Previsão do Tempo

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A 08 de Dezembro de 1943 - Morreu Jim Morrison



James "Jim" Douglas Morrison nasceu em Melbourne, Flóruda/EUA a 8 de dezembro de 1943 e morreu em Paris/França a 3 de julho de 1971, com 27 anos, foi um cantor, compositor e poeta norte-americano, mais conhecido como vocalista da banda de rock “The Doors”.
Foi o autor da maior parte das letras da banda.
Após aumento explosivo da fama do The Doors em 1967, Morrison desenvolveu uma grave dependência de álcool que juntamente com o consumo de drogas culminou na sua morte com 27 anos de idade em Paris.
Alguns dizem que veio a falecer devido a uma overdose de heroína, mas como não foi realizada autópsia, a causa exacta de sua morte ainda é contestada.
Morrison era conhecido por muitas vezes utilizar poesias improvisadas, enquanto a banda tocava ao vivo.
Devido à suas performances e à sua personalidade selvagem, ele é considerado por críticos e fãs como um dos vocalistas mais icónicos, carismático e pioneiro do rock da história da música.
Morrison foi classificado na 47° posição na lista da revista Rolling Stone dos "100 Maiores Cantores de Todos os Tempos ", e em 22° lugar na lista da revista Classic Rock dos "50 maiores cantores de rock".

A 08 de Dezembro de 1720 - D. João V criou a Real Academia da História



A Real Academia de História, criada por D. João V, por Decreto de 8 de Dezembro de 1720, surgiu na sequência da criação de Academias Régias na Europa, ao longo do século XVIII. Tinha como objectivo escrever a história de Portugal e conquistas. Os seus estatutos foram confirmados por decreto de 4 de Janeiro de 1721. Compunha-se de 50 sócios: 40 da Academia de Anónimos e das Conferências Discretas e 10 escolhidos pelo Rei. Foi inicialmente instalada no palácio dos Duques de Bragança, tendo sido dotada da prestação anual de 1.000$00 reis, pelo Decreto de 6 de Janeiro de 1721. Por da Carta régia de 11 de Janeiro e pelos Avisos de 16 e 18 de Março do mesmo ano, foi - lhe facilitado acesso e a cópia de documentos de todos os cartórios e arquivos do reino. Cabia-lhe, também, tomar as medidas necessárias à conservação dos monumentos, sobre o que existe um Decreto, publicado em 14 de Agosto de 1721, proibindo a demolição de monumentos, estátuas e mármores, protegendo as medalhas e moedas antigas e atribuindo às Câmaras a incumbência de conservar e preservar as antiguidades já existentes e a descobrir. O Decreto de 29 de Abril de 1722 isentou a Academia de licença do Desembargo do Paço para a impressão de todas as obras de académicos, que só deviam ser submetidas ao exame dos quatro censores da Academia. O Alvará de 8 de Abril de 1724 determinou que os oficiais da reformação do Real Arquivo se ocupassem na elaboração de cópias para a Academia e, o de 19 de Outubro de 1725, autorizou que aqueles oficiais que houvessem sido despedidos pelo guarda-mor continuassem, durante mais um ano, a elaborar as referidas cópias. Tal situação foi, sucessivamente, prolongada por mais um ano pelos Alvarás de 2 de Outubro de 1726 e de 30 de Outubro de 1727. Graças ao apoio financeiro recebido, pôde contar com os oficiais necessários à montagem do instrumental para impressão de livros. Em 1727 saiu o primeiro volume da História da Academia. Para além da impressão de obras raras, publicou, anualmente, a Colecção de Documentos e Memórias, de 1721 a 1736, que disponibilizaram importante informação sobre os institutos religiosos. Procedeu, ainda, à publicação das obras dos seus sócios, entre as quais a História Genealógica da Casa Real Portuguesa, de D. António Caetano de Sousa, e as respectivas Provas (1735-1748); Memórias sobre D. Sebastião (1736-1751); Biblioteca Lusitana, de Diogo Barbosa Machado (1741-1759); Notícias Cronológicas da Universidade de Coimbra, de Francisco Leitão Ferreira (1729); Memórias para a História Eclesiástica do Arcebispado de Braga, de D. Jerónimo Contador de Argote (1732-1747). Deve-se à Academia a primeira tentativa de catalogação dos documentos portugueses do Arquivo de Simancas. As desavenças que desde o início dividiram os académicos juntamente com a criação da Academia Real das Ciências, em 1779, foram parcialmente responsáveis pelo seu declínio. Apesar de tudo, vários dos seus elementos mantiveram as reuniões no início do século XIX, até à partida da Corte para o Brasil.

A 08 de Dezembro de 1792 - Iníciou-se a construção do Teatro Nacional de São Carlos

A 08 de Dezembro de 1886 - Nasce Diego Rivera

A 08 de Dezembro de 1930 - Suicida-se a poetisa portuguesa Florbela Espanca

A 08 de Dezembro de 1980 - Deu-se o assassinato de John Lennon

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Como nem tudo na vida é mau,desfrutem do 8 de Dezembro!

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A 07 de Dezembro de 2014 - Morreu Fernando Machado Soares



Fernando Machado Soares nasceu em São Roque do Pico a 3 de Setembro de 1930 e morreu em Lisboa a 7 de dezembro de 2014, foi um poeta, cantor, intéreprete e compositor no âmbito da Canção de Coimbra, jurista e juiz jubilado, mais conhecido pela sua Balada da Despedida intitulada "Coimbra tem mais encanto".
Nasceu em São Roque do Pico, Ilha do Pico, Açores, sendo descendente do último Capitão-Mor das Lajes do Pico. Licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, nos anos 50.
Participou no filme Rapsódia Portuguesa.
Após ter concluído o curso superior, suspendeu durante alguns anos a sua actividade artística.
Porém, acompanhou o Orfeão Académico de Coimbra aos Estados Unidos, onde cantou com êxito em Nova York (Lincoln Center), Boston, Chicago e Atlanta. Participou ainda num programa televisivo da NBC.
Autor de diversos temas célebres, entre eles a "Balada da Despedida do 6º Ano Médico" (1958); co-autoria de Francisco Bandeira Mateus.
Fernando Machado Soares, que foi juiz-conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, recebeu em 2006 o Prémio Tributo Amália Rodrigues “pela excelência da carreira artística e dedicação aos outros”.

Bom dia! Faça exercício físico logo de manhã contemplando a natureza

A 07 de Dezembro de 2013 - Morreu Édouard Molinaro



Édouard Molinaro, realizador e cenarista francês, morreu em Paris no dia 7 de Dezembro de 2013. Nascera em Bordéus, em 13 de Maio de 1928. Alternando desde bastante cedo cinema e televisão, ele ficou as dever os seus maiores sucessos à realização de comédias. A sua carreira foi marcada por numerosas adaptações teatrais, entre as quais duas escritas por Pierre Richard (“L'Emmerdeur” e “La Cage aux folles”). Esta última teve um enorme êxito, sobretudo em França e nos Estados Unidos.
Na sua juventude, participou em diversos concursos de curtas-metragens, tendo entrado verdadeiramente no mundo do cinema como assistente de realização. Rodou igualmente filmes industriais e curtas-metragens de ficção.
Uma das primeiras longas-metragens de Molinaro foi “Le Dos au Mur”. Depois de ter realizado vários filmes policiais, entre os quais “Un témoin dans la ville” com Lino Ventura, teve os maiores êxitos nos anos 1960 com diversas comédias, onde se salienta “Oscar et Hibernatus” com Louis de Funès. Em 1969, realizou “Mon oncle Benjamin ” com Jacques Brel, que seria de novo vedeta na película “L'Emmerdeur” (1973).
Nos anos 1980/90 continuaram os sucessos, nomeadamente com “Pour cent briques, t'as plus rien... ” e “Beaumarchais, l'insolent”.
Édouard Molinaro adaptou várias obras literárias à televisão. De salientar, um telefilme interpretado por Michel Piccoli e baseado no romamce “A Piedade perigosa” de Stefan Zweig (1979) e “Nana” do romancista Émile Zola (2001).
Contemporâneo da Nova Vaga, não se associou a este movimento cinematográfico, tendo realizado sobretudo filmes populares.
Em 1980, foi nomeado para os Oscars de Melhor Realizador e Melhor Cenário Adaptado. Em 1996, recebeu o Prémio René-Clair que o recompensou pelo conjunto da sua obra. Morreu aos 85 anos de insuficiência pulmonar.

A 07 de Dezembro de 43 a.C - Deu-se a morte de Cícero

A 07 de Dezembro de 1941 - Deu-se o ataque do Japão à base americana de Pearl Harbor, na ilha de Oahu, Havaí

A 07 de Dezembro de 1937 - Nasceu José Carlos Ary dos Santos









domingo, 6 de dezembro de 2015

A 06 de Dezembro de 1925 - Foi desvendada a burla de Alves dos Reis

No início desta noite de domingo um pouco de magia!

Isto é FADO!...















Bom domingo e boas melodias!...



Ò LAURINDA, LINDA, LINDA
ÉS MAIS LINDA DO QUE O SOL
DEIXA-ME DORMIR UMA NOITE
NAS DOBRAS DO TEU LENÇOL

SIM, SIM, CAVALHEIRO, SIM
HOJE SIM AMANHÃ NÃO,
MEU MARIDO NÃO ESTÁ CÁ
FOI P´RÁ FEIRA DE GRAVÃO.

ONZE HORAS, MEIA NOITE,
MARIDO À PORTA BATEU,
BATEU UMA, BATEU DUAS,
LAURINDA NÃO RESPONDEU.

(E) OU ELA ESTÁ DOENTINHA,
OU JÁ TEM OUTRO AMORE
OU ENTÃO PRECURA A CHAVE
LÁ NO MEIO DO CORREDOR.

DE QUEM É ESTE CHAPÉU
DEBRUADO A GALÃO?
- É PARA TI, MEU MARIDO,
QUE FIZ EU POR MINHA MÃO.

- DE QUEM É ESTE CASACO,
QUE EU ALI VEJO PENDURADO?
- É PARA TI, MEU MARIDO,
QUE O TRAZES BEM GANHADO.

- DE QUEM É ESTE CAVALO,
QUE NA MINHA ESQUADRA ENTROU?
- É PARA TI, MEU MARIDO,
FOI TEU PAI QUEM TO MANDOU.

- DE QUEM É AQUELE SUSPIRO
QUE AO MEU LITO SE ATIROU?
LAURINDA, QUE AQUILO NÃO OUVIU,
CAIU NO CHÃO, DESMAIOU.

- Ò LAURINDA, LINDA, LINDA,
NÃO VALE A PENA DESMAIARES,
TODO O AMOR QUE T´EU TINHA
VAI-SE AGORA ACABAR.

VAI BUSCAR AS TUAS IRMÃS,
TRAZ A TODAS NUM ANDOR
(E) A MAIS LINDA DELAS TODAS
HÁ-DE SER O MEU AMOR.





A 06 de Dezembro de 1185 - Morre D. Afonso Henriques

A 06 de Dezembro de 1778 - Nasceu Louis Joseph Gay-Lussac ou Joseph Louis Gay-Lussac



A 06 de Dezembro de 1985 - Morreu Maria Lamas


Escritora e interveniente política portuguesa. Mulher de personalidade admirável, oriunda de uma família burguesa de Torres Novas, ali estudou até aos dez anos. Aprendeu línguas o que lhe viria a ser útil mais tarde, quando teve de ganhar a vida com traduções. Traduziu mais tarde "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar, que conheceria em Paris. Casou nova e aos 25 anos já tinha duas filhas. Viveu em Luanda e quando o casamento naufragou divorciou-se e quis ser ela a assegurar a educação das filhas. Começa a escrever para os jornais Correio da Manhã e Época, mais tarde para O Século, A Capital e o Diário de Lisboa. Casou, em 1921, com Alfredo da Cunha Lamas, e foi mãe mais uma vez. Em 1928 passou a dirigir o suplemento Modas & Bordados do jornal O Século, dando-lhe uma feição diferente. Um jornal que dava prejuízo passou a dar lucro, tal a importância da sua colaboração. Era preciso chegar às mulheres trabalhadoras pouco esclarecidas quanto aos seus direitos. A sua colaboração no "Correio da Joaninha" passou a ser um diálogo educativo com as leitoras. Ligou-se ao MUD (Movimento de Unidade Democrática) e depois ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde desenvolveu intensa actividade política e cultural. Presa, pela primeira vez, por motivos políticos, em 1949 sofreu imenso na prisão, porque a PIDE a colocou numa prisão incomunicável durante quatro meses. Esteve muito doente. Depois de várias prisões viu-se forçada ao exílio. A sua actividade como escritora é intensa e diversificada. Escreveu contos infantis, estudos na área da mitologia, porém o seu livro mais importante, fruto de dois anos de viagens por todo o país é «As Mulheres do Meu País», uma obra de referência, onde colaboraram com ilustrações os mais famosos intelectuais do tempo, editado em 1950. Seguem-se «A Mulher no Mundo», 1952 e «O Mundo dos Deuses e dos Heróis», 1961.Esteve exilada por diversas vezes, entre 1953 e 1962. Passados sete anos regressou do exílio. Tinha 76 anos e ainda a mesma esperança de melhores dias para Portugal. Viveu o 25 de Abril de 1974 com enorme alegria. Foram-lhe atribuídas duas das mais honrosas condecorações portuguesas, a de Oficial da Ordem de Santiago da Espada e a da Ordem da Liberdade. Faleceu com 90 anos, em Dezembro de 1983. A cidade de Torres Novas relembra-a numa pequena intervenção escultórica. A jornalista Maria Antónia Fiadeiro dedicou-lhe um estudo monográfico.

A 06 de Dezembro de 1880 - Nasceu o pintor, Alberto Augusto Sousa


Alberto Augusto Sousa – nascido em Lisboa a 6 de Dezembro de 1880, faleceu no dia 1 de Dezembro de 1961.
Frequentou a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Posteriormente, trabalhou no atelier dirigido por Roque Gameiro. Desenhador, aguarelista e ilustrador, destinguiu-se pelos seus trechos arquitectónicos. Obteve a medalha de honra da Sociedade Nacional de Belas-Artes, o Prémio Roque Gameiro do S.N.I., o oficialato de Sant'Iago da Espada e o Grand Prix em Paris. Está representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea e em vários museus regionais e municipais.


Palácio de Sintra

Imagem parcial da Vila de Sintra, onde se evidencia, à esquerda e no topo, a figura do Palácio Nacional de Sintra. A seus pés, desenvolve-se o casario circundante, cujos tons claros e "esbatidos" contrastam com o cinzento "sujo" da fachada do palácio (imagem diferente da actualidade, com as paredes recentemente caiadas). A recortar o ambiente, a vegetação numa variada gama de verdes. No casario identifica-se, também, o antigo edifício do mercado, onde se instalará o futuro Museu Municipal de História Natural. Mais à direita, a vegetação desdobra-se num olhar que se estende até à zona rural de Sintra, culminando num traço de horizonte colorido a amarelo.
Uma aguarela ao nível do registo a que Alberto Sousa nos habituou, num belo contraste entre o a arquitectura palaciana e popular, bem como entre estas e a paisagem natural envolvente.

Feira das terrinas

Transmontanas

Alberto Augusto De Souza - Rainha Santa Isabel
Rainha Santa Isabel

A 06 de Dezembro de 1923 - Nasceu Urbano Augusto Tavares Rodrigues



Urbano Augusto Tavares Rodrigues nasceu em Lisboa a 6 de dezembro de 1923 e morreu em Lisboa a 9 de agosto de 2013, foi um escritor e jornalista português, militante do PCP.
Há uma biblioteca em Moura com o seu nome.
Nascido em Lisboa, Urbano Tavares Rodrigues foi criado em Moura, no seio de uma família de agricultores, de tradição intelectual e republicana, sendo o seu pai o ilustre jornalista e escritor Urbano Rodrigues. A influência das gentes do campo viria a marcar indelevelmente a sua obra escrita e as suas opções de classe e a sua entrada para o PCP. É irmão do jornalista e comunista Miguel Urbano Rodrigues.
Após os estudos liceais, ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa, mas viria no ano seguinte a optar por Letras.
Licenciado em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1949, e após isso os fascistas impediram-no de leccionar na Faculdade, pelo facto de ser militante do Partido Comunista Português.
Foi então que se estabeleceu em França, onde foi leitor de português nas universidades de Montpellier, Aix e Paris (Sorbonne), até ao ano de 1955.
Em seguida dedicou-se ao jornalismo e à docência no ensino secundário, nomeadamente no Liceu Camões.
Em 1958 é finalmente admitido como assistente da Faculdade de Letras de Lisboa, porém afastado logo no ano seguinte, em virtude do seu apoio à candidatura presidencial de Humberto Delgado.
Seguir-se-á uma consistente atividade de oposição ao fascismo, que três vezes o leva aos calabouços da PIDE e à prisão, a primeira das quais após ter subscrito o Programa para a Democratização da República, em 1961.
Retomando a sua carreira académica, após o 25 de abril de 1974, obteve dez anos depois (1984) o doutoramento em Literatura, com uma tese sobre a obra de Manuel Teixeira Gomes.
Em 1993 jubilou-se como professor catedrático da Faculdade de Letras. Foi igualmente professor catedrático na Universidade Autónoma de Lisboa Luís de Camões. Foi membro efetivo da Academia de Ciências de Lisboa e membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Autor prolífico, figura como um dos mais prestigiados escritores da segunda metade do século XX em Portugal, sendo a sua obra marcada pela consciência do indivíduo face a si mesmo e aos outros, até ao reconhecimento de uma identidade social e política.
Além de romances, escreveu em diversas revistas e jornais, como o Bulletin des Études Portugaises, a Colóquio-Letras, o Jornal de Letras, Vértice, Nouvel Observateur, entre outros.
Foi diretor da revista Europa e crítico de teatro d' O Século e do Diário de Lisboa. Enquanto repórter percorreu grande parte do mundo, tendo reunido os seus relatos de viagem nos volumes Santiago de Compostela (1949), Jornadas no Oriente (1956) e Jornadas na Europa (1958).
No Cairo, em 1956, viveu a sua coroa de glória como jornalista, captando em crónicas para o "Diário de Lisboa" toda a complexidade da crise do Suez e das posições de Nasser.
Militante comunista, Urbano afirma que a sua obra foi influenciada pelo existencialismo francês da década de 1950; mais tarde, na sequência da sua prisão no forte de Caxias, durante o fascismo, surge como autor da literatura de resistência, a que se seguiu um novo período, mais optimista, no pós-25 de Abril.
Recebeu variados galardões literários, como o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, com a obra Uma Pedrada no Charco — é de salientar que o seu pai, Urbano Rodrigues, já tinha vencido este prémio na edição do ano de 1948, com a obra O Castigo de D. João —, o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários, o Prémio da Imprensa Cultural, o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.
A 19 de Janeiro de 1994 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a 6 de Junho de 2008 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Em 6 de agosto de 2013 foi internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, onde morreu três dias depois.
Intelectual, autor de uma vasta obra literária que abarcou todos os domínios da escrita – romance, novela, conto, teatro, poesia, crónica, ensaio, jornalismo e viagens –, Urbano Tavares Rodrigues é uma das referências mais intensas da literatura portuguesa dos séculos XX e XXI e deixa-nos um legado inestimável para futuras gerações de escritores.
Urbano Tavares Rodrigues possuía um conjunto de qualidades humanas que raramente se observam concentradas numa mesma pessoa, cujos valores sempre nortearam a sua vida – a liberdade, a justiça social, a paz, a solidariedade, a fraternidade –, qualidades que estiveram sempre presentes na sua obra e na sua intervenção social e política, que fizeram dele um resistente e um combatente pela liberdade e por uma sociedade mais justa.
Membro do PCP desde muito cedo, desde logo desenvolveu uma intensa actividade política que se prolongou ao longo de toda a sua vida.
Apesar de preso três vezes pela PIDE, impedido de leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa e noutros estabelecimentos de ensino e de ter sido o escritor português com mais livros apreendidos pela PIDE, Urbano Tavares Rodrigues – como escreveu José Casanova no Avante! do dia 13 de Agosto de 2013 – «nem perseguições, nem ameaças, nem prisões, nem torturas, o fizeram abrandar, sequer, a sua prática de resistência».
Tal como muitas vezes destacou, o Alentejo esteve sempre presente na sua obra literária, mas também nas suas opções política e partidária, numa relação que o próprio confirmou quando escreveu: «Na adolescência comecei a tactear a vida, a dar pelas injustiças sociais mesmo ao meu lado, a crescer entre cheiros e sons, visões, bem diferentes, mas misturados, do paraíso e do inferno. Sentimentos em guerra nasciam dentro de mim e aos meus momentos contemplativos do fim do dia, após as horas de estudo ou os passeios pela beira do Ardila, a pé ou a cavalo, sucediam-se interrogações sem resposta (...). O que é bem certo é que o prazer da escrita tenho-o conhecido sobretudo ao evocar, ao reiventar, ao escrever o Alentejo, o que pode parecer paradoxal, já que algumas destas estórias são negras, dramáticas, como o destino do povo junto ao qual cresci e com quem abri os olhos para a vida.»
No legado de Urbano Tavares Rodrigues encontraremos exemplos suficientes para percebermos que os direitos defendem-se, lutando por eles e exercendo-os, porque não são dados adquiridos.
Urbano acreditava que «não será posta em causa, nem traída, decerto, uma constituição democrática e avançada, que consagra as nacionalizações, a reforma agrária, o controle operário, as liberdades que conquistámos e pelas quais nos bateremos, todos os democratas que lutámos contra o fascismo antes e depois da gloriosa arrancada dos capitães do MFA».
É com mágoa que na Primavera de 1977, ao rever este texto, «constato que o meu optimismo de um ano antes está ser desmentido pela realidade». Afinal, as liberdades de um ano antes não são dados adquiridos, há que lutar por elas constantemente.

ODE A ALEGRIA - A nona de Beethoven - Beleza Pura!

sábado, 5 de dezembro de 2015

Morre no Rio a atriz Marília Pera.





05/12/2015


A atriz Marília Pêra morreu na manhã deste sábado aos 72 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada. A informação é da "GloboNews". Em novembro deste ano, foi noticiado que Marília estava com câncer em estágio avançado no pulmão. No último ano, ela passou por tratamento de um desgaste ósseo na região lombar e chegou a ficar afastada da TV por cerca de um ano.
O último trabalho da atriz foi no seriado global "Pé na Cova", ao lado do amigo de longa data Miguel Falabella. No dia 12 de novembro, o ator chegou a fazer um apelo em uma rede social acompanhado por uma foto ao lado de Marília. "Não desista de nós", dizia a legenda.
Marília Soares Pêra nasceu em 22 de janeiro de 1943, no Rio Comprido, na Zona Norte do Rio. Considerada uma artista completa, ela era bailarina, cantora, atriz, diretora, produtora e coreógrafa. Ao longo da carreira, participou de mais de 50 peças e cerca de 40 novelas, além de ter atuado em quase 30 produções para o cinema.
Filha de um casal de atores, Manuel Pêra e Dinorah Marzullo, ela estreou no teatro ainda bebê, com 19 dias de vida e começou a atuar aos 4 anos, ao lado dos pai em "Medeia". Dos 14 aos 21 anos, seguiu carreira no balé, viajando pelo Brasil e Portugal.
A atriz foi casada com o ator Paulo Cesar da Graça Mello (1940-1969), com quem teve o primeiro filho, Ricardo Cesar da Graça Mello. Logo após a separação, em 1965, Marília foi contratada pelo diretor Abdon Torres e passou a integrar o elenco principal da Globo. Na época, ela protagonizou as novela "Rosinha do Sobrado" e em seguida, "Padre Tião" e "A moreninha".
Além da Globo, Marília Pêra passou pela TV Tupi, TV Bandeirantes e Manchete. Entre seus principais trabalhos estão: "Beto Rockefeller", na Tupi, "O Campeão", na Bandeirantes, "Mandacaru", na Manchete, e "O Cafona" (1971), "Uma Rosa com Amor" (1972), "Primo Basílio" (1988), "Rainha da Sucata" (1990), "Meu Bem Querer" (1998), "Os Maias" (2001), “Cobras & Lagartos” (2006), “Duas Caras” (2007) e “Ti Ti Ti” (2010). entre outros, na Globo.
Entre seus trabalhos favoritos na televisão, ela elegeu as minisséries "O primo Basílio”, em que foi a vilã Juliana, e "Os Maias", em que interpretou Maria Monforte.
A veterana Betty Faria lamentou a morte da atriz: "Marília Pêra saiu de cena muito cedo.Uma grande atriz com real conhecimento da profissão.Que tenha muita Paz Sorte".
Camila Pitanga foi outra que expressou o carinho pela artista. "Marilia Pêra. Ela protagonizou inúmeras cenas antológicas do teatro e do cinema brasileiro. Destaco essa do filme Pixote. Sinto um soco no estômago com essa perda. Minha solidariedade com os familiares e amigos próximos"

Previna-se contra a chuva e adquira um!...

A 05 de Dezembro de 1926 - Morreu Oscar-Claude Monet

A 05 de Dezembro de 1930 - Morreu Raul Brandão



Raul Germano Brandão nasceu a 12 de Março de 1867 no nº 12 da Rua da Bela Vista (actual Rua de Raul Brandão), na Foz do Douro, localidade que marcou de forma indelével a sua vida e obra, pelo mar e pelos seus homens. Era filho de pequenos proprietários.
A infância e a adolescência foram passadas no Porto, onde completou os primeiros estudos, nomeadamente no Colégio São Carlos. Aqui colaborou, em 1885, na publicação da revista escolar O Andaluz, criada "a favor das vítimas dos terramotos da Andaluzia", e na qual participaram também João de Lemos, José Leite de Vasconcelos e Trindade Coelho.
Seguidamente, frequentou a Academia Politécnica do Porto, entrando então em contacto com outros jovens aspirantes a escritores, entre os quais se contavam os amigos da adolescência, António Nobre e Justino de Montalvão.
Em 1888 ingressou na Escola do Exército, em Lisboa, talvez para agradar aos pais ou, mais prosaicamente, em razão da "lei de recrutamento irreversível".
Em 1889 esteve na formação do grupo "Os Insubmissos" e da revista com o mesmo nome, que coordenou.
Em 1890 estreou-se como escritor com a colectânea de contos naturalistas "Impressões e Paisagens". Logo em seguida, participou activamente em vários movimentos de renovação literária. Com Júlio Brandão e D. João de Castro dirigiu a "Revista de Hoje" (1895) e encetou uma notável carreira jornalística no "Correio da Manhã".
Em 1896, depois de concluído o estágio de 10 meses na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, foi colocado em Guimarães, como Alferes no Regimento de Infantaria nº 20. Na cidade berço conheceu Maria Angelina, com quem veio a casar.
Mais tarde, foi transferido para Lisboa. Nesta fase, o jovem escritor dedicou-se a reflexões metafísicas, colaborou na composição do folheto "Nefelibatas" (1893) e aproveitou os escritos no jornal "Correio da Manhã" para publicar, em 1896, o livro "História de um Palhaço – Vida e Diário de K. Maurício", reorganizado em 1926 com o título "A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore".
Em Março de 1897 casou com Maria Angelina, com quem viveu um ano em Guimarães. Seguidamente, transferiu-se para o Porto, voltando ao lugar onde nascera, a Foz do Douro.
A escrita continuou a ocupar lugar importante na sua vida. Em parceria com Júlio Brandão escreveu a peça "Noite de Natal", representada no Teatro D. Maria, em 1899.
Em 1901 pediu nova transferência, desta vez para Lisboa. Na capital contactou com intelectuais e anarquistas e empenhou-se na área do Jornalismo.
Nesta fase, a sua existência dividia-se entre a escrita realizada na capital e a que produzia no recolhimento da sua Casa do Alto, em Nespereira, nas proximidades de Guimarães, a qual adquirira em 1903. Nesta habitação, não se dedicava apenas à escrita, mas também à administração da sua propriedade. Este contacto directo com o mundo rural despertou no escritor e no homem sentimentos de comiseração e de pesar relativamente às agruras que marcavam a condição das comunidades agrícolas.
A partir daí, o tema principal da sua obra literária passou a ser o problema de consciência perante os homens oprimidos e a análise de sentimentos contraditórios (a simpatia pelos explorados e o egoísmo de um pequeno burguês), presente pela primeira vez em "Os Pobres", no início do século XX (1902-1903).
Em 1906 viajou pela Europa, na companhia da esposa.
Por volta de 1910 sofreu uma crise de depressão nervosa.
Em 1911 pôs fim à carreira militar, reformando-se do exército no posto de Major, em 1912.
Com mais tempo para a escrita, começou a interessar-se pela História de Portugal. Compôs a obra "El-rei Junot", em 1912, e redigiu "A Conspiração de Gomes Freire", em 1914. Publicou "O Cerco do Porto" na revista "Renascença", em 1915, uma obra atribuída ao coronel Hugo Owen e Brandão, que este anotou e prefaciou.
Em 1917 deu à estampa a sua aclamada obra-prima, "Húmus", dedicada ao amigo Columbano, que conheceu no final de Oitocentos e que lhe pintou dois retratos.
A partir desses anos começou a passar os Invernos em Lisboa, cidade onde conviveu com os intelectuais do grupo da revista "Seara Nova" (1921), contando-se entre o grupo de fundadores deste movimento, juntamente com Jaime Cortesão, Raul Proença e Aquilino Ribeiro, entre outros.
Neste período, também se dedicou à dramaturgia. Em 1923 publicou o livro "Teatro", no qual compilou "O Gebo e a Sombra" (representado em 1927 no Teatro Nacional), "O Doido e a Morte" (representado em 1926 no Teatro Politeama) e "O Rei Imaginário".
Em 1927 publicou "Jesus Cristo", em colaboração com Teixeira de Pascoaes. No mesmo ano, Columbano pintou o retrato do casal Raul e Angelina Brandão.
Em 1929 publicou "O Avejão" e o monólogo "Eu sou um Homem de Bem", na "Seara Nova".
Raul Brandão pretendeu tornar públicos quatro livros de trabalho de teatro; no entanto, o projecto ficaria apenas pela publicação de um volume. Planeou, igualmente, escrever "A História Humilde do Povo Português", da qual os "Os Pescadores" constituiria o 1º volume, e ao qual se seguiriam "Os Lavradores", "Os Pastores", "Os Operários". Em 1924 realizou uma viagem aos Açores e à Madeira, que deveria fazer parte desse plano e da qual resultou a edição da obra "As Ilhas Desconhecidas", de 1926.
Em colaboração com a esposa escreveu "Portugal Pequenino", uma narrativa para crianças, editada em 1930.
A morte interrompeu estes projectos. Raul Brandão viria a falecer em Lisboa, no dia 5 de Dezembro de 1930, com 63 anos. Em 1931 foi publicado, postumamente, "O Pobre de Pedir".
Raul Brandão seguiu, como vimos, uma carreira militar. Mas foi, sobretudo, um grande jornalista (no "Correio da Manhã", "Revista de Hoje", "Revista de Portugal", chefe de redacção dos jornais "O Dia" e "A República") e escritor, autor de uma extensa e diferenciada obra literária (ficção, teatro e livros de viagem), marcada pelas vertentes social, ética e religiosa e entrecruzada pelo patético e pelo trágico. Pertenceu ao grupo dos "Nefelibatas" e à "Geração de 90" do século XIX e foi influenciado não só pelas correntes do Realismo, do Naturalismo, mas também pelo Simbolismo e o pelo Decadentismo. Foi um homem imaginativo e talentoso, mas passivo e isolado, características que, no entender de muitos estudiosos da sua vida e obra, acabaram por fazer dele, muitas vezes, um incompreendido. 


A 05 de Dezembro de 1946 - Nasceu José Carreras





Josep Carreras i Coll, conhecido como José Carreras, nasceu em Barcelona a 5 de dezembro de 1946, é um tenor lírico catalão conhecido em especial pelas suas performances em óperas de Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini.
Fez a sua estreia operística com onze anos de idade, como Trujamán em El retablo de Maese Pedro de Manuel de Falla e, durante toda a sua carreira, cantou mais de sessenta papéis diferentes nas maiores e melhores casas de óperas do mundo.
José Carreras é um dos célebres "três tenores", juntamente com Plácido Domingo e Luciano Pavarotti.
Também é conhecido pelos seus trabalhos humanitários como presidente da Fundação Internacional de Leucemia José Carreras (La Fundaciò Internacional Josep Carreras per a la Lluita contra la Leucèmia), que foi criada após o tenor ter descoberto ter a doença, em 1988.
Sempre trabalhou com os melhores regentes entre os quais, Herbert von Karajan, Claudio Abbado, Riccardo Muti, James Levine, Carlo Maria Giulini, Leonard Bernstein, Jesus López-Cobos, Zubin Mehta.
Ao lado das suas atividades operísticas, vem apresentando recitais no Carnegie Hall, Avery Fisher Hall, Royal Festival Hall, Barbican, Royal Albert Hall, Salle Pleyel, Musikverein, Kozenzerthaus de Viena, Philarmonie de Berlin, NHK Hall de Tóquio, Grosses Festspielhaus de Salzburg, Palau de la Música de Barcelona, Teatro Real de Madrid, Academia Santa Cecília de Roma.
O mais novo de três irmãos, José Carreras nasceu em Sants, uma zona industrial de Barcelona.
Em 1951 a sua família emigrou para a Argentina, em mal sucedida busca de uma vida melhor.
Entretanto, com um ano ele regressou a Barcelona, onde passou o resto da sua infância e adolescência.
Mostrou desde cedo talento para a música, particularmente pelo canto, que foi intensificado aos seis anos de idade, quando viu Mario Lanza em O Grande Caruso.
A história, que foi contada na sua autobiografia e em inúmeras entrevistas, Carreras cantou incessantemente para a sua família, especialmente "La donna è mobile”.
Nesse período, os seus pais, com o encorajamento do avô paterno de Carreras, Salvador Coll, um barítono amador, arrecadaram dinheiro para proporcionar aulas de música ao garoto.
Ele primeiramente, estudou piano e voz com Magda Prunera, a mãe de um de seus amigos de infância e aos oito anos de idade, começou a ter lições no Conservatório Municipal de Barcelona.
Aos oito anos, apresentou-se pela primeira vez em público, cantando "La Donna è Mobile", na Rádio Nacional Espanhola, acompanhado por Magda Prunera, com quem iniciou seus estudos de música, na Rádio Nacional Espanhola.
Uma gravação dessa apresentação ainda existe e pode ser ouvida numa biografia em vídeo, José Carreras - A Life Story.
No dia 3 de Janeiro de 1958, aos 11 anos de idade, fez a sua estreia numa grande casa de ópera de Barcelona, o Grande Teatro do Liceu, cantando o papel de El Trujiman em El Retablo de Maese Pedro, de Manuel de Falla.
Poucos meses depois cantou pela última vez como soprano, no segundo acto de La Bohème, ópera de Giacomo Puccini.
Na juventude, continuou a estudar música, mudando-se para o Conservatório Superior de Música do Liceu e tendo aulas particulares, primeiro com Francisco Puig e depois com Juan Ruax, que Carreras descreve como "pai artístico".
Seguindo o conselho do seu pai e do seu irmão mais velho, que diziam que Carreras precisava de uma "segurança", ele também ingressou na Universidade de Barcelona, para estudar Química, mas deixou a faculdade dois anos depois, para se concentrar na música.
A voz de Carreras é considerada uma das mais bonitas vozes de tenor da actualiadade.
O crítico espanhol, Fernando Fraga, descreveu-o como um tenor lírico com um generoso tom spinto, tendo "um notável timbre, ricamente colorado e suntuosamente resonante" .
Tal como Giuseppe di Stefano Carreras sempre foi conhecido pela beleza e expressividade de seu fraseado e por sua paixão.
Essas qualidades são bem exemplificadas na sua gravação de Tosca, em 1976, com Montserrat Caballé e Sir Colin Davis conduzindo.
De acordo com alguns críticos, a sua exposição a papéis de spinto, como Andrea Chénier, Don José em Carmen, Don Carlo e Alvaro em La forza del destino, colocaram muita pressão no seu instrumento lírico.
Entretanto, produziu algumas das melhores performances nesses papéis.
É Doutor Honorário da Universidade de Barcelona e da Universidade Miguel Hernández (Espanha); Universidade de Napier, Universidade de Loughborough e Universidade de Sheffield (Reino Unido); Universidade Russa de Química e Técnologia (Rússia); Universidade de Camerino (Itália); Universidade de Rutgers (Estados Unidos); Universidade de Coimbra (Portugal); Universidade Nacional de Música de Bucareste (Romênia); Universidade de Marburg (Alemanha); Universidade de Pécs (Hungria) e mais recentemente, a Universidade Hyunghee (Coreia do Sul) e Universidade do Porto (Portugal).
Na sua infância em Barcelona, o pai de Carreras, Josep Carreras i Soler, trabalhou como policia de trânsito, mas era, originalmente, professor de francês.
Entretanto, ele lutou no lado republicano durante a Guerra Civíl Espanhola, e quando o governo de Franco tomou o poder em 1939, os fascistas já não lhe permitiram que leccionasse. A sua mãe, Antonia Coll i Saigi, trabalhava em um pequeno salão de cabeleireira. Ele foi muito ligado à sua mãe, que o convenceu que ele seria um grande cantor.
Em 1971, Carreras casou-se com Mercedes Pérez. Eles tiveram duas crianças: um filho, Albert (1972) e uma filha, Julia (1978). O casamento terminou em 1992, com um divórcio.
Em 2006, Carreras casou-se com Jutta Jäger.
O sobrinho de Carreras, David Giménez Carreras, é maestro e diretor da Orquestra Sinfónica del Vallès.

A 05 de Dezembro de 2012 - Morreu Óscar Niemeyer

A 05 de Dezembro de 2012 - Morreu Papiniano Manuel Carlos de Vasconcelos Rodrigues





Papiniano Manuel Carlos de Vasconcelos Rodrigues nasceu em Lourenço Marques (atual Maputo), Moçambique, a 9 de novembro de 1918.
Aos 10 anos de idade veio com a mãe para o Porto. Nesta cidade, frequentou os estudos secundários no Liceu Alexandre Herculano e ingressou na universidade. Fez os Preparatórios da Escola Militar no ano letivo de 1936/1937 e frequentou os cursos de Engenharia Eletrotécnica (ano 1941/1942), de Engenharia Mecânica (1948/1949), da Faculdade de Engenharia, e o de Ciências Geofísicas (1951/1952 e 1955/1956 e 1956/1957) da Faculdade de Ciências.
Publicou o seu primeiro livro em 1942, um volume de poesias intitulado Esboço. Volvidos quatro anos deu à estampa Estrada Nova – Caderno de Poemas, com capa de Júlio Pomar, uma obra bem acolhida pelo público, mas rapidamente apreendida pela PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), pouco sensível à inspiração social e democrática do autor. Naquele ano foi, também, publicadaTerra com sede, que marca a sua estreia na ficção e que reúne alguns dos mais belos contos do neo-realismo português, como Nana, Tocador de Harmónica.
No final dos anos 40, Papiniano fixou-se no Porto, lugar onde lutou clandestinamente contra o regime fascista de Salazar, usando o pseudónimo Garcia, em homenagem ao poeta andaluz Federico Garcia Lorca, fuzilado pelos Franquistas em 1936. Foi preso três vezes pela PIDE. Na qualidade de membro do Conselho Português para a Paz e Cooperação, fez várias viagens ao estrangeiro. Numa delas conheceu e tornou-se amigo do poeta Pablo Neruda, então embaixador do Chile em Paris.
A par da escrita e do ativismo político dedicou-se também, afincadamente, à atividade cultural. A partir dos anos 50, com Egito Gonçalves, Luís Veiga Leitão, António Rebordão Navarro e Daniel Filipe, dirigiu a revista Notícias de Bloqueio. De igual modo, colaborou nas revistas "Seara Nova" e "Vértice", nesta última tendo sido responsável pelas secções de crítica e de poesia. Integrou os corpos dirigentes do Círculo de Cultura Teatral do Teatro Experimental do Porto.
Nos anos 60, publicou A Menina Gotinha de Água, uma obra de literatura infantil que constitui um dos seus maiores êxitos editoriais e é considerada um título responsável pela renovação deste género literário, nomeadamente no que respeita à sua função na educação das crianças. Livro repetidamente reeditado ao longo dos anos, contou com ilustrações de João Câmara Leme, João Nunes e Joana Quental.
Entre outros livros, distribuídos pela Poesia, pela Dramaturgia e pela Ficção, publicou: Mãe Terra(poemas, 1948); "As Florestas e os Ventos – contos e poemas" (1952); A rosa nocturna (crónicas, 1961); A ave sobre a cidade (poemas, 1973) e O rio na Treva (romance, 1975). Para a infância e juventude escreveu: Luisinho e as andorinhas (1977), O grande lagarto da pedra azul (1989). Está representado nas Antologias Líricas Portuguesas, Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa,Nueva Poesia Portuguesa, La Poésie Ibérique de Combat. Intelectual incansável, espera ainda reunir toda a sua obra poética num volume só.
Durante os anos 80 lançou mais um livro infantil – "A Viagem de Alexandra" –, que conta a história da circulação do sangue através do corpo de uma menina, ilustrado por Manuela Bacelar e editado pela Porto Editora, reeditado em 2008 pela Arca das Letras, com novas ilustrações da autoria de Elsa Lé.
Alguns poemas da sua autoria foram musicados por Luís Cília, Manuel Teixeira Ruela, Fernando Lopes Graça, Joaquim Fernandes e Carlos Mendes, como a "Canção de Catarina", de Lopes Graça, dedicada à memória da resistente alentejana Catarina Eufémia.
Dividiu a sua vida entre a escrita e a luta pela liberdade. Foi um dos últimos representantes da segunda geração neo-realista, um divulgador da poesia africana de expressão portuguesa, um grande humanista e militante cultural.
Vivia na Maia com Olívia Vasconcelos, a companheira de sempre, onde veio a falecer a 5 de dezembro de 2012 com 94 anos de idade.

A 05 de Dezembro de 1791 - Morreu Wolfgang Amadeus Mozart

A 05 de Dezembro de 1905 - Nasceu Ruy Luís Gomes




Ruy Luís Gomes nasceu no Porto a 5 de Dezembro de 1905 e faleceu nesta cidade a 27 de Outubro de 1984, foi um matemático português, um dos fundadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, um resistente anti-fascista, e um destacado apoiante do PCP até à sua morte!
Ruy Luís Gomes era filho de Maria José Medeiros de Oliveira e de António Luís Gomes.
O pai (1863-1961) formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1890, foi o primeiro presidente da Associação Académica de Coimbra, durante quatro anos, e foi, também, Reitor da mesma Universidade em 1921-1924.
António Luís Gomes, que teve ainda vários cargos oficiais como o de embaixador de Portugal no Brasil, foi membro do directório do Partido Republicano e fez parte do Governo Provisório como Ministro do Fomento até 24 de Novembro de 1910.
O pai exerceu certamente uma influência grande sobre o filho, visto que este, no seu notável ensaio político “A revolução republicana de 31 de Janeiro”, datado de 1956, lhe faz a seguinte dedicatória: «A meu Pai, Ministro do Governo Provisório, que, na grandiosa sessão comemorativa da implantação da República, realizada no Porto, na noite de 5 de Outubro de 1955, afirmou a sua confiança inabalável na capacidade política do Povo Português».
Ruy Luís Gomes doutorou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra em 1928, entrou como Assistente na Faculdade de Ciências do Porto em 1929 e foi Professor Catedrático de 1933 a 1947, na mesma Faculdade, ano em que foi afastado do ensino oficial pelo fascismo.
Manteve-se em Portugal até ser contratado pela Universidade Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina, de 1958 a 1961, no Instituto de Matemática. Foi depois contratado pela Universidade Federal de Pernambuco, Brasil, para «ensinar no Curso de Matemática, preparar pessoal docente e fazer investigação no Instituto de Matemática», aí se mantendo de 1962 a 1974.
Regressou a Portugal, reintegrado como Professor Catedrático da Faculdade de Ciências do Porto, logo após a Revolução do 25 de Abril.
Ruy Luís Gomes tinha, há mais de sessenta anos atrás, nas duras condições do fascismo, sem as comodidades que hoje temos com novas tecnologias da informação e com meios de transporte mais rápidos, uma visão científica mais avançada do que aquela que tem muitos dos cientistas portugueses na actualidade. Uma visão revolucionária, na medida em que a sua actividade se diversificou em várias direcções, indo longe, com eficácia, em todas elas.
Ruy Luís Gomes, para além de ser um professor competente, dedicado e admirado pelos seus alunos, foi um investigador de nível internacional. Publicou dezenas de trabalhos científicos de alta qualidade, que vão da Física à Matemática, da Mecânica Clássica à Teoria da Relatividade, da Física-Matemática à Análise Funcional, Teoria da Medida e Teoria da Integração.
Correspondeu-se com cientistas de renome internacional como o Académico soviético Nicolai M. Krylov, o Académico francês Louis de Broglie ou o grande cientista italiano Tullio Levi-Civita.
Na prestigiada revista Rendiconti Della Accademia Nationale Dei Lincei, no caminho aberto por Aureliano de Mira Fernandes, e com o patrocínio de Levi-Civita, publicou, entre 1930 e 1937, doze artigos e no Journal de Physique et Le Radium, com o apoio de Louis de Broglie, publicou um artigo em 1935 o que, só por si, mostra a intensa produtividade de Ruy Luís Gomes na juventude, que o torna um caso único para a época e para o país. Publicou livros científicos de ponta como O Integral de Riemann (1949) e O Integral de Lebesgue-Stieltjes (1952), para elaborar os quais manteve contactos com matemáticos franceses da escola Nicolas Bourbaki.
Ruy Luís Gomes foi um divulgador da Ciência, através de palestras e de artigos. Na Gazeta de Matemática (com contribuições regulares desde 1945), na Seara Nova (A relatividade – origem, evolução e tendências actuais, 1938 e 1943), no Diário de Lisboa (Investigação científica, cinco artigos de 23 de Março a 22 de Novembro de 1945), aos microfones da Rádio Club Lusitânia (O valor social da investigação científica, 6 de Maio de 1944).
De 1955 é o artigo pacifista, publicado em separata pela revista Lusíada, Albert Einstein – E=mc2: o mais urgente problema do nosso tempo.
Ruy Luís Gomes foi um cientista de acção, não se tendo limitado ao trabalho de gabinete e da sala de aula.
Foi co-fundador da Casa-Museu Abel Salazar, de Artes Plásticas, situada no Porto (em 1946), co-fundador do Observatório Astronómico da Universidade do Porto, fundador do Centro de Estudos Matemáticos do Porto, de que foi director até 1947, fundador da Junta de Investigação Matemática, em colaboração com Mira Fernandes e António Monteiro, co-fundador da Sociedade Portuguesa de Matemática, co-fundador da Tipografia Matemática de Lisboa, e, finalmente, foi co-fundador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, do Porto, tendo sido Presidente da sua Comissão Instaladora (em 1975, já com 70 anos de idade!).
Entre o fim dos anos da juventude e a sua ida para o exílio há que reter três momentos assinaláveis na vida científica e política de Ruy Luís Gomes.
O primeiro desses momentos situa-se à volta do ano de 1940 e diz respeito à aproximação entre Ruy Luís Gomes e o matemático António Aniceto Monteiro. Na verdade eles já se haviam encontrado antes – pelo menos, em 1937, altura em que Ruy Luís Gomes se deslocou a Lisboa para fazer, de 19 a 28 de Abril, um curso sobre Teoria da Relatividade, no âmbito das actividades do Núcleo de Matemática, Física e Química, que havia sido fundado um ano antes.
O Núcleo foi a primeira tentativa da formação de uma Escola de Ciência, em moldes modernos, em Portugal, e um dos seus mais activos elementos foi precisamente António Aniceto Monteiro. Este matemático, doutorado em Paris e regressado havia pouco tempo, foi o primeiro investigador em matemática em Portugal, no sentido em que ainda hoje entendemos a palavra «investigador». Era um grande organizador e teve uma influência dirigente em todas as iniciativas que envolviam a promoção da divulgação, do ensino e da investigação, no que diz respeito à matemática, realizadas naquela época. O epicentro dessa actividade estava localizado em Lisboa e movimentava também matemáticos como Bento de Jesus Caraça – figura cimeira da matemática, da cultura e da política – e ainda Hugo Ribeiro, Silva Paulo, Zaluar Nunes, Mira Fernandes, Beirão da Veiga, entre outros. Ruy Luís Gomes vivia e trabalhava no Porto e o contacto que nessa época desenvolveu com o grupo de Lisboa e, em particular, com António Aniceto Monteiro, deu um novo alento aos seus projectos de desenvolvimento da matemática como ele próprio o confirma anos mais tarde: «(...) foi decisiva a colaboração e a extraordinária capacidade de formar discípulos do matemático António Aniceto Monteiro» e, mais adiante, «Estas realizações [de António Monteiro] e os contactos directos que já havíamos tido com António Monteiro traduziram-se em novos estímulos para a nossa própria actividade, sempre dominada pelo desejo de criar no Porto uma Escola de Matemática» .
António Monteiro, que tinha fundado a revista Portugaliae Mathematica em 1937, o Seminário de Análise Geral em 1939, o Centro de Estudos Matemáticos de Lisboa em 1940, contribuído para a fundação da Gazeta de Matemática em 1939-1940 e da Sociedade Portuguesa de Matemática em 1940, não tinha qualquer posto académico e nunca chegou a ser expulso da Universidade Portuguesa, como os outros, porque nunca chegou sequer a ser admitido em virtude das suas posições políticas! Vivia de trabalhos que não eram a sua actividade principal...
Inspirado pelo exemplo de Lisboa, Ruy Luís Gomes funda, em 1941-1942, o Centro de Estudos Matemáticos do Porto (CEMP). Em 1943, funda, com António Monteiro e Mira Fernades, a Junta de Investigação Matemática (JIM), inteiramente com fundos privados angariados pelo irmão, António Luís Gomes. No fim desse ano, Ruy Luís Gomes consegue instalar António Monteiro no Porto, pago pela JIM, o único salário que o notável matemático teve em Portugal, como investigador, antes do 25 de Abril. Este episódio ilustra bem o carácter e a visão que caracterizam a vida de Ruy Luís Gomes.
No Porto, Ruy Luís Gomes e António Monteiro trabalham intensamente em colaboração no CEMP e na JIM, organizando e publicando palestras, orientando estudantes, subsidiando pessoas, revistas e viagens, comprando livros. Apenas dois exemplos: Monteiro orientou o doutoramento de Alfredo Pereira Gomes, irmão de Soeiro Pereira Gomes, o primeiro realizado no CEMP; a JIM realizou dez palestras aos microfones da Rádio Club Lusitânia, sobre investigação científica, sendo uma delas a de Ruy Luís Gomes, já referida, e outra a de António Monteiro intitulada Os Objectivos da Junta de Investigação Matemática. Esta palestra teve tal repercussão que o governo decidiu encerrar todos os clubes de matemática, dirigidos a jovens, que Monteiro tinha fundado em Lisboa! A fúria do governo contra Monteiro «compreende-se» perfeitamente pois ele afirma, nomeadamente, que «ser investigador é um dever de todo o cidadão consciente das suas responsabilidades perante a sociedade, porque ser investigador é adoptar uma atitude crítica, perante a vida e o conhecimento, para chegar a novas conclusões».
Pressionado pela perseguição que lhe era movida, em 1945 António Monteiro teve que seguir para o Brasil, com um contrato de quatro anos, o qual não foi renovado por influência das autoridades portuguesas, o que o obrigou a ir para a Argentina onde, anos mais tarde (1958), recebeu, exilado, o seu amigo Ruy Luís Gomes.
O segundo dos momentos assinaláveis na vida de Ruy Luís Gomes que queremos referir situa-se em 1945, que é o ano da sua entrada na actividade política intensa, quase quotidiana, paralela à sua actividade como cientista. Ruy Luís Gomes «apoiou o Movimento de Unidade Democrática (MUD) desde o seu início, tendo assistido à sessão histórica da sua fundação, no Centro Republicano Almirante Reis, em Outubro de 1945».
Ainda nesse ano, realizou-se um comício do MUD, no Olímpia, no Porto. Segundo Virgínia Moura, foi uma jornada «extraordinária» do MUD com «uma adesão popular espantosa», para a qual foi convidado «o professor Ruy Luís Gomes, até ali apenas conhecido como matemático, para presidir». Foi o encontro histórico entre Ruy Luís Gomes, Virgínia Moura, Lobão Vital e José Morgado de que resultaria uma amizade empenhada e duradoura.
Na realidade, se até aí tinha dedicado o essencial da sua vida à actividade científica, dois episódios mostram que as preocupações políticas de Ruy Luís Gomes já eram anteriores àquela data.
Em 13 de Maio de 1935 é publicado o famigerado decreto n.º 25 317, que visa intensificar a perseguição aos funcionários públicos, ao abrigo do qual, ainda nesse mês, são expulsos 33 professores da Universidade, entre os quais está Abel Salazar que é demitido de professor catedrático de Histologia da Faculdade de Medicina do Porto, sob pretexto de «influência deletéria da sua acção pedagógica-didáctica sobre a mocidade universitária». É-lhe recusada a autorização de sair do país e mesmo de frequentar a biblioteca da Faculdade.
Como refere Luís Neves Real, «o Professor Ruy Luís Gomes, profundamente impressionado por toda a campanha que precedera o afastamento do Mestre Abel Salazar da Faculdade de Medicina do Porto, dele determinou aproximar-se para lhe exprimir a sua admiração e manifestar-lhe a sua solidariedade.». Foi o início de uma sólida amizade e cumplicidade que perdurou até hoje. Bem se pode dizer «até hoje» porque, para lá da morte de ambos, as sementes ficaram e produziram o seus frutos de que o exemplo mais vivo é o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar fundado por iniciativa do matemático já depois do 25 de Abril.
O terceiro dos momentos assinaláveis na vida de Ruy Luís Gomes é referido por duas testemunhas irrefutavelmente fidedignas – Virgínia Moura e José Morgado: «A nossa convivência com o professor Ruy Luís Gomes data de há cerca de quarenta anos, mas foi, sobretudo, nos anos que seguiram imediatamente à candidatura do general Norton de Matos à Presidência da República, em Janeiro-Fevereiro de 1949, que a nossa convivência se intensificou e a nossa amizade se tornou indestrutível».
Os anos que se seguiram significaram, sem dúvida, um seu maior comprometimento político a que o fascismo respondeu com mais perseguições e prisões. Há dois acontecimentos maiores nessa época que são a sua candidatura à Presidência da República, apresentada pelo Movimento Nacional Democrático (MND), em 1951, e a sua tomada de posição relativamente à questão colonial, conjuntamente com Virgínia Moura, Lobão Vital, José Morgado e Albertino Macedo, em 1954, que lhes valeu, a cada um deles, um total de cerca de dois anos de cadeia.
Em fins de Julho de 1954, forças da União Indiana assaltam e ocupam definitivamente os dois pequenos enclaves «portugueses» de Dadrá e Nagar-Avely. Foi o início de um ano de crise política entre os dois países e o princípio da tensão, que só terminaria com o 25 de Abril (mais concretamente, em 1975), e que teve o seu momento culminante com a expulsão total dos portugueses de Goa, Damão e Diu em 19 de Dezembro de 1961.
Nesse ano de 1954, a 11 de Agosto, o MND enviou aos jornais uma «nota oficiosa» sobre o que se estava a passar na Índia, condenando a política colonial do governo e defendendo a autodeterminação dos povos. Foi o suficiente para Ruy Luís Gomes e os seus companheiros serem presos a 19 de Agosto, acusados de traição à pátria, ameaçados com cinquenta anos de prisão mais medidas de segurança, passarem por vários julgamentos até serem finalmente libertados em 1957.
No ano de 1956 escreve Ruy Luís Gomes «A revolução republicana de 31 de Janeiro» um texto de matriz claramente marxista que é mais um documento que mostra – se tal ainda era necessário – que o matemático era um político com um pensamento ideológico firmemente consolidado.
Em 1958, parte para o exílio, primeiro na Argentina, seguindo em 1962 para o Brasil. Conseguiram realizar no estrangeiro, ele e os seus companheiros – Monteiro, Pereira Gomes, José Morgado, Zaluar Nunes – o trabalho científico que lhes foi negado em Portugal! A palavra «negado» é aqui um eufemismo porque a eles – a tantos outros! – e ao povo português foi roubada violentamente pelo fascismo a possibilidade do desenvolvimento científico, tecnológico e cultural, sentido-se ainda hoje as consequências.
No estrangeiro e, em particular, no Brasil, o seu trabalho foi e é reconhecido existindo hoje, na Universidade Federal de Pernambuco, um «Auditório Ruy Luís Gomes» e uma «Biblioteca Ruy Luís Gomes».
Em Portugal, logo após o 25 de Abril foi primeiro aclamado e em seguida nomeado Reitor da Universidade do Porto, para, aquando da sua jubilação, lhe ser outorgada a distinção de Reitor honorário e vitalício. Em efectividade de funções tratou de ajudar a reparar as injustiças cometidas pelo fascismo integrando na Universidade como professores catedráticos José Morgado e Óscar Lopes, entre outros.
Sem sombra de dúvida que relativamente à vida de Ruy Luís Gomes se pode dizer que foi uma afirmação constante da sua «confiança inabalável» na capacidade científica e política do Povo Português, o que faz dele o mais completo homem de ciência do século XX português, um cientista revolucionário!

( parte importante do texto de Jorge Rezende, Professor da Universidade de Lisboa, em «O Militante» - N.º 279 Novembro/Dezembro 2005)

A 05 de Dezembro de 1949 - Morreu Joaquim Soeiro Pereira Gomes





Joaquim Soeiro Pereira Gomes nasceu em Gestaçô, Porto, em 1910.
Frequentou a Escola Agrícola de Coimbra, onde tirou o curso de regente agrícola, e mais tarde emigrou para Angola, onde exerceu a sua profissão durante cerca de um ano, na Companhia do Catumbela. Voltou para Portugal e fixou-se em Alhandra, em 1932, onde trabalhou como empregado de escritório na Fábrica de Cimentos Tejo. Aqui desenvolveu uma intensa actividade de dinamização cultural junto do operariado.
Mas foi como escritor que Soeiro Pereira Gomes se notabilizou, sendo um dos mais coerentes e claros exemplos da ficção neo-realista em Portugal.
"É nas páginas de O Diabo, semanário fundamental no processo de elaboração de uma poética e de uma consciência geracional neo-realistas, que publica, a partir de 1939, os seus primeiros textos." (Osvaldo Silvestre)
Da sua obra constam dois romances, onde a crítica social é profunda, e vários contos, que são uma exaltação do comunismo e dos seus militantes.
Militante comunista, Soeiro Pereira Gomes foi membro do Comité Central do PCP, o que o levou a entrar na clandestinidade em 1943, condição em que viria a morrer seis anos depois, vítima de tuberculose, impossibilitado de receber o tratamento médico de que necessitava.



A sua obra maior é Esteiros, publicado em 1941, com ilustração de Álvaro Cunhal. "Dedicado aos "filhos dos homens que nunca foram meninos" o romance acompanha (...) as deambulações de um grupo de míudos (...), cuja condição social lhes impõe, em vez da escola, o trabalho numa rudimentar fábrica de tijolos à beira-Tejo. É certo que algum primarismo de processos construtivos, bem como algum esquematismo, são reconhecíveis no romance (...). Tudo isso, porém, Esteiros transcende pela terrível verdade humana de um grupo de crianças que responde à violência do sistema social através de uma solidariedade alimentada por uma permanente derrogação à moral social dominante (...)"(idem)
Engrenagem "é igualmente uma obra central do nosso neo-realismo, antes de mais por ser uma das muito poucas abordagens do universo do capitalismo industrial, de facto quase ausente da produção neo-realista" portuguesa.(idem)
Engrenagem, romance publicado em 1951, já depois da sua morte, foi escrito na clandestinidade, assim como os Contos Vermelhos, Última Carta e Refúgio Perdido, também publicados postumamente.

A 05 de Dezembro de 1830 - Nasceu Christina Georgina Rossetti



Christina Georgina Rossetti, poetisa inglesa de origem italiana, nasceu em Londres no dia 5 de Dezembro de 1830. Morreu na mesma cidade em 29 de Dezembro de 1894. Foi educada em casa pela mãe e recusou dois casamentos por razões religiosas.
O pai, Gabriele Rossetti, era um poeta italiano e refugiado político do Reino das Duas Sicílias. A mãe, Frances Polidori, era irmã de John William Polidori, amigo e médico do poeta Byron. Um dos seus avôs, Gaetano Polidori, era proprietário de “private press“ e publicou-lhe os primeiros poemas.
A recolha de poesias que obteve maior sucesso quando da sua publicação (1862) continua a ser a mais conhecida na actualidade (“Goblin Market”). São ali evocadas personagens fantásticas da mitologia feérica anglo-saxónica, que simbolizam – nos seus poemas – a tentação do Mal.
Christina Rossetti ficou igualmente conhecida pelas suas posições engajadas e vanguardistas, como: o pacifismo, a oposição à crueldade para com os animais e a defesa do direito de voto das mulheres.
Morreu vítima de cancro. É considerada uma grande poetisa da época vitoriana, sobretudo depois de vários artigos que lhe consagrou a romancista e ensaísta britânica Virginia Woolf.

A coisa mais espectacular que eu já vi uma banda fazer.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O Convento de Mafra


Intemporal!

O quadrado mágico de Alberto Durero


A 04 de Dezembro de 1949 - Nasceu Jeff Bridges

A 04 de Dezembro de 1679 - Morreu o filósofo Thomas Hobbes

A 04 de Dezembro de 1711 - Nasceu D. Maria Bárbara de Bragança



Nascida a 4 de Dezembro de 1711 em Lisboa, D. Maria Teresa Bárbara de Bragança era filha de D. Maria Ana de Áustria e de D. João V. Tornou-se rainha de Espanha após o seu casamento, em Lisboa, por procuração, em 1729, com o futuro Fernando VI, na altura príncipe das Astúrias.
D. Maria Bárbara desempenhou um papel fundamental nas boas relações que o seu marido manteve com Portugal. Um exemplo da influência exercida por ela foi o Tratado de Madrid de 1750, que terminou com a discórdia sobre a pertença dos territórios da América do Sul a Portugal ou a Espanha.
Muito querida no seu país de adopção, era, segundo os cronistas, não muito bela, mas possuía um carácter encantador. O dispendioso palácio de Vendas Novas foi construído por D. João V de propósito para o séquito de D. Maria Bárbara aquando do seu casamento, tão sumptuoso era o seu enxoval. Dona de grande cultura e inteligência e promotora de caridade, foi compositora, aluna de cravo de Domenico Scarlatti, protectora e incentivadora de cantores e da música, favorecedora dos jesuítas. Em 1750, criou o convento das Salésias Reais.
Toda a vida teve uma saúde frágil, acabando por falecer em Madrid a 27 de Agosto de 1758, o que desesperou o marido e o levou à reclusão e demência evolutiva.




Princesa Maria Bárbara

A princesa, com "dezassete anos feitos", prepara-se para se casar com Fernando de Castela.
Tem "cara de lua cheia" e a pele "bexigosa", mas é "boa rapariga" e "... musical a quanto pode chegar uma princesa..."

A 04 de Dezembro de 1920 - Nasceu o pintor Nadir Afonso





A 04 de Dezembro de 1982 - Morreu Louis Aragon



Louis Aragon nasceu em Paris a 3 de outubro de 1897 e morreu em Paris a 4 de dezembro de 1982, foi um poeta e escritor francês.
Em 1957 foi-lhe atribuído o Prémio Lenin da Paz.Louis Aragon, nascido Louis Andrieux, poeta e romancista francês, nasceu numa família proprietária de uma pensão num bairro abastado da capital francesa.
Após concluir os estudos no Liceu Carnot, em 1916, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de Paris.
Convocado para o serviço militar, serviu como médico auxiliar durante a I Guerra Mundial.
Após o conflito, retomou os estudos e conheceu André Breton, que o apresentou ao surrealismo. Nos anos seguintes, dirigiu, juntamente com Philippe Soupault e Breton, a revista Littérature.
Aragon estreou-se como poeta em 1920, com o livro “Feu de joie”, ao qual seguiram outras publicações, como o romance “Anicet ou Le Panorama” (1921), a compilação de contos “Le libertinage” (1924) e a narrativa satírica “Le paysan de Paris” (1926), entre outras obras.
Em 1928 conheceu Elsa Triolet, escritora russa, cunhada de Maiakovski, que foi o seu grande amor e com quem se casou.
Filiou-se ao Partido Comunista Francês (PCF) e realizou, em 1930, uma visita à União Soviética.
De volta a Paris, distanciou-se dos surrealistas e publicou “Le front rouge” (1930), poema de temática revolucionária, escrito sob a influência de Maiakovski.
Nos anos seguintes, Aragon publica poemas, artigos de jornal, ensaios e romances de nítida influência marxista.
Durante a Guerra Civil Espanhola, alistou-se como voluntário e combateu ao lado dos republicanos.
Quando a França foi ocupada pelas tropas nazis, em 1940, participou da Resistência, assim como Paul Éluard, também militante do PCF.
Entre os seus livros publicados nesse período destacam-se “Le crève cour” (1941) e “Les yeux d’Elsa” (1942), a sua obra mais conhecida, em que celebra o amor absoluto.
Após a II Guerra Mundial, colabora em jornais e revistas como Ce soir e Les lettres françaises e publica outros livros importantes, como “Elsa” (1958) e “Le Fou d'Elsa” (1963).
Entre os seus últimos títulos publicados destacam-se os romances “La mise à mort” (1965) e “Blancheou l’oubli” (1967).
Louis Aragon, um dos maiores poetas franceses do século XX e um dos fundadores do surrealismo, faleceu em Paris em 1982.




A 04 de Dezembro de 1986 - Nasceu Maria Gadú



Mayra Corrêa Aygadoux, mais conhecida como Maria Gadú, nasceu em São Paulo/Brasil a 4 de dezembro de 1986, é uma cantora, compositora de canções e violonista brasileira de Música Popular.
Desde a sua estreia, Maria chamou a atenção de público e crítica, sendo indicada duas vezes ao Grammy Latino.
Paulista, filha de mãe brasileira e pai francês , iniciou a prática musical ainda na infância. Aos 7 anos de idade, já gravava músicas em fitas cassetes. Fez poucos meses de aulas de violão, longe do suficiente para ler partituras, mas o necessário para criar as suas próprias canções. Fez, desde os 13 anos, shows em bares e festas de família na sua cidade de São Paulo.
Mudou-se para o Rio de Janeiro no início de 2008, quando começou a tocar em bares da Barra da Tijuca e da Zona Sul.
A sua carreira passou a ter ascensão ao despertar atenção de famosos ligados ao meio musical, como Caetano Veloso, Milton Nascimento, João Donato, dentre outros.
Maria Gadu ganhou destaque ao interpretar "Ne me quitte pas", de Jacques Brel, para o diretor Jayme Monjardim, que estava em fase de pré-produção da mini-série Maysa: Quando Fala o Coração.
Maysa Matarazzo, cantora e mãe do diretor, fez muito sucesso nas décadas de 1950 e 60 cantando, dentre outras, esta canção. A versão de Gadú foi logo incluída na banda sonora da mini-série que estreara em janeiro 2009, na qual a cantora, ainda teve uma participação especial como actriz.
No início de 2009, aos 22 anos de idade, Maria Gadú preparou o seu primeiro álbum, homónimo, lançado pelo selo SLAP, da gravadora Som Livre e produzido por Rodrigo Vidal.
Além disso, iniciou uma temporada de shows no Cinemathèque, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.
Após o lançamento do álbum em meados de 2009, a cantora rapidamente ganhou espaço na mídia brasileira.
A canção "Shimbalaiê", a sua primeira composição aos 10 anos de idade, foi incluída na banda sonora de mais uma produção da TV Globo, desta vez em horário nobre, a novela “Viver a Vida”.
“Ne me quitte pas” foi regravada e, juntamente com "A história de Lilly Braun", está na banda sonora da mini-série Cinquentinha, de Aguinaldo Silva.
Gadú participou num show do cantor e compositor sueco-americano Eagle-Eye Cherry realizado na Via Funchal, em São Paulo, em 21 de janeiro de 2010.
O show foi registado para o DVD ao vivo do cantor.
Também participou do CD e do DVD do álbum Nove, da cantora e compositora Ana Carolina, cantando a música inédita "Mais que a mim".
A banda sonora do filme “Sonhos Roubados” tem a participação de Maria Gadú na faixa principal. A faixa homónima ao longa saiu na internet em abril e foi lançada para promover o filme.
Também em 2010, a cantora teve uma participação com Xuxa em seu XSPB 10, cantando a música "O Leãozinho", de Caetano Veloso.
No mesmo ano, recebeu duas indicações ao Grammy Latino nas categorias Melhor Artista Revelação e Melhor Álbum de Cantor/Compositor.
Em agosto de 2011, Maria Gadú participou no show de gravação do DVD de Chitãozinho e Xororó, em comemoração aos 40 anos de carreira da dupla.
O evento foi realizado na Sala São Paulo, na capital paulista, e contou com a participação da Orquestra Sinfônica Bachiana, do maestro João Carlos Martins. Além de Gadú, participaram do evento Caetano Veloso, Alexandre Pires, Fafá de Belém, Jair Rodrigues, Fábio Jr. e os filhos de Xororó, Sandy e Júnior.
A cantora também teve participação especial no álbum “Umbigobunker!?”,
do cantor e compositor carioca Jay Vaquer, na sexta canção do álbum, intitulada "Do Nada, me Jogaram aos Leões".
Em dezembro de 2011, Maria Gadú lançou seu segundo álbum de estudio, "Mais Uma Página", cuja primeira música, "Axé Acappella", de Dani Black e Luísa Maita, foi lançada como single e disponibilizada para download gratuito no site da cantora.
O disco também traz a regravação de "Amor de índio", música já interpretada pelo grupo Roupa Nova, e conta com a participação de Lenine e do cantor português Marco Rodrigues no tema "A Valsa".
Em junho de 2014 voltou a dar dois concertos em Portugal, nos coliseus de Lisboa e Porto, que tiveram como sempre casa cheia. Gadú cantou os seus principais êxitos.
Em 27 de março de 2015, a cantora publica em seu Facebook oficial uma imagem confirmando o lançamento de seu terceiro álbum em estúdio.
No final de abril do mesmo ano, a cantora confirmou o lançamento de seu novo disco, "Guelã", ainda durante o ano de 2015. O primeiro single do disco foi lançado em 06 de maio de 2015 pela cantora e se chama "Obloco".

A 04 de Dezembro de 1963 - Nasceu Serguei Bubka



Serguei Nazarovitch Bubka nasceu em Voroshilovgrad/URSS a 4 de dezembro de 1963, é um ex-atleta soiético especializado em salto com vara.
É considerado por muitos o maior saltador com vara de todos os tempos, cujos destaques na carreira são as seis vitórias consecutivas no Campeonato Mundial de Atletismo, a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1988 e 35 recordes mundiais de salto com vara batidos (17 ao ar livre e 18 em recintos fechados).
Nas mãos do treinador Vitaly Petrov, começou a destacar-se nas competições locais, primeiro com o mencionado salto de 2,70 metros aos 11 anos e logo superando os cinco metros com 16 anos.
Em 1981 o seu nome saiu do anonimato internacional quando foi o sétimo do Campeonato Europeu Júnior.
Nesta altura, o seu potencial causava admiração. De facto, apesar de se ter classificado em oitavo lugar no campeonato nacional, o treinador da equipa soviética, Igor Ter-Ovanessian, incluiu-o na selecção que participaria no primeiro Campeonato Mundial de Atletismo, em Helsinquia, em 1983.
Lá saltou para a fama. Com uma altura de 5,70 m, conseguiu o campeonato mundial na primeira edição dessas competições.
A partir daí empenhou-se para mostrar queo seu título não tinha sido conseguido por acaso.
Melhorou ano após ano. Em 1984 conseguiu os seus primeiros recordes mundiais. O primeiro em competições em ambientes fechados estabelecendo uma marca de 5,81 metros, que bateu posteriormente em três ocasiões. Logo, ao ar livre, marcou outro com 5,85 m, que ele mesmo superou quatro vezes. Naquele ano bateu nove recordes mundiais, no total.
Nos Jogos Olímpicos de Seul ganhou a medalha de ouro. Sucederam-se os campeonatos mundiais. Até ao de Sevilha, ganhou todos: Roma 87, Tóquio 91, Estugarda 93, Gotemburgo 95 e Atenas 97.
A hegemonia de Bubka parecia inabalável.
Teve os seus altos e baixos, mas se recuperava quase de imediato. Em competições em recinto fechado, o seu recorde foi batido pelo francês Thierry Vigneron (5,85 m em 1984) e pelo americano Billy Olson (5,86 m em 1985). Vigneron superou ao ar livre a marca de Bubka, impondo a sua própria, de 5,91 m, superior em um centímetro. Mas dez minutos depois Serguei mostrou sua garra ao chegar três centímetros mais alto e deixar em segundo o francês.
Bubka tem sido incansável até para o próprio Bubka. Nem ele mesmo conseguiu bater o seu recorde de 6,15 m em local fechado, conquistado em 21 de fevereiro de 1993. Aproximou-se, com outro recorde mundial, num salto de 6,14 m ao ar livre, em 31 de julho de 1994. Ambos seguem valendo e parecem difíceis de serem batidos. O melhor saltador do momento, o russo Maksim Tarasov, tem a marca de 6,05 m.
As lesões começaram prejudicar o grande saltador. Na última competição seu tendão de Aquiles foi seu principal obstáculo.
Alguns feitos da carreira de Sergei Bubka:
1983 – Ganhou o Mundial de Helsinquia aos 19 anos
1984 - Bateu o recorde mundial pela primeira vez, saltando 5,85 m
1985 - Tornou-se o primeiro homem a ultrapassar a marca dos 6 m
1988 - Conquistou a sua única medalha olímpica, ouro, em Seul
1994 - Bateu pela 35ª vez o recorde mundial, saltando 6,14 m
1995 - Bate o recorde mundial indoor, saltando 6,15 m
2001 - Abandona o atletismo aos 37 anos.

A 04 de Dezembro de 2011 - Morreu Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira



Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira (Belém, 19 de fevereiro de 1954 - São Paulo, 4 de dezembro de 2011), o Doutor Sócrates, Doutor, Magrão, mais conhecido como Sócrates, foi um dos melhores jogadores de futebol do Brasil e um dos maiores ídolos do Corinthians.
Única unanimidade em uma pesquisa realizada, em 2006, pela Revista Placar para escolher o "time de todos os tempos" do Corinthians. Novamente, a única unanimidade, em uma pesquisa com especialistas, para escolher os dez maiores ídolos da história do Corinthians. Eleito em 1983 o melhor jogador sulámericano do ano. Escolhido pela FIFA em 2004 como um dos 125 melhores jogadores vivos da história e considerado por muitas pubicações especializadas, como CNN, World Soccer e Placar, como um dos grandes jogadores de todos os tempos, foi um atleta reconhecido por seu estilo elegante. Uma característa do jogador que marcou sua passagem pelo futebol foi a sua habilidade e uso inteligente do calcanhar. Mas era um jogador completo, marcava gols de falta, de cabeça e fora-da-área com frequência. Dava assistências perfeitas para seus companheiros marcarem muitos gols.
Foi revelado pelo Botafogo, clube de Ribeirão Preto, onde foi considerado um fenômeno desde o início, pois quase não treinava em função de frequentar o curso de medicina na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Nesse time ele foi campeão do 1º Turno do Campeonato Paulista de 1977 e artilheiro do campeonato. Também se destacou no Campeonato Brasileiro, autor de um célebre gol de calcanhar contra o Santos em plena Vila Belmiro.
Socrátes se firmaria no Corinthians em 1978, refazendo a dupla com seu ex-companheiro Geraldo Manteiga. Mas seus grandes companheiros de ataque nesse time seriam Palhinha e o amigo Casagrande. Sócrates só aceitou jogar para valer depois que se formou na faculdade de medicina. Na Seleção Brasileira estrearia em 1979.
Foi uma das estrelas de dois dos maiores esquadrões do futebol mundial: a Seleção Brasileira de Futebol da Copa do mundo de 1982 e o Corinthians da década de 80. Teve ótimas atuações, marcou dois belíssimos gols nos jogos dificílimos contra URSS e Itália, e mostrou toda sua categoria. Mas não foi o suficiente para o Brasil se sagrar campeão.
Na Copa do Mundo de 1986 estaria novamente em ação, mas já fora de forma ideal. Ficaria ainda marcado pelo penâlti desperdiçado contra a França, na decisão que desclassificou o Brasil.
Depois de uma rápida e decepcionante passagem pelo Fiorentina, prejudicado pelos companheiros de quem suspeitava que manipulassem resultados, Sócrates retornou ao Brasil para encerrar a carreira aonde atuaria ainda no Flamengo, no Santos e no Botafogo de Ribeirão Preto. Em 2004, atendendo a um convite de um amigo, ele participou de uma partida com a camisa do Garfoth Town, equipe da oitava divisão da Inglaterra.
Fora do futebol, Sócrates sempre manteve uma ativa participação política, tanto em assuntos relacionados ao bem-estar dos jogadores quanto aos temas correntes do país. Participou da campanha Diretas Já, em 1984 e foi um dos principais idealizadores do movimento Democracia Corintiana, que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube.
Em agosto de 2011, Sócrates foi internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein devido a uma hemorragia digestiva alta causada por hipertensão portal. Ainda em 2011, Sócrates seria internado mais uma vez devido a uma suposta intoxicação alimentar, que acabou por se transformar em um grave quadro de choque séptico em razão de sua condição de saúde já debilitada. O jogador morreu às 4:30 da manhã de 4 de dezembro de 2011, em decorrência do choque séptico.

Veja esta magnífica operação de coordenação!...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Trem das onze - Demonios da garoa e Fundo de quintal

Terá sido produto de um concurso?


Cumulação

Aquele velho e prestigiado diplomata, que ocupava o lugar de topo da hierarquia da carreira das Necessidades, ouvia com atenção a opinião sobre um funcionário que recentemente fora colocado numa determinada função. As primeiras avaliações sobre ele eram dececionantes. Porém, por razões legais, tão cedo não seria possível mudá-lo de tarefas. O dirigente que lhe transmitia o parecer foi ao ponto de afirmar que o homem lhe parecia, muito simplesmente, "estúpido".


O chefe da carreira perguntou então:


- E ele trabalha?


A resposta também não foi animadora. Além de pouco dotado, o funcionário não era dedicado ao serviço e trabalhava muito pouco.


- Ótimo!


O dirigente que qualificava o funcionário ficou baralhado. Por que razão era "ótimo" que ele fosse um mau funcionário, para além de ser pouco dotado?


- Ó homem, se ele tem de ser estúpido, ao menos que seja preguiçoso...


Francisco Seixas da Costa

Vila Real e o Natal!



Iluminação de Natal em Vila Real