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segunda-feira, 15 de março de 2021

15 de Março de 44 a. C. : Julio César é assassinado.

 



Nasceu no ano 100 a. C. e morreu, assassinado, a 15 de Março do ano 44 a. C., ao cabo de uma carreira que fez dele o primeiro homem político de Roma. Dois anos após a sua morte ser-lhe-ia atribuído o estatuto de deus do povo romano.A sua entrada na vida pública foi precedida por vários anos de instabilidade em Roma. O jovem César começou por se dedicar à vida militar, que sempre lhe serviria de suporte às ambições políticas. Alcançou, depois, posições de menor importância na magistratura, até que, em 69 a. C., foi eleito questor. O cargo trouxe-o à Península Ibérica, e mesmo a território que é hoje em dia português. Mais tarde, em 62 a. C., foi eleito pretor, tendo de seguida ocupado o cargo de governador, mais uma vez, na Ibéria.Em 59, César foi eleito cônsul. Constituiu então, com Crasso e Pompeu, um triunvirato que duraria até ao ano de 56 a. C. Com tudo isto, a sua ascensão política era evidente. No plano militar, também, não deixavam de ser notadas as suas campanhas na Europa central e ocidental. O sucesso talvez mais significativo consistiu na submissão total da Gália na década de 50, com a capitulação do chefe gaulês Vercingetórix. Entretanto, em perigo de perder a sua posição devido a intrigas de senadores, César atravessa com as suas tropas o Rubicão, entrando em território italiano e dando início a uma guerra civil contra Pompeu. Nesta fase, a intenção de César era, não apenas salvaguardar a sua carreira política e até mesmo a sua segurança pessoal, mas também pôr travão ao desgoverno da Roma dominada pelas rivalidades e intrigas dos patrícios. A guerra, que se estendeu de 49 a 45 a. C., representaria, deste ponto de vista, o preço a pagar pela sobrevivência secular do império. Vitorioso, César, com o título de ditador de Roma, teve então a oportunidade que havia muito desejava para implementar diversas reformas importantes: concedeu a cidadania romana a certos povos que dela não usufruíam; reorganizou as estruturas administrativas locais do império; reformulou o calendário (uma medida de que ainda hoje se sentem os efeitos); alterou a constituição do Senado de forma a retirar poder à velha aristocracia. Na verdade, terá sido o seu crónico desprezo, bem expresso na sua forma autocrática de governar, pelos privilégios tradicionais da aristocracia patrícia que terá levado ao seu assassinato no Senado.
No dia 15 de março de 44 a.C., foi assassinado com 23 facadas, nas escadarias do Senado, por um grupo de 60 senadores, liderados por Marcus Julius Brutus, seu filho adoptivo, e Caio Cássio. Júlio César ainda se defendeu, cobrindo-se com uma toga, até ver Brutus, quando então teria dito sua última famosa frase: "Até tu, Brutus".
Trata-se do mais conhecido atentado político da Antiguidade, descrito por Caio Suetónio Tranquilo (70 d.C.-140 d.C.), na biografia De vita Caesarum (Da vida dos Césares). "César" foi o título dos imperadores romanos de Augusto (63 a.C.-14 d.C.) a Adriano (76 d.C.-138 d.C.). Caio Júlio César foi morto por ter desprezado a opinião dos seus adversários. Supõe-se que os seus assassinos não tinham apenas motivos políticos, como também agiram por inveja e orgulho ferido. Matar um tirano, na época, não era considerado crime. Não há, porém, consenso entre os historiadores de que Júlio César tenha sido um tirano. Muitos dos seus planos não foram concretizados, mas ele deu uma orientação completamente nova ao desenvolvimento do Império Romano.


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