Irei falar de tudo e do nada. Histórias e estórias. Coisas pensantes e desconcertantes. Fundado a 30 de Novembro de 2009 numa 2ª Feira
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
A 27 de Dezembro de 1703 foi assinado o Tratado de Methuen
Foi com o embaixador inglês John Methuen, que em 1703 D. Pedro II fez o célebre tratado, que ficou com esse nome, e que tão funesto foi para os interesses de Portugal. Este tratado levantava todas as proibições que se tinham posto à entrada das mercadorias inglesas, e em compensação dava entrada aos nossos vinhos em Inglaterra com abatimento de um terço dos direitos que pagavam na Grã-bretanha os vinhos da França. Esse tratado foi a nossa completa ruína, porque nos pôs completamente na dependência industrial da Inglaterra, e até mesmo porque, dando vantagens excecionais à cultura dos vinhos, não foi menos nefasto aos outros ramos da agricultura mais directamente necessários a um povo.
Eis o que diz esse respeito o sábio e inteligente Coelho da Rocha: «Logo no primeiro ano as exportações para Portugal subiram no valor de 1.300:000 libras (13 milhões de cruzados) e a saída dos vinhos portugueses, ainda que em menor proporção, foi contudo bastante para os elevar a tão alto preço, que os do Douro chegaram a sessenta mil réis a pipa. Todos se deram então à cultura deste género. Em poucos anos a sua abundância e a sua adulteração excitada pela sofreguidão do ganho e talvez por cálculos premeditados dos negociantes ingleses, fê-lo descer de tal maneira que, desde 1750 a 1755, os melhores vinhos não passavam de dez mil réis, e ainda por este preço não tinham consumo.» Este funesto tratado foi substituído pelo de 1810, que ainda assim não era muito mais vantajoso.
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