Na noite de 22 para 23 de Julho de 1952 deu-se um golpe de estado organizado por uma facção do exército conhecida como os "Oficiais Livres", cujo chefe era o general Gamal Abdel Nasser. O rei Faruk foi obrigado a abdicar e como presidente do Conselho foi escolhido o general Muhammad Naguib, que não sendo membro dos "Oficiais Livres", foi escolhido devido à sua popularidade. Em Dezembro do mesmo ano foi abolida a constituição monárquica e em Janeiro do ano seguinte todos os partidos políticos foram proibidos. Naguib ascende à posição de primeiro presidente da proclamada República do Egipto.
As simpatias que Naguib nutria pelos antigos partidos políticos e pela Irmandade Muçulmana fizeram com que crescesse a oposição à sua pessoa por parte dos "Oficiais Livres". Naguib acabaria por ser afastado da presidência e colocado sob prisão domiciliária, sendo substituído na sua função por Nasser, eleito como presidente em 1956.
Nasser assegurou a retirada dos soldados britânicos do Canal de Suez. A sua política externa ficou marcada pelo recusa do Pacto de Bagdade, uma tentativa britânica em criar uma frente anticomunista no Médio Oriente, na qual se integravam a Turquia, o Iraque, o Irão e o Paquistão contra a União Soviética. Foi também activo no movimento dos países não-alinhados, tendo participado activamente na Conferência de Bandung.
O ataque israelita à Faixa de Gaza (então controlada pelo Egipto) fez com que Nasser procurasse armas junto dos países comunistas, uma vez que as potências ocidentais se recusavam a vender armas ao Egipto. Em Setembro de 1955 o Egipto assina um importante acordo sobre fornecimento de armas com a Checoslováquia.
Nasser decidiu também construir a barragem do Assuão, projecto que se inseria num plano de irrigação e de electrificação do país, procurando assegurar os empréstimos para a construção junto do Reino Unido, do Banco Mundial e dos Estados Unidos. Este país, inicialmente favorável, recusou-se a fornecer o empréstimo, ao qual Nasser respondeu com a nacionalização do Canal de Suez, acto que gerou uma intervenção conjunta da França e do Reino Unido. Israel uniu-se a estes dois países no ataque ao Egipto, conseguindo conquistar a Faixa de Gaza e grande parte da Península do Sinai. Uma semana depois, os Estados Unidos e a União Soviética asseguraram nas Nações Unidas um cessar-fogo que obrigou à retirada dos territórios ocupados e a França e o Reino Unido saíram humilhados do episódio. Em 1958 o governou da União Soviética comprometeu-se a financiar a construção da barragem.
A crise do Suez fortaleceu a imagem de Nasser não só no Egipto, mas em todo o mundo árabe. A 21 de Fevereiro de 1958 Nasser ratifica através de referendo a união do Egipto e da Síria, formando a República Árabe Unida, à qual se juntou o Iémen em Março do mesmo ano. Esta união foi dissolvida em 1961 devido a uma revolta na Síria.
Durante os anos 60, Nasser desenvolveu uma série de políticas socialistas. Em 1962 foi publicada uma Carta Nacional, na qual se previa a extensão do controlo do estado às finanças e à indústria. Segundo esta carta, o Estado egípcio estaria fundamentado na existência de um único partido, a União Árabe Socialista.
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