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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Socialistas defendem tratamento de choque Carta enviada a José Sócrates

Socialistas defendem tratamento de choque 
Carta enviada a José Sócrates
 
A nova tendência socialista, que em dezembro anunciou concorrer à liderança do partido e apresentou um manifesto, defende um'tratamento de choque', para credibilizar a política, numa carta aberta enviada ao secretário-geral do PS, José Sócrates.
Na missiva, a tendência, cujo primeiro subscritor é Cândido Ferreira, médico e antigo presidente da Federação Distrital de Leiria, considera que 'só um tratamento de choque poderá reconquistar a credibilidade da classe política, relançar a esperança nos portugueses e libertar qualquer primeiro-ministro de pressões espúrias',  'Como sinal dessa mudança, transparente se torna pôr fim ao ingresso de governantes em empresas com que negociaram, ás acumulações na administração e ao escândalo das reformas douradas, enquanto se cortam abonos de família', lê-se na carta aberta.
No documento, que pede ao secretário geral a sua divulgação a todos os militantes, o grupo de socialistas afirma-se convicto de que, 'face ao descrer profundo dos portugueses', se deve 'regressar ao espírito de abril, quando a classe política ainda não engordava à custa dos contribuintes e os portugueses acreditavam que o PS era uma importante ferramenta, ao serviço de Portugal',
'Em nossa opinião, a crise que o nosso país atravessa é, sobretudo, uma crise de valores e, como outros políticos não existem, é sobretudo a nossa pràtica que tem de mudar', sustenta a carta aberta, que reitera a necessidade de 'medidas dràsticas, que a esmagadora maioria dos portugueses hà muito exige', como a redução do número de deputados ou a extinção dos governos civis.

in "Primeiro de Janeiro"

Zsa Zsa Gabor vai sofrer amputacao parcial de perna

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A 3 de Janeiro de 1984 - Mortífero acidente numa fábrica de produtos químicos em Bhopal, na Índia






Na noite de 2 para 3 de Dezembro de 1984, na fábrica da Union Carbide em Bhopal, na Índia, entrou, inadvertidamente, água num tanque contendo 40 toneladas de MIC, tendo ocasionado uma ascensão rápida da pressão e da temperatura. O calor gerado pela reacção, pela presença de concentrações mais altas do que a normais do clorofórmio e pela presença de um catalisador do ferro produzido pela corrosão da parede inoxidável do tanque de aço, deu origem a uma reacção de tal modo elevada que os gazes não puderam ser contidos pelos sistemas de segurança. Como consequência, o MIC e outros produtos da reacção escaparam-se para as Áreas vizinhas. Estima-se que neste acidente tenham morrido 3 000 pessoas, muitas delas na sua própria cama ou a caminho do hospital, e ficado feridas entre 200 000 a 600 000. A fábrica foi fechada após o acidente.

A 3 de Janeiro de 1967 - Primeiro transplante, com êxito, de um coração humano






Na cidade sul africana do Cabo, o cirurgião Christian Barnard e a sua equipa realizam, com êxito, o primeiro transplante de um coração humano. O paciente, Louis Washkansky, sobreviveu 18 dias.

A 3 de Janeiro de 1944 - Nascimento de António Variações, cantor e compositor português




A 3 de Dezembro de 1944, nasce, em Pilar (Amares), o cantor e compositor António Joaquim Rodrigues Ribeiro, mais conhecido por António Variações. Intérprete com uma voz e expressão corporal inconfundíveis ficou especialmente conhecido pela sua composição É p'ra amanhã..., de 1983. A sua obra discográfica continuou a influenciar a música portuguesa nas décadas posteriores.
A morte de António Variações, apenas com 39 anos de idade, produziu um profundo pesar entre alguns dos maiores intérpretes musicais portugueses: Amália Rodrigues afirmou que este artista deixara «um triste vazio na música portuguesa», Luís Represas referiu que «num país com uma produção musical relativamente pequena, é uma grande perda a morte de um músico que, acima de tudo, foi honesto e franco ma linha musical que escolheu» e Lena d'Água salientou que «atrás de um artista muito louco [...] existia um coração grande e puro como o coração de uma criança».
Fonte: Diário de Lisboa n.º 21483 de 15-06-1984, 64º ano de publicação, p. 7

A 3 de Janeiro de 1930 - Nascimento de Jean-Luc Godard, cineasta francês




A 3 de Dezembro de 1930, nasce, em Paris, o cineasta francês Jean-Luc Godard. Procurou, na segunda metade do século XX, inovar a estética cinematográfica, produzindo filmes vanguardistas e polémicos - foi, por exemplo, o primeiro realizador a filmar com a câmara na mão e o seu filme Je vous salue Marie, de 1984, abalou, pela sua irreverência, os valores do cristianismo. As narrativas fílmicas de Godard são indissociáveis de qualquer debate sobre estética contemporânea.

Roberto Roney , morreu a 3 de Janeiro de 2010




Roberto Roney (13 de janeiro de 1939 — Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 2010) foi humorista brasileiro.
Roney estreou na extinta TV Tupi, em 1963, e participou de vários programas humorísticos. Seu papel mais conhecido na televisão foi na "Escolinha do Professor Raimundo", onde interpretava o personagem Simplício Carneiro.
O último trabalho do ator na televisão foi em 2005 na novela "A lua me disse", da Rede Globo, onde interpretou Everaldo.

Fernando José Francisco, morreu a 3 de Janeiro de 2008


Fernando José Francisco iniciou o seu percurso expositivo nas primeiras Exposições Gerais de Artes Plásticas, de 1947, 1948 e 1949 e participou, em seguida, nas duas primeiras de "Os Surrealistas", o grupo surrealista "dissidente", realizadas em 1949 e 1950.

Da sua vida, pouco se sabe, além de que nasceu em Lisboa a 23 de Fevereiro de 1922, frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, entre 1934 e 1939, participou nas sessões do Jardim Universitário de Belas Artes (JUBA) e nas reuniões do Café Herminius, da Avenida Almirante Reis, e colaborou no suplemento "Arte" do jornal ”A Tarde”, do Porto.

Abandonou a pintura por amor a uma mulher, com quem passaria o resto da vida, vendendo ocasionalmente algumas obras "para não morrer de fome", segundo Perfecto E. Cuadrado, autor de uma Antologia da Poesia Surrealista Portuguesa intitulada "A Única Real Tradição Viva", publicada pela Assírio & Alvim em 1998.

Dele disse o poeta e pintor Mário Cesariny, um dos fundadores de "Os Surrealistas", falecido a 26 de Novembro de 2006: "Talvez de todos nós o pintor mais dotado e que pouco depois forneceria à pintura surrealista portuguesa o seu terceiro caso de 'emigração', esta total: para dentro, desaparecendo de todo o convívio, e ocultando para sempre, se é que os não destruiu, os seus óleos e desenhos".

Soube-se depois que a maioria desses óleos e desenhos conseguiram sobreviver ao silêncio do autor, embora o paradeiro de alguns deles continue desconhecido e um deles tenha mesmo aparecido em leilão, com uma assinatura heterónima, alheia à vontade do artista.

Após uma ausência de mais de 40 anos dos circuitos artísticos, o pintor apresentou trabalhos seus pela última vez numa exposição colectiva com Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas, outro membro fundador de "Os Surrealistas".

Intitulada "...e o passeio do cadáver esquisito", a mostra foi inaugurada em Novembro de 2006, na Perve Galeria, em Lisboa, reunindo cerca de 90 obras (desenho, pintura, escultura e colagens) criadas entre 1941 e 2006, incluindo novos "cadáveres esquisitos" feitos pelos três artistas plásticos.

Designa-se por "cadáver esquisito" uma técnica de escrita e pintura muito divulgada entre os surrealistas que consistia na elaboração de uma obra por três ou quatro pessoas, num processo em cadeia criativa, em que cada um dava seguimento, em tempo real, à criatividade do anterior, conhecendo apenas uma parte do que aquele fizera.

Carlos Cáceres Monteiro, faleceu a 3 de Janeiro de 2006




Cáceres Monteiro
Jornalista português, Carlos Cáceres Monteiro, nascido a 9 de Agosto de 1948, em Lisboa, e falecido a 3 de Janeiro de 2006, fundou e dirigiu dois dos mais importantes órgãos de comunicação social portugueses, O Jornal e a revista Visão.
Cáceres Monteiro estreou-se como jornalista na revista Flama, seguindo-se passagens pelo Século Ilustrado, A Capital, o Diário de Notícias e o semanário de espectáculos Sete, do qual foi director. Simultaneamente, foi correspondente da revista espanhola Câmbio 16.
Em 1975, juntamente com José Carlos Vasconcelos, fundou o semanário O Jornal, no qual assumiu o cargo de director-adjunto. Em 1993, após a extinção de O Jornal, um grupo de jornalistas deste órgão de comunicação social, entre os quais Cáceres Monteiro, fundou a revista semanal de informação e actualidades Visão. Foi director da revista desde a sua fundação até 2005, altura em que passou a director editorial do grupo Edimpresa, proprietário da Visão.
Durante os anos em que trabalhou e dirigiu estas duas publicações, Cáceres Monteiro foi também repórter de guerra, tendo feito a cobertura de conflitos em Angola, no Cambodja, no Médio Oriente, como a Primeira Guerra do Golfo, e na América Latina.
Foi também analista político nos canais televisivos RTP e SIC Notícias e nas estações de rádio TSF e Antena 1.
Graças a uma série de reportagens sobre a China, em 1985 foi distinguido com o Prémio Gazeta, um dos mais importantes galardões portugueses de jornalismo, atribuído pelo Clube de Jornalistas. Dezasseis anos mais tarde, foi distinguido com o Grande Prémio de Jornalismo 2001, atribuído pelo Clube Português de Imprensa.
Cáceres Monteiro lançou uma série de livros relacionados com a actividade de jornalista, tanto de reportagem como de ficção. Assim, desde 1975, ano em editou Angola, País de Vida ou de Morte, o jornalista lançou Fast Lane, O Mundo em AZERT, China, Contra-revolução Tranquila, Amazónia Proibida, Apogeu e Queda de Bernardo Malaquias, O Enviado Especial, Mistérios da Amazónia - Cadernos de uma Expedição nas Guianas e no Brasil, em parceria com Jacinto Rego de Almeida, e Hotel Babilónia, uma obra de 2004 onde escreveu sobre a sua experiência como repórter e viajante. Paralelamente à carreira de jornalista, Cáceres Monteiro foi também dirigente sindical, já que presidiu ao Sindicato de Jornalistas entre 1977 e 1980. Em 1984 e 1985 foi director-geral da Comunicação Social, um organismo governamental.

José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos, faleceu a 3 de Janeiro de 1955


José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos nasceu em Ponte de Lima, a 23 de Março de 1867 e faleceu nesta vila, a 3 de Janeiro de 1955
. Filho de Tomás Mendes Norton, comerciante e cônsul de Inglaterra em Viana, e de Emília Matos de Prego e Sousa. Frequentou o colégio em Braga e em 1880, foi para a Escola Académica, em Lisboa. Formou-se em Matemática pela Universidade de Coimbra, ingressando, depois na Escola do Exército, cujo curso do Estado Maior tirou com distinção. Em 1898, partiu para a Índia Portuguesa, onde organizou os cadastros das terras. Começou aí a sua carreira na administração colonial, como director dos Serviços de Agrimensura. Acabada a sua comissão, viajou por Macau e pela China em missão diplomática. Voltou a Portugal em 1910, sendo colocado na 2ª Divisão Militar (Viseu). Com a Implantação da Republica, aderiu ao Partido Democrático e foi promovido a major. Foi também iniciado na Maçonaria, na loja Pátria e Liberdade, com o nome simbólico de Danton. Em 1912, tomou posse como Governador-Geral de Angola. A sua actuação na colónia revelou-se extremamente importante, na medida em que impulsionou fortemente o seu desenvolvimento, empreendendo a maior obra administrativa e legislativa aí efectuada. Demitiu-se aquando da Ditadura de Pimenta de Castro e voltou à Metrópole para fazer parte da Junta Revolucionária que repôs a Constituição. Foi depois chamado ao Governo para ocupar o cargo de ministro das Colónias, durante cerca de um mês, em Junho de 1915, para depois ocupar a pasta de ministro da Guerra, durante cerca de dois anos e meio, num período difícil da História do século XX, a Primeira Guerra Mundial. Coube-lhe a responsabilidade de preparar o exército português para o combate. Em 1917, o golpe revolucionário de Sidónio Pais, obrigou-o a exilar-se em Londres, por divergências com o novo governo. Regressou à pátria, em Janeiro de 1919, e foi nomeado delegado de Portugal à Conferência da Paz. No Verão de 1919, voltou a Portugal para ocupar o cargo de deputado por Lisboa. Logo a seguir é feito general e nomeado Alto-comissário da Republica em Angola, onde prosseguiu a sua obra de fomento material, espiritual e moral. Em Junho de 1924, pede a demissão, devido à contestação que as suas medidas estavam a ser alvo, passa, então, a exercer o cargo de Embaixador de Portugal em Londres. Com a Ditadura Militar, é destituído do cargo de Embaixador. Acusado de conspirador, é perseguido pela nova situação política, preso e deportado para os Açores, regressando em 1929, sendo eleito, em Dezembro desse ano, Grão-Mestre o Grande Oriente Lusitano. O seu prestigio como figura da oposição ao Estado Novo foi-se cimentando ao longo dos anos e em 1949, candidata-se às eleições presidenciais desse ano, desistindo na véspera do acto eleitoral, por considerar que as eleições eram uma burla. Já com uma idade avançada, retira-se para a casa de família em Ponte de Lima, onde falece em Janeiro de 1955. 

Luis Carlos Prestes, nasceu a 3 de Janeiro de 1898



Luis Carlos Prestes é um dos maiores símbolos dos ideais da revolução socialista no pais. Mesmo depois de morto, Prestes continua a incomodar os donos do poder.

A historiadora Anita Leocádia Prestes, filha e colaboradora do velho comunista, frisa que é preciso resgatar as características essenciais da vida e da ação do militar que dedicou a existência à causa popular: "Ele foi um patriota, um revolucionário e um comunista", define.

Ressalta, nesse aspecto, perceber um esforço das forças conservadoras para transformar a figura de Prestes em um herói de consumo, desses em que se exalta apenas a coragem pessoal, mas cuja lembrança não inspira qualquer reflexão, pois a essência de suas lutas fica convenientemente omitida

Existe, segundo ela, uma "estratégia da direita mundial para acabar com os mitos revolucionários da esquerda e liquidar com a memória dos heróis, dos revolucionários, daquelas figuras que lutaram por um mundo melhor e por justiça social. Interessa ao neoliberalismo eliminar a força inspiradora destes heróis, para que eles desapareçam da memória das pessoas".

Anita Prestes comenta não apenas a trajetória do pai, mas também a significação do socialismo marxista na era pós-União Soviética: "0 socialismo não acabou. Enquanto houver o capitalismo, a teoria marxista continua basicamente válida."

Analisando a trajetória política do homem que chegou a ser definido como o Cavaleiro da Esperança, a filha e historiadora mostra uma evolução na ação revolucionária dele.

"Em 1921, quando se engajou no tenentismo, sua motivação foi a de um patriota. Ele estava preocupado com a situação do Brasil com a situação do povo, com as injustiças, ainda que de forma confusa, ele queria lutar por um mundo melhor. Foi, pois, como patriota que ele ingressou no movimento tenentista. Nesse processo, e já nas atividades da Coluna entre 1924 e 1926, é que ele se transformou num revolucionário. Mas ainda não era um comunista. É este caminho revolucionário, na Coluna - quando percorre o interior do país e se depara com a terrível miséria do trabalhador brasileiro, o que o choca profundamente, que ele chega à conclusão de que os objetivos do tenentismo não vão resolver a situação do povo brasileiro. Por isso, propõe o encerramento da marcha, segue para o exílio e vai estudar, para conhecer melhor a realidade brasileira e encontrar o caminho. Aí se torna comunista",. resume Anita.

"A partir de 1928 passa por uma revisão ideológica e adere ao marxismo, ao socialismo científico, ao comunismo. Mas vai ser aceito no Partido Comunista do Brasil, como se chamava então, somente em 1934", explica.

Anita aponta a coerência política de Prestes com o testemunho de seu comportamento em relação ao movimento que liquidou a República Velha. "Em 1930, o poder lhe foi oferecido de bandeja. Ele poderia ter sido presidente da República. Seu prestígio era gigantesco, como prova a imprensa da época. Sua recusa foi um gesto que muitos não entendem até hoje. Mas ele viu que, se aceitasse participar, aconteceriam duas coisas: teria que se integrar ao sistema, aderir à politica de Getúlio Vargas e se descaracterizar, ou rebelar-se e ser liquidado, politicamente ou mesmo fisicamente. Não existiam. naquele momento, forças sociais capazes de dar respaldo a um caminho revolucionário. Ele percebeu que o movimento, que viria a se chamar Revolução de 30, não iria resolver os problemas do povo: seria uma solução pela cúpula, via interesses dominantes."

Futuro do socialismo

A historiadora condena os que, desde a dissolução da União Soviética, vêem o socialismo como uma ideologia em crise, deslocada da realidade.

"Eu acho que este pensamento se insere dentro da luta ideológica que citei. Sem dúvida, erros e até crimes muito sérios foram cometidos na construção do socialismo, na União Soviética e em alguns outros países do Leste Europeu. Isto foi bem aproveitado pelo imperialismo, palavra que hoje em dia está fora de moda, mas isso foi bem aproveitado e os agentes do imperialismo souberam utilizar as insatisfações justas que existiam na população desses países, em particular a da URSS. Isto contribuiu para a derrota atual, muito séria. Mas, na minha opinião, isto não invalida os objetivos socialistas".

"O socialismo, desde Karl Marx e Friederich Engels, tornou-se uma ciência deixou de ser uma utopia, mesmo que determinadas sociedades tenham cometido graves erros ao tentar implantá-lo. sendo até derrotadas. Isto, porém, não invalida a teoria. É preciso levar em conta que esse socialismo real, que a URSS viveu, teve uma série de características e condições que dificultaram seu desenvolvimento socialista. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a União Soviética foi o primeiro país a experimentar o socialismo e o fez num grande isolamento: de início, 14 países imperialistas fizeram-lhe guerra e invadiram a Rússia Soviética dos primeiros anos. O país era muito atrasado economicamentee e esse ponto de partida já dificultou muito a edificação socialista. Era um socialismo com problemas muito sérios, não era a utopia da massa que se imaginava, um regime popular que seria vitorioso sobre aqueles países capitalistas mais avançados".

Ela lembra que, duas décadas depois, a Segunda Guerra Mundial iria impor um retrocesso muito grande para a URSS. 'Basta lembrar que o pais perdeu 20 milhões de pessoas, além de prejuízos materiais extensos. Toda a Rússia Européia foi praticamente destruída. Imagine a dificuldade para edificar o socialismo em meio a situações tão devastadoras", aponta.

"É preciso salientar que o socialismo não se constrói na base da miséria, do atraso, da falta de recursos."

"Essas dificuldades todas, eu acho que contribuíram para o revés do socialismo, o que eu vejo, porém, como passageiro. A propaganda da direita mundial procura fazer com que a opinião publica mundial esqueça inteiramente as conquistas reais que existiam no campo socialista e, em particular, na União Soviética."

Anita cita algumas das conquistas sociais do regime soviético: "Nenhum país capitalista, por mais adiantado que seja (mesmo os Estados Unidos), resolveu as questões sociais como o fez a União Soviética. Todo cidadão soviético, ainda que modestamente, tinha casa para morar. Podia-se morar apertado, mas com decência, e ninguém morava nas ruas. Todo mundo tinha um emprego, todo mundo tinha escola grátis para os filhos, ensino completo inteiramente gratuito, assim como também assistência médica, estendida a toda a população, além de férias para todo mundo. Quer dizer, um bem-estar generalizado, embora em níveis modestos, devido exatamente àquelas dificuldades já apontadas, provocadas por uma implantação socialista em meio à hostilidade internacional e à guerra. Mas, mesmo assim, os problemas sociais estavam resolvidos na União Soviética, o que até hoje nenhum país capitalista desenvolvido conseguiu dar à sua população."

Veja o caso de Cuba: "Apesar de todo o bloqueio e das condições naturais modestas, pois é uma ilha pequena, Cuba não tem miseráveis, ninguém passa fome, ninguém passa a situação dos miseráveis dos Estados Unidos, ou da Alemanha, ou daqui mesmo do Brasil, que vivem nessa crise gigantesca", assinala a historiadora. "Eu tenho a profunda certeza de que, se meu pai fosse vivo, manteria a convicção que sempre teve, de que o socialismo é a solução para a humanidade. Isto não quer dizer que o caminho do socialismo vá ser exatamente igual ao que se deu na URSS ou em outros países. Os caminhos serão diversificados. Os próprios erros e as experiências desse socialismo que já existiu vão ajudar outros países, futuramente, se possível, a construir sociedades com menos problemas".

"Sem dúvida uma derrota é uma derrota, é problema muito sério. Eu pessoalmente, acho que os comunistas, em âmbito internacional, nessa segunda metade do século, não conseguiram formular uma estratégia para a revolução socialista pelo menos no Ocidente, de acordo com as novas condições. Não conseguiram fazer com a teoria marxista o que Lênin conseguiu fazer no fim do século passado. Lênin inovou. Diante daquela época de imperialismo, ele inovou diante de uma nova realidade. Acho que, na nossa época isso não aconteceu. Mesmo o Partido Comunista Italiano, o mais importante do Ocidente depois da Segunda Guerra, fez várias tentativas, mas não conseguiu. Aqui na América Latina é ainda mais complicado. Quando não se conhece de forma adequada a realidade, quando não se dispõe de pesquisas suficientes para se ter uma visão mais próxima, a tendência é o mimetismo, é a de copiar. E aqui no Brasil essa sempre foi a tendência: copiar o exemplo do exterior, que vem de uma realidade diferente. E o exemplo da Revolução Soviética foi tão esmagador que a tendência era essa mesma: de copiá-la",. analisa Anita Prestes.

"Quando ocorre uma derrota a tendência é achar que tudo estava errado e perder a orientação. Isto também é humano. O socialismo está num período de crise, sem dúvida. Novos caminhos terão que ser encontrados. Mas o socialismo não acabou. Enquanto houver capitalismo, a teoria marxista basicamente continua válida. O marxismo, porém, não é um dogma. Como dizia Lênin, o marxismo tem que ser estudado, aplicado e desenvolvido. Não se trata de ficar repetindo o que Marx e Lênin disseram. Trata-se de encontrar os caminhos para o socialismo nessa realidade de hoje, que é bastante complexa e diferente, Ievando-se em conta também a especificidade de cada pais. É o que os cubanos estão procurando fazer."'

Divisão e crise

"O meu pai sempre dizia que, a partir da luta dos trabalhadores, é que surgiriam novas lideranças, que se encontrariam novos caminhos para o socialismo, para a construção de novos partidos e organizações capazes de levar adiante a luta. Eu acho que, no panorama brasileiro atual, nenhuma organização partidária é realmente revolucionária com uma proposta de mudanças e avanços. Mas acredito que acabará surgindo."

De acordo com Anita, nosso próprio processo de formação da sociedade brasileira prejudica essa evolução, a partir do movimento popular. A classe dominante brasileira sempre viu triunfarem seus esforços para impedir a organização popular. Isso levou a um crescente desanimo, a uma descrença por parte da população. No século XIX, por exemplo, quantos movimentos populares não foram esmagados? E no nosso século, no período de 1934-35, havia um entusiasmo popular enorme, e logo veio uma derrota. Depois, tivemos outro grande surto de entusiasmo nos anos 60, cortado pelo golpe militar de 1964."

Ela atribui a um fato o pouco avanço social: "Vejo o povo trabalhador altamente desorganizado. Hoje em dia temos, porém uma novidade, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, um movimento de organização elogiável. A própria participação da Igreja Católica é outro fator positivo. Mas, ao longo da história, nossa trajetória é de um movimento popular desorganizado, porque, quando tenta se organizar. vem a repressão."

"A repressão, que houve após 1964, desestruturou e amedrontou as pessoas. Vejo isto na universidade: pessoas muito insatisfeitas, mas descrentes das lideranças, desestimuladas, desinteressadas até para defender seus próprios interesses, as causas as que as afetam diretamente. Assim, é difícil que venham a levantar bandeiras por causas mais amplas."

Anita não julga irremediável esta situação. "Não é uma fatalidade que isto deva permanecer assim. Até mesmo por causa do agravamento da situação social, vai chegar o momento em que haverá uma reação. É neste processo que surgirão novas lideranças, novas formas de organização. Não existe, para o movimento social. uma espécie de receita de bolo. Por enquanto, porém, as forças de esquerda continuam divididas."

A ditadura exerceu um papel muito negativo na formação de lideranças no pais, segundo Anita. "A ditadura impediu que as pessoas pensassem, esterilizou o pensamento. Daí, o que vemos é que nas esquerdas só surgiu o Lula no final dos anos 70. As demais lideranças existentes, como Brizola e Arraes, sao pré-64", afirma.

Anita Prestes lamenta também, que os jovens de hoje sejam as maiores vítimas desse tipo de situação.

"Atualmente, podemos observar na juventude um baixo interesse pela participação política. Existe um clima de desalento, de desencanto mesmo. A politica é vista como sinônimo de safadeza. Cada rapaz e cada moça estão mais interessados em cuidar de sua própria carreira profissional"

Coluna Prestes

Foi um movimento político militar de origem tenentista, que entre 1925 e 1927 se deslocou pelo interior do país pregando reformas políticas e sociais e combatendo o governo do então presidente Arthur Bernardes.

Após a derrota do movimento paulista, em 1924, um grupo de combatentes recua para o interior sob o comando de Miguel Costa. No início de 1925 reúne-se no oeste do Paraná com a coluno do capitão Luís Carlos Prestes, que havia partido do Rio Grande do Sul. Sempre com as forças federais no seu encalço, a coluna de 1 500 homens entra pelo atual Mato Grosso do Sul, atravessa o país até o Maranhão, percorre parte do Nordeste, em seguida retorna a partir de Minas Gerais. Refaz parte do trajeto da ida e cruza a fronteira com a Bolívia, em fevereiro de 1927. Sem jamais ser vencida, a coluna Prestes enfrenta as tropas regulares do Exército ao lado de forças policiais dos Estados e tropas de jagunços, estimulados por promessas oficiais de anistia.

A coluna poucas vezes enfrentou grandes efetivos do governo. Em geral, eram utilizadas táticas de despistamento para confundir as tropas legalistas. Ataques de cangaceiros à Coluno também reforçam o caráter lendário da marcha, mas não há registros desses embates. Nas cidades e nos vilarejos do sertão, os rebeldes promovem comícios e divulgam manifestos contra o regime oligárquico da República Velha e, contra o autoritarismo do governo de Washington Luís, que mantém o país sob estado de sítio desde sua posse, em novembro de 1926. Os homens liderados por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa não conseguem derrubar o governo de Washington Luís. Mas, com a reputação de invencibilidade adquirida na marcha vitoriosa de 25 mil quilômetros, aumentam o prestígio político do tenentismo e reforçam suas críticas às oligarquias. Com o sucesso da marcha, a Coluna Prestes ajuda a abalar ainda mais os alicerces da República Velha e preparar a Revolução de 30. Projeta também a liderança de Luís Carlos Prestes, que, desde sua entrado no Partido Comunista Brasileiro e sua participação na Intentona Comunista de 1935, se torna uma das figuras centrais do cenário político do país nas três décadas seguintes.

August Macke Paintings

August Macke, nasceu em 03 de Janeiro de 1887



August Macke, nasceu em 03 de Janeiro de 1887 em Meschede na Westfália. Seu pai August F. Hermann Macke era engenheiro civil e empreiteiro, sua mãe Maria Florentine, conhecida na época de solteira como Adolph, era empreendedora de um agricultor. Seu pai possuía um forte gosto pelas artes, possuindo um talento invulgar. Após o nascimento de Macke eles se mudaram para uma casa, na colônia de Brüsseler Strasse. Em 1897, Macke ingressou na escola secundária de Kreuz, onde conheceu Hans Thuar. O pai de Thuar possuía uma coleção de Xilografias japonesas, que casaram uma forte impressão em Macke.

Macke mudou-se para Bona no final de 1900, onde ingressou na escola secundária de Bona. Macke conheceu Elisabeth Gerhardt, que se tornaria mais tarde sua futura esposa, a caminho da escola em 1903.

Ainda na escola Macke viu algumas pinturas de Arnold Böcklin no Kunstmuseum de Basileia, onde simbolismo do artista deixara uma marca profunda no jovem sensível. Esta foi uma grande influência no desenvolvimento artístico de Macke, que estava cada vez mais determinado a ser artista. Essa idéia era contraria por seu pai, que na altura da quase pobreza preocupava-se com o futuro do filho e achava que ele deveria levar uma vida normal.

Contudo, os planos de Macke encontraram o apoio de um artesão, Alfred H. Schütte, um industrial pai de um colega, que, além de financiar seus estudo, permitiu a ele submeter seu trabalho à opinião de Paul Clemem, professor de História de Arte em Bona, e de Claus Meyer, pintor e professor na Academia de Düsseldorf. Na realidade Macke nunca teve preocupações financeiras, fato que teve suas repercussões no seu desenvolvimento artístico e nas suas obras.Macke deixou a escola secundária cedo, em outubro de 1904, iniciou os seus estudo na Academia de Düsseldorf, começando por frequentar uma aula elementar regida pelo pintor de história Adolf Maennchen.

Na Academia desenhava-se com a ajuda de moldes, que deixou, tempos depois, de satisfazer Macke. Com isso seu entusiasmo inicial deu lugar a uma atitude mais céptica em relação a Academia. No outono de 1905 ele se inscreve na Faculdade de Arte Aplicada. Dois anos antes o arquiteto Peter Behrens havia sido nomeado reitor da Faculdade e havia reformado o ensino de acordo com as idéias progressistas do movimento das artes e o ofícios britânicos.

Macke gostava de trabalhar com a natureza. Ele era inspirado pelo seu trabalho no Düsseldorfer Schauspielhaus, que tinha a direção de Louise Dumont e Gustav Lindemann desde de 1905. Ele foi apresentado a um círculo de ativistas e de progressistas ligados ao teatro. Todavia, quando lhe ofereceram o lugar de diretor artístico da Associação de Teatro, ele recusou. Embora esse trabalho lhe interessasse, seu desejo de se firmar artista prevaleceu.
As primeira tentativas artística datam de 1902.

Em janeiro de 1904, ele já tinha enchido o seu primeiro caderno de esboços (revelando a influência de Böcklin), mesmo antes de ingressar na Academia de Düsseldorf. Ele era apaixonado pela captação de imagens do cotidiano. Durante sua curta vida ele encheu um total de 78 cadernos, num total de mais de 3 mil páginas, muitas utilizadas ambos os lados.

Os trabalhos simbolistas de Max Klinger e naturalistas de Hans Thoma e Wilhelm Leibl tiveram forte influência sobre Macke no início de sua carreira.

Em 1907 ele visita o Kunsthalle e a Sala das Gravuras onde acontece seu primeiro encontro com o Impressionismo Francês. Em junho, faz sua primeira visita a Paris. Em Outono entra para o atelie de Lovis Corinth, em Berlim. Em 05 de outubro de 1909, após se apresentar ao Serviço Militar, casa-se com Elisabeth Gerhard e tem a sua lua-de-mel em Paris. No final de Outubro, o casal muda-se para Tegernsee.

Em 13 de abril de 1910 nasce seu filho Walter, e em novembro retornam a Bona. Em fevereiro de 1911, muda-se para um novo estúdio nº 88 (hoje 96), da Bornheimer Strasse. No final do verão conhece Paul Klee, depoi de visitar a Suíça. Exibe 3 quadros na primeira exposição do Blaue Reiter na Galeria Thannhauser, em Munique.

Na Primavera de 1912 viaja para Holanda. Exibe mais 16 desenhos na segunda exposição do Blaue Reiter. No final de setembro, viaja para Paris com Franz Marc e visita Robert Delaunay. Em outubro vê pinturas futuristas no Kunstsalon Feldmann, em Colónia.

Em 08 de fevereiro de 1913 nasce seu segundo filho, Wolfgang. Em março visita a exposição de Delaunay, em Colónia. Em outubro, instala-se em Hilterfingen, no Lago de Thun, na Suíça.
No início de abril de 1914, ele viaja para Marselha, via Thun e Berna. A 06 de abril faz a travessia de Marselha para Tunes na companhia de Klee e Moilliet. A 22 de abril, regressa com Moilliet a Hilterfingen, via Palermo e Roma. No início de junho, regressa a Bona.

Em 08 de agosto é chamado para o serviço militar e em 26 de setembro, August Macke é morto em combate.

Luiz José de Mattos Chaves Lavrador nasceu a 3 de Janeiro de 1860


Luiz José de Mattos Chaves Lavrador
nasceu na Cidade de Chaves, Província de Trás-os-Montes, Portugal, a 3 de Janeiro de 1860; filho de José Lavrador, espanhol e de D. Casemira Julia de Mattos Chaves.
Aos 13 anos, em 1873, partiu para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro, onde o esperava o seu irmão Victorino de Mattos Lavrador.
Cedo se tornou independente e adquiriu considerável fortuna.
Luíz de Mattos era dotado de uma inteligência incomum, tudo assimilava com incrível facilidade, prestimoso, pontualissimo, activo e trabalhador, considerado nas suas relações sociais humanitárias e politicas, com muita facilidade se tornou um dos fazendeiros mais conceituados e de irresistível pretígio. Fundador de alguns Serviços humanitários, benemérito, por indole, foi ainda jovem incluído no número dos grandes benfeitores. Grande abolicionista, empreendedor, um criador, um reformador e amigo de grandes escritores da epoca.
Dizia-se naquele tempo que depois que descobriu a Verdade passou a explanar a Doutrina de Cristo,” compreendeu e se convenceu de que Pátria apenas uma existia – O UNIVERSO – e que a seleção de povos e raças era, como continua a ser, uma conseqüência da ignorância em que viviam, e vivem ainda, todos os povos do planeta Terra.”
Luíz de Mattos foi um homem de uma cultura exemplar, possuia uma biblioteca riquíssima, um excelente pai, dedicado à Família e a sua Patria. De personalidade e de caracter austero, mas de uma bondade sem limites, metódico e disciplinado. Não tinha religião, mas analisou as diversas religiões e através dos tempos.
A tudo se dedicou e estudou, até de medicina se interessou e no inicio de seus estudos espirituais, Luiz de Mattos, que abominava o Espiritismo, até nesta area se inteirou e procurou conhecer toda a verdade.
Foi apartir deste momento que o seu estudo e raciocínio sobre a Força e Matéria se iniciou, surgindo assim a Doutrina Racionalista Cristã.
Acompanhado de seu amigo Luiz Tomaz, também desejoso de conhecer a verdadeira vida espiritual.
Iluminado e intuído por forças do Astral Superior, o Grande Padre António Vieira, Luíz de Camões, e muitas mais almas, Luíz de Mattos Doutrinou numa reunião aonde presidia, explicando a uma alma desencarnada Loyola:

“que no Universo apenas existem Força e Matéria e que na Terra, os encarnados são instrumentos simplesmente do bem ou do mal. Portanto, se o que eu te disse te espantou, eu nada mais fui que porta-voz das Forças Superiores, que a seu encargo têm a remodelação do planeta e tu a elas precisas pertencer.
Grande foi o diálogo havido, porém, o resumimos e damos apenas uma idéia de como se iniciou o Chefe do Racionalismo Cristão nesta bela doutrina:
Enquanto Luiz de Mattos dissertava, com a sua voz de trovão, de orador, de impulsionador, Loyola cada vez mais iluminava a sua alma e, rompendo o véu de negrura em que estava envolvido ia vendo, luminoso, radiante, o espírito de Luiz de Mattos, assistido por Antônio Vieira, Camões, São Pedro, Custódio Duarte e tantas outras almas suas conhecidas.
Reconhecendo-se vencido pelas verdades que havia proferido Luiz de Mattos, pede-lhe que irradie sobre a sua alma, reconhecendo que foi o maior dos desgraçados, que se sentia sem coragem para olhar para o quadro das suas obras, já agora tão nitidamente gravadas na sua aura e que, ao rememorar o passado, não via outra coisa senão barbaridades; que o ajudasse, com sua irradiação de valor, pois queria, desejava, precisava, entrar em lutas para o bem geral, onde mais depressa pudesse descontar as suas faltas.
Retirando-se Loyola, esclarecido, havia dado Luiz de Mattos o primeiro passo para a explanação da Verdade, tão desejada por Cristo.
Os companheiros e amigos de Luiz de Mattos, presentes àquela Sessão, disseram-lhe que estavam impressionados com o que dele ouviram, ao que ele respondeu não mais se recordar do que dissera, e que tudo aquilo lhe viera de momento, não sabendo mesmo explicar como se prestara a definir a Inteligência Universal, quando nem em Cristo ele acreditava.
Agora, porém, analisando a sua obra, concluía ter sido ele um homem lutador, valoroso e apto a reagir a todos os insultos no terreno da luta.
Além destes fenômenos, muitos outros foram precisos para que a alma investigadora de Luiz de Mattos não vacilasse. E assim levou ele ano e meio em consecutivos estudos, até que um dia o Guia, Pinheiro Chagas, lhe disse:
— Meu filho, é necessário que te disponhas a iniciar a Obra, pois estás demorando muito.
Nessa altura já o Centro não era no casebre, mas sim numa boa casa, de propriedade de Luiz Thomaz.
Luiz de Mattos, entretanto, ressentia-se ainda da prevenção que tinha com o baixo Espiritismo e, como via todos que nele se metiam acabar na miséria, pensava na Família, pensava no que era preciso despender com a criação de um Centro à altura de tão bela Doutrina, e receava não poder arcar com tamanha responsabilidade.
O Astral Superior, vendo-lhe na aura a preocupação, insiste, por intermédio do Guia, Custódio Duarte, em que era preciso caminhar. Assim assediado, responde Luiz de Mattos.
—Sim…estou pronto para a luta, contando que aos meus nada venha a faltar. — Satisfaz-nos a tua resposta, disse Custódio Duarte, e certo podes estar, que nada te faltará a ti nem aos teus, tudo há de aumentar e àqueles que junto de ti viverem nada faltará. A ti, a parte espiritual, a Luiz Thomaz, a parte material. Sois os dois responsáveis por esta Doutrina. Caminhai unidos, e por vós zelaremos, uma vez que em pensamentos procureis religar-vos a nós.
Assim foi iniciada a Doutrina da Verdade, em 1910, na cidade de Santos, construindo-se um edifício para a sua explanação na Avenida Ana Costa, 67, inaugurado em 1912, ano em que foi inaugurado também o Racionalismo Cristão, no Rio de Janeiro, na Rua Jorge Rudge, 121, para onde, por ordem Superior, passou a Chefia da Doutrina Racionalista Cristã, visto ser a Capital do país.
Compreendida esta Doutrina por Luiz de Mattos, a ela se entregou, de corpo e alma, como lutador incansável, sem a menor dúvida ou vacilação.
Luiz de Mattos desencarnou no dia 15 de janeiro de 1926, quando completava, exatamente, 66 anos e 12 dias de vida física.”

Do Livro “Assim surgiu o Racionalismo Cristão”, que se encontra na Biblioteca digital do RC.

A 3 de Janeiro de 1970 - Salvador Allende assume a presidência do Chile

Salvador Allende


'''Salvador Allende Gossens'''
( Valparaíso , 26 de junho de 1908 — Santiago do Chile, 11 de Setembro de 1973) foi um medicina|médico , política|político e estadista chileno. Foi o primeiro marxista eleito democraticamente presidente da república na América Latina .

Filho do advogado e notário Salvador Allende Castro e de Laura Gossens Uribe, Allende casou-se em 1940 com Hortensia Bussi Soto, com quem teve filhas: Paz, Isabel e Beatriz.
Image:Allende.jpg|thumb|left|Estátua de Salvador Allende

Começa a carreira política como deputado em 1937 e ocupa o Ministério da Saúde de 1939 a 1942. Foi senador em 1952 pelo Partido Socialista do Chile. Concorre à Presidência da República em 1952 e em 1958.

Em 1964, é novamente derrotado nas eleições à Presidência da República. Nas eleições presidenciais de 1970 concorre como candidato da coalizão de esquerda Unidade Popular (UP). Embora sem maioria absoluta, conquista o primeiro lugar com 36,2% dos votos e tem seu nome confirmado pelo Congresso.

Allende assume a presidência e tenta socializar a economia chilena, com base num projeto de reforma agrária e nacionalização das indústria s. A sua política, a chamada «via chilena para o socialismo», pretende uma transição pacífica para uma sociedade mais justa, de raiz socializante. Nacionaliza os bancos, as minas de cobre e algumas grandes empresas, e enfrenta pressões políticas norte-americanas. Em setembro de1973, com ostensivo apoio dos Estados Unidos da América|Estados Unidos , as Forças Armadas dão um sangrento golpe de Estado que derruba o governo da UP. Há duas versões aceitas sobre a morte de Allende, uma é que ele se suicida no Palácio de La Moneda , cercado por tropas do Exército com a arma que lhe foi dada por Fidel Castro, mas a outra versão é que ele foi assassinado pelas tropas invasoras, sua sobrinha Isabel Allende é uma das que acredita que seu tio fora assassinado.

A 3 de Janeiro de 1960 - Álvaro Cunhal foge da prisão do Forte de Peniche

Fuga de Peniche


A famosa fuga de Peniche foi uma das mais espectaculares da história do fascismo português, por se tratar de uma das prisões de mais alta segurança do Estado Novo.

No dia 3 de Janeiro de 1960 evadem-se do forte de Peniche: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.

No fim da tarde pára na vila de Peniche, em frente ao forte, um carro com o porta-bagagens aberto. Era o sinal de que do exterior estava tudo a postos. Quem deu o sinal foi o actor, já falecido, Rogério Paulo.

Dado e recebido o sinal, no interior do forte dá-se início à acção planeada. O carcereiro foi neutralizado com uma anestesia e com a ajuda de uma sentinela - José Alves - integrado na organização da fuga, os fugitivos passaram, sem serem notados, a parte mais exposta do percurso. Estando no piso superior, descem para o piso de baixo por uma árvore. Daí correm para a muralha exterior para descerem, um a um, através de uma corda feita de lençóis para o fosso exterior do forte. Tiveram ainda que saltar um muro para chegar à vila, onde estavam à espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite.

Álvaro Cunhal passou a noite na casa de Pires Jorge, em São João de Estoril, onde ficaria a viver durante algum tempo.

Esta fuga só foi possível graças a um planeamento muito rigoroso e uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.

Do interior a comissão de fuga era composta por Álvaro Cunhal, Jaime Serra e Joaquim Gomes. Do exterior, organizaram a fuga Pires Jorge e Dias Lourenço, com a ajuda de Otávio Pato, Rui Perdigão e Rogério Paulo.

A 3 de Janeiro de 1521 - Martinho Lutero é excomungado pelo papa Leão X

Em 3 de janeiro de 1521, o papa Leão 10 excomunga o teólogo alemão Martinho Lutero. É o clímax do conflito entre duas visões da religião cristã que acabará resultando numa das mais importantes cisões do Cristianismo.




Em 1518, Roma abre um processo por heresia contra Lutero. Dois anos mais tarde, o papa Leão 10 ameaça puni-lo caso não revogue suas teses; em dezembro de 1520, o rebelde queima a bula papal em protesto, além de um livro de leis católicas e várias obras de seus opositores.

Agora Martinho Lutero rompera definitiva e irreversivelmente com Roma. Quando Leão 10 fica sabendo do escandaloso espetáculo de incineração, não hesita: em 3 de janeiro de 1521 lança sobre o reformador a maldição da excomunhão. O pregador das indulgências, Tetzel, pede a fogueira para Lutero.

Entretanto, alguns príncipes colocam-se do lado do líder protestante. Eles crêem que através dele será possível limitar o poder de Roma. E convencem o imperador a convidá-lo para ir à corte em Worms.

Em abril de 1521, Lutero põe-se a caminho e, ao contrário do que desejaria a Igreja Católica, é recebido com entusiasmo durante todo o trajeto. Ele prega em Erfurt, Gotha e Eisenach, antes de ser celebrado pelos habitantes de Worms.



Na corte, o imperador insiste em que o teólogo retire as suas críticas, porém este responde: "Através das passagens das Escrituras estou preso às palavras de Deus. Portanto, não voltarei atrás, pois agir contra a consciência não é seguro nem saudável. Que Deus me ajude. Amém".



A guarida em Wartburg



Após deixar Worms, Martinho Lutero está protegido por um salvo-conduto que o resguarda de ser imediatamente preso. Porém, o imperador declara-o fora da lei e, portanto, exposto ao cárcere e à destruição de seus escritos.

Durante a viagem de volta, contudo, a firmeza de caráter do reformador é recompensada: o príncipe-eleitor da Saxônia, Frederico, o Sábio, manda seqüestrá-lo, conferindo-lhe guarida no isolado castelo de Wartburg.

Lá o ex-padre católico começa a traduzir a Bíblia para o alemão. A obra de Lutero não pode mais ser detida. Embora nenhum dos príncipes em Worms saiba disso, começa a Reforma, a Idade Média chega ao fim, desponta a Idade Moderna. E, do protesto do reformador, nasce a Igreja Protestante.

Fwd: FW: ........ISTO É PORTUGAL.............. CONFISSÃO DE UM PROFESSOR...se








  HÁ que lutar com as armas que temos na mão....e a NET é uma delas !!! 
  Vamos denunciar através da NET tudo o que for possível com fotos se for   
   caso disso  
    

 

Infelizmente sei que é verdade... na nossa Escola algumas crianças adolescentes desmaiam a meio da manhã, por não terem tomado o pequeno almoço... e cada vez há mais... o último caso detectado, não comia havia 2 dias...

 

CONFISSÃO DE UM PROFESSOR....ESTA DOI, A LER !!! 


  A POBREZA ENVERGONHADA!...PODE ESTAR AO NOSSA LADO!...ENQUANTO ALGUNS GASTAM À TRIPA FORRA O QUE PERTENCE AO POVO!...

 O Diário do Professor Arnaldo – A fome, nas escolas

Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos.


Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.


De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila – oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude.


Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche.

O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas…


Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta.

Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».


Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?


É este, o Portugal de sucesso, dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos.

 




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Omnia fert aetas



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João J. C.Couto