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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

8 de Agosto de 1974 Nixon renunciou ao cargo de presidente dos EUA






O caso Watergate é o mais conhecido escândalo político da história americana, e "Garganta Profunda" é a fonte anônima mais famosa do jornalismo.
O que começou com o que parecia ser um mero roubo em junho de 1972 levou à queda do presidente Richard Nixon e também revelou uma trama política de espionagem, sabotagem e suborno.
Algumas pessoas dizem que o caso mudou a cultura política americana para sempre, derrubando o presidente de seu pedestal e tornando a imprensa mais corajosa.
Os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal americano Washington Post, desempenharam um papel-chave na revelação do escândalo, auxiliados por informações cruciais de seu misterioso informante.
Pesadelo político Watergate é um termo geral usado para designar uma rede complexa de escândalos políticos entre 1972 e 1974. Mas também se refere especificamente ao edifício Watergate, em Washington DC, que abriga um hotel e vários escritórios.
Foi nesse prédio que cinco homens foram presos no dia 17 de junho de 1972 ao tentar colocar escutas nos escritórios do Comitê Nacional Democrata.
O arrombamento, durante uma campanha eleitoral, foi investigado e levou aos membros de um grupo de apoio a Nixon - o Comitê para Reeleger o Presidente.
Os invasores e dois cúmplices foram condenados em janeiro de 1973, e muitos, inclusive o juiz que os julgou, John Sirica, suspeitaram que havia uma conspiração que alcançava os altos escalões do poder.
O caso acabou se transformando em um escândalo político amplo quando um dos arrombadores condenados escreveu para Sirica alegando ter havido uma grande operação de acobertamento do caso.
Gravações secretas O Senado americano lançou investigações que engoliram grandes personalidades políticas, inclusive o ex-procurador-geral John Mitchell e os assessores da Casa Branca John Ehrlichman e HR Haldeman.
Em abril de 1974, Nixon cedeu à pressão da opinião pública e liberou transcrições editadas de gravações de conversas que teve sobre Watergate.
Mas o presidente não conseguiu conter a contínua perda de apoio à sua administração, ou uma percepção pública de que ele estava implicado na conspiração.
Em julho daquele ano, a Suprema Corte ordenou que Nixon entregasse as gravações relacionadas ao escândalo.
Enquanto isso, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes completou sua investigação e aprovou dispositivos para o impeachment de Nixon.
No dia 5 de agosto, Nixon entregou as transcrições das gravações de três conversas.
Ele admitiu que tomou conhecimento do acobertamento pouco depois do arrombamento no complexo de Watergate e que tinha tentado por fim à investigação do FBI (a polícia federal dos Estados Unidos).
Quatro dias depois, ele se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a renunciar ao cargo e foi substituído pelo vice-presidente, Gerald Ford.
O presidente Ford deu o perdão oficial a Nixon para evitar um julgamento. Já os seus principais assessores, Haldeman, Ehrlichman e Mitchell, estavam entre os condenados em 1975 por seu papel no escândalo
'Siga o rastro do dinheiro' Woodward e Bernstein conseguiram vários furos de reportagem com a ampliação do escândalo. Seu livro sobre o tema, Todos os Homens do Presidente, foi transformado em um filme, estrelado por Dustin Hoffman e Robert Redford.
Entre as cenas memoráveis está o primeiro encontro de Garganta Profunda, que ascende um cigarro na escuridão de uma garagem, com o jornalista Woodward. A recomendação do informante é "siga o rastro do dinheiro".
Com o desenrolar de Watergate, Garganta Profunda ficou temeroso de que seu papel na investigação do Washington Post fosse descoberto, disse Woodward.
Acredita-se que o informante tenha exigido não conversar mais por telefone, temendo que o aparelho estivesse grampeado, e ambos começaram a se encontrar tarde da noite em uma garagem em Washington.
Se Woodward quisesse encontrar Garganta Profunda, o repórter teria que alterar o arranjo de um vaso de plantas na janela de seu apartamento.
Se Garganta Profunda quisesse ver Woodward, teria que garantir, de alguma forma, que a página 20 da cópia do jornal New York Times que Woodward recebia tivesse uma marca.
Durante décadas especulou-se quem seria Garganta Profunda. A especulação acabou em 2005, com um artigo na revista Vanity Fair em que a identidade do informante foi revelada. Tratava-se do segundo em comando do FBI, Mark Felt.

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