Previsão do Tempo

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A 04 de Novembro de 1877 - Inauguração da Ponte D. Maria Pia



Ponte ferroviária metálica construída sobre o Rio Douro, em 1876, projectada pelo Eng.º Théophile Seyrig e edificada, entre 1876 e 1877, pela empresa Eiffel Constructions Métalliques. Durante mais de um século, ligou acidade do Porto ao Sul do País. Em 1991 o trânsito ferroviário passou para a Ponte de S. João, construída a muito pouca distância. A Ponte de D. Maria Pia é hoje monumento nacional. A Ponte de D. Maria Pia, construída nos finais do século XIX, permitiu concluir a ligação ferroviária entre o Porto e Lisboa que, na altura, terminava na estação das Devesas em Vila Nova de Gaia. Foi inaugurada em 1877. De facto, a revolução dos transportes em Portugal tornava urgente a ligação direta entre as duas principais cidades, assumindo a cidade do Porto a posição de nó de um conjunto de linhas importantes. As transformações operadas pela introdução deste meio de transporte na cidade são evidenciadas pela construção de novas estruturas ferroviárias (pontes, túneis, estações) e pelo reordenamento do tecido urbano em função da localização das estações .Em Maio de 1875 foi aberto um concurso público internacional para a seleção da empresa construtora. Das quatro soluções, apresentadas pelas companhias francesas Eiffel et Ce, Fiver Liles e Batignolles e pela inglesa Medd, Wrightson & Co, foi seleccionada a proposta dos engenheiros Gustave Eiffel e Théophile Seyrig, considerada a mais económica e elegante. De facto, o projecto de Eiffel, prevendo a construção de um tabuleiro horizontal ao nível da cota mais alta das margens, apoiado num enorme arco parabólico, revela uma especial atenção aos valores paisagísticos do vale do Douro, procurando os pontos de inserção mais favoráveis num local em que as margens mais se aproximam. Para além de concretizar um problema tecnicamente difícil que era a implantação de uma ponte numa escarpa acentuada, esta estrutura representa um sucesso do ponto de vista formal. O tabuleiro, com 354 metros de comprimento e 4,5 metros de largura, fica a 61 metros do nível das águas, assentando em seis pilares que apoiam sobre um arco com 160 metros de vão e 42,60 metros de flecha, formado por duas curvas parabólicas que no alto têm uma separação de dez metros. Apoia sobre rolos de fricção, o que possibilita a sua dilatação no sentido longitudinal e o torna independente dos movimentos do arco. A construção foi adjudicada em 5 de Janeiro1876 e o contrato previa um prazo de construção de dezoito meses. O Inverno atrasou as obras que se fixaram em 22 meses, terminando em 30 de Outubro de 1877. No dia da conclusão foi realizada uma experiência de resistência tendo circulado dois comboios pela ponte.
Nesta construção, vigiada pelos engenheiros Pedro Inácio Lopes e Manuel Afonso Espregueira, trabalharam cercade duzentos operários. A montagem do arco, a operação mais delicada exigiu a presença dos engenheiros franceses Emil Nouguier e Marcel Augevère.
A ponte foi inaugurada em 4 de Novembro, com assistência do rei e da rainha que daria o nome à ponte, esta estrutura manteve-se operacional até 1 de Junho de 1991.Depois desta obra notável, entre 1880 e 1884, Eiffel construiu em França o famoso viaduto de Gabarit, sobre a profunda garganta do Truyère, com 448 metros de vão e 122 metros de altura, seguindo o modelo estabelecido para a Ponte D. Maria Pia.

A 04 de Novembro de 1922 - É descoberta, no Egipto, a entrada para o túmulo de Tutankhamon



Howard Carter foi um arqueólogo, egiptólogo, prospector de antiguidades e artista inglês, nasceu a 9 de março de 1874, em Kensington, filho de Samuel John Carter, artista e de quem foi recebendo todas as influências como desenhador e pintor. Foi para o Egito em outubro de 1891 trabalhar para a Egyptian Exploration Found, onde era responsável pela execução de cópias de desenhos e inscrições descobertas para ulterior uso dos estudiosos.Recebeu influências de grandes egiptólogos nos finais do século XIX, com destaque para Gaston Maspero e Flinders Petrie, com quem trabalhou em Tell El-Amarna em 1892. Entre 1893 e 1899 trabalhou como desenhador para Edouard Naville em Der El-Bahri (Luxor), e no ano de 1899, com apenas 25 anos, foi nomeado Inspetor Geral dos Monumentos do Alto Egipto, dado que conhecia muito bem a língua árabe e suas formas dialetais egípcias. A sua responsabilidade passava pela supervisão e controlo da arqueologia do Alto Egipto. Graças às suas capacidades técnicas, a ele se deve a instalação das primeiras formas de luz elétrica no Vale dos Reis e no templo de Abu Simbel.
Em 1903 renunciou a um cargo no Serviço de Antiguidades Egípcias, depois de se ter envolvido numa discussão com turistas francesas em Saqqara. Posteriormente, trabalhou durante quatro anos como pintor e negociante de antiguidades, bem como guia de excursões, isto até 1908, altura em que Lord George Herbert, também conhecido pelo título de 5.º Lord Carnarvon, um súbdito da monarquia inglesa, o passou a financiar e convidou mesmo a regressar ao Vale dos Reis para retomar as escavações (conheceram-se em 1907). De notar que nesta altura o Vale dos Reis era uma muralha de pedras de transposição difícil, com as paredes em rocha, detritos e areia que se desprendiam a qualquer momento e escorregavam para o vale, um lugar desértico, quente, seco e inóspito,onde esquadrinhar terreno era difícil e onde muitos não anteviam grandes sucessos.
As escavações tiveram início em 1914 mas foram logo suspensas devido ao deflagrar da Primeira Guerra Mundial sendo depois retomadas em 1917. Carter descobriu seis túmulos no vale de Tebas, de onde sobressai a sua máxima glória, o túmulo intacto do faraó Tutankhamon (faraó que faleceu com apenas 18 anos, um dos soberanos, c. 1336-1327 a.C., menos conhecidos do Antigo Egito, provável filho de Amenhotep IV, ou Amenófis,ou Akhenaton) em Novembro de 1922, curiosamente 100 anos depois de Champollion ter publicado o artigo em que decifrava a Pedra de Roseta, e dez anos depois de ali andar o arqueólogo inglês em busca de algo mais importante do que já se tinha ali achado. Carter, com efeito, a 4 de novembro de 1922 descobria o primeiro degrau que dava acesso a umas escadas que terminavam num corredor que estava fechado por uma porta selada com os símbolos reais do faraó Tutankhamon. A 26 de novembro era descoberta a câmara real do faraó, um túmulo com inúmeros objectos de luxo. Em Fevereiro de 1923, abriu a câmara real, selada por uma parede, e foi o primeiro a ver o riquíssimo sarcófago do jovem faraó. Os últimos dezassete anos da sua vida foram dedicados a analisar todo o equipamento funerário que ele havia descoberto no túmulo do faraó. Morreu a 2 de Março de 1939, na sua Londres natal. Tinha uns bons 65 anos de idade capazes de provar que sobreviveu à célebre “maldição dos faraós”, que se acredita ter fulminado os descobridores do túmulo de Tutankhamon, que mais não era do que um conjunto de bactérias com mais de 3000 anos subitamente trazidas para o ar livre no século XX para a respiração de quem a elas não estava habituado, logo, sem imunidades.

A 04 de Novembro de 1847 - Morre o compositor alemão Felix Mendelssohn



Compositor, pianista, maestro e professor alemão, nasceu em 1809, em Hamburgo, na Alemanha, e morreu em 1847, em Leipzig. Foi uma das figuras mais importantes do início do período romântico. Mendelssohn foi um homem dotado: um bom pintor, um bom escritor e, com amplos conhecimentos literários, foi principalmente um grande compositor, um soberbo pianista e organista, um bom violinista e um maestro valoroso. Combinava o classicismo das suas composições com uma inclinação romântica, transmitindo à sua obra uma estilização muito própria. O seu perfeccionismo quanto à forma é perfeitamente notável no legado musical que deixou. Esta tendência levou a que o seu formalismo fosse, muitas vezes, confundido com superficialidade e ligeireza, o que o trouxe para um segundo plano da música clássica. Posteriormente, foi-lhe reservado o lugar merecido e a redescoberta do seu romantismo é uma realidade, patente na gravação e apresentação mais frequente das suas peças.
Começou a estudar Piano com a mãe e, mais tarde, com Ludwig Berger e com K. F. Zelter, altura em que se revelou um compositor bastante precoce. Durante a adolescência, escreveu várias composições, entre elas cinco óperas, 11 sinfonias para orquestra de cordas, concertos, sonatas e fugas. Depois, com apenas 17 anos, em 1826, compôs o acompanhamento musical para uma peça de Shakespeare, Sonho de Uma Noite de verão. Ainda hoje, esta é uma das suas obras mais reconhecidas e divulgadas e surpreende a maturidade de composição que o jovem Mendelssohn já revelava com esta idade. Nesse trabalho, os efeitos atmosféricos e as melodias líricas novas revelaram também a sua originalidade como compositor. Em 1829, deu-se, por inteira iniciativa de Mendelssohn, um acontecimento de grande relevo na vida musical da Alemanha e de todo o mundo: a primeira audição, depois da morte de Bach, de A Paixão Segundo S. Mateus, conduzida pelo compositor. A sua atividade como chefe de orquestra recebeu um grande impulso com essa iniciativa; algum tempo depois, foi nomeado diretor de todas as instituições musicais, públicas e privadas, da cidade de Düsseldorf.
Na sua música, Mendelssohn observou os modelos clássicos e os aspetos-chave do Romantismo. O seu movimento artístico exaltou os sentimentos e a imaginação, acima das formas rígidas e das tradições. Entre os seus trabalhos mais famosos encontram-se Overture to a Midsummer Night's Dream (1826), Italian Symphony(1833), Scottish Symphony (1843), Violin Concerto in E Minor-Major (1844), dois concertos para piano (1831, 1837), a oratória Elijah (1846) e várias peças de música de câmara.
O excesso de trabalho e o choque da repentina morte da irmã Fanny (também ela compositora), em maio de 47, resultou na sua própria morte, em novembro desse mesmo ano.

Para reflectir!

Noite em Portugal

É uma casa portuguesa, com certeza!

A 4 de Novembro de 1959 - Nasceu César Évora



César Évora Díaz, premiado actor cubano, nasceu em Havana no dia 4 de Novembro de 1959. Vive no México desde os anos 1990. Apesar de ter trabalhado no cinema, no teatro e na televisão, ele é sobretudo conhecido pelos seus papéis em telenovelas, tanto em Cuba como no México.
Durante a instrução primária, ele já era escolhido para dizer poemas, tendo uma voz muito peculiar. Cresceu ao lado da mãe e de um avô. O pai estava sempre a viajar e, durante 20 anos, só lhe enviava uma carta de seis em seis meses.
Aos 18 anos, já tinha o sonho de se tornar actor. Estudou no entantoGeofísica, para participar na busca de petróleo e de minerais. Um dia, decidiu fazer um casting na televisão, sendo seleccionado entre 500 candidatos. Entrou em várias novelas, logo se tornando muito popular.
Apesar de ter o físico de galã clássico e de se ter formado no Instituto Superior de Arte de Havana, especializando-se em actuação, Évora aspirou durante algum tempo ser realizador de cinema. Frequentou por isso um curso de assistente de direcção e seguiu os primeiros dois anos da Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños. No entanto, a sua personalidade e capacidade de actuar foram mais fortes e ele quedou-se pela representação, pelo menos até agora.
Depois de se separar da sua primeira esposa, Inés Mortel, conheceu a sua actual companheira Vivian, com quem teve uma filha. César tem dois filhos do primeiro casamento, que vivem em Cuba, e a filha que vive consigo no México. César Évora adquiriu a cidadania mexicana em 1999.
Até agora, já protagonizou cerca de 30 telenovelas, dez filmes, três peças de teatro e a série televisiva "Día y Noche” (1993/Cuba). É carinhosamente chamado Papasito Évora.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

A 03 de Novembro de 1957 - A URSS lança o satélite Sputnik II com a cadela Laika a bordo

A 03 de Novembro de 1954 - Morreu o pintor francês Henri Matisse

A 3 de Novembro de 2009 - Morreu Francisco Ayala García-Duarte



Francisco Ayala García-Duarte, escritor da “Geração de 27”, jurista, professor de literatura e sociólogo espanhol, morreu em Madrid no dia 3 de Novembro de 2009. Nascera em Granada, em 16 de Março de 1906.
Aos dezasseis anos, mudou-se para Madrid, onde estudou Direito, Filosofia e Letras. Nesta época, publicou as suas duas primeiras novelas, “Tragicomedia de un hombre sin espíritu” (1925) e “Historia de un amanecer” (1926).
Colaborou habitualmente na “Revista de Occidente” e na “Gaceta Literária”. Estudou também em Berlim, entre 1929 e 1931. Doutorou-se em Direito na Universidade Complutense de Madrid, vindo a ser professor na mesma universidade.
Foi letrado das Cortes desde a proclamação da República. No começo daGuerra Civil, estava a dar conferências na América do Sul e, durante a mesma, foi funcionário do Ministério de Estado.
Depois da tomada do poder por Franco, exilou-se em Buenos Aires, onde passou dez anos a trabalhar e a colaborar na revista “Sur” e no diário “La Nación”. Nesse tempo, foi também co-fundador da revista “Realidad”.
Posteriormente, ainda na década de 1950, residiu em Porto Rico, país no qual deu cursos na Faculdade de Direito da Universidade de Porto Rico. Viajou depois para os Estados Unidos da América, onde deu aulas deLiteratura Espanhola nas Universidades de Princeton, Rutgers, Nova Iorque e Chicago, embora mantendo estreitas ligações intelectuais e culturais com Porto Rico, onde igualmente viveram longos exílios Pau Casals e Juan Ramón Jiménez, entre outros.
Em 1960, regressou pela primeira vez a Espanha e, pouco a pouco, reintegrou-se na vida literária espanhola. Em 1976, instalou-se definitivamente em Madrid, continuando o seu labor de escritor, conferencista e colaborador da imprensa.
Tem também grande importância a sua obra ensaística, que abrange temas políticos e sociais, reflexões sobre o presente e o passado de Espanha, o cinema e a literatura. Escreveu umas interessantes memórias: “Recuerdos y olvidos” (1982, 1983, 1988 e 2006). Faleceu com 103 anos de idade.
Em 1983, foi eleito membro da Real Academia Espanhola. Até muito avançada idade continuou a escrever com plena lucidez. Em 1988, obteve oPrémio Nacional das Letras Espanholas e, em 1990, foi nomeado Filho Predilecto da Andaluzia. Em 1991, foi galardoado com o Prémio Miguel de Cervantes e, em 1998, com o Prémio Príncipe das Astúrias de Letras.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A 2 de Novembro de 1906 - Nasceu Luchino Visconti


Realizador italiano, Luchino Visconti nasceu a 2 de novembro de 1906, em Milão, no seio duma família de aristocratas e morreu a 17 de março de 1976, em Roma. Teve uma educação eclética, tendo estudado violoncelo no Conservatório de Milão. Após uma curta carreira militar, decidiu tornar-se cenógrafo e encenador, tendo sido o primeiro a encenar peças de Jean Cocteau em Itália. Jean Renoir convida-o para seu assistente de realização, tendo efetuado uma sólida aprendizagem. Em 1943, decide aventurar-se como realizador, adaptando um romance de James M. Cain: Ossessione (Obsessão, 1943), o primeiro título neorrealista do cinema italiano com uma visão crítica da realidade social através da história duma relação adúltera entre uma jovem esposa de um proprietário de uma estalagem e um jovem vagabundo que planeiam o assassinato do estalajadeiro. O filme foi mal recebido pelo público, não habituado a esta nova visão cinematográfica. Seguiu-se uma ficção rodada em jeito de documentário com uma equipa de atores amadores: La Terra Trema (1948), sobre uma comunidade piscatória do Sul de Itália.Visconti rodeou-se duma equipa de assistentes extremamente jovem, da qual se destacam Franco Zeffirelli e Francesco Rosi que mais tarde seguiriam carreira na realização. Após o sucesso de Bellissima (Belíssima, 1951)onde Anna Magnani deu um show interpretativo como mãe dominadora que tenta empurrar a sua filha para uma carreira artística, Visconti assinou um dos títulos mais emblemáticos da sua carreira: Senso (Sentimento, 1954).Este título, protagonizado por Alida Valli e Farley Granger, é uma brilhante história de amor e de adultério entre uma condessa casada e um tenente do exército que se aproveita do seu amor para lhe extorquir dinheiro para se livrar do serviço militar. O drama psicológico La Notti Bianche (Noites Brancas, 1957) passaria quase despercebido apesar de contar no seu elenco com nomes como Marcello Mastroianni, Jean Marais e Maria Schell.Já Rocco e i Suoi Fratelli (Rocco e os Seus Irmãos, 1960) foi premiado em diversos certames italianos e foi um relato pleno de emotividade sobre uma família rural que parte para Milão e procura a sua adaptação. É também uma história de amor entre dois irmãos (desempenhados por Alain Delon e por Renato Salvatori) por uma prostituta (Anne Girardot). O filme mereceu a censura em diversos países europeus (inclusive Portugal), o que dificultou a sua distribuição internacional. Depois de ter colaborado no filme por segmentos Boccaccio'70 (1962),assinou a sua obra-prima: Il Gattopardo (O Leopardo, 1963), o retrato da decadência duma família aristocrática napolitana em finais do século XIX, protagonizada por Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale. O êxito retumbante deste título impeliu-o a colocar em prática um projeto de cariz pessoal: a adaptação da tragédia grega Electra. O resultado foi algo dececionante em termos comerciais: Vaghe Stelle Dell'Orsa (1965) não conseguiu convencer o público. Seguiram-se Lo Straniero (1967) e La Caduta Degli Dei (Os Malditos, 1969), uma adaptaçãodo MacBeth de Shakespeare transposto para o ambiente da Alemanha nazi de 1933. Outra obra polémica foi Morte a Venezia (Morte em Veneza, 1972), adaptado da obra homónima de Thomas Mann sobre a obsessão dum homem de meia-idade pela beleza de um jovem rapaz. Até à morte, Visconti ainda assinou obras emblemáticas como Ludwig (1972) e L'Innocente (Os Inocentes, 1976).


A 2 de Novembro de 1919 - Nasceu Jorge de Sena



Jorge Cândido Alves Rodrigues Telles Grilo Raposo de Abreu de Sena, poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário português, nasceu em Lisboa no dia 2 de Novembro de 1919. Morreu em Santa Barbara, na Califórnia, em 4 de Junho de 1978. Segundo relatou no seu conto “Homenagem ao Papagaio Verde”, teve uma infância recolhida, solitária e infeliz, o que fez com se tornasse introspectivo, observador e imaginativo.
Fez a instrução primária e os primeiros anos do liceu no Colégio Vasco da Gama. Concluiu os estudos secundários no Liceu Camões. Era um jovem que lia avidamente, tocava piano e escrevia poemas. Na Faculdade de Ciências de Lisboa, fez os exames preparatórios com as notas mais elevadas. Nutria a ideia algo romântica de se tornar oficial da marinha, seguindo as pisadas do pai. Em 1936, aos 17 anos, entrou para a Escola Naval. Em Outubro de 1937, iniciou a sua viagem de instrução a bordo do navio escola “Sagres”. Visitou os portos de S. Vicente, Santos, Lobito, Luanda, S. Tomé e Dakar, chegando a Lisboa no final de Fevereiro de 1938.
O contacto com a imensidão do oceano, a azáfama da vida a bordo e o movimento e mudança constantes agradaram ao jovem Jorge Sena, mas nem tudo correu bem. Segundo o relato de um camarada de curso, naquele ano a viagem de instrução foi excepcional e particularmente dura e exigente em termos de preparação e destreza física, copiando o modelo da marinha alemã. Na parte teórica do curso ele era brilhante, mas em termos atléticos era medíocre e, apesar dos muitos esforços que fez, não conseguiu satisfazer as elevadas expectativas do comandante do curso, que parecia nutrir um ódio de estimação pelo cadete contemplativo e intelectual. No final da viagem, foi-lhe comunicado que iria ser proposta a sua exclusão daMarinha por lhe faltarem as “necessárias qualidades” para oficial. Sena ficou profundamente frustrado e desgostoso com esta rejeição e afastou-se definitivamente de um modo de vida que tanto almejara.
Apesar da sua inclinação natural para a literatura, decidiu frequentar o curso de Engenharia Civil, iniciando-o em Lisboa e concluindo-o no Porto, em 1944. O curso pouco o entusiasmou, mas durante todo esse tempo escreveu bastantes poemas, artigos, ensaios e cartas. Desde os 16 anos que escrevia e, em 1940, sob o pseudónimo de Teles de Abreu, publicou os seus primeiros poemas na revista “Cadernos de Poesia”, dirigida por Ruy Cinatti, Blanc de Portugal e Tomás Kim. Em 1942, publicou o seu primeiro livro de poemas, “Perseguição”, que não impressionou muito o seu amigo e crítico João Gaspar Simões. O escritor Adolfo Casais Monteiro considerou-o «um livro revelador mas difícil».
Em 1947, iniciou a sua carreira de engenheiro, trabalhando na Câmara Municipal de Lisboa, na Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização e naJunta Autónoma das Estradas (JAE), onde permaneceu até ao seu exílio para o Brasil em 1959.
Em 1940, no Porto, Jorge de Sena conheceu e tornou-se amigo de Maria Mécia de Freitas Lopes (irmã do crítico e historiador literário Óscar Lopes), começando a namorar em 1944 e casando-se em 1949. Mécia, sua incansável companheira e enérgica colaboradora, apoiou-o sempre nas inúmeras crises que lhe surgiram ao longo de uma vida por vezes atribulada.
Além do seu absorvente trabalho diurno na JAE (que lhe possibilitou viajar e conhecer o Portugal profundo), também se dedicou à direcção literária em editoras, à tradução e à revisão de textos – ocupações que lhe roubavam precioso tempo para a investigação literária e a para a sua obra.
A banalidade e a pequenez do quotidiano no Portugal de Salazar das décadas de 1940/50 atormentavam-no, bem assim como a mediocridade, a mesquinhez e a intriga dos meios literários, a opressão política e a censura. Durante esses anos, apesar de tudo, publicou várias obras e colaborou na revista “Mundo Literário” (1946/48) com contos e poemas e, também, como crítico na rubrica Cinema.
A sua situação como escritor e cidadão estava, porém, a tornar-se insustentável. Como escritor, não tinha tempo livre para escrever, apenas o podia fazer de modo insuficiente e limitado à noite e aos domingos. Também o facto de não pertencer a nenhum círculo académico e a falta de apoio institucional lhe frustrava qualquer pretensão de poder vir a editar alguma obra mais ambiciosa. Por outro lado, a sua participação numa tentativa revolucionária abortada em Março de 1959, colocou-o em posição de prisão iminente, no caso muito provável de algum dos conspiradores presos pela PIDE denunciar (sob tortura) os que ainda se encontravam em liberdade.
Em Agosto de 1959, viajou até ao Brasil, convidado pela Universidade da Bahia e pelo Governo Brasileiro, para participar no IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros. Tendo sido convidado como catedrático contratado de Teoria da Literatura, em Assis, no Estado de S. Paulo, aproveitou essa oportunidade e aceitou o lugar, iniciando assim o seu longo exílio. Por motivos profissionais, teve de adoptar então a cidadania brasileira.
Em 1961, Jorge de Sena foi ensinar Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara. Em 1964, depois de vencer alguns preconceitos académicos pelo facto de ser licenciado em Engenharia, Jorge de Sena defendeu a sua tese de doutoramento em Letras, tendo obtido o título académico “com distinção e louvor”.
O período de seis anos que passou no Brasil foi muito produtivo. Finalmente, tinha toda a disponibilidade para se dedicar à sua obra, com a devida profundidade e profissionalismo. Grande parte do romance “Sinais de Fogo” e a totalidade dos contos “Novas Andanças do Demónio” foram escritos neste período.
A degradação da situação política no Brasil, com a instauração de uma ditadura militar a partir de Março de 1964, fez com que Jorge de Sena, mais do que nunca avesso a prepotências, aceitasse um convite para ensinarLiteratura de Língua Portuguesa na Universidade de Wisconsin. Partiu para os Estados Unidos em Outubro de 1965. Em 1967, foi nomeado catedrático do Departamento de Espanhol e Português da referida universidade.
De 1970 a 1978, foi catedrático efectivo de Literatura Comparada naUniversidade da Califórnia, em Santa Barbara. Apesar da satisfação de ensinar e da amizade que os alunos lhe dedicavam, Sena não foi feliz. Queixava-se da «medonha solidão intelectual da América», onde não havia «convívio intelectual algum».
Quando se deu o 25 de Abril (1974), Jorge de Sena ficou entusiasmado e queria regressar definitivamente a Portugal, ansioso de dar a sua colaboração para a construção da democracia. Visitou Portugal, mas nenhuma universidade ou instituição cultural portuguesa se dignou convidar o escritor para qualquer cargo que fosse, facto que muito o desiludiu e amargurou. Decidiu continuar a viver nos Estados Unidos, onde tinha a sua carreira estabelecida.
Morreu aos 58 anos, vítima de cancro. Em Setembro de 2009, os seus restos mortais foram trasladados de Santa Barbara para o Talhão dos Artistas noCemitério dos Prazeres, em Lisboa, depois duma cerimónia de homenagem na Basílica da Estrela, com a presença de familiares, amigos e entidades oficiais.
Foi um dos mais influentes intelectuais portugueses do século XX, com vasta obra de ficção, drama, ensaio e poesia, além de importante epistolografia com figuras tutelares da literatura portuguesa e brasileira. A sua obra de ficção mais famosa é o romance autobiográfico “Sinais de Fogo”, adaptado ao cinema em 1995 por Luís Filipe Rocha. Grande parte da sua obra foi publicada postumamente por iniciativa de Mécia de Sena.
Foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique, por serviços prestados à comunidade portuguesa. Recebeu, postumamente, a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago. Em 1980, foi inaugurado o Jorge de Sena Center for Portuguese Studies, na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara.

domingo, 1 de novembro de 2015

Isto é só mamar!...

Fotos creativas tiradas com estátuas

01 de Novembro de 2015 - Morreu José Fonseca e Costa



O realizador José Fonseca e Costa faleceu na manhã deste domingo no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. O Expresso soube que o cineasta português morreu vítima de uma pneumonia, na sequência de uma pré-leucemia.
Nascido em Angola a 27 de junho de 1933, Fonseca e Costa mudou-se para Lisboa em 1945. Em 1951 entraria no curso de Direito da Universidade de Coimbra, mas acabaria por trocá-lo para se dedicar à sétima arte.
O seu percurso profissional tem início Itália, nos anos 60, num estágio com Michelangelo Antonioni no filme “L' Eclisse” (“O Eclipse”). Inicialmente, ficaria conhecido pelo seu trabalho como documentarista e realizador de filmes publicitários.
Sócio-fundador do Centro Portugês de Cinema, é um dos pioneiros do movimento do Novo Cinema em Portugal. A sua carreira ficou marcada por filmes como “O Recado” (1972), “A Mulher do Próximo” (1988) e “Cinco Dias, Cinco Noites (1996). Mas seria “Kilas, o Mau da Fita” (1981) o seu filme mais famoso - e um dos maiores êxitos de bilheteira da história do cinema português.
Fonseca e Costa foi ainda dirigente da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais e presidente do Conselho de Administração da Tobis Portuguesa.
O produtor Paulo Branco - que estava a produzir o último filme do realizador, “Axilas”, baseado num conto de Ruben da Fonseca - afirmou, em declarações à Lusa, que o realizador decidiu avançar com este projeto recente “que era muito importante para ele”.

A 01 de Novembro de 1755 - Terramoto de Lisboa

Um passeio pela cidade de Chaves



A Mentira Que Vivemos



Vivemos num mundo em que se criou um sistema que faz parte da nossa realidade, e pensamos que as coisas são assim porque são assim, nem se quer podemos colocamos alguma questão sobre o que parece tão real para nós.Este vídeo pode ser um grande abre olhos para muita gente… Não custa nada ver…Partilhe com os amigos e seus familiares… Eu já fiz o meu papel ao partilhar este vídeo não custa tentar…

A 01 de Novembro de 1930 - Nasceu Ângelo Veloso



Ângelo Veloso nasceu no Porto a 1 de novembro de 1930 e morreu em Lisboa a 16 de setembro de 1990, com 59 anos, foi um dos mais destacados militantes e dirigentes do PCP, membro da sua Comissão política do Comité Central!
Natural do Porto, onde nasceu a Ângelo Veloso ingressou na universidade daquela cidade e, posteriormente, transferiu-se para Lisboa, onde se destaca no movimento político estudantil, continuando, aliás, a actividade já iniciada no MUD – Juvenil.
Em 1949, adere ao PCP e em 1950 é preso pela primeira vez. Cinco anos depois, a PIDE voltaria a encarcerá-lo, quando já integrava a Comissão Central do MUD – Juvenil. É julgado junto com outros 82 antifascistas.
Em 1959 passa a funcionário do Partido e mergulha na clandestinidade. Assume sucessivamente o controlo de organizações em Lisboa e Vale do Tejo. Em 1966 é cooptado para o Comité Central como suplente e em 1967 passa a membro efectivo.
Preso pela terceira vez em 1969, só viria a ser libertado em 1974. Já em liberdade, dedica-se à construção do Portugal de Abril e ao desmantelamento do aparelho fascista, primeiro na Organização Regional do Norte e depois na do Porto.
No VIII Congresso do PCP é eleito membro suplente da Comissão Política, e no X Congresso passa a membro efectivo daquele órgão executivo, no qual se mantém até ao XIII Congresso (Extraordinário).
Ângelo Veloso foi deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, e em 1985 foi candidato à presidência da República.
Afastado precocemente da luta do seu Partido, Ângelo Veloso permanece um exemplo para todos os que prosseguem o combate pelo socialismo e o comunismo, projecto ao qual dedicou a vida inteira, ao lado do povo resistindo ao fascismo e na construção e defesa de Abril.
Se fosse vivo, o histórico dirigente do PCP faria, no próximo dia 1 de Novembro, 85 anos de vida.
A morte que tantas vezes enfrentou com desassombro, quer na clandestinidade quer nos cárceres fascistas, levou-o aos 59 anos. A 17 de Setembro de 1990, milhares de camaradas acompanharam o seu corpo ao cemitério do Alto de São João.
O cortejo de mais de uma hora iniciado no CT de Alcântara foi uma celebração da vida que, desde cedo, Ângelo Veloso escolheu – a militância comunista, à qual regressava sempre, de cabeça erguida e com entusiasmo, após anos de reclusão e torturas nas prisões fascistas.
Ângelo Veloso era «um homem com a profunda e justa convicção de que para servir o povo e o País vale a pena ser comunista. (…). Faz-nos falta, muita falta. Ele sabia porém alguma coisa muito importante como todos nós sabemos: se o caminho da luta é inevitavelmente marcado por vidas que se apagam, a força do nosso Partido incessantemente se renova (…) com novos camaradas que empunham com decisão o testemunho que lhes passam os que desaparecem por virtude das leis da natureza. Ele sabia, como todos nós sabemos, que a luta é também por si fonte de energia e fonte de vida».
As palavras de Álvaro Cunhal, proferidas durante as cerimónias fúnebres, conservam aguda actualidade. Por isso, olhando para o percurso de Ângelo Veloso, os comunistas de hoje não apenas o saúdam como dele retiram experiências valiosas e força para a acção revolucionária.

A 01 de Novembro de 1903 - Morreu Theodor Mommsen



Christian MatthiasTheodor Mommsen, historiador alemão de origem dinamarquesa, agraciado com o Nobel da Literatura de 1902 pela sua monumental “História de Roma”, morreu em Charlottenburg no dia 1 de Novembro de 1903. Nascera em Garding, em 30 de Novembro de 1817.
É considerado um dos maiores especialistas de todos os tempos em história de Roma Antiga e muitos dos seus escritos e compilações de documentos ainda hoje conservam uma importância capital.
Após os estudos básicos e clássicos em Altona (1831/38), estudou Jurisprudência na Universidade de Kiel (1838/43). Fez depois um amplo estudo da Lei Romana, o que influenciou as suas futuras pesquisas.
Mommsen inspirou-se na sua ideia de haver uma inter-relação muito próxima entre a História, o Direito e a Filosofia. Muitos dos seus ensinamentos foram basilares para os escritos de Friedrich Karl von Savigny, um dos fundadores da escola histórica da jurisprudência.
Após ter feito o mestrado e o doutoramento, obteve uma bolsa que lhe permitiu estar três anos (1844/47) em França e Itália. Durante este período, a Itália tornou-se a sua segunda casa. Um dos seus quartéis-generais foi o Instituto Arqueológico Romano, no qual recolhia dados para as suas pesquisas. Concebeu também o seu plano para o “Corpus Inscriptionum Latinarum”, uma colecção de inscrições em latim.
Dedicou-se depois à política, defendendo os seus ideais na imprensa local. Ensinou Direito em Leipzig (1848). Destituído por causa das suas ideias liberais, foi depois professor em Zurique (1852), Breslau (1854) e Berlim (1858). Foi deputado entre 1873 e 1882, ano em que foi condenado a prisão durante alguns meses por oposição a Bismarck.
Este pesquisador fora do comum, capaz de dominar múltiplas matérias, fundou uma escola histórica destinada aos seus trabalhos e ao seu ensino. Foi recebido por Napoleão III nas Tulherias (Paris) e reconhecido como uma sumidade em História Antiga, não só pelo imperador como pelos sábios que o rodeavam.
Foi secretário perpétuo da Academia das Ciências da Prússia desde 1878. Consagrou o resto da vida ao aprofundamento das suas obras e ao ensino. Teve 16 filhos com a sua esposa Marie. Dois dos seus netos (Hans e Wolfgan) são também conhecidos historiadores.