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domingo, 1 de janeiro de 2012

Como é a vida no país de Poul Thomsen, o chefe da troika




Até 2014, Portugal terá de executar um conjunto de reformas estruturais como moeda de troca pelo empréstimo de 78 mil milhões de euros. O principal arquitecto desta transformação radical é o dinamarquês Poul Thomsen (na foto), representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) e líder da equipa da troika.
No entanto, um olhar pela economia da Dinamarca mostra que Mr. Blue Eyes não usou a sua terra natal como inspiração para desenhar o plano de ajustamento português. Apesar de na Dinamarca se trabalhar menos sete dias do que em Portugal, serão os portugueses a ter as suas férias e feriados cortados. O número de funcionários públicos tem de ser reduzido 2% ao ano em Portugal, mas a Dinamarca tem quase duas vezes mais trabalhadores do Estado por cada habitante activo, gastando mais 7% do PIB com salários.
Em quatro áreas-chave da transformação estrutural que a troika quer executar em Portugal, observam-se aproximações, mas muitas divergências em relação à Dinamarca. O regime laboral português vai ser mais liberal, mas sem a força do Estado social dinamarquês. Os impostos sobem, mas o governo vai gastar menos em Saúde e não reduz as contribuições das empresas para a Segurança Social. Enquanto em Portugal se dá mais poder aos senhorios para despejar e aumentar rendas, o sistema dinamarquês protege os inquilinos.
Mercado laboral
Uma fatia considerável das reformas operadas na sociedade portuguesa tem como objectivo flexibilizar o mercado laboral. A Dinamarca é a casa-mãe da flexigurança, um conceito que prevê contratos mais flexíveis com o objectivo de facilitar os despedimentos, mas também as contratações. Na escala de protecção laboral da OCDE (de 0 a 6) para trabalhadores no quadro, a Dinamarca surge como o país da UE com menor protecção (1,53), ao passo que Portugal ocupa o primeiro lugar (3,51). Já para os despedimentos colectivos, os lugares trocam: a lei dinamarquesa é mais protectora do que a portuguesa (a mais liberal da UE).

Publicada por Observador

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