Previsão do Tempo

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Eu sou o Submarino Irrevogável



Eu sou o Submarino Irrevogável
Muito inteligente, pouco recomendável
Eu sou o Submarino Irrevogável
Pouco transparente, muito maleável

Já fui um jornalista
Muito independente
Não havia político
A quem não ferrasse o dente

Perdi o meu ferrão
Ao primeiro ministério
Se a incoerência matasse
Morava num cemitério...

Eu sou o Submarino Irrevogável...

Eu cá já fui Ministro
Mas bati com a porta
Acabei promovido
A Vice da cepa torta

Gosto de me coligar
Mas não tenho preferência
É o poder que me move
Não a minha consciência

Eu sou o Submarino Irrevogável...

Dentro do meu partido
Eu sou Senhor e Rei
Cá todos se governam
Esta é a minha lei

Deus, Pátria e Família
Conheço-os de cor
Trocado por miúdos
Eu sou um conservador!

Conservador, ditador, diplomata da mentira
Camuflado, atrás do fato, semeando a intriga
Alargando o cinto p`ra esconder essa barriga
Envenenas o País ao ritmo da tua cantiga (Chega!)
Já ninguém papa do teu prato
Vai abrir a caça ao pato
Cuidado olha p`ra trás
És gato o povo é rato
Vai sorrindo, enchendo o saco
A verdade tem um prazo
O poder fez-te fraco mas...
O País é nosso!

Eu sou o Submarino Irrevogável...

Luís Maria Leitão nasceu em Moimenta da Beira a 27 de Maio de 1912



Luís Maria Leitão nasceu em Moimenta da Beira a 27 de Maio de 1912 e morreu em Niteroi/Brasil a 9 de Outubro de 1987, mais conhecido pelo pseudónimo de Luís Veiga Leitão, foi um poeta e artista plástico português, membro do grupo literário Germinal.
Foi militante anti-fascista, sendo obrigado a exilar-se devido à perseguição do regime fascista e da sua tenebrosa PIDE.
Foi escriturário da 7.ª Brigada Cadastral da Federação dos Vinicultores da Região do Douro, mas foi demitido por ser contra o regime fascista e salazarista. Foi delegado de informação médica de vários laboratórios farmacêuticos.
Em 1952, sofreu a experiência da prisão política sob o regime fascista e salazarista, redigindo mentalmente na cela os poemas que viria a publicar em 1955 num livro com o título “Noite de Pedra”, apreendido pela censura.
Percorreu o país e alguns países da Europa, inaugurando, em 1957, no Collège International de Cannes, um curso de tradução de Português.
Partiu para o Brasil em 1967 e aí desempenhou várias funções, entre as quais as de redator, bibliotecário, desenhador, leitor, investigador, autor e locutor de um programa de televisão sobre a moderna poesia portuguesa, tendo sido também colaborador de publicações periódicas e conferencista.
Regressou a Portugal apenas em 1977 e fixou residência no Porto.
Colaborou nas publicações Seara Nova, Vértice, entre outras, e co-dirigiu, com Egito Gonçalves, Daniel Filipe, Papiniano Carlos, Ernâni Melo Viana e António Rebordão Navarro, “Notícias do Bloqueio”, uma série de fascículos, publicados no Porto, entre 1957 e 1961, que reuniam a criação poética de diversos autores, subordinada, de acordo com o título da publicação, a um intuito comum de denúncia e combate ao fascismo.
Conhecido sobretudo pela sua vertente de poeta militante, a obra de Veiga Leitão configura um "lirismo do vivido" (cf. MARTINHO, F. J. B., ibid., 1996) pela tendência a coincidir nela sujeito de experiência e sujeito lírico, identificação de que Noite de Pedra constitui um caso modelar.
Por outro lado, a aproximação entre poesia e realidade não se esgota na postura neorrealista, mas abarcará também, ao longo da sua carreira, o gosto pela inclusão de elementos descritivos e micronarrativos na versificação de impressões de viagem.
Para além da poesia, também escreveu crónicas de viagens e de costumes. Foi também artista plástico, dedicando-se ao desenho.
Existe uma placa na casa onde nasceu em Moimenta da Beira.
Há em Moimenta da Beira a Galeria Municipal Luís Veiga Leitão e a Rua Luís Veiga Leitão.
A Rua Luís Veiga Leitão, no Porto, homenageia também o poeta.
Principais obras.
Latitude (1950); Noite de Pedra (1955); Livro de Andar e Ver (1976); Linhas do Trópico (1977); Livro da Paixão (1986); Para Ler e Contar (1986) e Rosto por Dentro (1992).
Figura nas seguintes antologias:
Ciclo de Pedras (1964); Sonhar da Terra Livre e Insubmissa (1973); Longo Caminho Breve (1943); Poesias Escolhidas (1983) e Biografia Pétrea (1989).
Juntamente com Egito Gonçalves e Papiniano Carlos publicou “Sonhar a Terra Livre e Insubmissa...”
Foi, de facto um Poeta Militante, um militante comunista, cuja poesia, inserida no movimento neo-realista, corresponde, integralmente, ao que Mário Dionísio havia proclamado no seu livro «Poemas», editado em 1941:
A poesia não está nas olheiras imorais de Ofélia
nem no jardim dos lilases
A poesia está na vida,
nas artérias imensas cheias de gente em todos os sentidos
...
A poesia está na luta dos homens,
está nos olhos abertos para amanhã.

A 27 de Maio de 2007 - O romeno Cristian Mungiu, com o filme "4 meses, 3 semanas e 2 dias", conquista a Palma de Ouro 2007 do Festival de Cinema de Cannes. O Grande Prémio da 60ª edição do festival de Cannes é atribuído a "Mogari No Mori", da cineasta japonesa Naomi Kawase. O filme de animação "Persepolis", uma adaptação da banda desenhada da francesa de origem iraniana Marjane Satrapi e narração da revolução islâmica de 1979, obtém o Prémio do Júri, ex aequo com "Silent Light", do mexicano Carlos Reygadas.

A 27 de Maio de 2004 - Morre José Augusto Seabra, 66 anos, diplomata, Catedrático da Universidade do Porto, ex-deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, embaixador de Portugal na UNESCO.

A 27 de Maio de 2003 - Morre o compositor italiano Luciano Berio, 77 anos, mestre da música contemporânea. Uma das suas últimas obras, "Interlínea", estreara-se na véspera, em Portugal.

A 27 de Maio de 1985 - É inaugurada a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo.

Crédito Agrícola

A 27 de Maio de 1964 - Morre o primeiro-ministro indiano Jawaharmal Pandita Nehru.

A 27 de Maio de 1963 - É publicado o álbum de Bob Dylan com a canção "Blowin'in the Wind".

A 27 de Maio de 1963 -- Morre o escritor português Aquilino Ribeiro, autor de "Terras do Demo" e "Quando os Lobos Uivam".

A 27 de Maio de 1951 - Juan Domingo Peron é eleito presidente da Argentina.

A 27 de Maio de 1941 - II Guerra Mundial. O navio de guerra alemão Bismarck é afundado, ao largo de França.

A 27 de Maio de 1937 -- Abre ao tráfego a Ponte Golden Gate de São Francisco.

A 27 de Maio de 1936 - O paquete de luxo britânico Queen Mary começa a primeira viagem transatlântica.

A 27 de Maio de 1911 -- É aprovado o primeiro Código da Estrada, em Portugal.

A 3 de Outubro de 1901 é publicado o Regulamento sobre Circulação de Automóveis, em que se reconhece que “…os maravilhosos progressos da mechanica revelados pelos mais engenhosos inventos estão sendo evidenciados de forma especial na aplicação de motores mechanicos de variadíssimos typos aos vehiculos que circulam nas estradas ordinárias e nas ruas das cidades.” Mais, prevê-se, desde então, que a indústria de transportes irá sofrer grandes transformações com o emprego de veículos automóveis, nomeadamente a concorrência que estes farão ao caminho-de-ferro. Afirmou-se expressamente, logo em 1901, que a utilização de automóveis trazia novos problemas de segurança pela gravidade dos acidentes que podiam originar. E, com uma clareza cristalina, logo em 1901, o legislador identifica áreas em que é, ainda hoje, exigida a sua intervenção, designadamente, a verificação das características técnicas e do estado de conservação dos veículos, a formação dos condutores, as regras de trânsito ou, na terminologia da época, “…podem os automóveis originar graves accidentes e constituir um perigo real se não satisfazerem as devidas condições technicas de boa construção e perfeito funccionamento; se forem guiados por mãos inhabeis; se no seu emprego não houver a necessária atenção e cautela.” Em 27 de Maio de 1911, por iniciativa do Ministro do Fomento, foi publicado um novo Regulamento sobre a circulação de automóveis, que revogou toda a legislação em contrário, designadamente o de 1901, a que se aludiu atrás. Mas, como se disse, não é destes diplomas que se cuida neste artigo.

A 27 de Maio de 1862 -- Nasce Manuel Teixeira Gomes, escritor, diplomata, sétimo presidente da I República, figura determinante para o reconhecimento da República Portuguesa pelas potências europeias, em 1911.



Manuel Teixeira Gomes

Nasceu a 27 de Maio de 1860, em Vila Nova de Portimão. Era filho de José Libânio Gomes e de Maria da Glória Teixeira Gomes.
Além de proprietário abastado, o pai dedicava-se ao comércio de frutos secos em larga escala, sendo um homem muito viajado, instruído em França, onde assistiu à revolução de 1848, advogava princípios republicanos, chegando a ser cônsul da Bélgica no Algarve.
Teixeira Gomes casou com Belmira das Neves, oriunda de famílias modestas de pescadores e tiveram duas filhas.
Morreu em 18 de Outubro de 1941, em Bougie, na Argélia.

ACTIVIDADE PROFISSIONAL

Foi educado pelos pais até entrar no Colégio de São Luís Gonzaga em Portimão, onde estuda o ensino básico.
Aos 10 anos, como era uso nas famílias abastadas da época, é enviado para o Seminário de Coimbra, tendo por condiscípulo José Relvas.
Aos 15 anos, matricula-se na Faculdade de Medicina daquela cidade. Desiste do curso, contrariando a vontade paterna, e instala-se em Lisboa onde frequenta a Biblioteca Nacional e se torna amigo de João de Deus e de Fialho de Almeida.
Após ter cumprido o serviço militar, vai viver para o Porto, onde acamarada com Sampaio Bruno, Basílio Teles, Soares dos Reis e outros. Com Joaquim Coimbra e Queirós Veloso publica o jornal de teatro Gil Vicente, colaborando no Primeiro de Janeiro e na Folha Nova.
Cansado da estúrdia, regressa a Portimão reconciliando-se com a família.
Entretanto, em 1891, o pai formara, com outros sócios, uma sociedade intitulada "Sindicato de Exportadores de Figos do Algarve", que durou três anos. Manuel foi encarregado de encontrar mercados na França, na Bélgica e na Holanda. Viaja então imenso, visita a Europa, demorando-se na Itália. Alarga o seu campo cultural, deambulando pela África do Norte e pela Ásia Menor.
Dissolvida a sociedade, pai e filho continuam o negócio agora por conta própria. Em breve, o êxito motiva o alargamento do mercado pelas novas áreas que, embora já reconhecidas anteriormente, isto é, Norte de África e Próximo Oriente, o obrigam a viajar nove meses por ano, regressando a Portugal só para estar presente durante a campanha do figo.
A partir de 1895, estabelece novos contactos com os meios literários de Lisboa. Por intermédio de Fialho de Almeida conhece Marcelino Mesquita, Gomes Leal e outros. Alfredo Mesquita, Luís Osório e António Nobre entusiasmam-no para a publicação da sua primeira obra O Inventário de Junho, que aparece a público em 1899.
Mais tranquilo, dispondo de mais tempo, pois a idade avançada de seu pai obriga-o a estadas maiores em Portimão, publica Cartas sem Moral Nenhuma e Agosto Azul, em 1904, Sabrina Freire, em 1905, Desenhos e Anedotas de João de Deus, em 1907 e Gente Singular,
em 1909.

PERCURSO POLÍTICO

Democrata e republicano desde muito jovem, colaborou assiduamente no diário A Luta de Brito Camacho, de quem também era amigo pessoal.
Após a implantação da República é convidado para exercer o cargo de ministro de Portugal em Londres. Em Abril de 1911, segue para a capital inglesa, apresentando credenciais ao rei Jorge V, em 11 de Outubro.
Substituir o marquês de Soveral e enfrentar o facto de que a família real portuguesa residia em solo inglês, não constituíam, à partida, factores de bom augúrio para início de carreira, mas Teixeira Gomes, através de uma acção diplomática adequada, cedo soube grangear a simpatia, amizade e a confiança das autoridades britânicas.
É de salientar a sua acção na problemática das negociações anglo-germânicas acerca da divisão das colónias portuguesas e a colaboração prestada aos governos de Portugal, acerca da entrada de Portugal na Grande Guerra, a ser solicitada pelo Estado inglês. Esta colaboração custou-lhe o ódio dos sectores não guerristas, tais como Brito Camacho, e a destituição do cargo durante o consulado de Sidónio Pais.
Em 1919, depois da morte do caudilho, desempenha o cargo de ministro de Portugal em Madrid, mas a breve trecho é reempossado nas suas antigas funções em Londres.
Em 1922, é nomeado delegado de Portugal junto da Sociedade das Nações, desempenhando as funções de um dos seus vice-presidentes.
Em 6 de Agosto de 1923, é eleito Presidente da República, cargo de que toma posse em 5 de Outubro do mesmo ano.

ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL

Manuel Teixeira Gomes foi eleito Presidente Da República na sessão do Congresso de 6 de Agosto de 1923, após um acto eleitoral muito renhido, em que o resultado final só foi conhecido ao fim do terceiro escrutínio.
Na primeira votação, com a presença de 197 congressistas, foram escrutinados os resultados seguintes:
Teixeira Gomes 108 votos
Bernardino Machado 73 votos
Duarte Leite 3 votos
Augusto Soares 2 votos
Magalhães Lima 1 voto
Listas brancas 10
No segundo escrutínio, com a presença dos mesmos 197 congressistas, o resultado ficou assim traduzido:
Teixeira Gomes 114 votos
Bernardino Machado 71 votos
Augusto Soares 2 votos
Duarte Leite 1 voto
Listas brancas 9
Como nenhum dos candidatos tivesse obtido os dois terços de votos exigidos pela Constituição, procedeu-se finalmente ao terceiro escrutínio em que dos 195 congressistas presentes, 121 votaram em Teixeira Gomes, somente 5 em Bernardino Machado e 68 votaram em branco.
O novo Presidente da República tomou posse em 6 de Outubro desse ano, depois de ter prestado juramento de fidelidade à Constituição, perante o mesmo Congresso.
De início, com o objectivo de se inteirar dos problemas, pede a António Maria da Silva para prosseguir no Governo, ao mesmo tempo que convida Afonso Costa. Depois deste ter, finalmente, declinado o convite, recomeçou a dança dos executivos.
O de Ginestal Machado dura um mês e três dias, o de Álvaro de Castro, seis meses e dezanove dias, quatro meses e onze dias o de Alfredo Rodrigues Gaspar, que terminará a 22 de Novembro de 1924, abrindo uma crise geral que só terminará com a queda da I República. Os dois meses e vinte e três dias de José Domingos dos Santos, os quatro meses e meio de Vitorino Guimarães, os trinta e um dias de António Maria da Silva, e os quatro meses e meio de Domingos Pereira, só vêm confirmar o ambiente de perturbação existente.
Perante o quadro de efervescência política, social e militar, se nos lembrarmos das greves e das tentativas de tomada do poder, de que são exemplo os acontecimentos militares de 18 de Abril de 1925, Teixeira Gomes sentindo, por um lado, que as forças republicanas estão cada vez mais isoladas e desunidas, e, por outro, que não dispõe de poderes para poder intervir no quadro legal imposto pela Constituição, resigna do seu mandato, em 11 de Dezembro de 1925.
Em 17 de Dezembro, embarca no paquete grego Zeus, não regressando mais em vida a Portugal.

ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL

Em 1931, instalou-se em Bougie, na Argélia, onde viveu os seus últimos dez anos. É desta localidade que continua a colaborar com o jornal O Diabo e com a revista Seara Nova.
Morreu, como já foi referido, em 18 de Outubro de 1941, no quarto número 13, do Hotel I'Étoile, e foi sepultado no cemitério de Bougie.
Em 16 de Outubro de 1950, a pedido da família, os seus restos mortais foram trasladados daquele último local, para o cemitério de Portimão, transportados a bordo do contra torpedeiro Dão.
Durante a cerimónia fúnebre, o antigo Presidente da República foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz das três Ordens Militares Portuguesas, a Legião de Honra e as mais altas condecorações inglesas.

OBRAS PRINCIPAIS

Às obras já referidas há que acrescentar as escritas no seu retiro argelino, Cartas a Columbano, de 1932, Novelas Eróticas e Regressos, em 1935, Miscelânea, em 1937, e, por último Mana Adelaide e Carnaval Literário, em 1938. Elas espelham bem a ânsia de justiça e o desejo de espalhar benefícios do autor, e noutra vertente, o seu gosto pela sensualidade e o reconhecimento do direito à vida plena de cada ser humano, denunciando enfim, o grande conteúdo humanista e estético que o caracterizava.

A 27 de Maio de 1860 - Forças pro-unificação da Itália, comandadas por Giuseppe Garibaldi, invadem a Sicília e ocupam Palermo.

A 27 de Maio de 1823 - D. Miguel desencadeia o movimento da Vilafrancada, para abolir a Constituição Liberal de 1822.

Vila-Francada
Golpe de Estado levado a efeito entre 27 de maio e 3 de junho de 1823, tendo como palco o território de Vila Franca de Xira. Este golpe pôs fim à primeira tentativa de imposição de um regime liberal em Portugal e resultou na dissolução das Cortes.
O regime instaurado em Portugal após a Revolução de 1820, liderada pelos coronéis Sepúlveda e Cabreira, não ia ao encontro da vontade política dos mais conservadores - como a rainha D. Carlota Joaquina, que teve um papel fundamental na preparação deste golpe - que reclamavam pelo Absolutismo.
Alguns dos fatores que facilitaram esta viragem prendem-se, em primeiro lugar, com o facto de esta ação ocorrer em simultâneo com os acontecimentos que tinham lugar em Espanha, cuja tentativa da implantação do liberalismo fracassava já pela segunda vez (1823). Em segundo lugar foi também fundamental o sentimento de desilusão decorrente da perda do Brasil, que se tornara independente (1822) graças, em boa parte, ao incentivo dos liberais. As classes sociais que se viram implicadas no processo e experiência liberais variavam as suas opiniões, com maior destaque para a nobreza e burguesia, mas o panorama geral era o de uma vontade de regresso ao regime anterior porém ao mesmo tempo salvaguardando as conquistas que a burguesia alcançara.
Os acontecimentos, cujo desfecho seria o golpe de Estado, começaram no Norte, em fevereiro, através do incitamento do conde de Amarante a favor eliminação das forças liberais. O Governo liberal aceitou o desafio enviando um exército para pôr fim à revolta. As tropas do conde de Amarante foram vencidas e retiraram-se para Espanha, procurando apoio nas forças do exército francês que a invadia com o propósito de destronar o Governo liberal. Aproveitando a situação espanhola favorável às pretensões absolutistas, dá-se início à Vila-Francada a 27 de maio, com o envio de tropas para Vila Franca, às quais se reúne D. Miguel. Foi enviado um corpo militar de Lisboa, cujo general, nomeado para o seu comando, compactuou com o infante. Reuniram-se as Cortes extraordinárias na tentativa de resolução da situação.
As Cortes cedem à pressão dos revolucionários e o rei declarou ser necessário modificar a Constituição. Nomeou D. Miguel comandante-chefe do Exército e constituiu um novo Ministério. As Cortes liberais foram dissolvidas no dia 3 de junho.