Carlos Pinto Coelho morre aos 66 anos

Carlos Pinto Coelho morreu ontem no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, pelas 21h40. O jornalista tinha 66 anos e faleceu devido a problemas cardíacos.



"Hoje [ontem] ia gravar uma entrevista com o general Almeida Bruno no Quartel do Carmo", revela ao CM Hugo Andrade, director da RTP Memória, que acompanhava Pinto Coelho no trabalho. E foi nesse local, já dentro do quartel, que o jornalista se sentiu mal. Foi chamada uma ambulância e Carlos Pinto Coelho foi levado até ao Hospital de Santa Marta, onde foi detectada a ruptura de uma artéria. "Ao final do dia foi submetido a uma intervenção cirúrgica, mas não resistiu. Não correu bem", conta Hugo Andrade.

Carlos Pinto Coelho ia gravar mais uma entrevista para o programa ‘Conversa Maior’, da RTP Memória. "São grandes entrevistas, sem tempo definido", explica Hugo Andrade, revelando que Pinto Coelho ainda gravou oito entrevistas, das quais só uma foi emitida (terça-feira, com o pintor Nadir Afonso). Para memória futura ficam conversas com personalidades como Adriano Moreira e o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles.

"O Carlos era honesto. Um grande amigo, uma pessoa muito especial. Era um professor", diz, emocionado, Hugo Andrade.

A emoção sentia-se também na voz de Emídio Rangel, colega de Carlos Pinto Coelho no projecto da Telecinco. "Estou profundamente desolado. Ainda ontem tinha estado a falar com ele", diz.

"Tem o seu nome ligado à melhor televisão e à melhor rádio. Era um grande profissional. Era uma pessoa de grande dinamismo, de grande capacidade, de sentir positivo a vida, de fazer avançar as coisas", conclui Emídio Rangel.

PERFIL

Carlos Nuno de Abreu Pinto Coelho, que marcava pela voz e presença afável, era lisboeta de nascimento – 18 de Abril de 1944 – e moçambicano de feitio por lá ter crescido. Veio depois para Lisboa estudar Direito e acabou jornalista. No ‘Diário de Notícias’, primeiro, a seguir na ANI e a partir de 1977 na RTP. Foi director de Programas em 1986-99, rosto do ‘Telejornal’, apresentador do ‘Já Agora ‘ e do ‘Acontece’. Também adorou ser fotógrafo.