A República de Weimar
A República de Weimar foi instaurada na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial, tendo como sistema de governo o modelo parlamentarista democrático.
Das cinzas da guerra e do império, surgiu uma república fragilizada, numa era de grandes dificuldades econômicas não só na Alemanha derrotada como também no mundo todo. O social-democrata Friedrich Ebert foi encarregado de formar o primeiro governo republicano. Tendo-se distanciado das idéias revolucionárias do passado, os social-democratas consideravam sua principal tarefa garantir a transição ordenada para a nova forma de Estado.
As tentativas de introdução do socialismo por forças revolucionárias de esquerda, encabeçadas por nomes como Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo – que acabaram assassinados – foram reprimidas pela força das armas em 1918.
As circunstâncias em que foi criada a República de Weimar foram muito especiais. Prestes a perder a Primeira Guerra Mundial, a liderança militar alemã, altamente autocrática e conservadora, atirou o poder para as mãos dos democratas, em particular o SPD, que acabou por ter de negociar a paz (ou seja, a derrota na Guerra). Com isso, ficava no ar o saudosismo de uma nação outrora poderosa, nos tempos do imperador, em comparação com a nova realidade democrática, cheia de derrotas e humilhações. Sofrendo as consequências das duras condições ditadas pelo Tratado de Versalhes e uma longa sucessão de governos mais ou menos instáveis, faltava cada vez mais identificação às massas políticas na Alemanha com seu sistema político de democracia parlamentar.Isso foi agravado por uma ampla disseminação de um mito político pela direita (monarquistas, völkischs, e nazis), a Dolchstoßlegende, que alegava que a Alemanha tinha perdido a Primeira Guerra Mundial devido à Revolução alemã, e não por causa da derrota militar.
A eleição de 1919 – a primeira em que mulheres puderam votar – resultou em grande maioria para a democracia parlamentar. A Constituição, promulgada em agosto daquele ano em Weimar, acentuou a unidade alemã: os Estados não tinham soberania. Os três partidos republicanos que detinham a maioria na Assembléia Nacional não foram fortes o suficiente para enfrentar, na década de 20, as tendências que se colocavam contra o Estado democrático: aos radicais de esquerda logo vieram se somar os de direita, que ganhavam cada vez mais influência no seio do povo.
As dificuldades econômicas do pós-guerra e as rigorosas condições impostas pelo Tratado de Versalhes, assinado em 1919, alimentaram um profundo ceticismo em relação à república. Os distúrbios atingiram seu ápice em 1923, quando a inflação assumiu proporções dramáticas (um dólar chegou a valer 4,2 bilhões de marcos). Franceses e belgas ocuparam a região do rio Ruhr, quando os alemães deixaram de pagar as parcelas da indenização de guerra. Nesse ambiente conturbado, Adolf Hitler, então chefe do pequeno Partido Nacional-Socialista (NSDAP), tentou um golpe malogrado em Munique,. A época também foi marcada por tentativas dos comunistas de tomar o poder.
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