Em 18 de julho de 1955, Genebra, na Suíça, foi a cidade anfitriã da primeira cúpula dos líderes mais poderosos do mundo desde a Conferência de Potsdam dez anos antes. Estiveram presentes na reunião de 1955 o presidente americano Dwight Eisenhower, o primeiro-ministro britânico Anthony Eden, o primeiro-ministro francês Edgar Faure e dois líderes soviéticos: Nikolai Bulganin e Nikita Khrushchev. Nos dois anos seguintes à morte de Josef Stalin em 1953, continuava incerto quem lideraria a União Soviética.
Em 21 de julho de 1955, Eisenhower fez uma proposta drástica aos líderes reunidos, pedindo um acordo sobre o que chamou de “Céus Abertos” entre as principais potências. De acordo com essa proposta, os principais Estados da Guerra Fria permitiriam uns aos outros a vigilância aérea do seu território. “Sobrevôos” livres de aeronaves e, finalmente, de satélites permitiriam mais transparência.
Eisenhower acreditava que a transparência reduziria temores irracionais e exagerados sobre as intenções inimigas e, consequentemente, estabilizaria as relações internacionais. Ele também achava que a União Soviética se beneficiava do maior sigilo imposto em sua sociedade fechada — o país poderia simular, blefar e conspirar dentro de seu território com mais facilidade que as democracias abertas da Europa Ocidental e dos Estados Unidos.
Sem disposição para reduzir o sigilo em sua sociedade, os líderes soviéticos rapidamente rejeitaram os “Céus Abertos”. No entanto, mais para o final da década o reconhecimento por aeronaves militares e programas de satélites tornaram a transparência aérea uma realidade na prática. Mais tarde ainda, líderes dos Estados Unidos e da União Soviética, depois Rússia, retomaram o pedido de Eisenhower por maior transparência aérea na busca de estabilidade internacional.
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