Previsão do Tempo

domingo, 22 de dezembro de 2013

O Euro e a Morte Lenta!

CONTINUAR NO EURO, SIGNIFICA MORRER DEVAGAR



Questiono! Em 2002, alguém perguntou ao povo português, se queria o Euro? A nação realizou alguma vez, algum debate analítico profundo, sobre esta questão? A resposta a estas perguntas, é Não! A nossa partidocracia dominante, sancionou o tratado que ratificou a adesão, passando de caminho, um atestado de menoridade e de ignorância ao povo português.
Onze anos depois, toda a gente sabe o que nos aconteceu; falidos, hipotecados, carentes e esfomeados, tristes e desempregados, sem esperança e tramados. Obrigado, caros senhores.
Mas eles lá continuam, trocando culpas e acusações; xingando-se na televisão ou no plenário da AR; confraternizando, nos intervalos; trocando favores e influências; conspirando dentro das sociedades secretas.
Veio a bancarrota, e concluiu-se não possuir o país meios de pagamento para cobrir as dívidas, que quem nos devia governar e respeitar, contraiu em nosso nome. Veio a Troika, e concluiu que o povo tinha de consumir menos, para poder pagar as dividas que não lhe pertenciam. Veio mais um governo do sistema, que concluiu que a élite que representa, não podia perder privilégios, mas que o povo auferia mais do que devia.
Um círculo infernal, de mais e mais impostos; de menos e menos rendimentos; de mais e mais desemprego; de menos e menos qualidade de vida; de mais e mais miséria; de menos e menos esperança…….
A correção das contas públicas (e particulares), faz-se através da redução do “deficit”; de modo que no futuro, comecemos a obter “superavits”, que nos permitam começar a pagar a divida. Este é em resumo, o objectivo estratégico dos nossos governos. Até lá, o povo português, tem obrigação de fazer um conjunto de sacrifícios, que permita que num futuro indeterminado os mercados voltem a acreditar em nós, e nos emprestem mais dinheiro, para que a nossa classe política, possa continuar em regime de “regabofe” a desbaratá-lo.
Logo, a questão presente, que perspectivará a nossa vida futura, será a seguinte: o que nos trará o futuro, se Portugal continuar no Euro?
Mantendo-se as condições político económicas impostas pela CE, que nos atrelam, a um comboio europeu que condiciona o que produzimos, o que consumimos e o nosso desenvolvimento económico; e estando estagnado o nosso PIB, pelo “diktat” europeu, que nos controla a capacidade produtiva; e sendo reduzida a nossa capacidade concorrencial pelo facto dos factores de produção estarem cotados em euros; preferindo os países, que são donos da Europa, adquirir produtos de baixo valor acrescentado, no extremo oriente; mantendo-se o dumping económico e social, na Ásia; e constatando-se que o nosso tecido empresarial só tem capacidade de sobreviver naqueles sectores em que existem apoios subsidiários, principalmente ligados aos sectores primários e terciários, conclui-se que o nosso país não tem capacidade, para melhorar a sua situação económica no médio prazo.
Constata-se também, que estes sectores produtivos, apesar de dinâmicos, têm falta de capacidade para promover trabalho e emprego para a totalidade da população activa, pelo que é natural que o desemprego continue a crescer; como a única maneira de reduzir o custo dos factores de produção, é baixando os salários, a capacidade económica das populações continuará em decréscimo; se se reduz o rendimento disponível e se se força a emigração, reduzir-se-á o consumo e os impostos para o Estado; se se reduzem os impostos pagos ao Estado, este tem de reduzir custos, para baixar o deficit….e voltamos ao principio deste parágrafo, com os portugueses mais pobres e mais endividados.
Eles dizem, que o que nos salva são as exportações; nem isso é verdade. Boa parte das exportações, estão na mão de multinacionais, cujos lucros muitas das vezes, nem cá pagam impostos, sendo repatriados na sua generalidade. O que cá fica, pouco mais é, do que o custo da mão-de-obra e dos serviços associados à produção. Migalhas, para nos alimentarem! Como poderemos pagar as nossas dívidas, se não nos deixam trabalhar?
A conclusão é que a nossa divida è impagável; na verdade irá continuar a crescer, imparavelmente, pois não conseguiremos criar as condições produtivas, que nos proporcionem superavits que a reduzam.
A continuação do nosso país no Euro, terá como resultado, um sangrar lento e continuo, das nossas riquezas; significará, a partida continua da nossa juventude; significará a limitação sectorial do nosso tecido produtivo; significará o prolongamento no tempo, de um tecido empresarial comatoso; significará, a marginalização total de uma parte da nossa população; significará a prazo, a falência dos nossos sistemas de reforma. Significará, a morte lenta de um país exangue.
A alternativa seria, a saída do euro; o assumir da nossa soberania como nação; a reforma das nossas instituições politicas, de modo a torna-las verdadeiramente inclusivas; o assumir de politicas económicas e produtivas, por nós definidas, segundo os nossos interesses; a criação de bases económicas e sociais, que permitam uma sociedade de oportunidades e de trabalho para todos, sem excepção.
O euro em si terá aspectos positivos, concordo; o problema são as políticas económicas da CE, que lhe estão associadas, que marginalizam os países da periferia, reduzindo as suas populações a meros fornecedores de mão-de-obra e matérias-primas baratas.
Cada ano que com ele permanecermos, estaremos mais “enterrados” e enleados. Mas seriamos capazes de criar uma alternativa?

Sem comentários:

Enviar um comentário