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terça-feira, 23 de março de 2010

Faz no dia 24 Março 36 anos que Isabelita Péron foi destituída por um Golpe de Estado Militar

A 24 de Março de 1976, Isabelita Perón (Maria Estela Martinez de Perón) era deposta pela Junta Militar, liderada por Jorge Rafael Videla. 

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María Estela Martínez de Perón 

María Estela Martínez, conhecida como Isabelita Perón, (La Rioja, 4 de fevereiro de 1931) foi a primeira mulher que ocupou a presidência da República Argentina. 

Martínez contraiu matrimónio em 1960 com Juan Domingo Perón, a quem havia conhecido num clube no Panamá e o acompanhou em seu exílio espanhol. Em caráter de delegada pessoal de Perón, viajou à Argentina em 1965 para fazer frente ao fenómeno do neoperonismo. 


O casal Perón 

Após o governo de Héctor José Cámpora, Perón regressou à Argentina para participar nas eleições de 1973, tendo obtido mais de 60% dos votos, derrotando Ricardo Balbín-Fernando de la Rúa, apoiado pela União Cívica Radical. 

Isabelita tornou-se presidenta após a morte de seu marido, que havia sido eleito pela Perón-Perón, sendo ela candidata à vice-presidência. Perón morreu em 1 de julho de 1974 e Martínez assumiu o cargo, nesse mesmo dia. 

Em 24 de março de 1976, foi deposta pela junta militar encabeçada por Jorge Rafael Videla, que deu origem ao chamado Proceso de Reorganización Nacional. Vive na Espanha desde 1981 numa espécie de auto-exílio. É filiada no Partido Justicialista (peronista). 

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Sucessora de seu marido 

O governo de Isabelita 

O seu Ministro de bem-estar social e secretário pessoal, José López Rega, conhecido como el Brujo, exerceu uma quase total influência sobre Isabelita, nesta fase do governo. Na sua ânsia de fazer predominar os interesses da direita peronista sobre os diversos movimentos sociais, López Rega desviou fundos públicos para o financiamento de uma formação ilegal, denominada como Alianza Anticomunista Argentina, também conhecida como triple A. Tal grupo paramilitar, sob sua direcção, empreenderia acções de ataque a figuras destacadas da esquerda, que acabariam em atentados, sequestros, torturas e assassinatos. 

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José López Rega, el Gran Brujo 

Da parte do governo, foi também rigorosa a atitude de controle , intervindo em várias províncias dissidentes, universidades, sindicatos, canais de televisão privados, e reforçando a censura contra diários e revistas. Durante este período viveram-se situações, marcadas por um notório obscurantismo e uma quase completa inoperância administrativa, a todos os níveis governamentais. 

A economia argentina também sofreu danos severos, com uma inflação galopante, uma paralização dos investimentos de capital, a suspensão das exportações de carne para a Europa e o início do crescimento incontrolável da dívida externa. A solução de cunho monetário, tentada pelo ministro Alfredo Gómez Morales, um histórico do peronismo, não teve êxito, e provocou uma forte retracção da liquidez, iniciando um complicado processo de inflação. A suspensão das compras de carne argentina pelo Mercado Comum Europeu piorou a situação. 


Alfredo Gómez Morales 

Em junho de 1975, o novo ministro de Economia, Celestino Rodrigo, apoiado por López Rega, aplicou uma violenta desvalorização da moeda, acompanhada de aumentos de tarifas; o chamado Rodrigazo, parte do plano de López Rega para debilitar as pressões sindicais através do desprestígio de seus principais dirigentes, provocou entretanto a primeira greve geral contra um governo peronista. Em Julho de 1975, ante da greve geral e a pressão nas ruas da CGT e, em especial, da Unión Obrera Metalúrgica, López Rega viu-se obrigado a renunciar ao cargo no governo e abandonar o país. 

Ante a crescente actividade dos grupos de esquerda —tanto dos que actuavam dentro do peronismo, os Montoneros, como outros de linha marxista, o auto-denominado Exército Revolucionário do Povo — e de extrema direita, Martínez decidiu fortalecer a acção de governo. A renovação da cúpula militar, que incluiu, entre outras medidas, a designação de Jorge Rafael Videla para o comando do Exército Argentino, foi parte de um programa de endurecimento do controle, que incluiu também o fecho de publicações opositoras. A decisão de recorrer à força militar levou à assinatura, em 1975, do decreto que dá início ao chamado Operativo Independencia, a intervenção das forças armadas na província de Tucumán, início da chamada Guerra Suja na Argentina. Martínez pediu licença por alguns dias, deixando o exercício do cargo ao presidente provisional do Senado, Ítalo Lúder, entre 13 de setembro e 16 de outubro de 1975. Num momento de especial tensão, falando do balcão da Casa Rosada, ameaçou converter-se na mulher do chicote 

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Jorge Rafael Videla 

Apesar da crescente pressão militar, expressa num levantamento da Força Aérea, controlado a duras penas, Isabelita negou-se reiteradamente a renunciar, ainda que anunciasse a antecipação das eleições presidenciais para fins de 1976. Entretanto, a 24 de Março desse ano, um golpe de estado, orquestrado pelos líderes das três forças, constituídos em junta militar, pôs fim ao seu governo. Acusada de delapidação de fundos, foi posta em prisão domiciliária, na Província de Neuquén e depois numa chácara na localidade de San Vicente, na região metropolitana de Buenos Aires. Foi investigada pela Comissão Nacional de Recuperação Patrimonial (CoNaRePa) acerca de actos de corrupção. 

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