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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Aonde vamos parar? A caminharmos assim Bancarrota à porta.


Portugal

Juros batem novos máximos e taxa a três anos atinge 14%

Mafalda Aguilar  
16/06/11 08:55
Os investidores continuam a não dar tréguas a Portugal, devido aos receios de contágio da crise grega aos periféricos.
A pressão de Berlim para envolver os privados na partilha de custos de um novo resgate à Grécia reacendeu os receios de contágio entre as economias periféricas e está a provocar divisões no seio da Europa sobre qual a forma de resolver a crise helénica. Os investidores estão a fazer um paralelismo entre a situação grega e a de Portugal, temendo que também Lisboa não seja capaz de cumprir as metas acordadas com a 'troika, em troca de um auxílio financeiro de 78 mil milhões de euros.
É neste clima que os Juros das obrigações portuguesas renovaram hoje máximos em praticamente todos os prazos. A taxa a três anos superou mesmo os 14%.
Também as 'yields' dos títulos de dívida nacional a 2, 5 e 10 anos atingiram hoje novos recordes, nos 12,741%, 12,453% e 10,808%, respectivamente.
Isto depois de Portugal ter pago ontem um juro de quase 5% para convencer os investidores a comprarem mil milhões de Bilhetes do Tesouro a três e seis meses.
Pior que Portugal só mesmo a Grécia, cujos juros a 2 e 3 anos estão a um passo dos 30%. O primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, vai formar hoje um novo Governo e apresentar uma moção de confiança ao Parlamento. Isto depois de mais de 25 mil manifestantes se terem concentrado ontem em frente do Parlamento em protesto contra as novas medidas de austeridade.
O prémio exigido pelos investidores para comprarem obrigações portuguesas a 10 anos em vez das 'bunds' alemãs, indicador conhecido como 'spread', também avança para os 785 pontos-base.
A deterioração da percepção do risco em relação a Portugal é também visível na subida do preço dos CDS sobre títulos de dívida a 5 anos, que funcionam como uma espécie de seguro que os investidores pagam para se protegerem de um cenário de incumprimento por parte de um Estado ou empresa. O custo deste instrumento financeiro avança até aos 828 pontos-base. É também a segunda subida mais expressiva em todo o mundo, depois da Grécia, segundo o monitor da Bloomberg que acompanha a actividade de 59 países. Ou seja, os investidores estão a pagar 828 mil euros por ano para protegerem uma posição de dez milhões de euros de dívida nacional a 5 anos.
Jornal "Económico" 

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