Tomás de Torquemada: O fanático da Inquisição
Para proteger a fé, o frade Tomás de Torquemada recomendava parafusos nos polegares dos heréticos
Na Espanha do fim do século 15, a fama do inquisidor Tomás de Torquemada chegava aos quatro cantos da Espanha. Queridinho da rainha Isabel (vulgo “a Católica”), Tomás – que era frade dominicano – queria livrar o reino de heresias religiosas. Desde que fora nomeado inquisidor-geral pelo papa Inocêncio VIII, perseguiu judeus, agiotas, bígamos, homossexuais e bruxas. Os suspeitos eram enviados, sem qualquer explicação, aos calabouços da Inquisição para interrogatório. Ali, durante os açoitamentos e torturas, o sinistro religioso ficava rezando baixinho enquanto os carrascos aplicavam parafusos nos polegares, arrancavam unhas e dilaceravam a pele dos presos com pinças em brasa. Suspeitas de bruxaria eram despidas, para que os carrascos procurassem pelo corpo tatuagens de pentagramas invertidos, considerados “marcas do diabo” (stigmata diaboli). Deu para assustar? Isso era só o começo. Depois de arrancadas as confissões, os “hereges” eram enviados a julgamento, quase sempre em praça pública, eventos chamados autos-da-fé. Mais de 10 mil acusados de feitiçaria e heresia foram condenados à fogueira, que era acendida ali mesmo.
Chegou uma hora, contudo, em que o próprio Vaticano – assustado com a sanha assassina do frade – pediu que Torquemada moderasse. Tomás ignorou a ordem, e acabou destituído do cargo em 1494. Magoado, retirou-se para um convento, morrendo em 1498 enquanto dormia. Sua morte foi indolor.
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