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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Olha que vais para o maneta!

 



A 20 de Novembro de 1807, as tropas napoleónicas de Junot alcançam a fronteira portuguesa, iniciando a 1.ª Invasão Francesa de Portugal no âmbito da Guerra Peninsular (1807-1814).
Sob o comando do general Junot, as tropas francesas ingressaram na Espanha em 18 de Outubro de 1807, cruzando o seu território em marcha acelerada em pleno Inverno e alcançando a fronteira portuguesa em 20 de Novembro. Sem encontrar resistência, uma coluna de tropas invasoras atingiu Abrantes a 24, em busca de provisões. Faminto e desgastado pela marcha e pelo rigor do Inverno, o exército francês teve dificuldade para ultrapassar o rio Zêzere, entrando em Santarém a 28, de onde partiu no mesmo dia, rumo a Lisboa, onde entrou a 30, à frente de dois regimentos em mau-estado.
No dia anterior, a Família Real e a Corte portuguesa haviam largado ferros da barra do rio Tejo, rumo ao Brasil, levando em 34 navios de guerra portugueses, cerca de 15.000 pessoas, deixando o governo de Portugal nas mãos de uma regência.
No ano seguinte, em Agosto, uma força britânica sob o comando do general Arthur Wellesley (depois duque de Wellington), desembarcava em Portugal, avançando sobre Lisboa. Travaram-se, na sequência, a batalha de Roliça e a batalha do Vimeiro, vencidas pelos ingleses, forçando à Convenção de Sintra.
Um dos comandantes das tropas francesas da primeira invasão comandada pelo general Junot, era um general de nome Louis Loison, homem cruel, autor de numerosas pilhagens e actos violentos, que torturou e matou numerosas pessoas. Este general tivera o azar de se cruzar com um artilheiro português que lhe decepou o braço esquerdo na Guerra do Rossilhão, sendo por isso conhecido pelo maneta. Quando, por exemplo, se queria assustar uma criança que se portasse mal, dizia-se-lhe: -"Olha que vais para o maneta!". No seu significado original queria dizer ir para a tortura ou para a morte. Hoje em dia, "ir para o maneta", quer dizer dar cabo de alguém ou de alguma coisa; destruir; estragar-se; perder-se e não ter recuperação.


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