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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti, foi executado a 30 de Dezembro de 2006


Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti
, mais conhecido como Saddam Hussein, nasceu em uma família de poucos recursos financeiros, na aldeia al-Awja, localizada no município de Tikrit, habitado por uma maioria de muçulmanos sunitas e terra natal do mítico Saladino, no dia 28 de abril de 1937.
Ele se tornaria uma das lideranças políticas mais significativas do universo árabe, e um dos ditadores mais sanguinários e odiados da história. Sob o regime ditatorial ele comandaria o Iraque de 1979 a 2003, atuando também como primeiro-ministro na era que se estendeu de 1979 a 1991, e no período de 1994 a 2003.
Seus pais eram lavradores e habitavam a região norte do Iraque. Seu progenitor faleceu ou sumiu antes mesmo do garoto nascer. Ele cresceu sob os cuidados de uma irmã de sua mãe. Consta que, antes de ascender ao governo do Iraque, Saddam já era acusado por algumas pessoas de ter matado uma de suas mestras escolares e uma prima.
Ainda adolescente ele seguiu para Bagdá onde, ao completar dezenove anos, filiou-se ao Partido Socialista Árabe Ba’ath e neste ano, em 1956, integrou um grupo que deflagrou um golpe de Estado mal-sucedido contra o monarca Faisal II. Nesta mesma ocasião seu ego foi profundamente ferido ao ser rejeitado na Academia Militar de Bagdá, talvez por não ter concluído sua formação. Em 1960 ele foi condenado à pena de morte por ter participado de outro movimento fracassado; livrou-se deste fim trágico ao escapar para o Egito, aí recebendo um generoso asilo político.
Neste país o futuro político pode completar a educação secundária e ingressou na Escola de Direito, graduando-se em 1968. Após ser absolvido em sua terra natal, ele retorna à capital do Iraque depois da revolta implementada por seu partido político, em fevereiro de 1963. Um ano depois ele é preso e só obtém sua libertação em 1967. Aos 26 anos ele conquista a patente de general.
Nos anos 70 seu poder começou a despontar e culminou com o golpe de Estado que lhe permitiu ascender ao cargo de Presidente do Iraque, em 1979. Um ano depois Saddam invadiu o Irã e deu início a uma das piores guerras desta época. Neste conflito os EUA atuaram como aliados dos iraquianos, ao mesmo tempo em que a URSS se unia aos iranianos.
O ditador também estaria no centro de outra conflagração internacional ao ocupar o Kuait, em 1990, ao assumir controvérsias em relação aos preços do petróleo, questão que se somou a antigos problemas entre os dois países. Desta vez o governo dos Estados Unidos se voltou contra os antigos aliados, no episódio que se tornaria famoso como a Guerra do Golfo.
A partir deste momento os norte-americanos deram continuidade à luta contra Saddam, principalmente depois que o ditador transgrediu as cláusulas do contrato assinado após o fim do conflito, no qual o governante afirma respeitar as fronteiras do Kwait, entre outros itens significativos.
No dia 20 de março de 2003, em represália contra os atentados do 11 de setembro em Nova Iorque e na cidade de Washington, George W. Bush, então presidente dos EUA, ordenou a invasão do Iraque, dando início a mais uma Guerra do Golfo, sem que a ONU desse seu aval a essa iniciativa. Depois de permanecer escondido por diversos meses, Saddam foi finalmente encontrado pelas forças norte-americanas no dia 13 de dezembro de 2003, oculto em uma cova sob a terra, em uma fazenda localizada em Adwar, perto de sua cidade natal.
Depois de ser oficialmente decretado prisioneiro de guerra, em 2004, o ditador foi colocado aos cuidados do Governo temporário do Iraque. Em outubro de 2005 um Tribunal especial foi criado para desenvolver o processo judicial contra Saddam, considerado criminoso de guerra, acusado, entre outras coisas, de cometer genocídio.
No dia 5 de novembro de 2006 ele foi condenado à forca, embora o ditador preferisse morrer como um general, sob fuzilamento. Depois de muitos protestos, Saddam foi morto no dia 30 de dezembro de 2006, em Bagdá, sendo sepultado um dia depois, em terras familiares, próximo de Tikrit, sua cidade natal.

Gianni Ratto, morreu a 30 de Dezembro de 2005



Gianni Ratto (Milão, Itália 1916 - São Paulo SP 2005). Director e cenógrafo. É entre os directores italianos contratados pelo Teatro Brasileiro de Comédia, responsáveis pela evolução da cena brasileira nos anos 50, o que mais contribui entre todos, realizando uma série de encenações históricas, radicando-se no país e permanecendo entre nós até a actualidade.
Sua formação especializada inclui curso incompleto de arquitetura em Milão e cinema no Centro Experimental de Cinematografia em Roma. Faz cursos de artes plásticas no Liceu Artístico de Gênova. Estréia como cenógrafo em Electra e os Fantasmas, de Eugene O'Neill, em 1946, para a companhia Benassi-Torrieri. Em 1947, torna-se um dos fundadores do Piccolo Teatro de Milão, ao lado de Giorgio Strehler e Paolo Grassi. Ali desenvolve extenso trabalho de cenografia e indumentária durante sete anos. No mesmo período trabalha para o Teatro Scala, de Milão, sendo inclusive seu vice-diretor, ocasião em que integra importantes realizações, ao lado de Strehler, Karajan e Stravinski, entre outros. Participa, ainda, da fundação de conjuntos estáveis em Gênova, Torino e Firenze.
Em 1954, convidado por Sandro Polloni e Maria Della Costa, transfere-se para o Brasil e dirige O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh, inaugurando o Teatro Maria Della Costa - TMDC, sede própria da companhia em São Paulo.
Confirmando seu prestígio na cena nacional é contratado, em 1956, pelo Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, estreando com Eurydice, de Jean Anouilh, cujos papéis principais cabem a Cacilda Becker e Walmor Chagas.
Apesar dos elogios, o público não se entusiasma com a montagem. E a peça finaliza com um episódio grotesco, em que todos os elementos cênicos são queimados, por ordem do empresário Franco Zampari, num rompante de ira após um desentendimento pessoal com Ratto. Tendo de honrar o contrato com Gianni, o TBC transfere-o para o Rio de Janeiro, onde dirige, no Teatro Ginástico, Nossa Vida Com Papai, de Lindsay e Crouse, peça que ficou dez anos em cartaz na Broadway. Faz um sucesso estrondoso de público, e vem para São Paulo repetir o êxito carioca. A montagem serve, também, para confirmar o talento interpretativo de Fernanda Montenegro, apontado em A Moratória, no TMDC.
Vai a Salvador, em 1958, a convite do Teatro da Universidade Federal da Bahia, para o qual dirige As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, e O Tesouro da Chica da Silva, de Antônio Callado, provavelmente a primeira abordagem teatral da sensual heroína negra que mais tarde o cinema e os desfiles de carnaval tornam popular.
Transfere-se, então, para o Rio de Janeiro, associando-se a Fernanda Montenegro,Fernando Torres, Sergio Britto e Ítalo Rossi - que deixam o TBC - e fundam o Teatro dos Sete. A companhia estréia triunfalmente em 1959 com O Mambembe, de Artur Azevedo, que se torna marco na história do teatro brasileiro, alcançando sucesso de público e crítica.
Sempre sob a batuta de Ratto, o segundo espetáculo do Teatro dos Sete, em 1960, A Profissão da Senhora Warren, de Bernard Shaw, não alcança êxito semelhante ao do espetáculo de estréia. Em seguida a companhia investe em Cristo Proclamado, deFrancisco Pereira da Silva, uma peça de denúncia, realista e panfletária, que revela a política da fome no sertão do Piauí. A montagem tem como proposta o palco inteiramente limpo. O público requintado do Copacabana Palace não entende essa "economia de meios" e, considerando o espetáculo pobre de recursos, não prestigia o empreendimento. Ainda em 1960, em Com a Pulga Atrás da Orelha, de George Feydeau, a companhia recupera o sucesso e o espetáculo faz longa carreira, confirmando a tese de que a bilheteria não responde à profundidade do texto encenado. Em 1961, depois de Apague Meu Spotlight, comédia de Jocy de Oliveira, a equipe monta O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, e, pela primeira e única vez, Gianni Ratto não assina a encenação. Seguem-seFestival de Comédia, uma montagem premiada de três peças curtas: Os Ciúmes de Um Pedestre, de Martins Pena; O Médico Volante, de Molière, e O Velho Ciumento, de Miguel de Cervantes. Em 1962, é a vez de O Homem, A Besta e a Virtude, de Luigi Pirandello.
A partir de 1963, as produções da companhia se tornam esparsas, com apenas uma montagem anual. Mirandolina, de Goldoni, em 1964, é a última direção de Gianni Ratto para o Teatro dos Sete, que encerra suas atividades em 1965.
Em 1966 é convidado a realizar sua segunda encenação de um texto de Jorge Andrade,Rasto Atrás, para a companhia oficial Teatro Nacional de Comédia, TNC, alcançando unanimidade crítica jamais usufruída por esse conjunto.
Acompanhando as mudanças estruturais que perpassam o teatro brasileiro, envolve-se com o movimento de nacionalização, colaborando com o Grupo Opinião, em 1966, onde monta Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, uma das peças-símbolo do movimento de resistência.
Seguem-se uma participação no Teatro Cacilda Becker - TCB, Isso Devia Ser Proibido, texto em que Walmor Chagas testa-se como autor, escrevendo, em parceria com Bráulio Pedroso, em que também é ator ao lado de Cacilda em 1967; e Dura Lex, Sed Lex, no Cabelo Só Gumex, de Oduvaldo Vianna Filho, 1968.
Funda o Teatro Novo, uma companhia e escola de dança e teatro, reformando inteiramente o Teatro República. Apesar do amplo projeto de atividades, a companhia consegue levar apenas dois espetáculos: Ralé, de Máximo Gorki, 1968, e Ubu Rei, de Alfred Jarry, 1969, após acidentada fase de produção que inclui o fechamento do teatro, pela polícia política, e a conseqüente mudança para São Paulo, onde o espetáculo estréia.
Em 1972, dirige para Maurício e Beatriz Segall, pelo Theatro São Pedro, O Casamento de Fígaro, de Beaumarchais, compondo um elenco misto entre atores negros e brancos; e A Grande Imprecação Diante dos Muros da Cidade, de Tankred Dorst.
Em 1975, põe em cena Gota d'Água, de Paulo Pontes e Chico Buarque, montagem associada ao teatro de resistência, com Bibi Ferreira como protagonista.
Encena O Grande Amor de Nossas Vidas, de Consuelo de Castro, produzida em São Paulo em 1979 e, no Rio, em 1980, texto que apresenta um pioneiro estudo dramático sobre os ranços reacionários e autoritários da pequena classe média
Em 1981, dirige um dos bons textos de João Bethencourt, A Venerável Madame Goneau, no Teatro Paiol, e, em 1982, A Eterna Luta Entre O Homem e A Mulher, de Millôr Fernandes, no Teatro Clara Nunes. Faz uma versão de Drácula, de Hamilton Deanne, com Sérgio Mamberti, 1986. Em O Amante de Mme. Vidal, de Louis Verneuil, 1988, dirige, cenografa e ilumina, ainda rendendo uma ótima atuação para Renato Borghi. Em 1993, volta a chamar a atenção dirigindo Porca Miséria, de Marcos Caruso e Jandira Martini, fenômeno estrondoso de bilheteria. Em 2001, é o curador do Formação de Público, selecionando os textos e diretores que formam o projeto da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, que visa oferecer um Panorama da Dramaturgia Nacional para leigos.
Gianni Ratto é, também, um dos cenógrafos mais conceituados e com ficha extensa de participações em espetáculos importantes, arrebatando uma série de prêmios nessa categoria. Entre os diretores e grupos com quem colabora estão: Ruggero Jacobbi, emMirandolina, pelo TPA, em 1955; Ziembinski, em O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, eJornada de Um Longo Dia pra Dentro da Noite, de Eugene O'Neill, ambos em 1958, como também César e Cleópatra, de Bernard Shaw, 1963, todos pelo TCB, Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, pela Companhia Brasileira de Comédia, 1960, e O Santo Inquérito, deDias Gomes, 1966; Augusto Boal e o Teatro de Arena, em A Dança dos Toreadores, 1958;Ivan de Albuquerque, no Teatro do Rio, em Diário de um Louco, 1964; João das Neves, com o Grupo Opinião, em A Saída, Onde Fica a Saída, 1967; Paulo Afonso Grisolli, em Por Mares Nunca Dantes Navegados, 1972; Fernando Peixoto, em Frank V, de Dürrenmatt, 1973,Caminho de Volta, de Consuelo de Castro, 1973. Ponto de Partida, de Gianfrancesco Guarnieri, 1976, e Paulo José, em Murro em Ponta de Faca, de Augusto Boal, 1978, os três últimos com a Othon Bastos Produções Artísticas. O diretor para quem mais cenografa éFlávio Rangel, com uma contribuição de mais de dez espetáculos, dentre eles: Abelardo e Heloisa, 1971, A Capital Federal, de Artur Azevedo, 1972, Dr. Fausto da Silva, de Paulo Pontes, 1973, Pippin, de Hirson e Shwarts, 1974, Mumú, A Vaca Metafísica, de Marcílio Moraes, 1975, O Rei de Ramos, 1979, e Vargas, ambos de Dias Gomes, 1983, Piaf, de Pam Gems, 1983, Freud - No Distante País da Alma, de Henry Denker, e Negócios de Estado, de Verneuill, 1984, e Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, 1986.
Escreve A Mochila do Mascate, publicado em 1966, livre biografia sobre sua vida e obra, além de reflexões sobre artes e artistas que cercaram a sua trajetória profissional, eAntitratado de Cenografia, em 1999.
Gianni Ratto é um homem de teatro completo. Integrante da primeira geração de encenadores no Brasil é, como foi Ziembinski, um estrangeiro que se torna indiscutivelmente brasileiro, sendo o italiano que mais contribui numérica e ideologicamente para a evolução do nosso teatro. Cabeça de geração, atuante em todos os períodos desde a década de 50, é um dos poucos encenadores que acumulam função, cenografando para suas próprias montagens, como também para outros diretores, sendo bem-sucedido em ambas as categorias. Nascido no começo do século XX continua ativo e atuante, sábio e generoso para com os mais novos, consultado e respeitadíssimo pelos mais velhos. Prefaciando o seu livro de memórias, o crítico Sábato Magaldi afirma: "Ninguém, como ele, se associou de forma tão consciente e conseqüente à dramaturgia brasileira. (...) Gianni lançou A Moratória de Jorge Andrade, um ano após sua chegada a São Paulo. E, a partir daí, estabeleceu como meta preponderante a valorização do nosso autor, base de uma desejada identidade cênica. (...) Seguiram-se várias montagens, em épocas diversas, que tiveram, ao lado do mérito artístico, o de revelar aspectos fundamentais da nossa realidade. (...) Todas elas imbuídas do propósito de servir bem ao autor, colaborando de forma decisiva na construção do nosso teatro. Só essas virtudes, sem necessidade de mencionar nada mais, asseguram para Gianni Ratto o crédito de uma imensa gratidão do país"

Romain Rolland, morreu a 30 de Dezembro de 1944



Romain Rolland
(29 de janeiro de 1866 - 30 de Dezembro de 1944) foi um novelista, biógrafo e músico francês. Ganhou o Nobel de Literatura em 1915.

Doutorou-se em Arte em 1895, foi professor de História da Arte na École Normale de Paris e professor de História da Música na Sorbonne. Para além da sua actividade docente, foi um reconhecido crítico de música. Estreou-se na escrita em 1897 com a peça Saint-Louis, que, juntamente com Aërt (1898) e Le Triomphe de la Raison (1899), fez parte da trilogia Les Tragedies de la Foi (1909). Em 1910 retirou-se do ensino para se dedicar inteiramente à escrita.

Na sua obra concilia o idealismo patriótico com um internacionalismo humanista. Escreveu peças de teatro, biografias (Vie de Beethoven, 1903; Mahatma Ganghi, 1924), um manifesto pacifista (Au-dessus de la mêlée, 1915) e dois ciclos romanescos: Jean-Christophe (10 vols., 1904-1912), "roman-fleuve" (segundo as palavras do autor) consagrado a um músico genial, e L'Âme enchantée (7 vols., 1922-1934). Em 1923, fundou a revista Europe.

Romain Rolland fez importante observação sobre o livro "O Futuro de uma Ilusão", de Sigmund Freud. Esta observação foi a premissa usada por Freud para escrever o livro seguinte "O Mal-estar na Civilização".

Quando o filósofo político italiano Antonio Gramsci escreveu, na prisão, que o "pessimismo da inteligência" não deveria abalar o "otimismo da vontade", estava citando Romain Rolland.

Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, morreu a 30 Dezembro de 1852



Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, (Lisboa, 22 de setembro de 1791 — Lisboa, 30 de dezembro de 1852) era filho bastardo do Visconde de Vila Nova da Rainha e de Maria da Conceição Alves, aldeã pobre de 19 anos, que trabalhava como criada de quarto do Visconde. Por ele seduzida, a moça registrou a criança como "filho de pais incógnitos". Apesar de não assumi-lo, o Visconde o manteve junto de si, com todo o conforto, até o momento em que decidiu casar-se com a filha do conde de Resende.

Naturalmente, a noiva não queria saber de convivência com a "outra" sob o mesmo teto. Para contentá-la, o visconde teve de mandar sua infortunada amante para aÁfrica e fazer desaparecer o menino Francisco, que contava então oito anos. A solução encontrada foi engenhosa: o visconde pagou oito mil cruzados (bela soma na época) a um protegido, Antonio Gomes, para assumir a paternidade do menino e o registrar como filho legítimo. O pai "testa-de-ferro" ainda ganhou, por influência do visconde, um emprego público como ourives da casa real.

Quanto a Francisco, foi mandado para o seminário de Santarém, preparar-se para ser padre. Lá, aprendeu filosofia e latim, além de falar fluentemente francês,inglês, italiano e espanhol. Este preparo cultural em muito o ajudaria, aliás, na idade adulta.

Estava quase a ordenar-se sacerdote quando chegaram as notícias dos preparativos da fuga da corte portuguesa para o Brasil. Tinha 16 anos. Brigou com o reitor e com o padre-mestre de disciplina do seminário e viajou para Lisboa, decidido a participar dos acontecimentos. No caminho, foi preso por uma guarnição francesa e condenado como espião. Às vésperas de ser fuzilado, conseguiu por acaso evadir-se de forma espetacular, chegando ao cais de Lisboa na mesma manhã em que D. João VI e sua corte embarcavam para o Brasil.

De alguma forma conseguiu reencontrar o pai adotivo e introduzir-se nas embarcações. De condenado à morte, passou a membro da multidão de 15 mil lusitanos que desembarcaria no Rio de Janeiro em março de 1808.

Bo Diddley, nasceu a, 30 de Dezembro de 1928


Bo Diddley
(McComb, Mississippi, 30 de dezembro de 1928 — Archer, Flórida, 2 de junho de 2008), foi um influente cantor, compositor e guitarrista de blues norte-americano.Ellas McDaniel, mais conhecido por Bo Diddley, que significa algo como "garoto travesso", foi um dos percusores do Rock'n Roll. Com seu estilo único, batizado de "Batida, Bo Diddley", uma batida meio rumba que é feita usando-se a clave, influenciou vários grandes guitarristas como Muddy Waters e Buddy Holly. Para ele, o ritmo era a essência de sua música, sendo mais importante até que a melodia, isso explica suas músicas tão animadas e com batidas que marcam na memória.

Nascido no Missippippi, sem conhecer seu pai, sua mãe sem condições de criá-lo o entregou para a família McDaniel, sobrenome que adotou substituindo seu antigo nome Ellas Bates. Mudando-se com a família para Chicago em 1934, Ellas começa a atiçar sua aptidão musical, fazendo aulas de violino e tocando na orquestra da Igreja. Mas tudo muda quando ganha de sua irmã um violão aos 12 anos, então começa a praticar sozinho, mas ainda não muito perto blues, pois ele ainda era muito envolvido com a música clássica. Até que um dia conheceu o guitarrista Earl Hooker, que apresentou a música de seu primo famoso, John Lee Hooker, depois disso Bo Diddley percebe que o seu ramo deveria ser outro.

Não demorou muito e Bo se tornou um grande artista principalmente de R&B, compôs vários hits famosos como "I'm a Man", "Hey Bo Diddley", "Pretty Thing", "Roadrunner" entre tantos outros.
Seu estilo "beat Bo Diddley"(a famosa batida Bo Diddley) era explicada por ele da seguinte maneira: Como já havia tentado frustradamente ser baterista, e gostava muito de percursão, ele encorporava na guitarra batidas de bateria, o que deixava tão peculiar a sua musicalidade. Isso tudo e eu ainda não mencionei sua estilosa e diferente guitarra quadrada! Outra marca que faz dele um artista sem igual!

Mais tarde teve várias de sua canções regravadas por bandas como os Yadbirds, The Animals, Woolies e George Thorogood.
A 2 de Junho de 2008, em sua casa situada na Flórida, veio a falecer por insuficiência cardíaca.

O "garoto travesso" sabe da ajuda que deu na construção desse grande império chamado Rock 'N Roll e tenho plena certeza de que morreu em paz quanto à isso.

O difícil é escolher somente uma música que represente a grande entidade que foi, e ainda é, Bo Diddley.

Sonhos de Menino

Sonhador Sonhador

Tony Carreira- A Vida Que Eu Escolhi

Tony Carreira, conhecido por António Manuel Mateus Antunes, nasceu a 30 de Dezembro de 1963



Tony Carreira
, de seu nome completo António Manuel Mateus Antunes (Armadouro, Pampilhosa da Serra, 30 de Dezembro de 1963), é um cantorportuguês, muito popular entre as comunidades portuguesas de emigrantes em França e também em Portugal.



O nome artístico de Tony Carreira foi escolhido em 1988, numa sessão de gravação em estúdio do seu primeiro disco, pelo seu produtor francês Patrick Oliver. Nesse mesmo ano, participou no Prémio Nacional de Música, na Figueira da Foz, com a canção "Uma Noite e o Fado", onde foi uma das 8 canções seleccionadas, com vista a escolher uma canção para o Festival RTP da Canção desse ano. A canção foi editada em single pela editoraTransmédia.

Assinou contrato discográfico, em 1990, com a Discossete, por 3 anos. O primeiro disco para essa editora foi gravado em 1991, com o título É Verão Portugal. Uma das canções do disco, dedicada ao seu primeiro filho, chamava-se "Meu Herói Pequeno". O tema passou muitas vezes na rádio, por especial intervenção do apresentador Carlos Ribeiro, tornando-se um grande sucesso.

Gravou novo disco em 1992, com o nome Canta Canta Portugal, sem assinalável sucesso, o que conduziu ao fim do contrato com a editora.

Em 1993, celebrou novo contrato, desta feita com a editora Espacial. Gravou o disco Português de Alma e Coração. Umas das canções do álbum era "A Minha Guitarra", tendo obtido um grande êxito, que permitiria a este trabalho chegar a disco de ouro. Nesse mesmo ano, conheceu Dino Meira, de quem se tornou grande amigo.

A este popular cantor dedicou a canção "Adeus Amigo", editada no ano seguinte, após o seu desaparecimento. O álbum viria a chegar a disco de platina.

A canção "Sai Destino", gravada em 1995, tornou-se um êxito estrondoso e marcou definitivamente o estilo romântico que caracteriza a sua obra.

Mais um disco de platina, em 1996, com o álbum Adeus Até Um Dia. Participou também, nesse ano, na gravação do disco Mãe Querida, no qual participam muitos outros cantores, tais como Sérgio Wonder.

No ano seguinte, 1997, editou novo álbum: Coração Perdido. Foi gravado um vídeo (da canção "Sonhos de Menino") na sua terra natal, Armadouro.

Um ano volvido e novo álbum, "Sonhador, Sonhador", completando-se o ciclo dos primeiros 10 anos de carreira.

O ano de 1999 trouxe uma viragem à sua carreira. Começou a dedicar-se às baladas de amor, que sempre acarinhou. Editou o álbum Dois Corações Sozinhos, que incluiu canções como "Depois de Ti (Mais Nada)". Foi disco de platina. Recebeu o prémio da TVI para a melhor interpretação masculina e para a melhor canção romântica.

Foi em Janeiro de 2000 que se consagrou no teatro Olympia, em Paris. O seu espectáculo foi gravado, dando origem à edição do álbum "Tony Carreira ao vivo no Olympia", que viria a obter tripla platina. Manteve-se nas listas dos discos mais vendidos durante 54 semanas, 37 das quais em primeiro lugar.

Concerto de Tony Carreira em Carcavelos, em 2006.

Em 2001, um ano mais tarde, Tony voltou ao palco do Olympia, mais uma vez com grande sucesso.

2002 trouxe o cantor a um emocionante concerto no Coliseu de Lisboa. Editou "Cantor de Sonhos".

Celebrou 15 anos de carreira em 2003, com um concerto de grande dimensão no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. O concerto foi gravado em CD e DVD, com o nome 15 anos de Canções - Ao Vivo No Pavilhão Atlântico, tornando-se quádrupla platina.

Um novo álbum de temas inéditos foi lançado em 2004. Participação especial em Vidas Proibidas.

Em Maio de 2006, realizou um novo concerto no Pavilhão Atlântico, com lotação esgotada várias semanas antes. Nesse mesmo ano, em Setembro, realizou um concerto em Carcavelos, para ajudar os bombeiros voluntários locais.

Em meados de Dezembro de 2006, foi lançado um novo álbum intitulado A Vida Que Eu Escolhi, um CD composto por músicas inéditas, que, segundo os fãs, representa possivelmente o auge na sua carreira como poeta e cantor de cantigas de amor. Este álbum obteve um grande sucesso, chegando à dupla platina em pré-venda e mais tarde à quádrupla platina.

No âmbito da celebração dos seus 20 anos de carreira, apresentou-se ao público, em Março de 2008, para dois concertos no Pavilhão Atlântico, ambos com lotação esgotada, em 2 dias consecutivos.

Em 2008, foi envolvido num processo de plágio no qual foi acusado de plagiar algumas canções. O caso apontando como o mais flagrante foi o da canção "Depois de Ti (Mais Nada)", alegadamente um plágio da canção "Después de Ti, Qué?" de Cristian Castro, um cantor mexicano famoso no seu país. Além deste tema, surgiram dúvidas relativamente ao tema "Sonhos de Menino", que alegadamente será um plágio de "L'Idiot" do cantor Herve Vilard e "Esta falta de ti" que será um plágio do tema "Toi qui manques à ma vie" da cantora Natasha St. Pier.

Ainda em 2008, lançou um novo disco, intitulado O Homem Que Sou, que se viria a revelar um sucesso, tendo atingido o primeiro lugar nas tabelas de vendas discográficas portuguesas.

É casado e pai de três filhos, Sara, David e Mickael Carreira, tendo este último seguido as pisadas do pai como musico.

José Leonardo Coimbra nasceu, a 30 Dezembro de 1883



José Leonardo Coimbra
nasceu em Borba de Godim, freguesia do Munícipio de Felgueiras, a 30 Dezembro de 1883 e morreu no Porto a 2 de Janeiro de 1936.

Aos 14 anos deixou o Colégio de Nossa Srª do Carmo (Penafiel) para se matricular na Escola Naval de Coimbra (1898). No ano lectivo de 1905-1906 inicia, na Academia Politécnica do Porto, os preparatórios do Curso Superior de Letras, que concluiu em Lisboa quatro anos depois, com média elevada. Durante este período funda e dirige, com Jaime Cortesão, Cláudio Basto e Álvaro Pinto, a "Nova Silva", de orientação anarquista (1907), e no ano seguinte funda com os amigos a Sociedade dos Amigos do A.B.C. para combater o analfabetismo.

Constitui, depois, com Jaime Cortesão, Rodrigo Solano, Gil Ferreira e A.Correia de Sousa, o grupo político-literário "Nova Seara", e funda em 1912 a "Renascença Portuguesa", com as suas "Universidades Populares", tendo por órgão a "Águia". Em 1913 apresentou a sua tese "Criacionismo" ao concurso de Assistente de Filosofia e, no ano seguinte, inicia a sua carreira política, filiando-se no Partido Republicano Português. Em 1915 lecciona no liceu Gil Vicente (Lisboa). Foi duas vezes Ministro de Instrução Pública (1919 e 1923), favorecendo bastante a Educação: cria as Escolas Primárias Superiores, reforma a Biblioteca Nacional, em Lisboa, e transfere a Faculdade de Letras de Coimbra para o Porto (embora a de Coimbra se mantivesse), onde foi director e professor. Defende, também, a liberdade do ensino religioso nas escolas particulares fiscalizadas pelo Estado. Incompatibilizado com a facção tradicional do seu Partido, acaba por abandoná-lo e ingressar na facção dissidente (Esquerda Democrática).

Henrique Mitchell de Paiva Cabral Couceiro nasceu, a 30 de Dezembro de 1861



Henrique Mitchell de Paiva Cabral Couceiro nasceu em S. Mamede, freguesia da cidade de Lisboa, a 30 de Dezembro de 1861, filho do general José Joaquim de Paiva Cabral Couceiro e de D. Helena Isabel Teresa Armstrong Mitchell.

Casou a 21 de Novembro de 1896, em Lisboa, com D. Júlia Maria do Carmo de Noronha (1873+1941), filha primogénita e herdeira do dr. D. Miguel Aleixo António do Carmo de Noronha (1850+1932), 3.º Conde de Paraty, e de sua mulher D. Isabel de Sousa Mourão e Vasconcelos (1849+1936).

Como militar assentou praça no Regimento de Cavalaria Lanceiros d’El-Rei (1879) e cobriu-se de glória, pela acção notável em Humpata, Angola (1889), na campanha militar de Angola (1889-1891), na campanha de Melilla, no Marrocos espanhol (1893) e nos combates de Marracuene e Magul, Moçambique (1895), em coragem enaltecida.

 Foi formado com o Curso de Artilharia da Escola do Exército (1881-1884); alferes (1881); segundo-tenente de Artilharia (1884); primeiro-tenente (1889); comandante de Cavalaria da Humpata, Angola (1889-1891); cavaleiro da Ordem de Torre e Espada (1890); oficial da Ordem de Torre e Espada (1891); Medalha de Prata para distinção ao mérito, filantropia e generosidade (1892); condecorado com a Cruz de 1.ª Classe do Mérito Militar de Espanha (1893); ajudante do comando do Grupo de Baterias de Artilharia a Cavalo (1894); ajudante-de-campo do Comissário Régio de Moçambique (1894-1895); cavaleiro da Real Ordem Militar de S. Bento de Avis (1895); capitão de Artilharia (1895); ajudante-de-campo honorário do Rei Dom Carlos (1895); proclamado «benemérito da Pátria» (1896); comendador da Ordem de Torre e Espada (1896); conselheiro do Conselho de Sua Majestade; condecorado com a Medalha Militar de Ouro do Valor Militar (1896); condecorado com a Medalha Militar de Prata de Comportamento Exemplar; condecorado com a Medalha de Prata da Rainha D. Amélia (1896); deputado da Nação (1906-1907); vogal da Comissão Parlamentar do Ultramar (1906); vogal da Comissão Parlamentar de Administração Pública (1906-1907); vogal da Comissão Parlamentar da Guerra (1906-1907); Governador-Geral de Angola (1907-1909); demitido do Exército (1911); comandante das Incursões Monárquicas de 1911 e 1912; Presidente da Junta Governativa do Reino, na Monarquia do Norte (1919); escritor.

Monárquico convicto, foi anti-republicano de gema e anti-salazarista, sendo perseguido pelo Estado Novo, em atropelo das garantias das liberdades cívicas, tratado como um reles vigarista, esquecida a sua imensa folha de serviços prestados à Pátria.

Ousou afrontar o tirânico Salazar, que, de forma iníqua e arbitrária, o mandou expulsar do País em 1935 e prendê-lo e deportá-lo novamente em 1937, por discordar da política ultramarina do Presidente do Conselho e do Estado Novo.

Numa altura em que Paiva Couceiro tinha já 76 anos de idade foi posto na fronteira sem quaisquer documentos, a sofrer as agruras do exílio! Incomodava sempre porque era um homem de brio, dignidade, de raro carácter, um idealista romântico, audaz e tenaz, em cujas veias latejava um elevado conceito de Honra.

Um homem sincero e notável, acima de tudo um Homem de acção e um Homem da Nação. Não curvava a cabeça alva e digna perante o tirano “Botas”, como paladino da Pátria, eivado de predicados indispensáveis.

Deixou uma impressão indelével nas páginas da nossa História, uma luz que cintilava uma coragem sublimada.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Morreu Isabelle Caro, a modelo que deu a cara contra a anorexia - JN

Morreu Isabelle Caro, a modelo que deu a cara contra a anorexia

17h54m





A ex-manequim e actriz de comédia francesa Isabelle Caro, que se fez fotografar nua contra a anorexia, doença de que padecia, morreu a 17 de Dezembro, aos 28 anos.


"A atriz francesa ultra-mediatizada pela sua luta contra a anorexia morreu no mês de novembro na maior discrição", revela o jornal suíço 20Minute.ch, que não especifica as causas da morte.

O namorado de Isabelle Caro, o cantor suíço Vincent Bigler, confirmou a morte da jovem actriz no seu próprio site da Internet, precisando que esta ocorreu a 17 de Dezembro.

Isabelle Caro tornou-se conhecida em 2007, ao expor o seu corpo esquelético perante a objectiva de Oliviero Toscani para denunciar os efeitos nocivos da anorexia, uma doença de que sofria desde os 13 anos e que a fez entrar em coma em 2006, quando pesava 25 quilos, medindo 1,65 metros.

"Ela esteve hospitalizada durante 15 dias devido a uma pneumopatia e, nos últimos dias, estava muito cansada, mas não sei qual a causa da sua morte", declarou ao 20.Minutes.ch o cantor, com quem ela iria gravar em breve o videoclip de uma canção intitulada "J'ai fin" (sic), sobre a anorexia.

A jovem actriz decidiu abandonar o hospital, depois de ter anunciado, no início de 2010 - recordou o 20 Minutes, ter atingido o peso de 42 quilos.

"Ela estava a recuperar peso e parecia estar melhor. O anúncio da sua morte surpreende-me mais por causa disso", afirmou o realizador Colin Schmidt, autor de Lacoza Movie Maker, inquirido pelo 20.Minutes.ch.

Em 2007, na campanha No Anorexia, ela quis "despertar as consciências" para a doença que atinge cada vez mais manequins: "Esta foto sem roupa e sem maquilhagem não me favorece. A mensagem é forte: tenho psoríase, o peito descaído, um corpo de pessoa idosa", declarou Isabelle Caro.

Olhai para o que eu digo, não olheis para o que eu faço

Diz-me com quem andas, te direi quem és.



"Para ser mais honesto do que eu, tem de nascer duas vezes", Cavaco Silva

Cássia Eller - Luz dos Olhos

Cassia Eller - Por Enquanto

Cássia Eller,faleceu no Rio de Janeiro em 29 de Dezembro de 2001



Cássia Eller nasceu no Rio de Janeiro RJ em 10 de Dezembro de 1962. Residiu em Santarém PA, Belo Horizonte MG e Brasília DF. Tocando violão desde os 18 anos, chegou também a cantar opera e frevo e a tocar surdo em grupo de samba. Voltando ao Rio de Janeiro em 1990, foi contratada no mesmo ano pela Polygram. Seu primeiro disco, Cássia Eller, de 1990, incluiu regravações de Rubens (Premeditando o Breque), Já deu pra sentir (Itamar Assumpção),Qualquer dia (Legião Urbana) e um arranjo reggae para Eleanor Rigby (Beatles).

O segundo, Marginal, trouxe ECT (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Nando Reis). No terceiro disco, Cássia Eller, gravou uma versão de Malandragem (Frejat e Cazuza), muito tocada nas rádios. Em 1996 lançou Ao vivo, gravado nas apresentações carioca e paulista do show Violões. Em Veneno antimonotonia (1997), traz somente composições de Cazuza.

Impôs-se por seu estilo enérgico de interpretação, principalmente em razão de seu timbre vocal de contralto - uma das mais marcantes vozes da nova MPB.

Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de Dezembro de 2001, aos 39 anos de idade.

Grigoriy Yefimovich Rasputin, místico russo, foi assassinado no dia 29 de Dezembro de 1916



Grigoriy Yefimovich Rasputin, místico russo, nasceu dia 22 de Janeiro de 1869 em Pokrovskoie, Tobolsk e foi assassinado no dia 29 de Dezembro de 1916 aos 47 anos em Petrogrado, actual São Petersburgo. Foi uma figura influente no final do período czarista da Rússia.
Por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde diz-se que Rasputin chega mesmo a salvar Alexei Romanov, o filho do czar, de hemofilia.
Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Fedorovna dedicar-lhe-á uma atenção cega e uma confiança desmedida, denominando-o mesmo de "mensageiro de Deus". Com esta protecção Rasputin passa a influenciar ocultamente a Corte e principalmente a família imperial russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia da poderosa Igreja Nacional Russa.
Todavia, o seu comportamento dissoluto, licencioso e devasso (supostas orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade) justificará denúncias por parte de políticos atentos à sua trajectória poluta, entre os quais se destacam Stolypine e Kokovtsov. O czar Nicolau II afasta então Rasputin, mas a czarina Alexandra mantém a sua confiança absoluta no decadente monge.
A Primeira Guerra Mundial trouxe novos contornos à actuação de Rasputin, já odiado pelo povo e pelos nobres, que o acusaram de espionagem ao serviço da Alemanha. Escapa às várias tentativas de aniquilamento, mas acaba por ser vítima de uma trama de parlamentares e aristocratas da grande estirpe russa, entre os quais Yussupov.
Rasputin também foi conhecido pela sua suposta e curiosa morte: primeiro ele foi envenenado num jantar, porém a sua úlcera crónica fê-lo expelir todo o veneno, posteriormente teria sido fuzilado atingido por um total de onze tiros, tendo no entanto sobrevivido; foi castrado e continuou vivo, somente quando foi agredido e o atiraram inconsciente no rio Neva ele morreu, não pelos ferimentos, mas afogado (existe um relato de que, após o seu corpo ter sido recuperado, foi encontrada água nos pulmões, dando apoio à ideia de que ele ainda estava vivo quando foi lançado ao rio parcialmente congelado.

António Alves Redol, nasceu a 29 de Dezembro de 1911




Alves Redol
Nome: António Alves Redol
Nascimento: 29-12-1911, Vila franca de Xira
Morte: 29-11-1969, Lisboa

Escritor português, natural de Vila Franca de Xira, António Alves Redol nasceu a 29 de Dezembro de 1911 e faleceu 29 de Novembro de 1969. Figura central do Neo-Realismo português, foi autor de uma vasta obra ficcional, que inclui o teatro e o conto.
Filho de um pequeno comerciante ribatejano, obteve um curso comercial e, cedo, teve de se iniciar no mundo do trabalho. Ainda jovem, partiu para Angola à procura de melhores condições de trabalho, mas lá conheceu a pobreza e o desemprego. De regresso a Portugal, à capital, desenvolveu várias actividades profissionais e enveredou nos meandros da oposição ao Estado Novo ingressando no Partido Comunista. De início, tornou-se colaborador do jornal O Diabo, mas a sua veia literária acabaria por se manifestar em 1939. Empenhado na luta de resistência ao regime salazarista, compreendeu a literatura como forma de intervenção social e, nesse mesmo ano, surgiu o seu primeiro romance, Gaibéus, cujo assunto, relacionado com problemas sócio-económicos vividos pelos ceifeiros, fez desta obra o marco do aparecimento do Neo-Realismo.
A sua literatura não se caracteriza pela escrita de histórias ficcionadas, mas essencialmente pela abordagem da realidade social e de experiências vividas.
Ao longo de uma longa e coerente produção literária, Alves Redol trouxe para o romance personagens, temas e situações, ignorados pela literatura, postura que lhe valeu, simultaneamente, o êxito junto de um grande público e o ataque impiedoso da crítica, que apontava como deficiências de escrita a linguagem simples da sua prosa e o esquematismo das tramas romanescas. Acusações que pareciam corroboradas pela despretensão e modéstia literárias manifestadas pelo autor nas epígrafes das suas obras, como sucede em Gaibéus, precedido do aviso de que "Este romance não pretende ficar na literatura como obra de arte. Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo. Depois disso, será o que os outros entenderem". No prefácio a Barranco de Cegos(Lisboa, 1970), Mário Dionísio compara o destino da obra de Redol ao dos romances de Zola, que ao escolher temas malditos como o operariado e os conflitos sociais, recebeu durante anos a aversão dos críticos, até ser redescoberto em leituras inovadoras que revelaram a estrutura épica dos seus romances e a reformulação de mitos contemporâneos nessa prosa chocante, intensa, por momentos quase surrealista.
De entre a sua obra destacam-se Gaibéus (1939), Fanga (1943), a trilogia do Ciclo Port-Wine (1949-1953) e Barranco de Cegos(1962), porventura o seu romance mais conseguido. Escreveu também as peças de teatro Forja (1948) e O Destino Morreu de Repente (1967).

Bibliografia: Glória, 1938; Gaibéus, Lisboa, 1939; Nasci com Passaporte de Turista, 1940; Marés, Lisboa, 1941; Avieiros, 1942;Fanga, Lisboa, 1943; Porto Manso, Lisboa, 1946; Ciclo Port-Wine: Horizonte Cerrado, 1949, Os Homens e as Sombras, 1951; Vindima de Sangue, Lisboa, 1953; Olhos de Água, 1954; A Barca dos Sete Lemes, Lisboa, 1958; Uma Fenda na Muralha, Lisboa, 1959; O Cavalo Espantado, Lisboa, 1960; Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos, 1962; Barranco de Cegos, Lisboa, 1962; Histórias Afluentes, Lisboa, 1963; O Muro Branco, Lisboa, 1966; A Vida Mágica da Sementinha, 1956; A Flor Vai Ver o Mar, 1968; A Flor Vai Passear Num Bote, 1968; Maria Emília, 1945; Forja, 1948; O Destino Morreu de Repente, 1967; Fronteira Fechada (inédita), 1972;Os Reinegros (66-67), ed. póst. 1974

Candido Torquato Portinari, nasceu a 29 de Dezembro de 1903

Candido Portinari
(Pintor brasileiro)
30-12-1903, Brodósqui (São Paulo) 
6-2-1962, Rio de Janeiro (RJ)








Candido Torquato Portinari é um dos maiores nomes da pintura brasileira, alcançando fama internacional pela qualidade e pela temática social de sua obra. Sempre preocupado em caracterizar o tipo brasileiro, retratou a vida rural brasileira, a tragédia das migrações nordestinas e o trabalho duro nos portos. Filho de um casal de imigrantes italianos, Portinari nasceu em Brodósqui, interior de São Paulo. Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou na Escola de Belas-Artes. Apresentou sua primeira obra, Um Baile na Roça, em 1921. Um ano mais tarde, estreou no Salão Nacional de Belas-Artes. No salão de 1928, ganhou um prêmio de viagem ao exterior, onde conheceu os museus da França, Itália, Inglaterra e Espanha e estudou as obras dos mestres. O reconhecimento internacional veio com o quadro Café (1934), já de caráter muralista, que recebeu menção honrosa na Exposição Internacional de Arte Moderna do Carnegie Institute, em Pittsburg (EUA), em 1935. Pintou seu primeiro mural para o Monumento Rodoviário da estrada Rio–São Paulo, atual Rodovia Presidente Dutra. Trabalhou de 1936 a 1945 nos painéis para o edifício do Ministério da Educação do Rio de Janeiro, hoje Palácio da Cultura. Em 1940 realizou exposição individual no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York; o sucesso foi tal que os quadros expostos foram todos vendidos. Em 1942, foi convidado pelo governo norte-americano para pintar a sala da Fundação Hispânica na Biblioteca do Congresso em Washington, onde se encontram quatro afrescos seus. Portinari realizou ainda mais obras monumentais: painéis para a Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, tendo como tema os morros cariocas e a música afro-brasileira (1943); uma série de afrescos com temas bíblicos para a Rádio Difusora de São Paulo (1943); os afrescos de São Francisco (1945) e da Via Sacra (1945) para a Igreja da Pampulha; o painel histórico Tiradentes (1949) para o Colégio de Cataguases (MG); e um enorme mural intitulado Guerra e Paz (1957) para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Nos anos de 1950, participou da Bienal de Veneza (1950) e da I e III Bienais de São Paulo (1951 e 1955, salas especiais).

Charles Goodyear, nasceu a 29 de Dezembro de 1800


Charles Goodyear
(New Haven, 29 de Dezembro de 1800 — Nova Iorque, 1 de Julho de 1860) foi um inventor norte-americano que ficou conhecido por ter descoberto a vulcanização da borracha. A pedido do gerente da Roxbury Rubber Company, de Boston, começou a estudar a forma de a borracha resistir a variações de temperatura. Após várias tentativas sem sucesso, conseguiu, utilizando um método em que misturava enxofre com borracha e colocava em alta temperatura, obtendo borracha vulcanizada. Em 1855, recebeu a Grande Médaille d'Honneur e a Croix de la Légion d'Honneur.

Madame de Pompadour, nasceu a 29 de Dezembro de 1721



Jeanne-Antoinette Poisson, Marquise de Pompadour (Paris, 29 de dezembro de 1721 — Versalhes, 15 de abril de 1764), mais conhecida como Madame de Pompadour, foi uma cortesã francesa e amante do Rei Luís XV de França considerada uma das figuras mais emblemáticas do século XVIII francês.
Dotada de inteligência, encanto, beleza, e ao mesmo tempo uma mulher fria, em termos físicos e na alma, Madame de Pompadour via seu papel como o de uma secretária confidencial do Rei.
Figura histórica da corte francesa nascida em Paris, favorita do rei Luís XV, conhecida por patrocinar as artes e a literatura ao mesmo tempo que estimulou alianças políticas desastrosas para a França. Filha de representantes de uma classe então em ascensão social, a dos especuladores financeiros, que ora faziam imensas fortunas, ora acabavam na prisão. Seu pai teve de fugir da França após envolver-se em um escândalo de mercado negro (1725) deixando e sua esposa e os dois filhos ficaram sob a protecção de  um outro rico especulador, Le Normant de Tournehem. Foi educada conforme as exigências que a época impunha às mulheres nobres, tornou-se uma bela donzela, versada em literatura e arte. Vivendo entre personalidades influentes na alta sociedade parisiense, casou-se (1741) com o sobrinho de seu protetor, Charles-Guillaume Le Normant d'Étioles. Após a morte da duquesa de Châteauroux (1744), amante do rei, passou a atuar como secretária particular do soberano, divorciou-se de Le Normant e recebeu o título de marquesa de Pompadour. Apaixonado por arquitetura e pintura, convenceu o rei dar ao seu irmão o título de marquês de Marigny e nomeá-lo para o planejamento e construção de edifícios como a Escola Militar e a praça da Concórdia, em Paris, parte do palácio real de Compiègne, o palácio Petit Trianon de Versalhes, a nova ala do palácio de Fontainebleau e o castelo de Bellevue. Ela incentivou a fundação da fábrica de porcelanas de Sèvres e intercedeu em favor dos autores e editores da Enciclopédia francesa. Morreu em Versalhes e como amante do rei, no campo político, teve influência na eclosão da guerra dos sete anos.

O Metropolitano de Lisboa foi inaugurado em 29 de Dezembro de 1959

O Metropolitano de Lisboa foi inaugurado em 29 de Dezembro de 1959
Diagrama do Metropolitano de Lisboa em Dezembro de 1959.

O Metropolitano de Lisboa foi inaugurado em 29 de Dezembro de 1959, tornando-se desta forma na primeira rede de metropolitano de Portugal e do mundo lusófono. É constituído por quatro linhas com 52 estações (seis das quais são estações duplas e de correspondência), numa extensão total de 39,9 km.



As obras iniciaram-se a 7 de Agosto de 1955, e quatro anos mais tarde, a 29 de Dezembro de 1959, era inaugurado o Metropolitano de Lisboa. A rede era constituída por uma linha em Y que ligava os Restauradores ao Rotunda(actual Marquês de Pombal); aí, a linha separava-se em dois ramais, um para Entre Campos e outro para Sete Rios(actual Jardim Zoológico).[2]

O novo sistema foi bem aceite pelo público, e no primeiro ano o metro transportou mais de 15,3 milhões de passageiros. O metro revelou-se um importante factor de desenvolvimento urbanístico da cidade, delineando novas áreas de habitação e serviços. Em 1963 é inaugurado o troço desde os Restauradores ao Rossio. Esta primeira fase de construções ficou concluída com o troço Rossio – Anjos, em 1966, e por fim, em 1972, o troço entre os Anjos e Alvalade.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Wikiliquidação do Império?

BOAVENTURA SOUSA SANTOS







Wikiliquidação do Império?

Muitas das decisões de que podem resultar a morte de milhares de pessoas e o sofrimento de milhões são tomadas com base em mentiras

A divulgação de centenas de milhares de documentos confidenciais, diplomáticos e militares, pela Wikileaks, acrescenta uma nova dimensão ao aprofundamento contraditório da globalização. A revelação, num curto período, não só de documentação que se sabia existir mas à qual durante muito tempo foi negado o acesso público por parte de quem a detinha, como também de documentação que ninguém sonhava existir, dramatiza os efeitos da revolução das tecnologias de informação e obriga a repensar a natureza dos poderes globais que nos (des)governam e as resistências que os podem desafiar. O questionamento deve ser tão profundo que incluirá a própria Wikileaks: é que nem tudo é transparente na orgia de transparência que a Wikileaks nos oferece.

A revelação é tão impressionante pela tecnologia como pelo conteúdo. A título de exemplo, ouvimos horrorizados este diálogo: Good shooting. Thank you, enquanto caem por terra jornalistas da Reuters e crianças a caminho do colégio, ou seja, enquanto se cometem crimes contra a humanidade. Ficamos a saber que o Irão é consensualmente uma ameaça nuclear para os seus vizinhos e que, portanto, está apenas por decidir quem vai atacar primeiro, se os EUA ou Israel. Que a grande multinacional farmacêutica Pfizer, com a conivência da embaixada dos EUA na Nigéria, procurou fazer chantagem com o procurador-geral deste país para evitar pagar indemnizações pelo uso experimental indevido de drogas que mataram crianças. Que os EUA fizeram pressões ilegítimas sobre países pobres para os obrigar a assinar a declaração não oficial da Conferência da Mudança Climática de dezembro passado em Copenhaga, de modo a poderem continuar a dominar o mundo com base na poluição causada pela economia do petróleo barato. Que Moçambique não é um Estado-narco totalmente corrupto mas pode correr o risco de o vir a ser. Que no "plano de pacificação das favelas" do Rio de Janeiro se está a aplicar a doutrina da contrainsurgência desenhada pelos EUA para o Iraque e Afeganistão, ou seja, que se estão a usar contra um "inimigo interno" as táticas usadas contra um "inimigo externo".

Irá o mundo mudar depois destas revelações? Já sabíamos que os poderes políticos e económicos globais mentem quando fazem apelos aos Direitos Humanos e à democracia, pois que o seu objetivo exclusivo é consolidar o domínio que têm sobre as nossas vidas, não hesitando em usar, para isso, os métodos mais fascistas e violentos. Tudo está a ser comprovado, e muito para além do que os mais avisados poderiam admitir. O maior conhecimento cria novas oportunidades para mobilizações de cidadãos em defesa da democracia e da transparência. Mas também cria novas exigências de análise.

Há que distinguir entre a autenticidade dos documentos e veracidade do que afirmam. Por exemplo, que o Irão seja uma ameaça nuclear só é "verdade" para os maus diplomatas que, ao contrário dos bons, informam os seus governos sobre o que estes gostam de ouvir e não sobre a realidade dos factos. Do mesmo modo, que a tática norte-americana da contrainsurgência esteja a ser usada nas favelas é opinião do Consulado Geral dos EUA no Rio. Compete aos cidadãos interpelar o governo nacional, estadual e municipal sobre a veracidade desta opinião. Tal como compete aos tribunais moçambicanos averiguar a alegada corrupção no país. O importante é sabermos que muitas das decisões de que podem resultar a morte de milhares de pessoas e o sofrimento de milhões são tomadas com base em mentiras.

Por outro lado, será cada vez mais crucial fazermos o que chamo uma sociologia das ausências: o que não é divulgado quando aparentemente tudo é divulgado. Resulta muito estranho que Israel, um dos países que mais poderia temer as revelações devido às atrocidades que tem cometido contra o povo palestiniano, esteja tão ausente dos documentos confidenciais. Há a suspeita fundada de que foram eliminados por acordo entre Israel e Julian Assange. Isto significa que vamos precisar de uma wikileaks alternativa ainda mais transparente. Talvez já esteja em curso a sua criação.

País - Autarquia é notícia por ser caso único no país - RTP Noticias, Vídeo

País - Autarquia é notícia por ser caso único no país - RTP Noticias, Vídeo

Este ano não houve prendas de Natal, devido a um imprevisto.


Coitadinho do Pai Natal!

Mensagem de Ano Novo

Mensagem de Ano Novo

Virtudes portuguesas segundo ex-embaixador britânico

Virtudes portuguesas segundo ex-embaixador britânico


É com muito prazer que publico este texto que me tem chegado pela mão de vários amigos. Nem tudo é mau cá pelo rectângulo.




Coisas que nunca deverão mudar em Portugal
Artigo do Embaixador da GB ao deixar Portugal: Expresso 18 Dez 2010

Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro. O espírito do momento é de pessimismo, não de alegria. Mas o ânimo certo para entrar na época natalícia deve ser diferente. Por isso permitam-me, em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, eleger dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal.
Embaixador da Grã Bretanha


1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para benefício de todos. 

2. O lugar central da comida na vida diária. O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.

3. A variedade da paisagem. Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.

4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.

5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.

6. A inocência. É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.

7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.

8. As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.

9. A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado, e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.

10. Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.

Então, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal.

Imagem do Google

Susan Sontag, morreu a 28 de Dezembro de 2004


Susan Sontag
, escritora, activista e, como ela mesma dizia, "fanática pela seriedade", cuja mente voraz e prosa provocante a tornaram uma das mais importantes intelectuais dos últimos 50 anos, morreu no dia 28 de dezembro de 2004 aos 71 anos.

A porta-voz do Sloan-Kettering Cancer Center, em Manhattan, não especificou a causa de morte. Sontag sofreu câncer de mama nos anos 70 e vinha enfrentando leucemia há alguns anos.

Sontag se definia como "esteta afeiçoada" e "moralista obsessiva". Escreveu um romance de sucesso, "O Amante do Vulcão", e em 2000 conquistou o National Book Award com seu romance histórico "Na América". Mas o maior impacto literário da escritora foi como ensaísta.

"Notes on Camp", um texto de 1964 que a estabeleceu como importante pensadora, popularizou a atitude "isso é tão ruim que parece até bom", a qual veio a ser aplicada a uma enorme variedade de coisas, de "Swan Lake" a estolas de plumas. Em "Contra a Interpretação", a mais analítica das intelectuais dedicava sua análise à preocupação com a possibilidade de que o escrutínio crítico interferisse com o poder "mágico, encantatório", da arte.

Ela também escreveu obras influentes como "A Doença como Metáfora", na qual examinava a maneira pela qual a doença era romantizada e demonizada, ciclicamente, e "On Photography", na qual argumentava que as imagens muitas vezes distanciam o observador do tema que retratam.
Ela lia escritores de todo o mundo, e a Sontag é atribuído o crédito por apresentar intelectuais europeus como Roland Barthes e Elias Canetti aos leitores norte-americanos. "Não conheço outra intelectual tão lúcida e com tamanha capacidade de ligar, conectar, relacionar", disse certa vez o romancista mexicano Carlos Fuentes. "Ela é única."

Diferente de muitos escritores norte-americanos, ela se envolveu profundamente em questões políticas, mesmo depois dos anos 60. Entre 1987 e 1989, Sontag presidiu à divisão norte-americana do Pen Club, uma aliança mundial de escritores. Quando o aiatolá Ruhollah Khomeini pediu a morte de Salman Rushdie por suposta blasfêmia no romance "Os Versos Satânicos", ela ajudou a liderar os protestos da comunidade literária. Há cerca de um ano e meio, dias após a execução de três dissidentes cubanos, Sontag envolveu-se em uma polêmica com o escritor colombiano Gabriel García Márquez, a quem acusou de ser condescendente à repressão imposta pelo regime de Fidel Castro.

Sontag batalhava incessantemente pelos direitos humanos e, ao longo dos anos 90, visitou muitas vezes a região da Iugoslávia, pedindo ação internacional contra a guerra civil que se espalhava pelos Bálcãs. Em 1993, visitou Sarajevo, onde montou uma produção de "Esperando Godot".
Filha de um negociante de peles, ela nasceu como Susan Rosenblatt, em Nova York, em 1933, e passou a infância no Arizona e em Los Angeles.
A mãe era alcoólatra; o pai morreu quando ela tinha cinco anos. Mais tarde, sua mãe se casou com um oficial do exército, o capitão Nathan Sontag. Susan Sontag lembrava sua infância como "uma grande sentença de prisão".

Ela completou sua educação básica com três anos de antecedência, formando-se no segundo grau aos 15 anos; o diretor da escola disse que ela estava perdendo tempo lá. Sua mãe, enquanto isso, advertiu que, se não parasse de ler, jamais se casaria.

Na Universidade de Chicago, ela assistiu a uma palestra de Philip Rieff, psicólogo social e historiador. Casaram-se dez dias mais tarde. Sontag tinha 17 anos, ele 28. "Era um homem apaixonado erudito e puro", disse ela mais tarde sobre o marido.

Na metade dos anos 60, o casal se divorciara (tiveram um filho, David, nascido em 1952), e Sontag se tornou uma das luzes na cena literária de Nova York. Ela era conhecida por seus ensaios, mas também escrevia ficção, ainda que inicialmente sem grande sucesso. "Death Kit" e "The Benefactor" eram, romances experimentais que pouca gente teve paciência de ler até o fim.

"Infelizmente, a inteligência de Sontag continua a ser maior que o seu talento", escreveu Gore Vidal em 1967, ao resenhar "Death Kit".
"Mas assim que se livrar da literatura, ela terá o poder de realizá-la, e não há muitos escritores norte-americanos sobre quem se possa dizer o mesmo".

A ficção de Sontag se tornou mais acessível. Ela escreveu um elogiado conto sobre a Aids, "The Way We Live Now" (A maneira pela qual vivemos agora), e um romance de sucesso, "O Amante do Vulcão", sobre o almirante Nelson e Lady Hamilton, sua amante.

Em 2000, seu romance "Na América", sobre Helena Modjeska, uma atriz polonesa do século 19, foi um fracasso comercial, e recebeu críticas pelo uso não creditado de fontes, tanto de trabalhos de ficção quanto trabalhos de não-ficção. Ainda assim Sontag conquistou com ele o National Book Award.

Entre outras obras, Sontag também criou os filmes "Duet of Cannibals" e "Brother Carl", e escreveu uma peça, "Alice in Bed", com base na vida de Alice James, a adoentada irmã de Henry e William James. Sontag fez uma ponta, como ela mesma, em "Zelig", o falso documentário dirigido por Woody Allen.

Em 1999, escreveu um ensaio para "Women", compilação de retratos da fotógrafa Annie Leibovitz, sua companheira por muitos anos. Sontag não era adepta da fala ponderada. Escrevendo sobre a Guerra do Vietnã, ela afirmou que "a raça branca é o câncer da história humana".
Poucos dias depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro, ela criticou a política externa dos Estados Unidos e fez elogios aos terroristas.

"Onde está o reconhecimento de que não se tratava de um ataque "covarde" à "civilização", "liberdade", "humanidade" ou ao "mundo livre", mas de um ataque à única superpotência mundial, empreendido como conseqüência de alianças e ações específicas dos Estados Unidos?", escreveu ela na revista "New Yorker". "Quanto à questão da coragem (uma virtude moralmente neutra), diga-se o que quiser sobre os perpetradores do massacre de terça-feira, eles não eram covardes."