Fernanda Porto nasceu em 31 de dezembro de 1965, em Serra Negra, São Paulo, cidade onde seus pais, Lucia e Adalberto, tinham uma casa de veraneio. Já no jardim de infância, Fernanda teve as suas primeiras aulas de flauta doce. A curiosidade em relação à música foi aguçada depois de ter sido escolhida pela professora para representar a classe numa gravação.
Por volta dos 7 anos de idade, começou a ganhar instrumentos musicais dos avós paternos e dos seus padrinhos. Primeiro um xilofone, depois vieram a sanfoninha, sax de plástico, violão e pequenos instrumentos de percussão.
No ginásio, ganhou um festival de composição com um tema para Maria de Nazaré e, durante o recreio, dava aulas de flauta doce para os colegas. Em casa, costumava ouvir a mãe tocar as valsas de Chopin e também pedia para assistir as aulas de piano da irmã mais velha, Lucia Leão.
Participou da primeira bandinha se revezando no piano, violão e flauta transversal.
Em 1977, assistiu ao primeiro show de sua vida, em São Paulo, no Ginásio Anhembi, com Elis Regina, João Bosco e Ivan Lins, numa apresentação organizada pela Rádio Jovem Pan. Foi quando tomou a decisão de ser pianista.
Aos quatorze anos, já no colegial, Fernanda tomou conhecimento da existência da faculdade de música. Mas o teste de aptidão exigia a formação em algum instrumento. Para concluir em apenas dois anos o repertório de oito anos do curso completo de piano, Fernanda pediu ajuda a sua vizinha, a pianista Maria Cecília Truffi. Atravessava madrugadas estudando música. Na carteira do colégio Oswald de Andrade, Fernanda desenhou um teclado com giz que lhe permitia fazer a leitura de partituras durante as aulas regulares.
Em 1980, tornou-se tecladista de duas bandas amadoras. Mas depois de mostrar as suas composições, acabou sendo convencida a tornar-se também a cantora do grupo.
Em 1981, entrou para a Faculdade de Música Santa Marcelina, no curso intitulado Bacharelado em Piano. Mas percebeu que o seu interesse pelo piano erudito era parcial e se transferiu para o curso de Composição e Regência. A professora de Harmonia e diretora do curso de música, Laura Abraão, decidiu encaminhá-la para as aulas de H.J. Koellreutter, de quem era assistente. O curso era para os alunos do quarto e não do primeiro ano, mas Koellreutter abriu uma exceção para Fernanda.
Em 1984, montou a primeira banda de música popular na faculdade. Ao mesmo tempo, prosseguiu com os estudos de canto lírico. Nas aulas com Leila Farah aprendeu a desenvolver as potencialidades da voz de soprano ligeiro. Cantou várias árias de óperas, como Rigoletto e Verdi, Messias de Handael, Bachianas n. 5 de Villa Lobos. Fernanda é a única cantora paulista classificada do Concurso Jovens Concertistas, no Rio de Janeiro (Sala Cecília Meirelles).
Em 1990, realizou a sua primeira série de shows no circuito cultural de São Paulo, passando por casas como as extintas Madame Satã e Espaço Off, Centro Cultural São Paulo, Sesc Pompéia e Consolação.
Em 1991, compos a trilha sonora do filme "Desterro", de Eduardo Paredes, e recebeu o prêmio de melhor trilha sonora no Festival de Cinema do Maranhão.
Em 1994, compos a trilha sonora do filme "Vítimas da Vitória", de Berenice Mendes, e recebeu o prêmio de melhor trilha sonora no Festival de Brasília.
Em 1997, conheceu o DJ Xerxes de Oliveira (XRS LAND) e teve o primeiro contato com o ritmo drum and bass. No ano seguinte, Fernanda viajou para Londres para pesquisar e conhecer de perto a cena drum and bass.
Em 1999, finalizou seu primeiro CD demo, um conjunto de canções com roupagem eletrônica, a maioria delas baseada no ritmo drum and bass.
Em 2000, Fernanda divulgou o demo entre vários DJs, entre eles DJ Patife. Patife fez um remix da música "Sambassim" (Fernanda Porto/Alba Carvalho), que acabou estourando nas pistas de Londres. No ano seguinte, Fernanda voltou a Londres para lançar a música "Sambassim", junto com o DJ Patife. A música foi escolhida para a faixa-título da primeira coletânea brasileira de drum and bass, "Brasil EP", lançada pela V Recordings, a principal gravadora do gênero. Junto com os DJs Patife e Marky, fez uma versão eletrônica para a música "Só Tinha de Ser com Você", que entrou na novela "Um Anjo Que Caiu do Céu", da Rede Globo. Como já tinha acontecido em "Sambassim", a sua voz invadiu as pistas antes mesmo de registrada no primeiro CD comercial.
Em 2002, após ter sido procurada por várias gravadoras da Europa, Fernanda lançou, pela gravadora Trama, o seu primeiro CD, intitulado "Fernanda Porto", recebendo os prêmios "Noite Ilustrada" (melhor CD eletrônico) e "Qualidade Brasil 2002" (melhor CD nacional).
Em 2003, as músicas "Tudo de Bom" (Fernanda Porto/Lina de Albuquerque) e "Amor Errado" (Fernanda Porto/Edu Ruiz) viram hits nas rádios. A revista Veja destacou Fernanda como a primeira compositora capaz de consagrar o ritmo eletrônico no rádio, além de emplacar cinco hits num CD de estréia. Em fevereiro do mesmo ano, partiu para a primeira turnê na Europa. Em outubro, fez uma segunda turnê para lançar o CD na Inglaterra, Suíça, Bélgica, Itália, França, Espanha, Holanda, Alemanha, Áustria e Portugal. Foi indicada ao Grammy Latino na categoria Best New Artist, e também concorreu ao Prêmio Multishow, na categoria Revelação. O videoclipe da música "Sambassim" venceu o "VMB" da MTV. A vendagem de "Fernanda Porto" atingiu mais de 120 mil cópias e se tornou CD duplo de ouro.
Em 2004, lançou seu segundo CD, "Giramundo", que traz participações do baixista e baterista do grupo americano Living Colours e do pianista e arranjador Cesar Camargo Mariano. "Giramundo" recebeu o Prêmio Toshiba (Toshiba Cool Awards) de melhor álbum nacional pela revista Cool Magazine. Nesse mesmo ano, o CD "Fernanda Porto" foi lançado no Japão.
Em 2005, Fernanda participou do DVD "Um barzinho, um violão" (Universal) interpretando "Sentado à Beira do Caminho" (Roberto e Erasmo Carlos). Nesse mesmo ano, "Giramundo" foi lançado no Japão.
Em 2006, fez nova turnê em Portugal e gravou no Tom Brasil o seu primeiro DVD/CD, "Fernanda Porto ao Vivo", que inclui oito antigos sucessos e onze músicas inéditas. Participou do DVD "Casa da Bossa, Homenagem à Tom Jobim", cantando a música "Modinha". Nesse ano, "Giramundo" foi lançado nos Estados Unidos com excelente repercussão de crítica.
Em 2009, Fernanda lançou o CD "Auto-retrato".
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