Telemóvel à borlix e o resto que se "lixe"
Para se ter uma ideia das despesas, a VISÃO procurou exemplos nas duas maiores câmaras do País. Em 2006, ano em que Relvas gastou ao município de Tomar quase 4 mil euros em chamadas, a autarquia de Lisboa, então presidida por Carmona Rodrigues (PSD), estabelecera 85 euros como plafond máximo para os seus autarcas e funcionários. Acima disso, pagavam os próprios. Os dados do município do Porto são mais atuais: Valente de Oliveira, presidente da assembleia municipal, tem direito a telemóvel, mas prescindiu dele. Se o usasse, teria direito a um plafond máximo de 135 euros. A última fatura de Relvas em Tomar é de 27 de junho do ano passado, seis dias após tomar posse no Governo PSD/CDS. O valor acumulado nesse período ultrapassava 1200 euros. Segundo dados do próprio executivo camarário de Tomar, a dívida global da autarquia é hoje de 39 milhões de euros, 22 milhões dos quais à banca. O ministro não esteve disponível para falar à VISÃO sobre os temas que constituem a reportagem da edição desta semana.
NÚMEROS (exemplos)
. 5 são as reuniões ordinárias das assembleias municipais por ano;
. 28 foram os meses, entre março de 2002 e julho de 2004, durante os quais Miguel Relvas ocupou o cargo de secretário de Estado da Administração Local; a autarquia de Tomar continuou a pagar-lhe um telemóvel ao longo desse período.
. €1.229, 96 foi o gasto no mês de abril de 2009
. €7.444, 46 foi quanto Relvas gastou e a Câmara pagou em 2009 (ano de eleições europeias, legislativas e autárquicas).
. €26.463 foi quanto a autarquia de Tomar gastou com o telemóvel de Relvas nos últimos seis anos
. €367 é, em média, o valor da fatura mensal do telemóvel de Relvas, pago por Tomar, nos últimos seis anos - cerca de dois terços do salário mínimo nacional (485 euros).
Leia a história de "Como Miguel se tornou Relvas" na VISÃO desta quinta-feira.»