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sexta-feira, 9 de abril de 2010

A 10 de Abril de 1919,morreu Emiliano Zapata

A 10 de Abril de 1919, morria Emiliano Zapata, um dos maiores heróis nacionais mexicanos. 

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Emiliano Zapata (1912) 

Emiliano Zapata Salazar (San Miguel Anenecuilco, México, 8 de agosto de 1879 – 10 de abril de 1919) foi um líder importante na chamada Revolução Mexicana de 1910, contra a ditadura de Porfirio Díaz. Considerado um dos heróis nacionais mexicanos, Zapata é também a inspiração para o movimento zapatista, iniciado no estado de Chiapas. 
Juventude e política local 

Zapata nasceu no pequeno estado mexicano de Morelos, no vilarejo de San Miguel Anenecuilco (atual Ciudade Ayala). Naquele tempo o México era dominado pela ditadura de Porfirio Díaz, que ascendeu ao poder em 1876. 

A sociedade proto-capitalista e em muitos aspectos feudal, ainda era predominante no México, com grandes fazendas (haciendas) avançando sobre as comunidades indígenas independentes (pueblos); os indígenas geralmente caíam sob a escravidão por dívida (peonagem), indo trabalhar nas haciendas. Porfirio Díaz, de vez em quando, promovia eleições locais para pacificar os peões, mantendo-se à frente do governo nacional que, praticamente, havia usurpado. Díaz deu a amigos e associados os cargos mais importantes no país, e sob ordens destas pessoas, cada vez mais se tornava a terra em propriedade de poucos.~ 

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Emiliano Zapata (direita) e seu irmão Eufemio. 

A família de Zapata, apesar de não ser rica, mantinha-se independente. Nunca foi realmente ameaçada de pobreza, evitando a peonagem e mantendo sua própria terra (rancheros). Em gerações anteriores os Zapata haviam até mesmo sido "porfiristas", ou seja, haviam dado suporte a Díaz. O próprio Emiliano tinha reputação de andar sempre bem vestido, comparecendo a touradas e rodeios, com seu elaborado visual charro. Conquanto sua extravagância normalmente o associasse aos hacienderos, que controlavam as fazendas, Zapata parece ter mantido a simpatia, admiração e até mesmo adoração pelas pessoas de sua terra natal, e assim, com cerca de 30 anos a foi-lhe confiada a chefia do vilarejo, posto que o tornou porta-voz dos interesses de Anenecuilco. 

Apesar de não ser indígena puro (tinha ancestrais espanhóis e era considerado, por isso, mestiço), Zapata rapidamente se envolveu nas lutas dos indígenas do estado de Morelos. Foi capaz de supervisionar a redistribuição de terras em algumas haciendas, tendo dificuldade em fazer isso, noutras. Zapata observou numerosos conflitos entre os habitantes dos vilarejos e hacienderod, invariavelmente causados pelo roubo de ter, cometido por estes últimos. Numa ocasião fatídica, viu- os incendiar um vilarejo inteiro. 

Por muitos anos Zapata manteve-se firme, em campanha pelos direitos dos habitantes do vilarejo, primeiro através da recuperação de antigos títulos de propriedade, e depois pela pressão por atitudes sobre o governo de Morelos. Finalmente, desanimado com a falta de acções do governo e com os privilégios dados aos ricos fazendeiros, Zapata começou a fazer uso da força armada, simplesmente para se apossar das terras em disputa. 
A revolução de 1910 

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Porfirio Diaz 

Nessa época ,Porfirio Díaz tinha de se preocupar com a candidatura de Francisco Madero, capitalista liberal, com todas as condições de ascender ao poder e provocar mudanças sérias nos rumos do país. Zapata fez alianças secretas com Madero. 

Em 1910, as agitações resultaram na formação de bandos guerrilheiros. Zapata assumiu rapidamente um papel importante, tornando-se o general de um exército formado em Morelos -o Ejército Libertador del Sur, (Exército Libertador do Sul). 

Foi parcialmente influenciado por um anarquista do norte do México, Ricardo Flores Magón. A influência de Magón sobre Zapata reflecte-se no Plano de Ayala (novembro de 1911), e ainda mais no lema adoptado pelos zapatistas: Terra e liberdade! (Tierra y libertad!) — o título é a máxima de um dos mais famosos escritos de Magón. A iniciação de Zapata no anarquismo aconteceu por obra de um professor local, Otilio Montano, que expôs a Zapata os trabalhos de Peter Kropotkin e Flores Magón, no mesmo período em que o futuro líder revolucionário observava e participava nos conflitos dos pequenos agricultores pela terra. 

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Ricardo Flores Mágon 

Díaz foi derrubado por Madero em 1911, em grande parte devido às rebeliões promovidas pelos peões. Zapata liderava os camponeses do sul e Pancho Villa liderava-os no norte. Madero havia prometido a reforma agrária e eleições para presidenciais, mas boa parte dessas promessas ficou no papel. Insatisfeito com as atitudes de Madero e com a falta de apoio ao Plano de Ayala, Zapata não pôde suportar a indicação para governador de um simpatizante dos grandes proprietários, e mobilizou novamente o seu exército de libertação. 

Madero, preocupado, pediu a Zapata o desarmamento e desmobilização do exército, ao que Zapata respondeu que, se as pessoas não podeiam obter seus direitos , armadas como estavam, não teriam qualquer chance quando estivessem desarmadas. Madero enviou diversos generais para tentar neutralizar Zapata, mas com pouco sucesso. 

Revolução contra Huerta e Carranza 

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General Emiliano Zapata em Cuernavaca (Abril 1911) 

Madero foi logo destituído por Victoriano Huerta, um antigo general porfirista, que deu concedeu amnistia a Díaz e controlou as frentes indígenas, em luta pela reforma agrária. A reação dos camponeses a esse governante aumentou consideravelmente as forças armadas de Zapata, e também ajudou um novo grupo do norte - os villistas, comandados por Pancho Villa. Os Villistas eram compostos, na sua maioria, por simpatizantes de Madero, o que fez hesistar Zapata em comparecer a um encontro com Villa (que inclusive havia rejeitado a idéia do Plano de Ayala, quando em contacto com um zapatista na prisão). 

A oposição a Huerta consolidou-se, com a entrada em cena de Venustiano Carranza, que liderou uma facção constitucionalista (o Exército Constitucionalista) que se aliou tanto a Villa quanto a Zapata. As forças unidas dos três foram suficientes para derrubar Huerta, em Julho de 1914. A seguir foi decidido que haveria uma convenção para escolha do novo presidente, à qual Zapata se negou a comparecer, alegando que nenhum dos convocados havia sido eleito pelo povo. Os chefes do estado de Morelos enviaram uma delegação para apresentar o Plano de Ayala e acompanhar o desenvolvimento da convenção. 

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Álvaro Obregón 

Carranza fez-se chefe do governo pouco depois, o que se afigurou como mais um abuso. Inicialmente, Carranza obteve lealdade de Álvaro Obregón, um comandante militar, que deveria conter as guerrilhas zapatistas e villistas. Os zapatistas mantiveram-se mobilizados, mas com sérios problemas internos, após anos de batalhas. 

O governo de Carranza chegou a ponto de oferecer uma recompensa pela cabeça de Zapata, com o objectivo de fazer o instável exército zapatista trair seu líder e desencorajar outros chefes zapatistas. Nenhum dos objetivos foi conseguido. 

Morte e legado 

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Em 10 de abril de 1919 o general Guajardo convidou Zapata para um encontro, fingindo simpatizar com a sua causa. Quando Zapata o encontrou, entretanto, Guajardo disparou diversas vezes contra ele e, a seguir, entregou o corpo do chefe revolucionário em troca da recompensa oferecida (na verdade, metade do que havia sido anunciado). 

Após a morte de Emiliano Zapata, o Exército de Libertação do Sul começou a desintegrar-se, desparacendo após uma rebelião comandada por Obregón depôr Carranza. As conquistas de Zapata, no estado de Morelos, aos poucos foram desaparecendo, também. 

Mas, poucos anos após a morte de Zapata, o presidente Lázaro Cárdenas conseguiu finalmente promover uma reforma agrária nacional, no ano de 1934. 

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Lázaro Cárdenas 

O legado de Zapata permanece vivo ainda hoje, particularmente entre os grupos revolucionários do sul do México. Disse ele uma vez: "É melhor morrer de pé do que viver de joelhos". 

Emiliano Zapata foi retratado em filmes por atuações de Marlon Brando (Viva Zapata!, 1952), Jaime Fernández (1966), Tony Davis, (1969), Antonio Aguilar (Emiliano Zapata, 1970), e Alejandro Fernández (Zapata - El sueño del héroe, 2004, com diálogos na língua Nahuatl). 

Coincidências entre Emiliano Zapata e Che Guevara 

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Che Guevara 

Factos envolvendo Emiliano Zapata e Che Guevara, numa sucessão de semelhanças entre os seus percursos: 

Ambos tiveram papeis importantes em uma revolução; Zapata na Revolução Mexicana(1910) e Che Guevara na Revolução Cubana(1959) 
Ambos lutaram pela Reforma agrária. 
Ambos eram latino-americanos de língua espanhola. 
Che Guevara morreu no dia 9 de Outubro. 
Nove anos depois da morte de Zapata, nascia Che. 
Ambos morreram faltando pouco tempo para completar 40 anos: Zapata nasceu em 8 de Agosto de 1879 e morreu a 10 de Abril de 1919. Faltavam 4 meses e 2 dias. Che nasceu em 14 de Junho de 1928 e morreu em 9 de Outubro de 1967. Faltavam 8 meses e 5 dias. 

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