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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Linus Carl Pauling nasceu em Portland/EUA a 28 de Fevereiro de 1901



Linus Carl Pauling nasceu em Portland/EUA a 28 de Fevereiro de 1901 e morreu em Big Sur/Califórnia/EUA a 19 de Agosto de 1994.
Linus Pauling foi um extraordinário químico quântico e bioquímico dos Estados Unidos.
Também é reconhecido como cristalógrafo, biólogo molecular e pesquisador médico.
Para além de tudo isto foi um homem interventivo politica e socialmente, em diversas ocasiões, sempre defendendo a paz, contra a guerra nuclear, onde participou com outros cientistas, com especial destaque Albert Einstein. Esteve contra a guerra no Vietnam e contra as intervenções dos EUA noutros países.
Obteve vários prémios e distinções, mas faço questão de referir o Prémio Nobel da Quimica em 1954, o Prémio Nobel da Paz em 1962 e o Prémio Lenine da Paz, da URSS, em 1970.
Pauling é amplamente reconhecido como um dos principais químicos do século XX.
Foi pioneiro na aplicação da Mecânica Quântica em química e, em 1954, foi galardoado com o Nobel de Química pelo seu trabalho relativo à natureza das ligações químicas.
Também efectuou importantes contribuições relativas à determinação da estrutura de proteínas e cristais, sendo considerado um dos fundadores da Biologia Molecular.
Durante as suas investigações esteve perto de descobrir a estrutura em hélice dupla do ADN, descoberta essa efectuada mais tarde por James Watson e Francis Crick, em 1953.
Ele é ainda referenciado como sendo um académico versátil, devido à sua intervenção e perícia em campos diversos como a Química Inorgânica, Química Orgânica, Metalurgia, Imunologia, Anestesiologia, Psicologia e Radioactividade.
Pauling recebeu o Nobel da Paz de 1962, pela sua campanha contra os testes nucleares e é a única personalidade a ter recebido dois Prémios Nobel não compartilhados.
Mais tarde, na sua carreira científica, advogou o uso em maiores proporções, em dietas, de vitamina C e outros nutrientes.
Generalizou as suas ideias nesta área com vista a definir Medicina Ortomolecular, que ainda é vista como método não ortodoxo pela Medicina convencional.
Pauling popularizou as suas ideias, análises, pesquisa e visões em vários livros de sucesso, mas controversos, sobre a temática da vitamina C e Medicina Ortomolecular.
Pauling não exerceu qualquer actividade política até à Segunda Guerra Mundial, mas este conflito mundial mudou a sua vida profundamente, tornando-se activista pela paz.
Por altura do início do Projecto Manhattan, que levaria ao fabrico da primeira bomba atómica, Pauling recebeu uma oferta de Robert Oppenheimer, para encabeçar o departamento de química do projecto. Pauling recusou a proposta.
Em 1946, juntou-se ao Comité Emergencial de Cientistas Atómicos, dirigido por Albert Einstein.
A missão deste comité era alertar para os perigos associados ao desenvolvimento de armas nucleares.
Esta actividade de Pauling levou ao confisco de seu passaporte em 1952 pelas autoridades americanas, quando se dirigia para um congresso em Londres.
O seu passaporte foi-lhe devolvido em 1954, pouco antes de se deslocar a Estocolmo, a fim de receber o Prémio Nobel da Quimíca.
No ano seguinte, Linus Pauling assinou o Manifesto Russell-Einstein, juntando o seu nome ao de Bertrand Russell, Albert Einstein e outros oito cientistas e intelectuais, que apelavam para a busca de soluções pacíficas face à ameaça armamentista.
Dois anos depois, Pauling redigiu uma petição com o biólogo Barry Commoner.
Este tinha estudado a presença de estrôncio-90 radioactivo nos dentes de leite de crianças dos Estados Unidos, concluindo que os testes nucleares na atmosfera tinham riscos para a saúde pública, em forma de precipitação radioactiva.
Também participou num debate público com o físico atómico Edward Teller, sobre os riscos reais de mutações genéticas provocadas por estas precipitações.
Em 1958, Pauling e a sua esposa apresentaram, perante a Organização das Nações Unidas uma carta assinada por mais de 11 mil cientistas, pedindo a suspensão dos testes nucleares.
A pressão da opinião pública conduziu a uma moratória relativa a teste nucleares de superfície, seguida pela assinatura do Tratado de Interdição Parcial de Ensaios Nucleares, por 113 países, em 5 de Agosto de 1963.
Entre os subscritores, estavam John F. Kennedy pelos Estados Unidos e Nikita Khrushchov pela União Soviética.
O tratado entrou em vigor em Outubro desse ano.
Logo após, Pauling recebeu o Nobel da Paz de 1962 (o prémio foi reservado para que a data de entrega coincidisse com a data de entrada em vigor do tratado).
A descrição do Prémio dizia:
....a Linus Pauling, que desde 1946 tem advogado incessantemente, não somente contra os testes nucleares, nem somente contra a proliferação das armas nucleares, nem somente contra o seu uso, mas contra qualquer forma de resolver os conflitos internacionais pela via bélica.
Quando foi anunciado o prémio, o Departamento de Química de Caltech, ciente das suas visões políticas, não lhe endereçou qualquer tipo de congratulação.
Contrariamente, o Departamento de Biologia ofereceu-lhe uma pequena festa, demonstrando assim a sua simpatia pelo seu trabalho sobre mutações induzidas por radiação.
A desaprovação institucional relacionada com o actividade deste extraordinário homem e cientista, Linus Pauling, motivou que este renunciasse do seu posto em Caltech, no ano de 1964.
Depois disso, veio a trabalhar na Universidade da Califórnia (San Diego), de 1967 a 1969 e mais tarde na Universidade de Stanford, de 1969 a 1973.
Muitos dos detractores de Pauling apreciavam o seu trabalho científico, mas estavam em desacordo com a sua posição política, chegando a vê-lo como um porta-voz do comunismo soviético.
Em 1955, Pauling foi ordenado a comparecer diante do Subcomité de Segurança Interior do Senado, que o descreveu como "a personalidade científica número um, relacionada com virtualmente todas as actividades importantes da ofensiva pacifista-comunista que existe neste país".
Pauling voltou a apresentar-se a este subcomité por várias vezes mais, em especial quando enviou a sua petição contra os testes nucleares.
A revista Life descreveu o Nobel da Paz atribuído a Pauling como "um estranho insulto da Noruega".
Em 1970, Pauling recebeu o Prémio Lenin da Paz, na URSS.
Até ao fim da sua vida, Pauling fez-se valer da sua notoriedade como personalidade pública, para protestar contra os conflitos armados, incluindo a guerra do Vietname.
Foi também um crítico do intervencionismo dos Estados Unidos na América Latina, especialmente na Nicarágua.

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