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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tropas Nazis integradas no África Korps

General Erwin Rommell \" a raposa do Deserto\"

Recordar Política internacional

Yankees go home
Cultura anti-imperialista mobiliza jovens europeus


Uma cultura anti-imperialista mobilizava os jovens europeus nos anos 60. Além da condenação da intervenção bélica norte-americana no mundo, crescia a contestação ao modelo de vida americano, o american way of life.
A França era então uma âncora desse criticismo. O general De Gaulle afirmava-se como opositor ao expansionismo norte-americano, contrapondo-lhe uma Europa que se estendia até ao seu limite tradicional a leste, os Urais, no coração da Rússia. Não sendo pró-soviético, pretendia que a França assumisse protagonismo numa política externa de autonomia face aos dois grandes blocos.
Vários contenciosos inquinavam as relações com os Estados Unidos da América (EUA). Em 1961, na fase final da guerra da Argélia, a CIA (Agência Central de Informações) foi acusada de apoiar o golpe de Estado na colónia francesa do norte de África. E na Indochina, os norte-americanos começaram a instalar-se após a derrota dos franceses em Dien Bien Phu, no Vietname.
Não era tanto o destino dos povos que movia o general De Gaulle, mas os interesses económicos franceses em vários cantos do mundo. E, na própria Europa, esses interesses estavam ameaçados. John Kennedy enunciou em 1962 o programa de liberalização do comércio mundial, na reunião Tóquio Round, realizada no âmbito do GATT (Acordo Internacional sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio). A Kennedy Round tinha como objectivos reduzir os direitos aduaneiros nos bens manufacturados e melhorar os mercados agrícolas.
Mas a cultura europeia estava também sob a mira da indústria de conteúdos norte-americana. Passados quarenta anos, os europeus são — como eram já então os americanos — modelados pela força e pelo sucesso individual. As consignas veiculadas pela filmografia yankee e pelas séries televisivas celebram o individualismo e a competitividade, enquanto os noticiários fornecem-nos a agenda do super-presidente George Bush filho.
Em Portugal, basta sair hoje à rua para deparar com algum homem que enverga uma camisa com a bandeira norte-americana bordada nas costas ou uma mulher que veste uma camisola com a bandeira norte-americana tricotada no peito. Os jovens bebem Coca-Cola, alimentam-se no McDonalds e mascam pastilha elástica.

Vão para casa

No século passado, a palavra de ordem e a atitude eram outras. Na Europa como em outras partes do mundo, Yankees go home era escrito nas paredes e gritado em manifestações contra a presença americana. Em Portugal também se murmurava yankees vão para casa e a Coca-Cola estava proibida pelo regime salazarista. Mas apesar dos cortes de Censura, eram exibidos filmes europeus nas salas de cinema.
Hoje, as campanhas norte-americanas contra os povos, quer seja no Golfo quer seja nos balcãs ou no Afeganistão, são aplaudidas e celebradas nos media e por políticos de diferentes matizes.
John Fitzgerald Kennedy, do Partido Democrático, que ascendeu à presidência dos EUA em 1961, com 44 anos, inaugurou uma nova época. «Não perguntem o que o vosso país pode fazer por vós. Perguntem o que podem fazer pelo vosso país», esta uma declaração do seu discurso de posse, que se tornou memorável.
Kennedy teve uma curta, atribulada e controversa estada na Casa Branca. As contradições não deixavam de exprimir os interesses antagónicos que convergiram para a sua eleição. A um eleitorado que desejava a mudança, juntou-se o apoio do crime organizado, por intermédio da patriarca Joseph Kennedy. Sam Giancana, o patrão do crime organizado em Chicago, teve um papel crucial na entrega dos votos a John Kennedy nas eleições primárias de 1960.
Quando se instalou na Casa Branca e em resposta às reivindicações mais urgentes, o Presidente tomou medidas favoráveis à igualdade e ao reconhecimento dos direitos civis dos negros. O seu programa económico traduziu-se numa das mais duradouras expansões sustentadas desde o pós-guerra. Intentou ainda pôr em prática uma acção contra a exclusão e a pobreza.
Mas os dois irmãos Kennedy, John e Robert, em pouco tempo fizeram poderosos inimigos. Um deles era John Edgar Hoover, director do FBI (Bureau Federal de Investigação) desde 1924 até à data da sua morte em 1972. Sentiu-se ameaçado pelas novas abordagens e ideias e temeu que as suas técnicas ilegais de vigilância, os seus métodos, a repressão interna e a dependência em que colocara a Casa Branca fossem contestadas pela nova administração.
Os EUA tinham conhecido dois presidentes desde o final da II Guerra Mundial. O democrata Harry S. Truman, que ascendeu à presidência em 1945, ordenou o lançamento da bomba atómica sobre Hiroshima e Nagasaki. E no seu mandato foi desencadeado o Plano Marshall e criadas a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a CIA.
O seu sucessor, o republicano Dwight D. Eisenhower, entrou na Casa Branca em 1953, depois de deixar o cargo de comandante da NATO, que assumiu em 1951. Tendo Richard Nixon como vice-presidente, J. Edgar Hoover como director do FBI e Allen Dulles como director da CIA, incrementou a guerra fria e procedeu a uma cruzada contra a ameaça comunista interna e colocou no poder regimes obedientes, designadamente, no Irão e na Guatemala.
É também no seu tempo que são treinados e armados os exilados cubanos protagonistas da invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, mas cuja operação só foi despoletada pouco depois de Kennedy tomar posse.
Estes poderes e estas políticas sentiam-se comprometidos pela nova administração. Incluindo Richard Nixon, candidato republicano derrotado por John Kennedy.
O Presidente nomeou então um novo director da CIA. John McCone, engenheiro e homem de negócios, foi encarregado de pôr ordem na agência e evitar novos fiascos como o da Baía dos Porcos.
Mas as mudanças foram igualmente mal recebidas por Sam Giancana, que detinha significativos negócios de jogo e outros bens ameaçados pelo regime de Fidel de Castro. Robert Kennedy, investido no cargo de procurador-geral, agudizou essa inimizade ao declarar guerra ao crime organizado.
De resto, J. Edgar Hoover advertiu Robert Kennedy, em Dezembro de 1961, que Sam Giancana se convencera de que o seu dinheiro não tinha sido bem empregue na contribuição para os fundos da campanha do Presidente.
As medidas da administração para abrir as escolas aos negros também não foram pacíficas, assim como a legislação contra a discriminação racial e por maior justiça social. E geraram novas inimigos entre os mais empedernidos racistas. J. Edgar Hoover dispensava-lhes o apoio do FBI, combatendo e desacreditando os dirigentes negros como Martin Luther King ou Malcom X, um pacifista e outro radical.
Aliás, o COINTELPRO (counter intelligence program) do FBI foi utilizado para combater o Partido Comunista dos EUA assim como os movimentos sociais.
As grandes acções do movimento dos direitos civis sob a bandeira da não-violência ou do black power desenvolvem-se ao longo da década de 60. Stokely Carmichael é o doutrinário do poder negro, que se organiza no Partido Panteras Negras.
Também nesta década, em 1963, Betty Friedan lança «A Mística Feminina». O livro da fundadora da Organização Nacional de Mulheres (NOW) prenuncia e impulsiona a transformação radical do papel da mulher na sociedade. Neste período emergiram também os movimentos femininos negros.
A administração Kennedy era atravessada por todas estas forças em confronto na sociedade americana. O Presidente iniciou a primeira vaga da globalização neo-liberal e simultaneamente deu os primeiros passos na guerra do Vietname. Nessa época, a CIA desencadeou a operação MONGOOSE, destinada a desestabilizar o regime cubano.

Assassinatos

John Kennedy foi o primeiro de um conjunto de figuras proeminentes a ser abatido. No decurso da sua visita a Dallas, em 1963, o Presidente foi ferido de morte numa conspiração que contou com a cumplicidade da CIA e FBI.
Dois anos depois, Malcom X era assassinado em Nova Iorque. O líder radical da organização dos muçulmanos negros lutou pelos direitos dos negros. Mas também o pastor negro Martin Luther King seria assassinado em Memphis, em 1968. Adepto da não-violência, lutou pela integração dos negros e recebeu, em 1964, o Prémio Nobel da Paz.
Nesse mesmo ano também foi assassinado Robert Kennedy. Senador por Nova Iorque, foi abatido em Los Angeles durante a sua campanha eleitoral para a presidência. Afastado drasticamente da corrida, as eleições foram ganhas por Richard Nixon.
O candidato republicano alcançou a vitória que lhe tinha sido negada na disputa com John Kennedy no início da década e garantiu o acesso do seu partido ao poder, após sete anos de interregno. Eisenhower, de que Nixon foi vice-presidente, fora o último dos presidentes republicanos.
Após o assassinato de John Kennedy, sucedeu-lhe o vice-presidente Lyndon Johnson, posteriormente eleito para um mandato. A sua administração ficou marcada pela intensificação da guerra no Vietname, tendo ordenado o bombardeamento do Vietname do Norte.
Colocou à frente da CIA William Raborn, que em 1966 foi substituído pelo veterano Richard Helms. Em Maio de 1967, a CIA acompanha o desenvolvimento do conflito israelo-árabe no decurso da Guerra dos Seis Dias.
No plano interno, o FBI incrementa o seu COINTELPRO, que passa a ser aplicado a grupos como o Comité de Coordenação de Estudantes Não-violentos (de que fez parte Stokely Carmichael), organizações nacionalistas negras (entre elas os Panteras Negras), os grupos de esquerda (de que é exemplo a Estudantes por uma Sociedade Democrática) e os maiores grupos anti-guerra no Vietname. A sua acção visava destruir qualquer grupo que fosse ideologicamente detestável para a administração.
A confiança depositada por Johnson em Hoover era tal que o elogia a Nixon, classificando-o como «um pilar de firmeza numa cidade de homens fracos». O conselho é desnecessário porque as relações de amizade entre Hoover e Nixon são antigas. O FBI prosseguiu com o COINTELPRO e foi encarregue de impedir fugas de informação da administração para o exterior e combater as manifestações hostis.
Uma das operações com maior repercussão mediática mundial reporta-se ao mandato do FBI, que leva Angela Davis ao corredor da morte. A activista feminina negra e comunista é acusada de financiar o rapto de um juiz. Presa em 1971 e incorrendo na pena de morte, Angela Davis acaba por ser posta em liberdade em 1972.
Neste ano, o Senado aprovou legislação sobre a igualdade dos sexos, na sequência das designadas «acções afirmativas» de mulheres contra a discriminação sexual no mercado de trabalho.
Também no mandato de Nixon, os Panteras Negras são violentamente reprimidos pelo FBI. Um dos mais trágicos episódios refere-se à campanha desencadeada contra a actriz Jean Seberg, que estava grávida de um dirigente dos Panteras Negras. Hoover sancionou um plano que considerava a actriz como financiadora do partido.
A publicidade negativa levou Jean Seberg a tentar o suicídio. O bébé nasceu prematuro e morreu. A actriz tornou-se psicótica e em 1979 acabou por se suicidar.
Apesar de não ter cumprido a promessa de acabar com a guerra no Vietnam no seu primeiro mandato, Nixon foi reeleito em 1972. Mas também não a cumpriu. Pelo contrário, estendeu o conflito ao Cambodja. A guerra só terminou no Vietname com a derrota norte-americana e a sua debandada em Saigão.
Entre outras medidas da sua administração, conta-se a proposta de restabelecimento da pena de morte em todos os estados, como meio alegado pelo Presidente de combater a criminalidade.
Mas o fim acabou por chegar para Nixon, na sequência da divulgação do seu envolvimento no escândalo Watergate. Uma operação de espionagem conduzida pelo FBI ao Partido Democrático durante a campanha de 1971 para a Presidência.
Estas revelações conduziram à descoberta de outros escândalos, designadamente, o de contribuições da ITT para a campanha eleitoral. E outros emergiram na CIA. Um relatório interno, designado as «jóias da família» apurou o envolvimento da agência em atentados para assassinar dirigentes estrangeiros, a sua participação em ensaios de drogas e na violação de correspondência, entre outras operações. Mais tarde a CIA interveio na crise do petróleo no Médio Oriente e esteve envolvida no golpe de Estado no Chile.
Nixon resignou, finalmente, em 1973. Em Maio do ano anterior, Hoover morreu, tendo deixado instruções numa designada «lista D», na qual indicava os arquivos e fitas que deviam ser destruídos.

Uma amostragem

A incursão neste período marcante da história do EUA visa apenas contextualizar as provas censuradas que nesta edição se divulgam. Criminalidade, eleições, segregação racial, inflação, Nixon rounds, american way of life, bipartidarismo ou sindicalismo constituem apenas uma pequena amostragem do nosso arquivo.
Algumas das questões que se equacionam nessas notícias e artigos evidenciam uma surpreendente actualidade. Até a similitude entre a actuação da Censura que procurava branquear a política norte-americana e a orientação da comunicação actual que apresenta os EUA como potência libertadora.
Noutras edições, voltaremos à temática internacional, designadamente à guerra do Vietname, ao conflito no Médio Oriente, à Jugoslávia, à América Latina ou à evolução europeia.
Muitos jornalistas e colaboradores escreveram sobre política internacional no Notícias da Amadora. Rolando del Vale (pseudónimo de Orlando Gonçalves), Alice Nicolau, Torres Rodrigues, António Caeiro, Rui Pires, Alberto Vilaverde Cabral, Sérgio Ribeiro, Álvaro Sena, Edgar Vales, Fernando J. Almeida, Miguel Urbano Rodrigues, José Antunes Ribeiro, Soeiro Sarmento ou Vítor Angelo contam-se entre aqueles que mais artigos assinaram.
Mas também outros escreveram comentários sobre política internacional como José António Freire Antunes, Agostinho Chaves Gonçalves, Carlos Carvalhas, Arlindo Mota, José Raimundo Almeida, Serras Gago e Urbano Tavares Rodrigues.
Numa tentativa para quebrar o cerco montado e para desconstruir o real made in USA (United States of America) e a sua representação manufacturada pelos censores nacionais, oficiais de um regime obediente ao amigo americano. Numa tentativa para que soubéssemos o que os norte-americanos conheciam de si próprios.

ORLANDO CÉSAR

Fontes: Sítios Internet da Casa Branca (http://www.whitehouse.gov), FBI (http://www.fbi.gov), CIA (http://www.cia.gov), a obra de Marilyn Bardsley, «J. Edgar Hoover: world most powerful lawman» e provas de Censura do Notícias da Amadora.



Orlando César

Lisboa Antiga



Em memória de David Mourão Ferreira

Barco Negro by Amalia Rodrigues

Lisbon, Sintra, Ebora

Em memória de David Mourão Ferreira

Figura cimeira da vida literária portuguesa do séc.XX, David Mourão-Ferreira conquistou o público.

"Em qualquer parte do mundo aonde o desejo ou as circunstâncias me têm arrastado – do Brasil ao Japão, dos Estados Unidos à União Soviética – , basta alguém saber que sou português para de imediato saltar a terreiro o nome de Amália. E, se acaso por acréscimo vêm também a saber que Amália Rodrigues interpreta uma dúzia e meia de letras da minha autoria – e entre elas o Barco Negro – então aí logo fico todo a cintilar, imerecido satélite, da luz reflexa do seu nome e renome." David Mourão-Ferreira (1927-1996)

Com as suas próprias palavras, de amizade e orgulho sentido, David Mourão-Ferreira ilustra o que se viria a tornar um marco não só na sua vida, mas também no Fado e na cultura portuguesa: as suas colaborações como letrista de Amália Rodrigues, a repercussão dessas colaborações e, finalmente, a dimensão que essa produção artística adquiriu.
Na verdade, o seu percurso como poeta (e também ensaísta, ficcionista, crítico literário, tradutor e dramaturgo) iniciou-se ainda na faculdade – o primeiro livro de poesia, A Secreta Viagem, data de 1950. David era ainda aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, por volta de 1952-53, quando conheceu Amália e surgiram as primeiras letras de fado, dele para ela:
"Mas que surdo e raivoso burburinho, nas hostes literatas e politicastas, quando comecei a escrever versos para Amália cantar!"
O jovem promissor, que começava a afirmar-se sobretudo como poeta e que participava de forma activa na vida literária portuguesa, decide enveredar por um caminho até aí estranho e desconhecido dos seus parceiros das lides literárias, maioritariamente progressistas.

Do feliz encontro, que mais tarde se tornaria um encontro a três (no qual se incluía também Alain Oulman) surgiu uma série de poemas para Amália interpretar como só ela sabia, e ainda aquele que ainda hoje é considerado um dos melhores discos de Fado de todos os tempos: Busto (1962). Nos seus versos, plenos de emotividade e intimismo, David Mourão-Ferreira recriava, descrevendo como ainda ninguém tinha feito até então, os temas fulcrais do Fado: o Amor, a Saudade, a cidade de Lisboa. A sensibilidade de Amália Rodrigues deixou-se imediatamente tocar pelas palavras do Poeta, e assim assistimos ao estabelecimento da mais vasta produção poética de um autor para a Diva do Fado (David Mourão-Ferreira foi o mais cantado por Amália, a seguir a ela própria).
E foi exactamente através dos fados que escreveu, que David Mourão-Ferreira conquistou o reconhecimento não só dos círculos literários lisboetas, mas sobretudo do povo português (e também de todos os estrangeiros que tomaram contacto com a obra de Amália).
O seu papel relevante como figura da Literatura Portuguesa do séc.XX é inegável, tendo em conta o extenso legado que deixou – no qual se incluem 14 livros de poesia, 6 de ficção, 2 de teatro e 16 obras como ensaísta e crítico – e os onze prémios que lhe foram atribuídos, nas diversas áreas em que se demarcou. No entanto, David Mourão-Ferreira chegou a todos os portugueses através da Maria Lisboa, da Madrugada de Alfama, da Primavera, do Abandono ,do Barco Negro, …, conquistando assim a Imortalidade reservada aos que sabem inculcar, na alma de cada português e no património de todos, a sensação visceral de nos sentirmos nós próprios, neste Lugar e neste Tempo.

Fados escritos por David Mourão-Ferreira:


• Abandono (fado Peniche)
• As águias
• Anda o sol na minha rua
• Au bord du Tage
• L'automne de notre amour
• Aves agoirentas
• Barco negro
• Em Aranjuez com o teu amor
• Espelho quebrado
• Libertação
• Madrugada de Alfama
• Maria Lisboa
• Neblina
• Nome de rua
• Primavera
• Quando a noite vem
• Sempre e sempre amor
• Solidão
• Sombra

Faz hoje 83 anos que nasceu David Mourão Ferreira

David Mourão - Ferreira (1927 - 1996)

David de Jesus Mourão - Ferreira nasceu em Lisboa em 1927 e morreu em 1996. Formou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, sendo mais tarde professor assistente da mesma Faculdade, cargo que abandonou em 1963.
No ínicio da sua carreira poética encontramo-lo ligado ao grupo da Távola Redonda, de que foi fundador e director e na qual se tornam proeminentes os seus méritos de crítico e, sobretudo, de poeta. Nesta fase, David Mourão - Ferreira, utilizando um pecúlio mais restrito de vivências, cujo enriquecimento progressivo vem marcando a sua ascensão e o integrou na constelação dos mais escolhidos poetas da modernidade, revela uma aguda intuição formal, um senso físico da poesia que imprime aos seus versos uma peculiar maturidade técnica (…)
Em In Memoriam Memoriae (1962), David Mourão - Ferreira dá-nos o apogeu da sua ciência poética, exaurindo-lhe os recursos, como se com este livro quisesse fechar um ciclo que, efectivamente, o vemos abandonar para, com a publicação de Infinito Pessoal ou a Arte de amar (1962), abrir outro, onde nos oferece as suas melhores potencialidades.
In: Natália Correia - Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica Antígona - 199

O político Juan Perón

Um dos políticos mais importantes da América Latina, Juan Domingo Perón foi por três vezes presidente da Argentina, promovendo grandes mudanças no país. Perón nasceu no dia 8 de outubro de 1895, na província de Lobos, pertencente a Buenos Aires. Com apenas 16 anos, ingressou no Colégio Militar, onde chegou a ser subtenente de Infantaria, e depois continuou os seus estudos na Escola Superior de Guerra, onde ficou até 1929.

No ano seguinte, participou do golpe militar que derrubou o presidente argentino Hipólito Yrigoyen, sendo depois nomeado secretário particular do ministro da Guerra. Cinco anos mais tarde, trabalhou como professor na Escola Superior de Guerra e passou um ano como agregado militar no Chile. Durante este período, publicou cinco livros sobre a história militar e viajou para a Alemanha e a Itália, durante os regimes nazista e fascista, para conhecer melhor os dois sistemas políticos.

Encantado com o regime implantado pelo ditador italiano Benito Mussolini, fundou na Argentina o Grupo de Oficiais Unidos (GOU). Em 1943, este grupo participou de um complô militar que retirou do poder Ramón Castilho. O regime militar assumiu o comando da política argentina nos três anos seguintes, já com uma forte influência de Perón, que foi trabalhar como secretário do Trabalho e do Bem-Estar Social e depois, em 1945, assumiu a vice-presidência da nação e tornou-se ministro da Guerra. Pouco a pouco, Perón foi ganhando respeito entre a população, principalmente entre as camadas mais baixas, chamadas de 'descamisados'.

No dia 9 de outubro de 1945, Perón foi preso e destituído do seu cargo por um levante militar. A sua prisão provocou uma grande crise no governo, com uma intensa campanha popular comandada por líderes de sindicatos e por sua amante, Eva Duarte, popularmente conhecida como Evita, que exigiram a sua liberação.

A pressão popular foi tamanha que no dia 17 de outubro de 1945 Perón foi libertado. Nesta noite, sobre a sacada da Casa Rosada, sede do governo argentino, Perón fez um discurso para mais de 300 mil pessoas, onde iniciou a sua campanha para subir ao poder, prometendo conduzir o povo até a vitória na eleição presidencial. Alguns dias depois, casou-se com Evita, que também já exercia um enorme influência na população mais pobre.

Com uma violenta e repressiva campanha eleitoral, Perón foi eleito presidente da Argentina em 1946, com mais de 56% dos votos. Seus seis anos de governo foram marcados por medidas de grandes transformações, com a estatização das ferrovias, empresas de telefonia, do petróleo e companhias de eletricidade. Além disso, ocorreu um grande crescimento da indústria do país, com a regulação das importações, e os trabalhadores ganharam direitos a aposentadoria, férias remuneradas, cobertura de acidentes de trabalho e seguro médico.

As mulheres também passaram a ter direito a voto e foi permitida a reeleição eleitoral. Com relação à política externa, adotou uma postura antiamericana e anti-britânica, trilhando o caminho que chamou de 'terceira posição', entre o comunismo e o capitalismo.

Essas medidas populistas fizeram com que Perón fosse reeleito em 1951. O segundo mandato foi marcado pela morte de sua esposa, em 1952, por grandes dificuldades econômicas, protestos de trabalhadores e pela sua excomunhão da Igreja Católica. Esses fatores enfraqueceram o seu governo e, em 1955, acabou deposto pelos militares e se exilou no Paraguai.

Afastado das suas atividades políticas, Perón foi morar em Madri onde, em 1961, casou-se novamente com a bailarina Maria Estela Martinez, que mais tarde assumiria a presidência da Argentina, com a morte do marido. Em seus dezoito anos de exílio, Perón continuou influenciando a política do seu país, onde só retornou em 1973, e, mais uma vez, foi eleito presidente. Perón não chegou a terminar o seu terceiro governo, marcado pela violência política e dificuldades econômicas.

Em 1º de julho de 1974, o político morreu de enfarte aos 78 anos, sendo sucedido pela sua esposa, Isabelita Perón, eleita vice-presidente em sua chapa. Assim como no Brasil Getúlio Vargas deixou como legado o "getulismo", Perón também marcou a política argentina. Os seus seguidores, muitos anos após a sua morte, ainda são classificados como "peronistas".

Faz hoje 64 anos que Juan Peron tomou posse como Presidente da Argentina

Juan Perón

Militar e político argentino, nascido em 1895, em Buenos Aires, foi eleito presidente do país em 1946, com 56% dos votos, após uma campanha eleitoral marcada pela forte repressão das iniciativas da oposição. Nacionalizou empresas e aumentou os salários dos funcionários públicos, mas deixou avolumar a dívida externa e viu aumentarem as dificuldades económicas do país. Depois da morte da sua segunda mulher, Eva Perón, perdeu popularidade e foi deposto por um golpe militar, em 1955. Voltou a ocupar a presidência em 1973, mas morreu um ano depois. Existe ainda hoje na Argentina um partido inspirado na sua figura.

Nazismo

Faz hoje 90 anos que foi fundado o Partido Nazi na Alemanha

Faz hoje 233 anos que morreu D. José I de Portugal

D. José I

Filho de D. João V, sucedeu a seu pai em 1750.

Quando subiu ao trono, D. José I tinha à sua disposição os mesmos meios de acção governativa que os seus antecessores do século XVII, apesar do progresso económico realizado no país, na primeira metade do século XVIII.

Esta inadaptação das estruturas administrativas, jurídicas e políticas do país, juntamente com as condições económicas deficientes herdadas dos últimos anos do reinado de D. João V, vai obrigar o monarca a escolher os seus colaboradores entre aqueles que eram conhecidos pela sua oposição à política seguida na reinado anterior.

Diogo de Mendonça, Corte Real Pedro da Mota e Silva e Sebastião José de Carvalho e Melo passaram a ser as personalidades em evidência, assistindo-se de 1750 a 1755 à consolidação política do poder central e ao reforço da posição do marquês de Pombal, com a consequente perda de importância dos outros ministros.

Uma segunda fase, de 1756 a 1764, caracteriza-se pela guerra com a Espanha e a França, pelo esmagamento da oposição interna - expulsão dos Jesuítas, reforma da Inquisição e execução de alguns nobres acusados de atentarem contra a vida do rei, entre os quais o duque de Aveiro e o marquês de Távora -, e pela criação de grandes companhias monopolistas, como a do Grão-Pará e Maranhão e a das Vinhas do Alto Douro.

Uma terceira fase, até 1770, é marcada por uma grande crise económica e, até final do reinado, assiste-se à política de fomento industrial e ultramarino e à queda económica das companhias monopolistas brasileiras.

Todo o reinado é caracterizado pela criação de instituições, especialmente no campo económico e educativo, no sentido de adaptar o País às grandes transformações que se tinham operado. Funda-se a Real Junta do Comércio, o Erário Régio, a Real Mesa Censória; reforma-se o ensino superior, cria-se o ensino secundário (Colégio dos Nobres, Aula do Comércio) e o primário (mestres régios); reorganiza-se o exército. Em matéria de política externa, D. José conservou a política de neutralidade adoptada por seu pai. De notar ainda, o corte de relações com a Santa Sé, que durou 10 anos.





Ficha genealógica:

D. José I nasceu em Lisboa, a 6 de Junho de 1714, recebendo o nome de José Francisco António Inácio Norberto Agostinho, e morreu no Palácio da Ajuda, a 24 de Fevereiro de 1777, tendo sido sepultado no Mosteiro de S. Vicente de Fora. Casou em 19 de Janeiro de 1729 com D. Mariana Vitória (n. em Madrid, a 31 de Março de 1718; f. no Palácio da Ajuda, a 15 de Janeiro de 1781; sepultada no mesmo Panteão), filha de Filipe V, rei de Espanha, e de Isabel Farnésio, sua segunda mulher. Do consórcio nasceram:

1. D. Maria I, que sucedeu no trono;

2. D. Maria Ana Francisca Josefa (n. em Lisboa, a 7 de Outubro de 1736; f. no Rio de Janeiro, a 16 de Maio de 1813; sepultada no Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento, em Lisboa);

3. D. Maria Francisca Doroteia (n. em Lisboa, a 21 de Setembro de 1739; f. na mesma cidade, a 14 de Janeiro de 1771; sepultada no Mosteiro de S. Vicente de Fora);

4. D. Maria Francisca Benedita (n. em Lisboa, a 25 de Julho de 1746; f. na mesma cidade, a 18 de Agosto de 1829; sepultada no Panteão de S. Vicente de Fora). Casou em 21 de Fevereiro de 1777 com o seu sobrinho D. José, príncipe da Beira, que teria sido rei de Portugal se a morte o não levasse prematuramente.




Fontes:
Joel Serrão (dir.)
Pequeno Dicionário de História de Portugal,
Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1976

Faz hoje 542 anos que morreu Gutenberg

O ourives e impressor Johannes Gutenberg nasceu na cidade alemã de Maguncia (Mainz) aproximadamente no ano 1400 d.C. Seu verdadeiro sobrenome era Johannes Gensfleisch Zur Laden. O nome com o qual ficou famoso mundialmente se deve à fazenda (Zurn Gutenberg) de sua família, que era uma das principais daquela cidade.
Em sua juventude uniu-se à agremiação dos ourives e também trabalhou como estampador de lâminas. Paralelamente, tentava conseguir um processo de impressão mais rápido. Conseguiu tal fato com peças cúbicas, ou tipos, de madeira que em uma de suas faces tinham uma letra entalhada em relevo. Esta face com a letra entalhada era pintada e, em seguida, era pressionada sobre um pergaminho para conseguir a impressão.

Em 1434, Gutenberg mudou-se para Estrasburgo (atualmente na França), onde montou um atelier de ourivesaria junto de vários sócios. Além de lapidar pedras preciosas, manufaturar lentes e espelhos, Gutenberg continuou trabalhando, secretamente, na técnica da impressão.

Perto de 1448, voltou a Mainz. Nesta cidade fundou uma sociedade com Johann Fust e Peter Schöffer para desenvolver seu invento.

Para criar a prensa, Gutenberg: adaptou uma prensa de madeira, daquelas utilizadas para moer uvas e preparar vinho; criou tipos metálicos móveis, muito mais resistentes e que, assim poderiam ser usados por muito mais tempo (foram desenhados com caracteres em estilo gótico); e modificou a consistência da tinta (a deixou mais densa para que ficasse bem grudada nos tipos).

Os tipos eram dispostos um atrás do outro sobre uma guia de madeira (em linha). As palavras eram separadas por um tipo sem relevo, que nada imprimia. As linhas obtidas eram ordenadas em uma caixa. Depois os tipos eram untados com tinta para posterior prensagem.

Gutenberg imprimiu várias obras, mas sua obra mais famosa foi a Bíblia de 42 linhas, terminada em 1455.

Gutenberg viveu para ver como sua invenção se alastrava pela Europa, começando pelas cidades do vale do Rin. Quando o célebre impressor faleceu, aproximadamente oito cidades importantes do Velho Mundo já tinham suas oficinas de impressão e, nas décadas seguintes, seu invento era conhecido desde Estocolmo até a Cracóvia, passando por Lisboa. Na Espanha, a prensa foi introduzida pelos alemães e, em 1473, já havia prensas funcionando no reino de Aragão.

Efemérides do dia 24 de Fevereiro de 2010

Principais acontecimentos registados a 24 de Fevereiro, na história do mundo:

303 - O imperador romano Galério pública o edito para que comece a perseguição aos cristãos numa parte do seu império.

1468 - Morre Johannes Gutenberg, inventor da imprensa.

1500 - Nasce Carlos de Habsburgo, Rei de Espanha e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

1525 - O exército espanhol derrota as forças francesas e suíças em Pavia (Itália), em confronto que provocou a morte de 14 mil pessoas.

1530 - O Papa Clemente VII coroa, em Bolonha, Carlos V imperador Sacro-Romano e rei da Itália, sendo a última coroação imperial efectuada por um Papa.

1536 - Nasce Papa Clemente VIII.

1547 - Morre D. João da Áustria, líder militar alemão.

1582 - O Papa Gregório XIII estabelece o calendário gregoriano.

1656 - A Espanha declara guerra à Inglaterra.

1777 - Morre D. José I, vigésimo quinto rei de Portugal.

1785 - Morre Charles Bonaparte, pai de Napoleão Bonaparte.

1786 - Morre o filólogo e contista alemão Guilherme Grimm, autor, com seu irmão Jacob, dos "Contos Grimm".

1839 - O Uruguai declara guerra à Argentina.

1891 - Promulgada a primeira Constituição republicana do Brasil.

1895 - Inicia-se em Cuba a guerra da independência, liderada por José Marti.

1917 - Esboça-se o início da revolução russa, com uma greve geral e manifestações em Petrogrado e recontros entre populares e a guarda imperial.

1920 - Constituição do partido Nazi na Alemanha.

1922 - Henri Landru, o francês conhecido por "Barba Azul", é executado em Versalhes, arredores de Paris, França, por ter assassinado dez das suas amantes.

1943 - Nasce George Harrison, guitarrista dos Beatles.

1945 - O primeiro-ministro egípcio, Ahmed Pasha, é assassinado depois de ter anunciado a declaração de guerra do seu país contra a Alemanha.

1946 - Juan Domingo Peron assume a presidência da Argentina.

1961 - Assina-se o contrato entre o governo colonial de Angola e a empresa hidroelectrica de Benguela, sobre a concessão do aproveitamento do rio Catumbela.

- A agência noticiosa holandesa inaugura o serviço especial de notícias por telefone, bastando discar um número para obter durante um minuto notícias de última hora.

1966 - Um grupo de oficiais pró-britânicos ghanês derruba o presidente N'krumah, quando estava de viajem a China.

1969 - Os EUA lançam para Marte a sonda espacial "Mariner-6".

1971 - A Argélia anuncia a nacionalização de todas as companhias petrolíferas francesas que operam no país.

1980 - O Egipto e Israel trocam os primeiros embaixadores em onze meses, após terem assinado o acordo separado de paz.

1986 - A medida que a tensão aumenta nas Filipinas, os EUA apelam, pela primeira vez, formalmente, ao presidente Marcos que renuncie ao cargo.

1989 - O Ayatollah Ruhollah Khomeini oferece três milhões de dólares de recompensa pela morte do autor do livro Os Versículos Satânicos, Salman Rushdie.

1990 - Morre o cantor "pop" norte-americano Johnnie Ray aos 63 anos de idade.

- Morre o antigo presidente italiano Sandro Pertini aos 93 anos de idade.

1991 - As forças aliadas iniciam a ofensiva terrestre contra as tropas iraquianas no Kuwait, envolvendo meio milhão de soldados e dez mil blindados.

1997 - O cientista Ian Wilmut, do Instituto Roslin, na Escócia, anuncia a existência da ovelha "Dolly", primeiro mamífero clonado a partir de uma célula de um animal adulto.

2001 - Morre Claude Shannon, matemático estadunidense.

2006 - Morre Cléa Simões, actriz brasileira.

Este é o quinquagésimo quinto dia do ano. Faltam 310 dias para acabar 2009.
Principais acontecimentos registados a 24 de Fevereiro, na história do mundo:

303 - O imperador romano Galério pública o edito para que comece a perseguição aos cristãos numa parte do seu império.

1468 - Morre Johannes Gutenberg, inventor da imprensa.

1500 - Nasce Carlos de Habsburgo, Rei de Espanha e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

1525 - O exército espanhol derrota as forças francesas e suíças em Pavia (Itália), em confronto que provocou a morte de 14 mil pessoas.

1530 - O Papa Clemente VII coroa, em Bolonha, Carlos V imperador Sacro-Romano e rei da Itália, sendo a última coroação imperial efectuada por um Papa.

1536 - Nasce Papa Clemente VIII.

1547 - Morre D. João da Áustria, líder militar alemão.

1582 - O Papa Gregório XIII estabelece o calendário gregoriano.

1656 - A Espanha declara guerra à Inglaterra.

1777 - Morre D. José I, vigésimo quinto rei de Portugal.

1785 - Morre Charles Bonaparte, pai de Napoleão Bonaparte.

1786 - Morre o filólogo e contista alemão Guilherme Grimm, autor, com seu irmão Jacob, dos "Contos Grimm".

1839 - O Uruguai declara guerra à Argentina.

1891 - Promulgada a primeira Constituição republicana do Brasil.

1895 - Inicia-se em Cuba a guerra da independência, liderada por José Marti.

1917 - Esboça-se o início da revolução russa, com uma greve geral e manifestações em Petrogrado e recontros entre populares e a guarda imperial.

1920 - Constituição do partido Nazi na Alemanha.

1922 - Henri Landru, o francês conhecido por "Barba Azul", é executado em Versalhes, arredores de Paris, França, por ter assassinado dez das suas amantes.

1943 - Nasce George Harrison, guitarrista dos Beatles.

1945 - O primeiro-ministro egípcio, Ahmed Pasha, é assassinado depois de ter anunciado a declaração de guerra do seu país contra a Alemanha.

1946 - Juan Domingo Peron assume a presidência da Argentina.

1961 - Assina-se o contrato entre o governo colonial de Angola e a empresa hidroelectrica de Benguela, sobre a concessão do aproveitamento do rio Catumbela.

- A agência noticiosa holandesa inaugura o serviço especial de notícias por telefone, bastando discar um número para obter durante um minuto notícias de última hora.

1966 - Um grupo de oficiais pró-britânicos ghanês derruba o presidente N'krumah, quando estava de viajem a China.

1969 - Os EUA lançam para Marte a sonda espacial "Mariner-6".

1971 - A Argélia anuncia a nacionalização de todas as companhias petrolíferas francesas que operam no país.

1980 - O Egipto e Israel trocam os primeiros embaixadores em onze meses, após terem assinado o acordo separado de paz.

1986 - A medida que a tensão aumenta nas Filipinas, os EUA apelam, pela primeira vez, formalmente, ao presidente Marcos que renuncie ao cargo.

1989 - O Ayatollah Ruhollah Khomeini oferece três milhões de dólares de recompensa pela morte do autor do livro Os Versículos Satânicos, Salman Rushdie.

1990 - Morre o cantor "pop" norte-americano Johnnie Ray aos 63 anos de idade.

- Morre o antigo presidente italiano Sandro Pertini aos 93 anos de idade.

1991 - As forças aliadas iniciam a ofensiva terrestre contra as tropas iraquianas no Kuwait, envolvendo meio milhão de soldados e dez mil blindados.

1997 - O cientista Ian Wilmut, do Instituto Roslin, na Escócia, anuncia a existência da ovelha "Dolly", primeiro mamífero clonado a partir de uma célula de um animal adulto.

2001 - Morre Claude Shannon, matemático estadunidense.

2006 - Morre Cléa Simões, actriz brasileira.

Este é o quinquagésimo quinto dia do ano. Faltam 310 dias para acabar 2009.
Principais acontecimentos registados a 24 de Fevereiro, na história do mundo:

303 - O imperador romano Galério pública o edito para que comece a perseguição aos cristãos numa parte do seu império.

1468 - Morre Johannes Gutenberg, inventor da imprensa.

1500 - Nasce Carlos de Habsburgo, Rei de Espanha e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

1525 - O exército espanhol derrota as forças francesas e suíças em Pavia (Itália), em confronto que provocou a morte de 14 mil pessoas.

1530 - O Papa Clemente VII coroa, em Bolonha, Carlos V imperador Sacro-Romano e rei da Itália, sendo a última coroação imperial efectuada por um Papa.

1536 - Nasce Papa Clemente VIII.

1547 - Morre D. João da Áustria, líder militar alemão.

1582 - O Papa Gregório XIII estabelece o calendário gregoriano.

1656 - A Espanha declara guerra à Inglaterra.

1777 - Morre D. José I, vigésimo quinto rei de Portugal.

1785 - Morre Charles Bonaparte, pai de Napoleão Bonaparte.

1786 - Morre o filólogo e contista alemão Guilherme Grimm, autor, com seu irmão Jacob, dos "Contos Grimm".

1839 - O Uruguai declara guerra à Argentina.

1891 - Promulgada a primeira Constituição republicana do Brasil.

1895 - Inicia-se em Cuba a guerra da independência, liderada por José Marti.

1917 - Esboça-se o início da revolução russa, com uma greve geral e manifestações em Petrogrado e recontros entre populares e a guarda imperial.

1920 - Constituição do partido Nazi na Alemanha.

1922 - Henri Landru, o francês conhecido por "Barba Azul", é executado em Versalhes, arredores de Paris, França, por ter assassinado dez das suas amantes.

1943 - Nasce George Harrison, guitarrista dos Beatles.

1945 - O primeiro-ministro egípcio, Ahmed Pasha, é assassinado depois de ter anunciado a declaração de guerra do seu país contra a Alemanha.

1946 - Juan Domingo Peron assume a presidência da Argentina.

1961 - Assina-se o contrato entre o governo colonial de Angola e a empresa hidroelectrica de Benguela, sobre a concessão do aproveitamento do rio Catumbela.

- A agência noticiosa holandesa inaugura o serviço especial de notícias por telefone, bastando discar um número para obter durante um minuto notícias de última hora.

1966 - Um grupo de oficiais pró-britânicos ghanês derruba o presidente N'krumah, quando estava de viajem a China.

1969 - Os EUA lançam para Marte a sonda espacial "Mariner-6".

1971 - A Argélia anuncia a nacionalização de todas as companhias petrolíferas francesas que operam no país.

1980 - O Egipto e Israel trocam os primeiros embaixadores em onze meses, após terem assinado o acordo separado de paz.

1986 - A medida que a tensão aumenta nas Filipinas, os EUA apelam, pela primeira vez, formalmente, ao presidente Marcos que renuncie ao cargo.

1989 - O Ayatollah Ruhollah Khomeini oferece três milhões de dólares de recompensa pela morte do autor do livro Os Versículos Satânicos, Salman Rushdie.

1990 - Morre o cantor "pop" norte-americano Johnnie Ray aos 63 anos de idade.

- Morre o antigo presidente italiano Sandro Pertini aos 93 anos de idade.

1991 - As forças aliadas iniciam a ofensiva terrestre contra as tropas iraquianas no Kuwait, envolvendo meio milhão de soldados e dez mil blindados.

1997 - O cientista Ian Wilmut, do Instituto Roslin, na Escócia, anuncia a existência da ovelha "Dolly", primeiro mamífero clonado a partir de uma célula de um animal adulto.

2001 - Morre Claude Shannon, matemático estadunidense.

2006 - Morre Cléa Simões, actriz brasileira.

Este é o quinquagésimo quinto dia do ano. Faltam 310 dias para acabar 2009.
Principais acontecimentos registados a 24 de Fevereiro, na história do mundo:

303 - O imperador romano Galério pública o edito para que comece a perseguição aos cristãos numa parte do seu império.

1468 - Morre Johannes Gutenberg, inventor da imprensa.

1500 - Nasce Carlos de Habsburgo, Rei de Espanha e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

1525 - O exército espanhol derrota as forças francesas e suíças em Pavia (Itália), em confronto que provocou a morte de 14 mil pessoas.

1530 - O Papa Clemente VII coroa, em Bolonha, Carlos V imperador Sacro-Romano e rei da Itália, sendo a última coroação imperial efectuada por um Papa.

1536 - Nasce Papa Clemente VIII.

1547 - Morre D. João da Áustria, líder militar alemão.

1582 - O Papa Gregório XIII estabelece o calendário gregoriano.

1656 - A Espanha declara guerra à Inglaterra.

1777 - Morre D. José I, vigésimo quinto rei de Portugal.

1785 - Morre Charles Bonaparte, pai de Napoleão Bonaparte.

1786 - Morre o filólogo e contista alemão Guilherme Grimm, autor, com seu irmão Jacob, dos "Contos Grimm".

1839 - O Uruguai declara guerra à Argentina.

1891 - Promulgada a primeira Constituição republicana do Brasil.

1895 - Inicia-se em Cuba a guerra da independência, liderada por José Marti.

1917 - Esboça-se o início da revolução russa, com uma greve geral e manifestações em Petrogrado e recontros entre populares e a guarda imperial.

1920 - Constituição do partido Nazi na Alemanha.

1922 - Henri Landru, o francês conhecido por "Barba Azul", é executado em Versalhes, arredores de Paris, França, por ter assassinado dez das suas amantes.

1943 - Nasce George Harrison, guitarrista dos Beatles.

1945 - O primeiro-ministro egípcio, Ahmed Pasha, é assassinado depois de ter anunciado a declaração de guerra do seu país contra a Alemanha.

1946 - Juan Domingo Peron assume a presidência da Argentina.

1961 - Assina-se o contrato entre o governo colonial de Angola e a empresa hidroelectrica de Benguela, sobre a concessão do aproveitamento do rio Catumbela.

- A agência noticiosa holandesa inaugura o serviço especial de notícias por telefone, bastando discar um número para obter durante um minuto notícias de última hora.

1966 - Um grupo de oficiais pró-britânicos ghanês derruba o presidente N'krumah, quando estava de viajem a China.

1969 - Os EUA lançam para Marte a sonda espacial "Mariner-6".

1971 - A Argélia anuncia a nacionalização de todas as companhias petrolíferas francesas que operam no país.

1980 - O Egipto e Israel trocam os primeiros embaixadores em onze meses, após terem assinado o acordo separado de paz.

1986 - A medida que a tensão aumenta nas Filipinas, os EUA apelam, pela primeira vez, formalmente, ao presidente Marcos que renuncie ao cargo.

1989 - O Ayatollah Ruhollah Khomeini oferece três milhões de dólares de recompensa pela morte do autor do livro Os Versículos Satânicos, Salman Rushdie.

1990 - Morre o cantor "pop" norte-americano Johnnie Ray aos 63 anos de idade.

- Morre o antigo presidente italiano Sandro Pertini aos 93 anos de idade.

1991 - As forças aliadas iniciam a ofensiva terrestre contra as tropas iraquianas no Kuwait, envolvendo meio milhão de soldados e dez mil blindados.

1997 - O cientista Ian Wilmut, do Instituto Roslin, na Escócia, anuncia a existência da ovelha "Dolly", primeiro mamífero clonado a partir de uma célula de um animal adulto.

2001 - Morre Claude Shannon, matemático estadunidense.

2006 - Morre Cléa Simões, actriz brasileira.

Este é o quinquagésimo quinto dia do ano. Faltam 310 dias para acabar 2009.
Principais acontecimentos registados a 24 de Fevereiro, na história do mundo:

303 - O imperador romano Galério pública o edito para que comece a perseguição aos cristãos numa parte do seu império.

1468 - Morre Johannes Gutenberg, inventor da imprensa.

1500 - Nasce Carlos de Habsburgo, Rei de Espanha e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

1525 - O exército espanhol derrota as forças francesas e suíças em Pavia (Itália), em confronto que provocou a morte de 14 mil pessoas.

1530 - O Papa Clemente VII coroa, em Bolonha, Carlos V imperador Sacro-Romano e rei da Itália, sendo a última coroação imperial efectuada por um Papa.

1536 - Nasce Papa Clemente VIII.

1547 - Morre D. João da Áustria, líder militar alemão.

1582 - O Papa Gregório XIII estabelece o calendário gregoriano.

1656 - A Espanha declara guerra à Inglaterra.

1777 - Morre D. José I, vigésimo quinto rei de Portugal.

1785 - Morre Charles Bonaparte, pai de Napoleão Bonaparte.

1786 - Morre o filólogo e contista alemão Guilherme Grimm, autor, com seu irmão Jacob, dos "Contos Grimm".

1839 - O Uruguai declara guerra à Argentina.

1891 - Promulgada a primeira Constituição republicana do Brasil.

1895 - Inicia-se em Cuba a guerra da independência, liderada por José Marti.

1917 - Esboça-se o início da revolução russa, com uma greve geral e manifestações em Petrogrado e recontros entre populares e a guarda imperial.

1920 - Constituição do partido Nazi na Alemanha.

1922 - Henri Landru, o francês conhecido por "Barba Azul", é executado em Versalhes, arredores de Paris, França, por ter assassinado dez das suas amantes.

1943 - Nasce George Harrison, guitarrista dos Beatles.

1945 - O primeiro-ministro egípcio, Ahmed Pasha, é assassinado depois de ter anunciado a declaração de guerra do seu país contra a Alemanha.

1946 - Juan Domingo Peron assume a presidência da Argentina.

1961 - Assina-se o contrato entre o governo colonial de Angola e a empresa hidroelectrica de Benguela, sobre a concessão do aproveitamento do rio Catumbela.

- A agência noticiosa holandesa inaugura o serviço especial de notícias por telefone, bastando discar um número para obter durante um minuto notícias de última hora.

1966 - Um grupo de oficiais pró-britânicos ghanês derruba o presidente N'krumah, quando estava de viajem a China.

1969 - Os EUA lançam para Marte a sonda espacial "Mariner-6".

1971 - A Argélia anuncia a nacionalização de todas as companhias petrolíferas francesas que operam no país.

1980 - O Egipto e Israel trocam os primeiros embaixadores em onze meses, após terem assinado o acordo separado de paz.

1986 - A medida que a tensão aumenta nas Filipinas, os EUA apelam, pela primeira vez, formalmente, ao presidente Marcos que renuncie ao cargo.

1989 - O Ayatollah Ruhollah Khomeini oferece três milhões de dólares de recompensa pela morte do autor do livro Os Versículos Satânicos, Salman Rushdie.

1990 - Morre o cantor "pop" norte-americano Johnnie Ray aos 63 anos de idade.

- Morre o antigo presidente italiano Sandro Pertini aos 93 anos de idade.

1991 - As forças aliadas iniciam a ofensiva terrestre contra as tropas iraquianas no Kuwait, envolvendo meio milhão de soldados e dez mil blindados.

1997 - O cientista Ian Wilmut, do Instituto Roslin, na Escócia, anuncia a existência da ovelha "Dolly", primeiro mamífero clonado a partir de uma célula de um animal adulto.

2001 - Morre Claude Shannon, matemático estadunidense.

2006 - Morre Cléa Simões, actriz brasileira.

Este é o quinquagésimo quinto dia do ano. Faltam 310 dias para acabar 2010.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Amalia Rodrigues _ Solidao _ 1969



Amália canta solidão, letra de David Mourão Ferreira.

Apoio de Advogada

Apoio da Advogada

Um chefe da Máfia descobriu que o seu contabilista tinha desviado milhões de dólares da caixa. O contabilista era surdo, por isso fora admitido, pois nada poderia ouvir e, em caso de um eventual processo, não poderia depor como testemunha.

Quando o chefe lhe foi dar um aperto sobre os milhões em falta, levou a advogada, que sabia a linguagem de sinais dos surdos-mudos.

O chefe perguntou ao contabilista:

- "Onde estão os 10 milhões que desapareceram?"

A advogada, usando a linguagem dos sinais, transmitiu a pergunta ao contabilista, que logo respondeu (em sinais):

- "Eu não sei do que é que vocês estão a falar."

A advogada traduziu para o chefe:

- "Ele disse não saber do que se trata."

O mafioso sacou uma pistola e encostou-a testa do contabilista, gritando:

- "Pergunte-lhe de novo."

A advogada, sinalizando, disse ao infeliz:

- "Ele vai-te matar se não disseres onde está o dinheiro."

O contabilista sinalizou em resposta:

- "OK, vocês venceram, o dinheiro está numa mala de couro, que está enterrada no quintal da casa do meu primo Eurico, no nº400, da Rua 26, no bairro de Queens!"

O mafioso perguntou à advogada:

- "O que é que ele disse?"

A advogada respondeu:

- "Ele disse que não tem medo de paneleiros e que você não tem tomates para puxar o gatilho."

Citação

Citação...fantástica

FRASE DITA PELO DR. DRÁUZIO VARELA (EXCELENTE!!!)


Citação...

''No mundo actual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos teremos velhas de mamas grandes e velhos de pila dura, mas que não se lembrarão para que servem''...

(anda na net)

E vai uma anedota intitulada "O Campino"

O Campino

Um velho campino, típico e tradicional do nosso Portugal, contemplava, como era seu costume, os touros a pastar nas lezírias à luz de mais um tranquilo pôr-do-sol.

Pelo pitoresco do quadro e pelas vestes, que sempre envergava com assumido orgulho, era alvo da curiosidade de todos os turistas e transeuntes de outras paragens.

Naquele dia, uma jovem aproximou-se dele e fez-lhe a pergunta do costume:

- O senhor é campino?

- Sou, sim, Menina.

- Um campino verdadeiro?

- Claro!!!

- Há muitos anos?

- Sim! Todos os dias conduzo os meus animais, e aos Domingos levo-os a lides triunfantes nas mais conceituadas arenas de Portugal!

Naquele dia, por ter acordado um pouco mais falador, colocou ele uma questão:

- E a menina?

- Eu sou lésbica. Acordo a pensar em mulheres, tomo banho, como, trabalho e adormeço a pensar em mulheres, sonho com mulheres e, na manhã seguinte, volto a acordar a pensar em mulheres!

No dia seguinte, foi a vez de uma outra excursão perturbar a calma local.

O grupo, curioso, aproximou-se do velho campino e perguntou-lhe:

- O senhor é campino?

Após uma pequena pausa, o velho campino respondeu, um tanto atrapalhado:

- Toda a minha vida pensei que sim... mas ontem descobri que sou lésbica.

opss

Traz Outro Amigo Também - Jos



Video-Clip de \"Traz Outro Amigo Também\" de Zeca - José Afonso

No Coliseu - Venham.Mais.Cin- co (Jos



Zeca Afonso No Coliseu ( José Afonso )

Faixa-Venham Mais Cinco

José Afonso - Os Vampiros (ao viv



Nos 23 anos da sua morte recordemos o grande Zeca Afonso

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dia 23 de Fevereiro de 1987, morre Zeca Afonso

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, filho de José Nepomuceno Afonso, juiz, e de Maria das Dores Dantas Cerqueira, professora primária.
Em 1930 os pais foram para Angola, onde o pai tinha sido colocado como delegado do Procurador da República em Silva Porto. José Afonso permanece em Aveiro, na casa da Fonte das Cinco Bicas, por razões de saúde, confiado à tia Gegé e ao tio Xico, um «republicano anticlerical e anti-sidonista».
Por insistência da mãe, em 1933 Zeca segue para Angola, com três anos e meio, no vapor Mouzinho, acompanhado por um tio advogado em lua-de-mel. Um missionário é a companhia de José Afonso que permanece três anos em Angola, onde inicia os estudos da instrução primária.
Em 1936 regressa a Aveiro, para casa de umas tias pelo lado materno.
Parte em 1937 para Moçambique ao encontro dos pais, com quem vive juntamente com os irmãos João e Mariazinha.
Regressa a Portugal, em 1938, desta vez para casa do tio Filomeno, presidente da Câmara Municipal de Belmonte. Aqui conclui a quarta classe. O tio, salazarista convicto, fá-lo envergar a farda da Mocidade Portuguesa.
Vai para Coimbra em 1940 para prosseguir os estudos. É matriculado no Liceu D. João III e instala-se em casa da tia Avrilete, tia paterna que vivia à Av. Dias da Silva, actual nº112. No liceu conhece António Portugal e Luiz Goes. A família parte de Moçambique para Timor, onde o pai vai exercer as funções de juiz. Mariazinha vai com eles, enquanto seu irmão João vem para Portugal. Com a ocupação de Timor pelos Japoneses, José Afonso fica sem notícias dos pais durante três anos, até ao final da II Guerra Mundial, em 1945.
Nesse mesmo ano começa a cantar serenatas como «bicho», designação da praxe de Coimbra para os estudantes liceais (José Afonso andava no 5.º ano do liceu). Era conhecido como «bicho-cantor», o que lhe permitia não ser «rapado» pelas «trupes». Vida de boémia e fados tradicionais de Coimbra.
De 1946 a 1948 completa o curso dos liceus, após dois chumbos. Conhece Maria Amália de Oliveira, uma costureira de origem humilde, com quem vem a casar em segredo, por oposição dos pais. Faz viagens com o Orfeão e com a Tuna Académica. Joga futebol na Associação Académica de Coimbra.
Em 1949, dispensado do exame de aptidão à Universidade, inscreve-se no primeiro ano do curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras. Vai a Angola e Moçambique integrado numa comitiva do Orfeão Académico da Universidade de Coimbra.
Em Janeiro de 1953 nasce-lhe o primeiro filho, José Manuel. Dá explicações e faz revisão no Diário de Coimbra. São editados os seus primeiros discos. Trata-se de dois discos de 78 rotações com fados de Coimbra, editados pela Alvorada, dos quais não existem hoje exemplares. Os dois discos foram gravados no Emissor Regional de Coimbra da Emissora Nacional.
De 1953 a 1955 cumpre, em Mafra, serviço militar obrigatório. Foi mobilizado para Macau, mas livrou-se por motivos de saúde. Depois é colocado num quartel em Coimbra. Tem grandes dificuldades económicas para sustentar a família, como refere em carta enviada aos pais em Moçambique. A crise conjugal é muito sentida. Após o serviço militar, já com dois filhos, José Manuel e Helena (nascida em 1954), conclui em 1963 o curso na Faculdade de Letras de Coimbra com 11 valores com uma tese sobre Jean-Paul Sartre: «Implicações substancialistas na filosofia sartriana».
Vai dar aulas num colégio privado em Mangualde de 6 de Janeiro a 30 de Setembro de 1957. Passa a, então, à cndição de estudante voluntário da Universidade, inod com frequência a Coimbra, não só para fazer exames na Faculdade de Letras, mas por continuar a ser bastante solicitado para cantar em serenatas, espectáculos e digressões dos organismos autónomos. Inicia-se o processo de separação e posterior divórcio de Amália (1 de Junho de 1963). José Afonso manterá uma névoa de silêncio em redor desta sua experiência conjugal.
Em 1956 é editado o seu primeiro EP, intitulado Fados de Coimbra. De 28 de Outubro de 1957 a 22 de Julho de 1958 foi professor provisório nas Escola Industrial e Comercial de Lagos.
Por dificuldades económicas, em 1958 envia os dois filhos para Moçambique, para junto dos avós. Neste ano fica impressionado com a campanha eleitoral de Humberto Delgado. Digressão de um mês em Angola da Tuna Académica. José Afonso é o vocalista do Conjunto Ligeiro. «Actuámos vestidos com umas largas blusas de cetim, cada uma de sua cor, imitando a orquestra de "mambos" de Perez Prado, o máximo da altura», conta José Niza.
A 4 de Dezembro de 1957, José Afonso actua em Paris, no Teatro "Champs Elysées" ao lado de Fernado Rolim, voz, António Portugal e David Leandro nas guitarras de Coimbra e Sousa Rafael e Levy Baptista nas violas.
De 7 de Outubro de 1958 a 18 de Julho de 1959 é professor provisório nas Escola Industrial e Comercial de Faro.
Em 1959 começa a frequentar colectividades e a cantar regularmente em meios populares.
Nos inícios do ano lectivo de 1959/60 é colocado por 10 dias num colégio em Aljustrel, transitando depois para a Escola Técnica de Alcobaça onde é professor provisório entre 3 de Outubro de 1959 e 30 de Julho de 1960.
Em 1960 é editado o quarto disco de José Afonso. Trata-se de um EP para a Rapsódia, intitulado Balada do Outono.
Em Agosto faz nova digressão com o orfeão Académico de Coimbra a Angola. Ainda em 1960 desloca-se a Paris e Genebra, onde grava com Fernado Rolim, voz, António Portugal e David Leandro nas guitarras de Coimbra e Sousa Rafael e Levy Baptista nas violas, onde naquela cidade helvética grava uma serenata para a Eurovisão.
De 1961 a 1962 segue atentamente a crise estudantil deste último ano. Convive em Faro com Luiza Neto Jorge, António Barahona, António Ramos Rosa e Pité e namora com Zélia, natural da Fuzeta, que será a sua segunda mulher.
Em 1962 é editado o álbum Coimbra Orfeon of Portugal, pela Monitor, dos Estados Unidos, com «Minha Mãe» e «Balada Aleixo», onde José Afonso rompe definitivamente com o acompanhamento das guitarras. Nestas duas baladas é acompanhado exclusivamente à viola por José Niza e Durval Moreirinhas.
Realiza digressões pela Suíça e Alemanha onde gravam para a televisão e Suécia onde actua na Gala dos Reais Clubes Suecos, integrado num grupo de fados e guitarras, na companhia de Adriano Correia de Oliveira, José Niza, Jorge Godinho, Durval Moreirinhas e ainda da fadista lisboeta Esmeralda Amoedo.
Em 1963 é editado outro EP de Baladas de Coimbra. Volta a ser professor provisório nas mesma escola em Faro, de 19 de Outubro de 1962 a 31 de Julho de 1963.
Em Maio de 1964, José Afonso actua na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, onde se inspira para fazer a canção «Grândola, Vila Morena», que viria a ser no dia 25 de Abril de 1974 a senha do Movimento das Forças Armadas (MFA) para o derrube do regime ditatorial.
Nesse mesmo ano é editado o EP Cantares de José Afonso, o único para a Valentim de Carvalho.
Também em 1964 é editado, pela Ofir, o álbum Baladas e Canções, que virá a ser reeditado em CD pela EMI em 1996.
De 1964 a 1967, José Afonso encontra-se em Lourenço Marques com Zélia, onde reencontra os seus dois filho. Nos últimos dois anos, dá aulas na Beira. Aqui musicou Brecht na peça A Excepção e a Regra. Em Moçambique nasce a sua filha Joana (1965).
Em 1967 regressa a Lisboa esgotado pelo sistema colonial. Deixa o filho mais velho, José Manuel, confiado aos avós em Moçambique. Colocado como professor em Setúbal, sofre uma grave crise de saúde que o leva a ser internado durante 20 dias na Casa de Saúde de Belas. Quando sai da clínica, tinha sido expulso do ensino oficial. É publicado o livro Cantares de José Afonso, pela Nova Realidade. O PCP convida-o a aderir ao partido, mas José Afonso recusa invocando a sua condição de classe. Assina contrato discográfico com a Orfeu, para quem grava mais de 70 por cento da sua obra.
Expulso do ensino, em 1968 dedica-se a dar explicações e a cantar com mais assiduidade nas colectividades da Margem Sul, onde é nítida a influência do PCP. Pelo Natal, edita o álbum Cantares do Andarilho, com Rui Pato, primeiro disco para a Orfeu. O contrato é sui generis: contra o pagamento de uma mensalidade (15 contos), José Afonso é obrigado a gravar um álbum por ano.
Em 1969 a Primavera marcelista abre perspectivas de organização ao movimento sindical. José Afonso participa activamente neste movimento, assim como nas acções dos estudantes em Coimbra. Edita o álbum Contos Velhos Rumos Novos e o single «Menina, dos Olhos Tristes» que contém a canção popular «Canta Camarada». Recebe o prémio da Casa da Imprensa para o melhor disco, distinção que repete em 1970 e 1971. Pela primeira vez num disco de José Afonso, aparecem outros instrumentos que não a viola ou a guitarra. Trata-se do último álbum com Rui Pato. Nasce o último filho, o quarto, Pedro.
Em 1970 é editado o álbum Traz Outro Amigo Também, gravado em Londres, nos estúdios da Pye, o primeiro sem Rui Pato, impedido pela PIDE de viajar. Carlos Correia (Bóris), antigo músico de rock, dos Álamos e do Conjunto Universitário Hi-Fi, substitui Pato. A 21 de Março, por unanimidade, a Casa de Imprensa atribui a José Afonso o Prémio de Honra pela «alta qualidade da sua obra artística como autor e intérprete e pela decisiva influência que exerce em todo o movimento de renovação da música ligeira portuguesa». Participa em Cuba num Festival Internacional de Música Popular.
Pelo Natal de 1971, é lançado o álbum Cantigas do Maio, gravado perto de Paris, nos estúdios de Herouville, um dos mais caros e afamados da Europa. O álbum é geralmente considerado o melhor disco de José Afonso. A editora Nova Realidade publica o livro Cantar de Novo.
No ano de 1972 o álbum chama-se Eu Vou Ser Como a Toupeira, gravado em Madrid, nos Estúdios Cellada, com a participação de Benedicto, um cantor galego amigo de Zeca, e com o apoio dos Aguaviva, de Manolo Diaz. O livro, editado pela Paisagem, tem apenas o título de José Afonso.
Em 1973 José Afonso continua a sua «peregrinação», cantando um pouco em todo o lado. Muitas sessões foram proibidas pela PIDE/DGS. Em Abril é preso e fica 20 dias em Caxias até finais de Maio. Na prisão política, escreve o poema «Era Um Redondo Vocábulo». Pelo Natal, publica o álbum Venham Mais Cinco, gravado em Paris, em que José Mário Branco volta a colaborar musicalmente. No tema-título, participa Janine de Waleyne, solista dos Swingle Singers, o melhor grupo vocal de jazz cantado da altura, na opinião de José Niza.
A 29 de Março de 1974, o Coliseu, em Lisboa, enche-se para ouvir José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Jorge Letria, Manuel Freire, José Barata Moura, Fernando Tordo e outros, que terminam a sessão com «Grândola, Vila Morena». Militares do MFA estão entre a assistência e escolhem «Grândola» para senha da Revolução. Um mês depois dá-se o 25 de Abril. No dia do espectáculo, a censura avisara a Casa de Imprensa, organizadora do evento, de que eram proibidas as representações de «Venham Mais Cinco», «Menina dos Olhos Tristes», «A Morte Saiu à Rua» e «Gastão Era Perfeito». Curiosamente, a «Grândola» era autorizada. É editado o álbum Coro dos Tribunais, gravado em Londres, novamente na Pye, com arranjos e direcção musical, pela primeira vez, de Fausto. São incluídas as canções brechtianas compostas em Moçambique no período entre 1964 e 1967, «Coro dos Tribunais» e «Eu Marchava de Dia e de Noite (Canta o Comerciante)».
De 1974 a 1975 envolve-se directamento nos movimentos populares. O PREC (Processo Revolucionário Em Curso) é a sua paixão. Cantou no dia 11 de Março de 1975 no RALIS para os soldados. Estabelece uma colaboração estreita com o movimento revolucionário LUAR, através do seu amigo Camilo Mortágua, dirigente da organização. A LUAR edita o single «Viva o Poder Popular» com «Foi na Cidade do Sado» no lado B. Em Itália, as organizações revolucionárias Lotta Continua, Il Manifesto e Vanguardia Operaria editam o álbum República, gravado em Roma a 30 de Setembro e 1 de Outubro, nos estúdios das Santini Edizioni. As receitas do disco destinavam-se a apoiar a Comissão de Trabalhadores do jornal República ou, caso o jornal fosse extinto, como foi, o Secretariado Provisório das Cooperativas Agrícolas de Alcoentre. Desconhecido em Portugal, o álbum inclui «Para Não Dizer Que Não Falei de Flores» (Geraldo Vandré), «Se os Teus Olhos se Vendessem», «Foi no Sábado Passado», «Canta Camarada», «Eu Hei-de Ir Colher Macela», «O Pão Que Sobra à Riqueza», «Os Vampiros», «Senhora do Almortão», «Letra para Um Hino» e «Ladainha do Arcebispo». Francisco Fanhais colaborou na gravação do disco, juntamente com músicos italianos.
Em 1976 apoia a candidatura presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho, cérebro do 25 de Abril e ex-comandante do COPCON (Comando Operacional do Continente), apoio que reedita em 1980. Fase cronista de José Afonso, que publica o álbum Com as Minhas Tamanquinhas. O disco tem a surpreendente participação de Quim Barreiros. É, na opinião de José Niza, «um disco de combate e de denúncia, um grito de alma, um murro na mesa, sincero e exaltado, talvez exagerado se ouvido e lido ao fim de 20 anos, isto é, hoje». É a «ressaca» do PREC.
O álbum Enquanto Há Força, editado em 1978, de novo com Fausto, representa mais um exemplo da fase cronista do cantor, ligada às suas preocupações anti-colonistas e anti-imperialistas e à sua crítica mordaz à Igreja. Inclui as participações, entre outras, de Guilherme Inês, Carlos Zíngaro, Pedro Caldeira Cabral, Rão Kyao, Luís Duarte, Adriano Correia de Oliveira e Sérgio Godinho.
Em 1979 é editado o álbum Fura Fura, com a colaboração musical de Júlio Pereira e dos Trovante. O disco inclui oito temas de música para teatro, compostos para as peças Zé do Telhado, de A Barraca, e Guerra do Alecrim e Manjerona, da Comuna. Actua em Bruxelas no Festival da Contra-Eurovisão.
Em 1981, após dois anos de silêncio, regressa a Coimbra com o seu álbum Fados de Coimbra e Outras Canções. Trata-se da mais bela versão do fado de Coimbra, interpretada por Zeca Afonso em homenagem a seu pai e a Edmundo Bettencourt, a quem o disco é dedicado. Actua em Paris, no Théatre de la Ville.
Em 1982 começam a conhecer-se os primeiros sintomas da doença do cantor, uma esclerose lateral amiotrófica. Trata-se, aparentemente, de um vírus instalado na espinal medula que, de uma forma progressiva, destrói o tecido muscular e, normalmente, conduz à morte por asfixia. Actua em Brouges no Festival de Printemps.
Em 29 de Janeiro de 1983 realiza-se o espectáculo no Coliseu com José Afonso já em dificuldades. Participam Octávio Sérgio, António Sérgio, Lopes de Almeida, Durval Moreirinhas, Rui Pato, Fausto, Júlio Pereira, Guilherme Inês, Rui Castro, Rui Júnior, Sérgio Mestre e Janita Salomé. É publicado o duplo álbum Ao Vivo no Coliseu.
No Natal desse ano, sai Como Se Fora Seu Filho, um testamento político. Colaboração de Júlio Pereira, Janita Salomé, Fausto e José Mário Branco. Alinhamento: «Papuça», «Utopia», «A Nau de António Faria», «Canção da Paciência», «O País Vai de Carrinho», «Canarinho», «Eu Dizia», «Canção do Medo», «Verdade e Mentira» e «Altos Altentes». Algumas das canções foram escritas para a peça Fernão Mentes? do grupo de teatro A Barraca. Publicado o livro Textos e Canções, com a chancela Assírio e Alvim. Contra a sua vontade, é publicado pelo Foto Sonoro um maxi-single, Zeca em Coimbra, com um espectáculo dado por Zeca no Jardim da Sereia, na Lusa Atenas, a 27 de Maio. A cidade de Coimbra atribui a José Afonso a Medalha de Ouro da cidade. «Obrigado Zeca, volta sempre, a casa é tua», disse-lhe o presidente da Câmara, Mendes Silva. «Não quero converter-me numa instituição, embora me sinta muito comovido e grato pela homenagem», respondeu José Afonso. O Presidente da República, general Ramalho Eanes, atribui a José Afonso a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa-se a preencher o formulário. Em 1994, o Presidente da República Mário Soares tentou de novo condecorar, postumamente, José Afonso com a Ordem da Liberdade, mas a mulher, Zélia, recusou, alegando que se José Afonso não desejou a distinção em vida, também não seria após a sua morte que seria condecorado.
Em 1983 José Afonso é reintegrado no ensino oficial, tendo sido destacado para dar aulas de História e de Português na Escola Preparatória de Azeitão. Tinha sido expulso em 1968. A doença, agrava-se.
Em 1985 é editado o último álbum, Galinhas do Mato. José Afonso já não consegue cantar todos os temas, sendo substituído por Luís Represas («Agora»), Helena Vieira («Tu Gitana», Janita Salomé («Moda do Entrudo», «Tarkovsky» e «Alegria da Criação»), José Mário Branco («Década de Salomé», em dueto com Zeca), Né Ladeiras («Benditos») e Catarina e Marta Salomé («Galinhas do Mato»). Arranjos musicais de Júlio Pereira e Fausto. Outras canções do álbum: «Escandinávia Bar-Fuzeta» e «À Proa».
Em 1986 apoia a candidatura presidencial de Maria de Lourdes Pintassilgo, católica progressista.
José Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada em 1982. O funeral realizou-se no dia seguinte, com mais de 30 mil pessoas, da Escola Secundária de S. Julião para o cemitério da Senhora da Piedade, em Setúbal, onde a urna foi depositada às 17h30 na sepultura 1606 do quadro 19. O funeral demorou duas horas a percorrer 1300 metros. Envolvida por um pano vermelho sem qualquer símbolo, como pedira, a urna foi transportada, entre outros, por Sérgio Godinho, Júlio Pereira, José Mário Branco, Luís Cília, Francisco Fanhais. A Transmédia editou o triplo álbum, o primeiro da história discográfica portuguesa, Agora e Sempre, duas semanas depois da morte do cantor. O triplo disco é constituído pelos álbuns Como Se Fora Seu Filho (1983) e Galinhas do Mato (1985) e por um alinhamento diferente de Ao Vivo no Coliseu (1983). A 18 de Novembro é criada a Associação José Afonso com o objectivo de ajudar a realizar as ideias do compositor e intérprete no campo das Artes.