Cumulação
Aquele velho e prestigiado diplomata, que ocupava o lugar de topo da hierarquia da carreira das Necessidades, ouvia com atenção a opinião sobre um funcionário que recentemente fora colocado numa determinada função. As primeiras avaliações sobre ele eram dececionantes. Porém, por razões legais, tão cedo não seria possível mudá-lo de tarefas. O dirigente que lhe transmitia o parecer foi ao ponto de afirmar que o homem lhe parecia, muito simplesmente, "estúpido".
O chefe da carreira perguntou então:
- E ele trabalha?
A resposta também não foi animadora. Além de pouco dotado, o funcionário não era dedicado ao serviço e trabalhava muito pouco.
- Ótimo!
O dirigente que qualificava o funcionário ficou baralhado. Por que razão era "ótimo" que ele fosse um mau funcionário, para além de ser pouco dotado?
- Ó homem, se ele tem de ser estúpido, ao menos que seja preguiçoso...
Francisco Seixas da Costa