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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A 17 de Setembro de 1850 - Nasce o escritor e diplomata português Guerra Junqueiro







Poeta e político português, nascido em 1850, em Freixo de Espada à Cinta (Trás-os-Montes), e falecido em 1923,em Lisboa, Guerra Junqueiro é entre nós o mais vivo representante de um romantismo social panfletário,influenciado por Vítor Hugo e Voltaire. Oriundo de uma família de lavradores abastados, tradicionalista e clerical, édestinado à vida eclesiástica, chegando a frequentar o curso de Teologia entre 1866 e 1868. Licenciou-se emDireito em Coimbra, em 1873, durante um período que coincidiu com o movimento de agitação ideológica em queeclodiu a Questão Coimbrã. Nessa cidade convive de perto com o poeta João Penha, em cuja revista literária, AFolha, faz a sua estreia literária. Durante a sua vida, combina as carreiras administrativa (exercendo a função desecretário dos governos civis de Angra do Heroísmo e de Viana do Castelo) e política (sendo eleito por mais deuma vez deputado pelo partido progressista) com a lavoura nas suas terras de Barca de Alva, no Douro. Nos anosoitenta, participa nas reuniões dos Vencidos da Vida, juntamente com Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Eça deQueirós e António Cândido, entre outros. Reage ao Ultimato inglês de 1890, com o livro de poesias Finis Patriae,altura em que se afasta ideologicamente de Oliveira Martins, confiando na República como solução para os malesda sociedade portuguesa. Entre 1911 e 1914, assume o cargo de Ministro de Portugal na Suíça. Na fase final dasua vida, retira-se para a sua propriedade no Douro, assinalando-se então uma viragem na sua orientação poética,que se volta para a terra e para "os simples", como atestam as suas últimas obras: Pátria (1896), ainda satírica,mas já de inspiração saudosista e panteísta; Os Simples (1892) - um hino de louvor à terra, de uma poesia queevoca a sua infância, impregnada de saudosismo, de recordações calmas e consoladoras e onde se sente umagrande ternura pela correspondente paisagem social; Oração ao Pão (1903) e Oração à Luz (1904), estasenveredando por trilhos metafísicos.
O anticlericalismo, que em vida lhe granjeou o escândalo e a fama, o estilo arrebatado, vibrante, apoiado naformulação épica do verso alexandrino de influência huguana, contribuíram para a apreciação do crítico MonizBarreto: "Quando se procura a fórmula do espírito de Guerra Junqueiro acha-se que ele é muito mais orador quepoeta e que tem muito mais eloquência que imaginação."
Poeta panfletário, confidencial, satírico e também religioso, o seu valor foi contestado na década de 20. Noentanto, os seus defensores nunca deixaram de acreditar na sua genialidade como satírico e como lírico.

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