Previsão do Tempo

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Você sabe o que é a CONA? Se não sabe , vai ficar a saber...



As opiniões das pessoas sobre a C.O.N.A.(comissão organizadora de nortenhos no Algarve) Ualg.
Reportagem feita na discoteca (Cidade da Musica) Faro.


A  C.O.N.A Já tem "banda larga".

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Como um estudante «furou» o erro de Excel da austeridade


Como um estudante «furou» o erro de Excel da austeridade

Dinheiro (Reuters)

Thomas Herndon está a frequentar o doutoramento em Massachusetts. Primeira reação foi ligar à namorada. Professores começaram por não acreditar nele
Por: tvi24 / VC    |   2013-04-18 17:33

Ele próprio nem queria acreditar no que tinha descoberto. Thomas Herdon, o estudante de doutoramento em Harvard que detetou um erro na fórmula de excel utilizada para justificar a austeridade, também enfrentou o descrédito inicial dos seus orientadores, mas depois conseguiu convencê-los de que estava no caminho certo.

«Eu quase não acreditei nos meus olhos quando vi aquele erro básico», disse Herndon, 28 anos, citado pela CNN-IBN Live. Questionou-se sobre a conclusão a que chegou. Pensou que tinha de «haver alguma outra explicação». Foi aí que perguntou à namorada: «Estou a ver isto da maneira errada?». Ela, Kyla Walters, respondeu: «Acho que não Thomas».

24 horas depois, Herndon e seus dois professores, Michael Ash e Robert Pollin, que depois ajudaram a produzir o relatório a dar conta do erro, encontraram-se para debater o assunto.

Herndon começou por replicar para um papel as conclusões a que chegou, desafiando a ideia de Carmen Reinhart and Kenneth Rogoff, autores da investigação inicial, que uma elevada dívida pública causa um crescimento económico lento.

«No começo, não acreditei nele. Pensei, OK, ele é um aluno, ele tem que estar errado. Estes são eminentes economistas e ele é um estudante de pós-graduação, confessou o orientador Pollin. Mas lá o incentivaram a demonstrar que tinha razão. Só cerca de um mês depois é que lá se convenceram: «Porra, ele está certo!».

Herndon pediu a Reinhart e Rogoff, no início deste ano, o acesso aos dados que eles tinham utilizado para justificar a conclusão a que tinham chegado. Eles acederam e o jovem investigador conseguiu desvendar os mistérios por detrás da agora famosa fórmula de Excel que tem servido de inspiração a muitas políticas de austeridade na Europa e nos EUA para resolver a crise.

Depois deste feito, o jovem Herndon, de 28 anos, já tem tema de tese na manga.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Antidepressivo de efeito imediato!



Ninguém até hoje apresentou qualquer efeito contrário ou alergia.

Gaspar ministro das finanças disfarçado em pleno trabalho.

OS QUE TÊM POUCO OU NADA AINDA PARTILHAM O POUCO QUE TÊM.

PCV / JCV com as pessoas recuperaram Monagas CNE sede tomadas por Capriles



A Juventude Comunista da Venezuela, o Partido Comunista da VenezuelA e o povo recuperou a sede da CNE tomadas pela oposição fazendo o covarde fugir, escoltado por FANB

Pois é, é mesmo verdade!

O amor é...

A 16 de Abril de 1889 - Nascimento do actor Charles Spencer Chaplin





Francisco Goyya

Pintor espanhol de finais do séc.18 e princípios do séc. 19.

Nasceu em Fuente de todos, Aragão, Espanha, em 30 de Março de 1746; morreu em Bordéus, França, em 16 de Abril de 1828.
Filho do mestre dorador José de Goya e de Gracia Lucientes, começou os estudos em Saragoça, ensinado pelo pintor José Luzán, instruído em Nápoles, professor na Academia de Desenho de Saragoça, e foi, mais tarde, em Madrid, pupilo do pintor da corte espanhola Francisco Bayeu, tendo casado com a irmã deste em Julho de 1773.

Em 1770 foi para Itália continuar os estudos, pelos seus próprios meios, regressando no ano seguinte a Saragoça, onde foi encarregado de pintar frescos para a Catedral local. este trabalho foi executado a espaços durante os dez anos seguintes, até que se incompatibilizou com a Junta da Fábrica [da Basílica de Nossa Senhora] do Pilar.

Em 1775, tendo passado a viver em Madrid, chamado pelo seu cunhado, Francisco Bayeu, foi encarregue de pintar a primeira série de cartões, de um lote que acabaria por chegar em 1792 às 60 pinturas, para a Real Fábrica de Tapeçarias de Santa Bárbara. Neste trabalho foi dirigido pelo artista alemão Anton Raphael Mengs, um dos expoentes do Neoclassicismo, e director artístico da corte espanhola, com o título de Primeiro Pintor da Câmara.

Em 1780 foi eleito membro da Real Academia de São Fernando de Madrid, sendo admitido com um quadro intitulado «Cristo na Cruz». Em 1785 tornou-se director-adjunto de pintura da Academia e no ano seguinte foi nomeado pintor do rei Carlos III. Desta época pertencem os primeiros retratos de personagens da corte espanhola, que começaram com o quadro do Conde de Floridablanca (1783), continuando com o retrato de «Carlos III, caçador» e que terminam com os quadros oficiais do novo rei, Carlos IV, e rainha, Maria Luísa (1789). Retratos em poses convencionais, mas de uma elegância que os relaciona com os retratos de Velasquez.

Nomeado Pintor da Câmara pelo novo rei de Espanha, Goya torna-se neste período, que acabará em 1808, com a invasão francesa da Espanha, o artista mais bem sucedido de Espanha naquela época. Em 1792, viajando pela Andaluzia, sem autorização real, adoece gravemente, só se restabelecendo em Abril de 1793, ficando surdo. São desta época as pinturas de gabinete que representam cenas que representam diversões típicas, mas que terminaram em 1799 com «O Manicómio».

Dessa viagem pelo sul de Espanha nasce a amizade com a duquesa de Alba, que retratará, assim como ao seu marido, em 1795. Em 1796 e 1797 Goya visitará em estadias prolongadas a duquesa de Alba nas suas propriedades na Andaluzia, começando a produzir as gravuras em áqua-tinta a que dará o nome de «Os Caprichos», e que acabarão por constituir uma longa série de 80 gravuras. Quando as termina, em Fevereiro de 1799, coloca-as à venda na loja de perfumes por baixo da sua casa em Madrid. Mas progressivamente vai retirando-as de venda, possivelmente por se reconhecer terem referências a pessoas conhecidas.

Em 31 de Outubro de 1799 foi nomeado Primeiro Pintor da Câmara, com direito a coche. Em 1803 deu ao rei as chapas dos «Caprichos», em troca de uma pensão para o filho Francisco Xavier, nascido em Dezembro de 1784. Em 1798, começa a sua segunda época de retratos de figuras públicas, pintando o ministro Jovellanos e o embaixador francês Guillemardet, passando pelo seu famoso retrato da família real espanhola (1800-1801) e terminando nos retratos, do marquês de San Adrián (1804) e de Bartilé Sureda (1806).

Em 1808, o general Palafox chama-o a Saragoça para pintar as ruínas e episódios da defesa heróica da cidade contra os franceses. Mas em Dezembro de 1809 Goya jura fidelidade a José Bonaparte, «nomeado» rei de Espanha pelo irmão Napoleão, imperador dos franceses, recebendo em 1811 a condecoração da Ordem Real de Espanha. É desta época a realização dos «Desastres da Guerra» que se prolongarão até 1820, e que, devido ao seu estilo impressionista influenciarão pintores franceses do século XIX, como Monet.

Em 1814, começando o seu processo de «purificação» das suspeitas de colaboracionismo com o regime do «rei José», entrega os primeiros testemunhos que declaram que Goya não era afecto ao governo intruso, pintando os quadros «O Dois de Maio ou a Carga dos Mamelucos» e os «Fuzilamentos da Moncloa», para perpetuar a resistência e a luta do povo espanhol contra Napoleão Bonaparte. Em Dezembro termina o quadro equestre do general Palafox.

No ano seguinte a Inquisição abre um processo por obscenidade pela suas «Majas», mas o pintor consegue a «purificação», sendo-lhe restituído a função de Primeiro Pintor da Câmara. Pinta vários retratos de Fernando VII, após a sua restauração, evocando melhor que ninguém a personalidade cruel do rei.

Com o fim do triénio liberal (1820-1823), o falhanço de uma nova tentativa de instauração de um regime liberal em Espanha (1824), e o reacender das perseguições, pede autorização para ir para França, para as Termas de Plombières, por motivos de saúde, partindo em Maio de 1824.

Em Setembro desse ano instala-se em Bordéus, morrendo em 1828.










Fernando Luís de Oliveira Pessa se fosse vivo faria no dia 15 de Abril 111 anos



Fernando Luís de Oliveira Pessa, o jornalista mais velho do mundo, nasceu a 15 de Abril de 1902 em Aveiro, na freguesia de Vera Cruz, apresentando-se, por isso, como “cagaréu”.

A mãe, a personalidade que mais o influenciou durante a infância, era natural de São Tomé. Fernando Pessa costumava referir que a ela devia o seu feitio. O pai era médico militar mas, devido à falta de dinheiro, pediu licença do exército e partiu para São Tomé e Príncipe, deixando a mulher e os três filhos em Portugal.

Em Aveiro, Pessa viveu até aos dois anos. Foi em Penela, vila situada entre Espinhal e Coimbra, que o jornalista recebeu a instrução primária. O exame da 4ª classe foi feito em Coimbra, em 1911. Pessa viveu na cidade do Mondego até 1921.

Concluídos os estudos secundários, Pessa tentou concretizar um sonho de infância: o ingresso na carreira militar como oficial de Cavalaria. Porém, o Governo havia cancelado as admissões à Escola de Guerra, gorando, assim, o projecto do jovem aveirense.

Antes de embarcar na carreira jornalística, Pessa trabalhou numa companhia de seguros e num banco, onde esteve pouco tempo. Em 1926, foi trabalhar numa seguradora no Brasil, tendo regressado oito anos mais tarde.

Foi em Londres que conheceu a sua esposa, Simone Alice Roufier, uma brasileira de ascendência inglesa e norte-americana. Casou-se em 1947, quando regressou a Portugal.

Nasce um jornalista

Em 1934, formalizou a candidatura aos quadros da Emissora Nacional, tendo ficado classificado em segundo lugar e, como gostava de sublinhar, “sem cunhas”. Iniciou, assim, uma carreira que nunca tinha pensado seguir.

Com uma semana de rádio, Pessa fez a sua primeira reportagem: a cobertura de um festival de acrobacia área na antiga Porcalhota, actual Amadora.
Após quatro anos de Emissora Nacional, o jornalista foi convidado para trabalhar na BBC, em Londres, onde se profissionalizou e deixou “de andar às apalpadelas”. Aí, Fernando Pessa notabilizou-se como correspondente durante a Segunda Guerra Mundial.

A censura e a restrição das liberdades civis praticadas pelo regime de António de Oliveira Salazar acabaram por contribuir para o crescendo de popularidade das transmissões em português da BBC.

No regresso a Lisboa, em 1947, Pessa viu a sua reentrada na Emissora Nacional vedada por influência do regime, sendo forçado a voltar ao ramo dos seguros. Participou em dobragens de filmes e documentários, nomeadamente O Último Temporal - Cheias do Tejo e Portugal já faz automóveis, do cineasta Manoel de Oliveira.

O “primeiro boneco na TV”

A passagem para o “fervilhante mundo televisivo” dá-se a 7 de Março de 1957.

A notoriedade alcançada enquanto repórter de guerra na emissora radiofónica britânica garantiu-lhe o passaporte para abrir a primeira emissão em directo da RTP, produzida na Feira Popular de Lisboa. Na primeira emissão da estação pública portuguesa, Fernando Pessa contou com a colaboração de Maria Helena Varela Santos, Vera Lagoa, Nuno Fradique, Jorge Alves, Lança Moreira, Alberto Ribeiro e Raul Ferrão, entre outros.


O jornalista entrou para os quadros da RTP a 1 de Janeiro de 1976, com 74 anos.

A célebre expressão “E esta, hein?” marcou a sua carreira como repórter televisivo. A expressão surgiu como substituto dos palavrões que tinha vontade de dizer quando denunciava situações menos agradáveis do quotidiano do país.

Reformou-se em 1995, com 93 anos de idade.

Fernando Pessa faleceu no dia 29 de Abril de 2002, no Hospital Cury Cabral, em Lisboa, poucos dias depois de completar 100 anos.

AVANTE BENFICA

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Trocar trabalho por comida




Amélia Santos, é assim que se chama uma senhora que escreveu e afixou um anúncio à procura de trabalho. A SIC foi à procura dela e ficou a saber que decidiu colocar o anúncio invulgar porque quer alimentar os filhos. Oferece trabalho e em troca quer apenas comida.

domingo, 14 de abril de 2013

Anita e o futuro!

TREINO DA FORÇA AÉREA DA COREIA DO NORTE!

QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU?




Os países do Sul da Europa que representam perto de 300 Milhões tem de se unir e sair da UE de maneira a formarem assim um eixo com uma maior capacidade negocial.

Esta Alemanha podre e seus respectivos parceiros que nada tem em comum com a cultura latina, põe -nos em risco de perdermos a soberania sem disparar uma única arma. Este núcleo tem de cair.

Os Países do Sul não são laboratórios financeiros para arranjar dinheiro que por sua vez lhes emprestaram e que de limpo não tinha nada.

A divida não existe porque é dinheiro que já não era, transformado em dinheiro que nunca foi.O boicote às importações alemãs o não pagamento da divida e em ultimo caso uma intervenção musculada sobre a Alemanha pelo bloco de Sul será a solução quando a convulsão social estalar.... e ela vai estalar não tenham dúvidas.

Quem tem medo do lobo mau?


Joaquim Amonra

O EXEMPLO QUE VEM DA ANDALUZIA


Andaluzia decreta função social da propriedade e expropria bancos

É um acontecimento histórico o que se está neste momento a passar no Estado Espanhol, onde um movimento de massas se organiza para defender o direito à habitação e conseguiu demonstrar que quando se luta, com tenacidade e persistência, se conseguem vitórias.


OPINIAO | 14 ABRIL, 2013 - 14:38 | POR
RITA SILVA


Plataforma Afectados pelas hipotecas, M12M, e outros movimentos mais localizados, que colocam milhares de pessoas nas ruas pelo direito à habitação, organizam ações de solidariedade e de resistência aos despejos, ocupam casas, ocupam bancos, denunciam as dívidas abusivas que as pessoas foram obrigadas a contrair para aceder a uma habitação. Demonstram que com o desemprego e com a crise chegaram a um limite, à exaustão, e não podem continuar a aceitar uma política que usa a habitação como uma forma de saque e de espoliação das famílias que, para conseguirem aceder a este direito fundamental têm que pagar preços elevadíssimos e se endividar para a vida. Com esta política apenas lucraram os investidores imobiliários e a banca que reduziram a habitação a um produto financeiro, a um objeto de especulação. Nesse processo conseguiram apresentar uma iniciativa legislativa popular com três propostas: que a entrega da casa salde a dívida, que as pessoas se mantenham nas casas como arrendatárias a um preço acessível e que estas propostas tenham efeitos retroativos para quem já ficou sem casa.
Esta pressão está a gerar frutos. O governo regional da Andaluzia constituído em acordo político pela Izquierda Unida e PSOE, anuncia através de consejera Elena Cortés (IU) um decreto de lei que pretende fazer efetiva a função social da propriedade e parar os despejos em nome do direito humano à habitação. As principais medidas desta lei são a expropriação temporária das casas cujas famílias estejam em risco de exclusão social devido à execução da hipoteca, evitando assim o despejo, assim como fazer um levantamento efetivo das casas desabitadas que são de entidades financeiras e imobiliárias, incentivando à colocação destas no mercado de arrendamento, ou a sanções que podem ir até aos 9.000 euros de coima por a casa estar vazia.
É um passo importante que vem criar finalmente alguns limites às entidades financeiras. Tornar a Andaluzia livre de despejos é, na conjuntura actual uma vitória. Em vez da primazia da propriedade privada que atualmente insiste em sobrepor-se a todos os outros direitos, assume-se como desígnio a função social da propriedade e que a habitação é um direito humano que não pode ser violado.
A guerra não está ganha, mas estas medidas criam um precedente que será importante para muitos outros lugares e para uma outra forma de pensar. Muito será feito para tentar revogar tal medida, provavelmente os lóbis financeiros e o governo central contorcem-se neste momento a encontrar forma de reverter a situação. A luta e a persistência do movimento foram fundamentais para este avanço e continuam a ser necessárias para defender a concretização efetiva de medidas com este espírito.
Há grandes semelhanças entre a realidade do mercado de habitação do estado espanhol e Portugal: uma política urbanística assente na máxima construção, na promoção do endividamento que acompanhou de forma linear a especulação sobre o preço dos terrenos e da habitação. O saldo é o excesso de construção, casas com preço muito acima do que deveria ser o seu real valor, milhares de famílias muito endividadas, lucros fabulosos de especuladores e da banca, um mercado de arrendamento débil e quase um milhão de casas vazias, grande parte de fundos de investimento. Agora, com a crise e o aumento do desemprego, muitas são as famílias que deixam de conseguir pagar o empréstimo, e tal como nos estado espanhol, muitas deles terão também uma dívida para pagar mesmo depois de perder a casa. Também aqui uma luta social se torna necessária e medidas corajosas que venham impedir os despejos, em nome do direito humano à habitação.

Publicada por Antonio Garrochinho

Para um dia bem disposto!

Em 14 de Abril de 1986 - Faleceu Simone Beauvoir, escritora, filosofa francesa esposa do professor Jean Paul Sartre.





Cinebiografia do casal Simone Beauvoir e Jean Paul Sartre.



Simone-Ernestine-Lucie-Marie Bertrand de Beauvoir, nascida em Paris, em 9 de Janeiro de 1908, apelidada de Castor pelos colegas da academia, ingressa do Instituo Católico Santa Maria, foi a mais jovem estudante a ser aprovada nos rigorosos exames da Faculdade de Filosofia da Universidade de Sorbone, o aggrégation.

Graduou-se obtendo o diploma com uma tese sobre Leibniz. Não tardou a ligar-se a Jean-Paul Sartre, três anos mais velho do que ela, tido como uma das maiores promessas da filosofia francesa, com quem fez um pacto, ao redor do ano de 1929. Comprometeram-se os dois a ter uma relação aberta e dedicarem-se integralmente à literatura e à filosofia, abdicando de terem um lar e filhos. Tornaram-se para sempre devotos da palavra escrita, ao sacerdócio das letras e do pensamento.

Naquela época tal atitude assumida por pessoas da classe média, ainda que intelectualizada e culta, era vista simplesmente como um escândalo, quase uma abominação. Como uma jovem mulher que descendia do patriciado parisiense, cujo pai tinha veleidades de nobreza, podia simplesmente abdicar de vir a ser esposa e mãe?

Nomeada professora, Simone exerceu por pouco tempo o magistério em Marselha e depois em Ruão, onde ficou mais próxima de Sartre que assumira classes no porto atlântico do Le Havre. Não tardou para que ela conseguisse dedicar-se exclusivamente às letras, fazendo seu primeiro sucesso com o livro L´invitée (A Convidada), publicado em 1943, em plena França ocupada pelos nazistas. Desde aquele primeiro livro ela pautou sua ficção no sentido de expor o mundo que a cercava. As histórias que narrou ou tinham sido vividas por ela e por Sartre, evidentemente como nomes fictícios, ou por casos que os mais próximos lhe contavam.

A vida livre e um tanto boémia que o reduzido grupo de intelectuais e escritores levava exerceu uma enorme atracção junto ao público em geral, condenado a uma rotina apagada, anónima ou medíocre. Parecia que eles, os personagens de Simone, não se encontravam sujeitos às convenções, muito menos inclinados a seguir o rebanho. Viviam de acordo com regras muito próprias, tal como Simone e Sartre estabeleceram para si.

Encontravam-se a toda hora em reuniões fortuitas nos cafés da moda do Boulevard Saint-Germain – no Deux Magots e no Fiore - com romancistas, poetas, pintores, atores e actrizes, directores de cinema e gente de teatro, entretendo-se horas ao lado de Pablo Picasso, Pierre Brasseur ou de Jean Cocteau.

Tão férteis eram tais encontros que Simone testemunhou que o começo do interesse de Jean-Paul Sartre pela fenomenologia, que mais tarde gerou o livro famoso dele intituladoO Ser e o Nada, deu-se num desses cafés de Paris quando Raymond Aron (que bem mais tarde tornou-se ideologicamente contrário a Sartre), recém voltando de Berlim, em 1931, disse-lhe que, segundo Husserl, era possível filosofar sobre um copo e o seu conteúdo. Era o estalo que ele precisava para ir em frente no seu estudo da unidade indivisa de mente-e-corpo e o mundo que a cerca, na busca da superação da dualidade entre a aparência(fenômeno) e a essência(nômeno), entre o Materialismo versus Idealismo.(*)

Esse planeta incomum dos intelectuais, artistas e boémios, movido a livros, licores e vinhos, foi profundamente abalado pela eclosão da guerra em 1939, pela ocupação da França entre 1940-44, pela Resistência e, depois, pela Libertação. Quando então Paris, apesar das enormes dificuldades materiais do pós-guerra, voltou a ser uma festa.