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sábado, 7 de agosto de 2010

O histórico dirigente do PCP, Dias Lourenço, faleceu hoje, aos 95 anos de idade, avança o site oficial do partido.



Dias Lourenço num comício do PCP em 2006


O histórico dirigente do PCP, Dias Lourenço, faleceu hoje, aos 95 anos de idade, avança o site oficial do partido.


O corpo de António Dias Lourenço estará em câmara ardente a partir das 16h00 de hoje na Casa Mortuária da Igreja de S. Francisco de Assis, em Lisboa.

O funeral será realizado amanhã, pelas 16h30, no Cemitério do Alto de São João.

Nascido em Vila Franca de Xira em 1915, torneiro mecânico de profissão, Dias Lourenço, que começou ainda criança a vida de operário, aderiu ao Partido Comunista Português em 1932, com 17 anos de idade.

António Dias Lourenço integrou o Secretariado do Partido entre 1957 e 1962 e foi membro da Comissão Política em 1956 e entre 1974 e 1988.

Foi responsável pelo jornal "Avante!" entre 1957 e 1962 e seu diretcor desde a publicação do primeiro número legal, em 1974, até 1991.

Preso duas vezes, em 1949 e 1962, Dias Lourenço passou 17 anos em prisões, tendo protagonizado uma das mais audaciosas fugas ao evadir-se do Forte de Peniche em 1954.

Foi também deputado entre 1975 e 1987, tendo feito parte da Assembleia Constituinte.
PCP lembra "força de convicções"

O PCP lembrou hoje a grande "força de convicções" e "confiança na luta" que acompanhou a vida de António Dias Lourenço.

Em declarações à agência Lusa, Albano Nunes, do secretariado da Comissão Central do PCP, destacou a "grande perda", recordando o forte apego de Dias Lourenço "à condição de trabalhador e de operário".

"Apesar dos problemas e dificuldades que atravessou em diversos momentos, demonstrou sempre uma força indestrutível, mas também uma grande alegria e grande confiança na luta", disse.

"Era um camarada muito vivo, muito combativo, muito determinado, muito fratenal, que com grande facilidade ganhava simpatia e confiança daqueles com quem trabalhava, fossem membros do partido, fossem aliados na nossa luta e no movimento democrático e anti-fascista", acrescentou.

"Ninguém contestará que a vida e a luta de António Dias Lourenço é inseparável e está estreitamente ligada a mais de 70 anos de vida dos trabalhadores e do povo português", disse.

"Foi violentamente torturado, mas guardou sempre os segredos do partido e do seu povo", recordou Albano Nunes.
Carlos Carvalhas recorda "figura histórica do partido"

O antigo líder do PCP Carlos Carvalhas recordou hoje o "destacado membro" do Partido Comunista Dias Lourenço, considerando que é um homem a quem "a história recente do país e do PCP muito ficam a dever".

"Perde-se uma figura histórica do partido, sobretudo um homem de grande humanismo e de grande verticalidade", disse à agência Lusa Carlos Carvalhas, destacando a "sensibilidade" e a "grande coragem" de Dias Lourenço.

Carlos Carvalhas recordou também a fuga de Dias Lourenço de Peniche e a sua atitude no 11 de Março.

"É um homem a quem o 25 de Abril e a história recente do país e do PCP muito ficam a dever", sublinhou.

O ex-líder dos comunistas disse ainda que Dias Lourenço era "um ser humano de grande amabilidade e um grande conversador" que procurava "sempre uma palavra de incentivo para com os mais jovens e para com aqueles com mais dificuldades".



07.08.2010 - 13:44 Por Lusa

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