Ocupada pelo Japão desde 1910, a Península da Coreia foi dividida pelos aliados após a rendição nipónica no final da 2.ª Guerra Mundial. A divisão foi feita no famoso paralelo 38, sendo que o norte ficou sob a alçada Soviética e o sul sob domínio Americano, embora em 1948 em ambos tenham sido instaurados governos soberanos.
Em 1950, pouco depois do “divórcio” dos aliados da 2.ª Guerra Mundial, a Guerra-fria aqueceu um bocadinho. A Coreia do Norte (hoje República Popular Democrática da Coreia) apoiada pelo bloco comunista, China e URSS, invade a Coreia do Sul (a subida ao poder de Mão Tse-tung foi decisiva para a aprovação de Estaline a esta invasão). Os EUA imediatamente responderam na defesa da sua área de influência. Convém realçar aqui que a península da Coreia era à altura uma zona vital para a estratégia geopolítica dos dois blocos. Esta Guerra estabeleceu um padrão para aquilo que viriam a ser os conflitos da Guerra – fria, na qual as duas potências “usavam” alguns países para travar as suas guerras.
As Coreias estão ainda hoje, tecnicamente, em guerra, uma vez que após o final das hostilidades, em 1953, nunca foi assinado um armistício. O regime do “Querido Líder” Kim Il-Sung, supremo líder do Norte até 1980, altura em que entregou o poder ao seu filho Kim Jong-Il, nunca assinou o tratado de armistício proposto em 1953.
A península da Coreia está, como já referi, dividida pela DMZ (sigla inglesa para Zona Desmilitarizada) no paralelo 38, e estão mais uma vez abertas as hostilidades entre o norte e o sul, depois do naufrágio de uma corveta Sul-Coreana a 26 de Março, supostamente afundada propositadamente pelos vizinhos do norte. Neste momento a Coreia do Norte está a ficar sem margem de manobra, uma vez que o seu grande aliado, a China, acaba de anunciar que “não tenciona proteger os autores” do ataque à corveta Sul-Coreana. A tensão entre os dois países já está a baixar, mas a comunidade internacional espera por uma assunção de culpa por parte da Coreia do Norte.
Desde 2000, ambos os países assinaram uma série de acordos com vista a uma reunificação pacífica, mas se isto significa um passo em frente para a normalização da península, episódios como os que acima relatei são dois passos atrás.
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