr., para fechar o negócio. A proposta era um desafio: escrever crônicas em seis dias da semana, com não mais de 30 linhas datilografadas. Tudo acertado, o primeiro artigo, publicado no dia 1° de Maio, quando completava 69 anos, intitulava-se "Bom dia para nascer". Ou renascer, como diriam alguns.

A coluna, como não poderia deixar de ser, teve grande aceitação e o número de leitores — e em especial, de leitoras — cresceu sensivelmente. Logo estaria entre os três colunistas mais lidos do jornal. O sucesso, como era da personalidade de Otto, lhe trouxe felicidade e tormento. Apesar de suabibliofobia crônica, publicou mais um livro, "O elo partido e outras histórias". Escreveu quase 600 crônicas no período em que lá esteve, de Maio de 1991 a novembro de 1992.

Deixa o jornalismo aos 70 anos e, logo em seguida, a vida. Internado para uma operação sem importância, falece inesperadamente aos 28 de dezembro de 1992, segundo os médicos de "embolia pulmonar" mas, segundo a família, de infecção hospitalar.

Em 1992, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro homenageou o escritor dando seu nome para uma pracinha no bairro do Jardim Botânico.

O acadêmico Josué Montello, em fala ressaltando as qualidades do amigo falecido, citou os dois versos em que Afrânio Peixoto resumia sua própria biografia: "Estudou e escreveu./Nada mais lhe aconteceu".

Nos tempos de juventude, numa brincadeira, Fernando Sabino fez a seguinte quadrinha para adornar a lápide de Otto:

Aqui jaz Otto Lara Resende
mineiro ilustre, mancebo guapo.
Deixou saudades, isso se entende:
Passou cem anos batendo papo.

Daniela Perez Gazolla, morreu a 28 de Dezembro de 1992



Daniela Perez Gazolla (Rio de Janeiro, 11 de agosto de 1970 — Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1992) foi uma atriz brasileira, filha da autora de telenovelasGlória Perez.

Daniela tinha 22 anos quando foi assassinada pelo ator Guilherme de Pádua e por sua mulher Paula Nogueira Thomaz, que a emboscaram e mataram com 18 golpes de tesoura.

Causou muita indignação à população brasileira o fato do casal de assassinos, poucas horas depois de atirar o corpo de Daniela num matagal, ter ido abraçar e prestar solidariedade à família dela, chegando à delegacia no próprio carro onde começaram a apunhalar Daniela.

Julgados e condenados por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, os dois cumpriram apenas sete dos 19 anos a que foram condenados.

A indignação popular que se seguiu a esse episódio resultou na alteração da legislação penal, graças aos esforços da mãe de Daniela, Glória Perez, que encabeçou uma campanha de assinaturas e conseguiu fazer passar a primeira iniciativa popular de projeto de lei a se tornar lei efetiva na história do Brasil.

Ainda que a mudança da lei não tenha atingido os assassinos de Daniela, a partir daí o homicídio qualificado passou a ser punido com mais rigor. Sua personagem saiu da trama com uma viagem de estudos ao exterior, o personagem de Guilherme de Pádua (Bira) deixou de existir.

BOLERO-RAVEL

Maurice Ravel, morreu a 28 de Dezembro de 1937

Maurice Ravel
(Compositor francês)
7-3-1875, Ciboure 
28-12-1937, Paris






Filho de um francês e de uma basca, Ravel uniu em sua obra a elegância francesa das formas a uma fantasia transbordante e a um colorido que recordam a música popular espanhola. Esta influência espanhola está presente especialmente em sua obra Rapsódia Espanhola (1907), na ópera breve A Hora Espanhola (1911) e em sua composição mais conhecida, Bolero (1928). Juntamente com o amigo Claude Debussy, Ravel é considerado um dos principais representantes do impressionismo francês, embora também tivesse uma forte tendência construtiva no que se refere às formas, o que resultou na máxima simplificação de suas obras na maturidade. Nos anos 20, assimilou elementos de música moderna, como blues e jazz, e tornou-se, junto a George Gershwin, um dos mais ousados compositores modernos. Além do balé Dafne e Cloé (1912), compôs numerosas obras para piano, entre elas Gaspard de la Nuit (1908), Ma Mère l'Oye (1910, para piano a quatro mãos, orquestrada em 1911), Le Tombeau de Couperin (1917) e o Concerto para Piano em Ré para Mão Esquerda (1931), que compôs especialmente para o pianista P. Wittgenstein, que perdera o braço direito. Ravel foi um magnífico orquestrador e realizou ainda, em 1922, a conhecida orquestração da suíte para piano Quadros de uma Exposição de Modest Mussorgski.

Wanessa Camargo - Louca

Wanessa Godói Camargo Buaiz, nasceu na 28 de Dezembro de 1982



Wanessa Godói Camargo Buaiz (Goiânia, 28 de Dezembro de 1982), mais conhecida como Wanessa Camargo ou simplesmente Wanessa, é uma cantora de música pop brasileira. Também é compositora, atriz formada (possui DRT), bailarina, instrumentista e empresária. É filha do cantor Zezé di Camargo e esposa do empresário capixaba Marcus Buaiz.

Em 2009, deixou de usar o sobrenome do pai, Camargo, no meio artístico, deixando seu nome artístico apenas como Wanessa.

Com uma voz potente e grave, Wanessa atinge uma nota de 3,2 oitavas e consegue em determinadas músicas uma extensão vocal de até 18 segundos.

Linus Benedict Torvalds, nasceu a 28 de Dezembro de 1969

Linus Benedict Torvalds



Linus Benedict Torvalds (Helsinque, 28 de Dezembro de 1969) é o criador do Linux, núcleo do sistema operacional GNU/Linux. O núcleo Linux foi inicialmente desenvolvido por Linus Torvalds numa tentativa de criar um sistema operacional similar ao Unix que rodava em processadores Intel 80386. O projeto foi lançado em 1991 em uma famosa mensagem para a Usenet em que ele divulgou que estava disposto a disponibilizar o código-fonte e contar com a colaboração de outros programadores. Desde os primeiros dias, ele recebeu ajuda de hackers do Minix, e hoje recebe contribuições de milhares de programadores dos mais diversos locais do mundo.