Previsão do Tempo

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

A 31 de Dezembro de 1869 - Nasceu Henri Matisse



A 31 de Dezembro de 1947 - Nasceu Rita Lee Jones Carvalho



A 31 de Dezembro de 1941 - Nasceu Alexander Chapman Ferguson

A 31 de Dezembro de 1988 - Nasceu Pablo Hasél



Pablo Rivadulla Duró, conhecido artisticamente como Pablo Hasél, nasceu em Lérida/Espanha em 1988, é um cantor espanhol, de ideología comunista.
Em 2014 foi condenado a dois anos de prisão pela sua luta contra o capitalismo. Em maio de 2014 foi novamente detido alegando os lacaios do governo espanhol sempre o mesmo, o apoio ao terrorismo e à ETA.
Pablo não tem medo deles, enfrentando-os e continuando a luta pelo fim do capitalismo e a sua substituição revolucionária pelo socialismo.
Pablo Hasél é o autor de 33 maquetas e 2 demos, aos quais devemos juntar recopilações de temas soltos, inéditos e poemas. Segundo as suas própias palavras: “Eu gravo depressa e não passo o dia a retocar-me”.
Nas suas letras, sempre directas e sem eufemismos, trata três tipos de temáticas onde ensina e mostra ao seu público a realidade mediante factos, críticas e teoria política comunista: "crítica social e rap anti-sistema, temas sentimentais e pesoais e finalmente, temas alegres”, segundo declarou numa entrevista.
O rápido e o espontâneo da sua producção musical, juntamente com o forte conteúdo político são a sua principal característica.
Entre as suas fontes de inspiração há cantautores como Joaquín Sabina, Carlos Valera, Silvio Rodríguez e Ismael Serrano, embora se possa notar a influência de escritores como Vladimir Maiakovsky ou de personagens como Che Guevara ou Josef Stalin.
Distribui todos os seus trabalhos de maneira gratuita na internet através de conhecidos webs dedicadas ao hip hop.

A 31 de Dezembro de 1937 - Nasceu Sir Philip Anthony Hopkins

A 31 de Dezembro de 1928 - Nasceu Amadeu José Meireles da Costa


Amadeu José Meireles da Costa, homem da rádio e do teatro português, nasceu no Porto em 31 de Dezembro de 1928. Morreu na mesma cidade em 2 de Julho de 2004.
Com 21 anos, partiu para Coimbra, onde cumpriu o serviço militar. Nesta cidade, conheceu José Afonso, quando a repulsa pelo regime político que dominava então o país levava os estudantes universitários, noite após noite, a realizar debates e tertúlias.
Amigo pessoal de António Pedro, com ele fundou o Teatro Experimental do Porto em 1953. Em Junho desse ano, participou como actor na estreia desta companhia, no Teatro Sá da Bandeira, com a peça “A Nau Catrineta”, uma história tradicional adaptada ao teatro por Egito Gonçalves.
A passagem pela representação foi ligeira, pois o seu jeito para ensaiar era mais forte, tornando-se o braço direito do mestre António Pedro. Com talento notável para declamar, participou igualmente em muitas tertúlias culturais na Cooperativa do Povo Portuense, um dos seus locais preferidos e onde tinha grandes admiradores.
Em 1963, Monique Solal criou o primeiro e único curso de ballet noConservatório de Música do Porto e Amadeu Meireles foi o seu encenador.
Foi apresentador do programa “Festival” da autoria do empresário Domingos Parker, exibido no Palácio de Cristal no Porto, onde foram lançadas as cantoras Maria da Fé e Lenita Gentil, entre outros.
As tardes de domingo eram passadas na Rádio Emissores do Norte Reunidos, onde fazia teatro radiofónico e participava no programa da tarde desportiva.
No final de 1963, tornou-se locutor residente da Rádio Renascença. Foi autor e locutor de um dos mais conhecidos programas radiofónicos da época, “Clube da Juventude”, com forte pendor cultural, divulgando literatura e música ligeira internacional. Nesta emissora, foi também autor e locutor da aplaudida rubrica diária “Peço a Palavra”, dedicada a personalidades que de algum modo se notabilizavam, por acontecimentos de cariz cultural, social ou político, e a acontecimentos dignos de relevo, que muitas vezes passavam despercebidos nas edições dos jornais.
A arte da sua escrita permitia camuflar nos seus textos a abordagem política, fintando o regime da época e os seus censores. Com fortes ideologias políticas de esquerda, Amadeu Meireles entrou em confronto com o então director da Rádio Renascença, Arala Pinto, e decidiu deixar aquela emissora, transferindo-se para o Rádio Clube Português, levando consigo o programa “Clube da Juventude”, que manteve o nível de audiência.
Escreveu alguns textos satíricos para os Parodiantes de Lisboa, programa de rádio muito popular. Em 1966, fundou – juntamente com Ofélia Diogo Costa – o Círculo Portuense de Ópera.
Nas décadas 1960/70, colaborou com Resende Dias e Roger Sarbib escrevendo letras para várias composições de música ligeira. Em 1972, foi convidado pela RDP – Antena 1 para fazer a locução radiofónica do Festival Eurovisão da Canção, em simultâneo com a transmissão televisiva da RTP. O mesmo aconteceria em 1973 e de 1975 a 1978.
Apesar destas colaborações, foi-se afastando progressivamente da rádio, para se dedicar ao ramo da química industrial até 1985, como técnico e empresário.
Regressou à rádio em 1986. Até 1990, foi autor e realizador de vários programas na Rádio Placard do Porto, na altura uma rádio cultural. Colaborava ainda no trabalho técnico dos estúdios de gravação e apoiava os novos locutores.
Entre 1991 e 1992, colaborou com a Companhia Seiva Trupe na peça “O Comissário de Policia” de Gervásio Lobato, no Teatro Carlos Alberto.
Em 2000, por doença, isolou-se em Tábua, na Fundação Sarah Beirão. Veio a falecer no Porto quatro anos mais tarde.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A 29 de Dezembro de 1959 - Foi inaugurada a primeira linha do Metropolitano de Lisboa, aberta ao público no dia seguinte.

A 29 de Dezembro de 1986 - Morreu Joaquim Vitorino Namorado



Joaquim Vitorino Namorado nasceu em 1914 e faleceu em 1986 com 72 anos de idade. Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, Até ao 25 de Abril de 1974.
Exerceu o professorado no ensino particular, já que o ensino oficial, lhe fora vedado pelo facto de ser militante do Partido Comunista Português desde 1930.
Notabilizou-se como poeta neo-realista, tendo colaborado nas revistas Seara Nova, Sol Nascente, Vértice, etc.
Entre muitas outras actividades relevantes, foi redactor e director da Revista de cultura e arte Vértice, onde ficou célebre o episódio da publicação de pensamentos de Karl Marx, assinados com o pseudónimo Carlos Marques.
Em 1983, na sequencia de uma significativa homenagem por iniciativa do jornal Barca Nova, a Câmara Municipal da Figueira, instituiu “Prémio do Conto Joaquim Namorado”, que foi suspenso por Santana Lopes, aquando o seu mandato como Presidente de Câmara.

A 29 de Dezembro de 1896 - Nasceu David Alfaro Siqueiros



David Alfaro Siqueiros foi um dos maiores pintores mexicanos e um dos protagonistas do muralismo mexicano, juntamente com Orozco e Rivera.
Siqueiros nasceu a 29 de Dezembro de 1896, em Chihuahua, no México.
Frequentou a Academia de Bellas Artes de San Carlos e já aí se revelava a sua faceta de activista político. De facto, a actividade artística de Siqueiros foi sempre acompanhada de uma intensa actividade política e foi, em si própria, uma actividade política.
Comunista, convicto, esteve preso durante dois anos e lutou na guerra civil espanhola contra as tropas de Franco.
Siqueiros fez pintura de cavalete, mas distinguiu-se principalmente pela pintura mural, onde foi um inovador em termos técnicos. Siqueiros tinha uma grande preocupação em experimentar novos materiais e novas técnicas, tendo a sua investigação nesta área sido um importante contributo para a pintura mural.
A grande temática da sua obra é a revolução mexicana e o povo mexicano, que ele representa como o protagonista da luta por uma sociedade melhor, a sociedade socialista. A sua pintura é uma pintura de intervenção política, de crítica da sociedade capitalista e de defesa dos ideais comunistas, que em Siqueiros assumem uma dimensão monumental pela força e franqueza das suas convicções.
Da sua obra destacam-se Eco de um Grito (1937), Etnografia (1939), Coronelazo (1939), La Nueva Democracia (1939), Las Victimas de la Guerra (1939) Las Victimas del Fascismo (1939) e La Marcha de La Humanidad en America Latina (1965-1971).
Siqueiros também trabalhou nos E.U.A., o seu fresco no Plaza Art Center Tropical America - opressed and destroyed by the imperialists, causou uma polémica e indignação tão grandes que o obrigaram a sair do país para não ser deportado.
Siqueiros morreu a 6 de Janeiro de 1974, no México.
Entre 1922 e 1971 Siqueiros pintou uma superfície total de 9.000 m2, divididos por 17 edifícios no México, 3 nos EUA, 1 na Argentina, 1 no Chile e 2 em Cuba.

A 29 de Dezembro de 1952 - Nasceu Joe Lovano

A 29 de Dezembro de 1911 - Nasceu Alves Redol



António Alves Redol, nasceu em Vila Franca de Xira a 29 de Dezembro de 1911 e ainda muito jovem iniciou essas duas actividades, assumindo com coragem as consequências da sua postura, num tempo em que o fascismo se instalava e mergulhava o País numa negra noite que se prolongaria por várias décadas – num tempo em que as perseguições e a repressão caíam sobre todos os que, de uma forma ou de outra, ousassem contestar e combater o regime fascista.
É natural que assim seja, já que Alves Redol foi, é, uma figura maior da Literatura Portuguesa, um escritor de dimensão internacional, e complementou essa sua actividade literária com uma intensa e constante intervenção política, enquanto resistente antifascista e militante comunista.
Basta ter em conta a situação em Portugal e no mundo quando, num verdadeiro acto de coragem, Alves Redol publicou Gaibéus, em 1939.
No nosso País, o processo de fascização do Estado, concebido por Salazar, inspirado na fascismo italiano e no nazismo alemão, tinha acabado de ser concretizado, com a censura férrea; a proibição dos partidos políticos; a promulgação do famigerado Estatuto Nacional do Trabalho; a imposição da Constituição fascista; a criação do Tribunal Militar Especial, da polícia política (então chamada PVDE), do campo de concentração do Tarrafal, da Legião Portuguesa, e de todo um vastíssimo conjunto de instrumentos repressivos. Isto enquanto, lá fora, terminava a guerra de Espanha com a vitória dos fascistas e Hitler dava início à II Guerra Mundial e ao seu sonho de domínio do mundo.
O próprio Redol relembra esse tempo num prefácio que escreveu, em Maio de 1965, para mais uma edição de Gaibéus. Diz ele:
«Gaibéus tem a sua história. Banal talvez, às vezes ingénua, noutras sábia ou astuta, mais do que tudo dramática. Gaibéus nasceu quando muitos morriam por nós. Não o esqueçamos. Seria absurdo, mesmo num mundo paradoxal, olvidar o que a esses devemos. Impõe-se recordar certas datas: em Março de 1938 as tropas hitlerianas entravam na Áustria; em Setembro ocupavam o território dos Sudetas e conseguiam a paralisia estratégica da Checoeslováquia; em Março de 1939, ainda sem combate, o nazismo ocupava o resto daquele país; em 1 de Setembro de 1939 penetrava na Polónia. Seguiu-se a segunda grande guerra, que deixou o rasto do seu apocalipse 55 milhões de mortos e 5 milhões de desaparecidos. Pressentiram-na desde 1936 muitos homens desse tempo. Eu estava com eles. Gaibéus germinou nessa época e foi consciência alertada antes de ser romance. Quem o ler, portanto, deve ligá-lo às coordenadas da histórias de então. Só dessa forma saberá lê-lo na íntegra».
Como escritor, Alves Redol ficará na história, em primeiro lugar, como o autor do primeiro romance do neo-realismo português – Gaibéus – e, depois, por uma vasta e diversificada obra literária: romances, contos, teatro, histórias infantis, ensaios, que marcaram impressivamente a nossa literatura e fazem dele um nome maior da história da cultura portuguesa.
Com Gaibéus, Fanga, Avieiros, Vindimas de Sangue, Uma Fenda na Muralha, A Barca dos Sete Lemes, Barranco de Cegos, entre outras obras, Redol trouxe para a literatura os problemas dos trabalhadores, os seus anseios, as suas aspirações, as suas lutas. Nos seus romances, nos seus contos, nas suas peças de teatro, ele toma partido: com o seu talento, com a sua inteligência, com a sua sensibilidade, toma inequivocamente o partido dos explorados, dos oprimidos, dos humilhados e ofendidos, contra os exploradores e os opressores. E sabemos as implicações decorrentes de tal opção naquele tempo de ausência total de liberdade.
Não foi por acaso que Alves Redol conheceu por duas vezes a brutalidade da PIDE – como não foi obra do acaso o facto de ele ter sido o único escritor português obrigado a submeter os seus romances à censura prévia dos esbirros fascistas.
Para os comunistas, Alves Redol é, não apenas o grande escritor que todos conhecem, mas também o companheiro de luta, o camarada que recordam com saudade e admiração, o amigo de sempre e para sempre.
Redol entrou para o PCP no início dos anos quarenta, num tempo que foi decisivo para a construção do PCP com as características que hoje tem.
Estava então em curso a Reorganização de 40/41, primeiro e decisivo passo para a construção dos III e IV congressos do Partido, realizados, um em 1943, quando o nazi-fascismo parecia prestes a concretizar a sua ambição de domínio do mundo, o outro em 1946, já depois da derrota dessa ambição, conseguida essencialmente graças à acção do povo da União Soviética e do seu glorioso Exército Vermelho.
Esses primeiros anos da década de quarenta e o exaltante trabalho partidário levado a cabo, revelaram-se decisivos para a transformação do PCP num grande partido nacional, marxista-leninista, vanguarda de facto da classe operária e vanguarda da resistência e da unidade antifascistas.
Tudo isso imprimiu à luta antifascista uma nova dimensão, um novo conteúdo e conduziu a um fulgurante ascenso da luta da classe operária, que adquiriu expressão significativa, primeiro, logo em 1941, com a greve dos operários têxteis da Covilhã e no ano a seguir com as grandes greves em Almada, Barreiro, Setúbal e no centro e norte do País. Em 1943, o movimento grevista, sempre sob a direcção do Partido, alastra e atinge proporções consideráveis. Em Julho-Agosto desse ano, na região de Lisboa e da Margem Sul do Tejo, participam em greves 50 000 trabalhadores – número que correspondia praticamente à totalidade dos operários industriais dessa região. E em 8 e 9 de Maio de 1944, ocorrem as históricas jornadas de luta na região de Lisboa e Baixo Ribatejo.
A intervenção decisiva do PCP na organização e na luta dos trabalhadores e na intensificação das acções antifascistas, granjeou-lhe grande e justo prestígio, traduzido na adesão ao Partido de milhares de novos militantes, entre eles muito e muitos intelectuais, incluindo parte significativa dos maiores escritores, artistas plásticos, músicos, cientistas, da altura.
O ideal comunista de liberdade, justiça social, paz e solidariedade atraiu ao PCP amplos sectores da intelectualidade: homens e mulheres de todas as áreas da cultura viram no Partido a força decisiva na luta contra o fascismo, a sua política obscurantista e a repressão cultural.
A propósito da intervenção antifascista da intelectualidade portuguesa, vale a pena recordar as palavras do camarada Álvaro Cunhal, no seu extraordinário Rumo à Vitória: «ao lado do povo, os intelectuais estão contra o fascismo. Tudo quanto há de melhor na ciência, na literatura e na arte, nas profissões liberais, está pela democracia, a paz, o progresso social (…)
Nem a censura, nem a apreensão de livros, nem a liquidação de jornais e revistas, nem a proibição do trabalho científico, nem a fiscalização e a supervisão fascistas das associações culturais, nem o encerramento de revistas, puderam impedir a formação e o desenvolvimento do poderoso movimento democrático da nossa “intelligentsia” (…) A atitude geral dos intelectuais portugueses contra a ditadura fascista é, por um lado, a manifestação do isolamento desta, da falta de uma base de massas, da sua política obscurantista; é, por outro lado, a manifestação da amplitude do movimento democrático, do facto de que este ganhou todas as classes e camadas da população não-monopolista».
É neste contexto de luta intensa e de intensa intervenção do Partido que Alves Redol se torna militante comunista e, enquanto tal, desenvolve grande e empenhada actividade, quer participando na organização local do Partido, quer dando o seu contributo para a construção das greves de 1943/44 – na sequência das quais Soeiro Pereira Gomes é forçado a mergulhar na clandestinidade – quer, ainda, na organização dos intelectuais comunistas.
Nunca é demais recordar os célebres passeios de barco no Tejo, essa forma engenhosa de os intelectuais comunistas se encontrarem e reunirem iludindo a vigilância da polícia fascista – passeios de que Redol é um dos principais organizadores, com Soeiro Pereira Gomes e António Dias Lourenço.
Sempre vigiado pela PIDE – que, justamente, via nele um perigoso opositor do regime – Alves Redol prosseguirá até ao fim dos seus dias essas duas actividades iniciadas na sua juventude. Com uma coerência notável ele será sempre o grande escritor porta-voz dos explorados, o antifascista consequente, o militante comunista abnegado.
Morreu em 29 de Novembro de 1969, a um mês de completar os 57 anos de idade.
Morreu comunista e o seu funeral constituiu uma impressionante manifestação do apreço, da admiração, da gratidão que lhe votavam os trabalhadores e o povo. Pelo velório do grande escritor e cidadão exemplar – realizado precisamente aqui, nesta sala da Casa da Imprensa onde o estamos hoje a homenagear – passaram centenas e centenas de pessoas, e foram milhares, muitos milhares os que acompanharam o seu corpo ao cemitério da sua Vila Franca de Xira – uma multidão brutalmente reprimida pelas forças policiais. A confirmar que, mesmo depois de morto, Alves Redol continuava a meter medo ao fascismo.
Para os comunistas, assinalar aniversário do nascimento de Alves Redol significa relembrar o grande escritor, autor de uma obra que, pela sua qualidade literária e pelos temas que aborda, constituiu, ela própria, um precioso instrumento da luta antifascista e que, por tudo isso, mantém incisiva actualidade e perdurará no tempo; significa, igualmente, relembrar o resistente antifascista e o camarada – guardando na nossa memória colectiva o seu exemplo de integridade, de inteireza de carácter, de coerência, de coragem.

A 29 de Dezembro de 1903 - Nasceu Candido Torquato Portinari



Candido Torquato Portinari, nasceu em Brodowski a 29 de dezembro de 1903 e morreu no Rio de Janeiro a 6 de fevereiro de 1962, foi um artista plástico brasileiro.
Foi um enorme artista plástico brasileiro e militante do Partido Comunista Brasileiro.
Portinari pintou quase cinco mil obras de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão, como O Lavrador de Café, até gigantescos murais, como os painéis Guerra e Paz, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956,1 e que, em dezembro de 2010, graças aos esforços de seu filho, retornaram para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Portinari é considerado um dos artistas mais prestigiados do Brasil e foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional.
Filho de imigrantes italianos, Cândido Portinari nasceu numa fazenda nas proximidades de Brodowski, interior de São Paulo. Com a vocação artística florescendo logo na infância, Portinari teve uma educação deficiente, não completando sequer o ensino primário. Aos 14 anos de idade, uma trupe de pintores e escultores italianos que atuavam na restauração de igrejas, passa pela região de Brodowski e recruta Portinari como ajudante. Seria o primeiro grande indício do talento do pintor brasileiro.
Aos 15 anos, já decidido a aprimorar seus dons, Portinari deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Durante seus estudos na ENBA, Portinari começa a se destacar e chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. Tanto que aos 20 anos já participa de diversas exposições, ganhando elogios em artigos de vários jornais. Mesmo com toda essa badalação, começa a despertar no artista o interesse por um movimento artístico até então considerado marginal: o modernismo.
Um dos principais prêmios almejados por Portinari era a medalha de ouro do Salão da ENBA. Nos anos de 1926 e 1927, o pintor conseguiu destaque, mas não venceu. Anos depois, Portinari chegou a afirmar que suas telas com elementos modernistas escandalizaram os juízes do concurso. Em 1928 Portinari deliberadamente prepara uma tela com elementos acadêmicos tradicionais e finalmente ganha a medalha de ouro e uma viagem para a Europa.
Os dois anos que passou vivendo em Paris foram decisivos no estilo que consagraria Portinari. Lá ele teve contato com outros artistas como Van Dongen e Othon Friesz, além de conhecer Maria Martinelli, uma uruguaia de 19 anos com quem o artista passaria o resto de sua vida. A distância de Portinari de suas raízes acabou aproximando o artista do Brasil, e despertou nele um interesse social muito mais profundo.
Em 1931 Portinari volta ao Brasil renovado. Muda completamente a estética de sua obra, valorizando mais cores e a idéia das pinturas. Ele quebra o compromisso volumétrico e abandona a tridimensionalidade de suas obras. Aos poucos o artista deixa de lado as telas pintadas a óleo e começa a se dedicar a murais e afrescos. Ganhando nova notoriedade entre a imprensa, Portinari expõe três telas no Pavilhão Brasil da Feira Mundial em Nova Iorque de 1939. Os quadros chamam a atenção de Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).
A década de quarenta começa muito bem para Portinari. Alfred Barr compra a tela "Morro do Rio" e imediatamente a expõe no MoMA, ao lado de artistas consagrados mundialmente. O interesse geral pelo trabalho do artista brasileiro faz Barr preparar uma exposição individual para Portinari em plena Nova Iorque. Nessa época, Portinari faz dois murais para a Biblioteca do Congresso em Washington. Ao visitar o MoMA, Portinari se impressiona com uma obra que mudaria seu estilo novamente: "Guernica" de Pablo Picasso.
Portinari foi ativo no movimento político-partidário, inclusive, candidatando-se a deputado federal em 1945 pelo PCB e a senador, em 1947, pleito em que aparecia em todas as sondagens como vencedor, mas perdendo com uma pequena margem de votos, fato que, aventou-se suspeitas de fraude para derrotá-lo devido o cerco aos membros do Partido Comunista Brasileiro.
Em 1952 uma amnistia geral faz com que Portinari volte ao Brasil. No mesmo ano, a 1° Bienal de São Paulo expõe obras de Portinari com destaque em uma sala particular. Mas a década de 50 seria marcada por diversos problemas de saúde. Em 1954 Portinari apresentou uma grave intoxicação pelo chumbo presente nas tintas que usava.
Desobedecendo as ordens médicas, Portinari continuava pintando e viajando com frequência para exposições nos Estados Unidos, Europa e Israel. No começo de 1962 a prefeitura de Barcelona convida Portinari para uma grande exposição com 200 telas. Trabalhando freneticamente, a intoxicação de Portinari começa a tomar proporções fatais. No dia 6 de fevereiro do mesmo ano, Cândido Portinari morre envenenado pelas telas que fizeram seu sucesso, já que, tinha claustrofobia e desmaiava no "corredor" de telas. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Rega Com Engenho Ou Nora Santa Maria da Feira

O burro, o poço e a nora!...



A Nora de tração animal usada antes de apareçerem os motores de tirar água, é um engenho que possui uma haste horizontal acoplada a um eixo vertical que por sua vez está ligado a um sistema de rodas dentadas. Este sistema faz circular um conjunto de alcatruzes entre o fundo do poço e a superfície exterior. Os alcatruzes descem vazios, são enchidos no fundo do poço, regressam e quando atingem a posição mais elevada começam a verter a água numa calha que a conduz ao seu destino. O ciclo de ida e volta dos alcatruzes ao fim do poço para tirar água mantém-se enquanto se fizer rodar a haste vertical e o poço tiver água.

domingo, 27 de dezembro de 2015

POEMA DE AGRADECIMENTO À CORJA



POEMA DE AGRADECIMENTO À CORJA

Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz.
Obrigado
pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem
dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.

Joaquim Pessoa

A 27 de Dezembro de 1985 - Nasce Telma Monteiro



Telma Alexandra Pinto Monteiro nasceu em Almada a 27 de Dezembro de 1985, mais conhecida por Telma Monteiro, é uma judoca campeã portuguesa e de alto nível internacional.
É a atleta mais titulada do judo português com 4 títulos de campeã da
Europa, 3 títulos de vice-campeã mundial, entre outros feitos relevantes a nível internacional.
À luz do seu extraordinário currículo e do contributo dado ao desporto nacional, a atleta do Sport Lisboa e Benfica foi escolhida em 2012 para ser a porta-estandarte da comitiva portuguesa aos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Apesar dessa grande honra, Telma Monteiro não conseguiu alcançar uma medalha olímpica nos Jogos de Londres, tendo sido eliminada logo no seu primeiro combate na capital inglesa.
Depois do 9º Lugar de 2004 e 2008, esta continua a ser a única medalha que escapa à judoca nacional, que terá nova hipótese no Rio de Janeiro, em 2016.
Estudou na Faculdade de Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa, onde concluiu os estudos de Educação Física e Desporto em 2011.

A 27 de Dezembro de 1822 - Nasceu Louis Pasteur

A 27 de Dezembro de 1901 - Nasceu Marlene Dietrich



Marlene Dietrich, nome artístico de Marie Magdelene Dietrich von Losch, nasceu em Berlin-Schöneberg/Prússia, em 27 de dezembro de 1901 e morreu em Paris/França a 6 de maio de 1992.
Marlene Dietrich nasceu em 27 de dezembro de 1901 em Schöneberg, um distrito de Berlim, Alemanha (então Prússia). Ela era a mais nova das duas filhas (a irmã Elisabeth era um ano mais velha) de Louis Erich Otto Dietrich e Wilhelmina Elisabeth Josephine Dietrich. A mãe de Dietrich era de uma família abastada de Berlim que tinha uma fábrica de relógios e seu pai era um tenente da polícia.
O seu pai morreu em 1911. O seu melhor amigo, Eduard von Losch, um aristocrata primeiro tenente dos Granadeiros cortejou Wilhelmina e mais tarde, em 1916, casou-se com ela, mas morreu logo depois, como resultado de ferimentos sofridos durante a Primeira Guerra Mundial. Os seus parentes fugiram da guerra para o Sul do Brasil.
Marlene Dietrich fez escola de artes cénicas e participou de filmes mudos até 1930. Em 1921, casou-se com um ajudante de diretor chamado Rudolf Sieber e teve uma única filha, Maria, nascida em 1924.
Estreou-se no teatro aos vinte e três anos de idade, fazendo cinco anos de carreira apagada até ser descoberta pelo director austríaco Josef von Sternberg, que a convidou para o filme Der Blaue Engel (1930), lançado no Brasil como “O Anjo Azul”, baseado no romance de Heinrich Mann, Professor Unrat.
Foi o primeiro dos sete filmes nos quais Marlene Dietrich e o director Josef von Sternberg trabalharam juntos. Os demais foram “Marrocos” (1930), “Desonrada” (1931), “O Expresso de Xangai” (1932), “A Vénus Loira” (1932), “A Imperatriz Galante” (1934) e “Mulher Satânica” (1935).
Depois de trabalhar com von Sternberg, Marlene foi para Hollywood, onde trabalhou em filmes mais profundos e mais marcantes.
Foi convidada por Hitler para protagonizar filmes pró-nazis, mas recusou o convite e tornou-se cidadã americana, facto que Hitler considerou como um desrespeito, apelidando Dietrich de traidora.
Em 1961, Marlene protagonizou um filme que quebraria barreiras e chocaria o mundo com um assunto que ainda assustava. O filme era o “Julgamento em Nuremberg”, que tratava do holocausto, do nazismo e do julgamento que condenou os lideres nazis.
Marlene visitou inúmeros países, porém só voltou ao seu país, a Alemanha, em 1962 e o seu regresso não agradou a todos, pois os nazis remanescentes chamaram-lhe traidora em pleno aeroporto!
Em 1978, Marlene protagonizou seu último filme, “Apenas um Gigolô”, onde contracenou com David Bowie.
Porém, entretanto, teve várias participações na rádio e em programas de televisão.
Finalmente, refugiou-se no seu apartamento em Paris, onde morreu aos noventa anos de idade, de causas naturais.
Encontra-se sepultada em Berlin-Schöneberg (Friedhof Schöneberg III), Friedenau, em Berlim, na Alemanha.


sábado, 26 de dezembro de 2015

Mas que bela resposta!...

A eterna fascinação humana pelos seres extraterrestres.





Neste documentário, embarcamos em uma jornada fascinante e cética por um mundo bizarro, repleto de mistério e fraude. Investigaremos as mais estranhas múmias de extraterrestres, combinando reconstruções, animações em CGI, testes científicos e depoimentos de especialistas. Descobriremos uma série de farsas elaboradas, fenômenos naturais e criaturas não-identificadas, enquanto exploramos a eterna fascinação humana pelos seres extraterrestres.

Documentário completo Discovery Channel

Ana Moura - Dia De Folga

Coiros à moda do "marchante" De facto há coiros e coiros!...





Coiro de porco assado em espeto de louro

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Explicando Fibonacci

Lembranças de outros tempos - A professora de aldeia

Lembranças de outros tempos

A professora da aldeia
Quando a jovem professora de 28 anos chegou ao Cume, em outubro de 1947, depois da permuta com uma colega, paga a peso de ouro, com a ajuda dos pais e sogros, já levava os dois primeiros filhos.
Regressara ao distrito de origem, depois de errar por Ceca e Meca, vinda do Marquinho, na freguesia de Santiago da Guarda, concelho de Ansião, onde durante 4 anos lecionara numa escola com mais de 70 alunos repartidos pelas quatro classes do ensino primário. Abalou para lá a D. Nazaré aconchegada com os 8 contos de réis da permuta.
Foi difícil arranjar onde viver depois de breve trânsito por uma casa de que o dono veio a precisar. Arrendou outra, ao Sr. António Bernardo, minúscula, com janelas onde foi demorada a substituição de vidros partidos. Tinha por baixo a corte de terra batida onde, sobre a palha, se vazavam os penicos e, no curral que separava o portão das escaleiras da habitação, o galinheiro e o cortelho.
A estudante, que iniciou na Universidade do Porto um curso que as duas únicas alunas deixaram, adaptou-se a condições mais precárias do que as dos pais, na Miuzela do Coa.
A situação agravou-se quando ficou grávida do terceiro filho, uma segunda menina, sem poder albergar, em tão acanhado espaço, três filhos, a criadita e, nos fins de semana e no mês de licença, o marido, funcionário de finanças na Guarda, onde, de segunda a sexta-feira era hóspede da D. Bernardina, na Pensão Madeira.
Na aflição, o marido decidiu construir uma casa de raiz. A Junta de Freguesia cedeu-lhe o terreno, isto é, barrocos junto ao largo do mercado, onde a breve prazo vinte contos de réis do pinhal que o pai lhe dera e, mais tarde, o empréstimo do Montepio Egitaniense, lograram erguer paredes e pôr o telhado à casa, logo ocupada, e que progrediu à medida das posses do casal. Foi ali que a menina nasceu aparada pela Ti Ismelindra, corruptela de Ermelinda que a própria ignorava ser. Ainda seria de parteira do último filho, surgido nove anos depois.
O Sr. José Lúcio, de Carpinteiro, cujo ofício coincidia com o topónimo, fez as obras que ajustou. Ia à segunda-feira, bem cedo, e abalava sábado à tarde, para ver a família, trazer o farnel e preparar as ferramentas. Trabalhava de sol a sol para mais rapidamente ganhar a quantia do ajuste. Durante algum tempo trouxe na bicicleta um aprendiz para o ajudar e, mesmo assim, levou mais de 1ano a concluir a obra cujos acabamentos nunca foram previstos ou executados por serem um luxo escusado e dispendioso.
O Lecas exerceu ali o ofício de trolha durante muitos meses. No amplo logradouro, depois de erguer, rebocar e caiar paredes de tijolos que separaram as divisões da casa, construiu, dentro dos muros, a latrina, o cabanal, o cortelho, o galinheiro, o pombal e a corte da cabra. Os pedreiros, erguidas as paredes, tinham sido dispensados. Bastava um servente para ajudar o artista.
De aldeias próximas, gratos ao funcionário de finanças pelos conselhos sobre a décima ou partilhas, chegaram lavradores, com carros de bois, para acarretarem areia, pedras e barro, sem aceitarem o preço da jeira.
Não serve a literatura a descrição da casa, rés-do-chão e primeiro andar com forro, e a dos anexos, mas retrata a vida e as vidas ali vividas. Era um palácio, comparada com as outras casas da aldeia, geralmente de telha vã, sem reboco, com a corte do vivo por baixo ou dentro do curral, com raras janelas e algum postigo. Os pais dormiam em enxergas de palha, no chão ou sobre catres, e as crianças deitavam-se umas para baixo outras para cima, a aproveitar o calor e o espaço em divisões separadas por lençóis. O fumo saía pelos telhados, tanto mais espesso e negro quanto mais verde e molhada a lenha. Na lareira guardavam-se brasas cobertas de cinza para, na manhã seguinte, atear o fogo sem precisão de ir pedir lume à vizinha e voltar com brasas nas pontas dobradas da gesta negral.
Voltemos à casa da professora. O porco criava-se à pia até à matança que acontecia nas férias do Natal. O enchido já pingava do fumeiro quando se iniciava o segundo período letivo.
No curral, logo que a professora entrava em casa, galinhas, perus, marrecos e galinhas da Índia, corriam, vindos da rua, a disputar o milho, o centeio e os restos de comida. No inverno, sobretudo em dias de neve, quando escasseavam as ervas, sementes e insetos, a ração aumentava. As pombas comiam sobre o muro que cercava os anexos e, no quintal, só as pias de água eram comuns.
A pequena horta comprada ao lado da casa produzia legumes. O estrume das galinhas, pombas, cabra e porco bastava para adubar a terra. Alfaces, cenouras, couves, feijão frade, tomates, cebolas, feijão verde e de estaca, alhos, nabos e abóboras abundavam na época própria. As meruges e os agriões bordejavam os regatos e bastava apanhá-los tal como os cogumelos, míscaros e tortulhos, depois de noites húmidas, nos dias de outono, por entre pinheiros e carvalhos.
Em casa, ao lusco-fusco, acendiam-se os candeeiros a petróleo, um espanto de claridade para quem só aspirava à candeia de azeite. Penoso era acarretar a água da fonte, a única nascente que alimentava as necessidades da aldeia. No inverno doíam as mãos a pegar nos regadores e baldes que nunca mais enchiam as panelas e a caldeira de cobre onde, depois de aquecida, era levada para a banheira de zinco, sucessivamente esvaziada para outro banho. E a lenha que se gastava! O banho semanal era uma exótica bizarria da Sr.ª professora para uma população que lhe atribuía malefícios para o corpo e, sobretudo, para a alma, jamais imaginando que pudesse alguma vez converter-se em hábito diário.
Os pratos partidos, juntados os cacos, esperavam os gatos com que o amola-tesouras os devolveria à mesa e os tachos furados regressavam à trempe com pingos de solda. Até do caldeiro da vianda do porco, depois de queimado, se fazia um assador de castanhas.
O pão, as mercearias e a carne de vaca, assim como o polvo seco do Natal, o azeite ou o petróleo, vinham no fim de semana trazidos pelo marido da professora que os filhos iam esperar ao apeadeiro do comboio em efusiva alegria.
O pão de trigo era um luxo na aldeia onde o forno comunitário era desamuado uma vez por mês, aguardando alguns dias o pão da última fornada porque tenro e estaladiço não surdia. As folhas de couve e um local seco logravam manter por mais de um mês o pão de centeio, o único que era cozido na aldeia. O trigo não se adaptava à aridez dos solos.
O sal, o sol, o unto, o azeite, o açúcar e o fumo conservavam os alimentos. No sal jazia, para todo o ano, parte significativa do porco, cuja matança era uma festa e ainda se lhe juntavam pés, orelhas e pás de outros porcos, arrematados nas festas pias, pagamento de promessas de paroquianos ao santo da devoção que os livrara da moléstia. O sol secava os figos e as vagens, assegurando a desidratação notável longevidade. No pote de azeite ficavam os chouriços e no unto os lombos. A marmelada, a ginjada, a geleia e o doce de abóbora, com o ponto apurado, duravam o ano inteiro. No vinagre curtiam-se pimentos e cenouras e às azeitonas bastava o sal e a mudança de água.
Não faltavam galinhas degoladas quando as pombas deixavam de criar ou era preciso variar as ementas. O pombal fornecia centenas de borrachos por ano e a carne era uma delícia, assada, guisada ou cozida, a acompanhar a massa, o arroz , as batatas ou o pão.
A cabra Becas, que era mocha, comia a erva da beira dos caminhos e era regularmente mudada de sítio à medida que a consumia. Os filhos mais velhos disputavam o pastoreio e sabiam procurar os melhores sítios públicos para a prender. Soltou-se algumas vezes e teve direito a coleira com chocalho para facilmente ser localizada. Ó Becas!, e a mocha logo se denunciava pelo tilintar do badalo.
Havia competição dos filhos para mugir a Becas cujo leite era abundante e delicioso, salvo na primavera quando a ingestão de maias das gestas negrais lhe transmitia sabor amargo. Não faltava o leite e, nos períodos de maior abundância, ainda sobrava para os queijinhos e requeijões que a professora e mãe se esmerava a fazer com rara satisfação. Até das natas acumuladas, os filhos embirravam com os farfalhos no leite, surgiam pequenos rolos de manteiga embrulhados em papel vegetal.
Os filhos só muitos anos depois tomariam consciência da determinação da mulher que, sendo uma professora de exceção, conseguiu criá-los felizes e sem fome em tempos de miséria. Não imaginaram ser diferentes dos outros meninos e foram iguais aos filhos de outras professoras que, com ordenados miseráveis, viveram no tempo do racionamento que perdurou depois da guerra de 1939/45.


Jornal do Fundão – 24_12_2015

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

COMO PORTUGAL ENCONTROU A "SAÍDA LIMPA" PARA A CRISE!...



Saída limpa! Limpinha!

A febre de sempre!... O mal da humanidade.

Bom dia!... A rádio como companhia.





Não há passado ou presente
Nem há hora tão tardia
Em que a rádio não invente
Uma nova melodia
Pode ir escrevendo o futuro
Pode às vezes dar saudade
Mas é nela que eu descubro
Um sabor a novidade

Com ela senti o valor da amizade

No final de uma canção
Antes de vir a seguinte
O silêncio é a paixão
Entre a rádio e o ouvinte
Entre o drama e a comédia
Na aldeia ou na cidade
FM ou onda média
Ensinando a igualdade

E foi ela que anunciou a liberdade

Nas horas de festa
A rádio empresta
Um não sei quê de alegria
Em contradição
Quando há solidão
Ela é que me faz companhia
Mora aonde eu moro
Chora quando choro
E ri porque quer que eu me ria
Não me pede nada
E de madrugada
A rádio é que me diz bom dia

Nas horas de festa
A rádio empresta
Um não sei quê de alegria
Em contradição
Quando há solidão
Ela é que me faz companhia
Mora aonde eu moro
Chora quando choro
E ri porque quer que eu me ria
Não me pede nada
E de madrugada
A rádio é que me diz bom dia

Sei que a rádio é uma escola
Ouvimos o que ela diz
Desde os relatos da bola
Às notícias do país

E porque é nossa a vitória

A pé ou de bicicleta
A Rádio é que conta a História
De quem vai cruzar a meta
Quem a inventou com certeza era um poeta

Se a selecção sofre um golo
A rádio é que se levanta
E é ela que dá consolo
Se a tristeza se agiganta

Quando o sol ‘stá a cair
E a noite se inquieta
A rádio não vai dormir
Segue sempre em linha recta

É uma paixão que o coração quer secreta

Nas horas de festa
A rádio empresta
Um não sei quê de alegria
Em contradição
Quando há solidão
Ela é que me faz companhia
Mora aonde eu moro
Chora quando choro
E ri porque quer que eu me ria
Não me pede nada
E de madrugada
A rádio é que me diz bom dia

Nas horas de festa
A rádio empresta
Um não sei quê de alegria
Em contradição
Quando há solidão
Ela é que me faz companhia
Mora aonde eu moro
Chora quando choro
E ri porque quer que eu me ria
Não me pede nada
E de madrugada

A rádio é que me diz bom dia.

Bom dia Portugal!... Em dia de solistício de inverno, nada melhor que um belo fado na voz de Amália.





O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

Ai, que lindeza tamanha,
meu chão , meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.

Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.

Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.

Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.


letra de José Régio
música de Alain Oulman

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

BONS MOMENTOS 2015

A 18 de Dezembro de 1911 - Nasceu Jules Dassin





Jules Dassin nasceu em Middletown, Connecticut/EUA a 18 de dezembro de 1911 e morreu em Atenas/Grécia a 31 de março de 2008, foi um cineasta norte-americano, conhecido principalmente pela direcção dos filmes Brute Force, The Naked City e Thieves' Highway.
De origens humildes, trabalhou primeiro como actor de teatro e só ingressou no cinema no início dos anos 40, começando por realizar curtas-metragens.
Dirigiu, posteriormente, alguns filmes de sucesso, como, por exemplo, The Canterville Ghost (1944), A Letter for Evie (1945), Brute Force (1947), The Naked City (1948), Night and the City (1950) e Du rififi chez les hommes (1955).
Apesar do reconhecimento do seu trabalho, foi, em 1952, incluído na lista de comunistas de Hollywood e perseguido pelo movimento conhecido por “caça às bruxas”, da iniciativa do senador Joseph McCarthy, tendo-se visto obrigado a exilar-se em Atenas em 1959, com a então esposa, a actriz grega Melina Mercouri, falecida em 1994.
Na Europa, porém, conseguiu solidificar a sua carreira e foram vários os filmes que atingiram amplo reconhecimento: Pote Tin Kyriaki (1960), nomeado para o Óscar de Melhor Realizador e Melhor Argumento, Phaedra (1962), Topkapi (1964) e Circle of Two (1980).
Morreu aos 96 anos em Atenas, Grécia, devido a complicações causadas por uma gripe.

A 18 de Dezembro de 1856 - Nasceu Joseph Thomson

A 18 de Dezembro de 1947 - Nasceu Steven Spielberg

A 18 de Dezembro de 1879 - Nasceu Paul Klee

Presépio ao ar livre em Mesão Frio - Vila Real - 20015




Das Caganitas Gourmet ao verdadeiro prato de Cozido à portuguesa!




Este prato é servido no restaurante Tavares Rico, denominam-no "Cozido à Portuguesa".
Pode ser cozido, mas não é à Portuguesa com certeza!
Dou algumas sugestões para o Tavares Rico renomear o dito prato:

Cozido à anorética

Caganitas Gourmet


Mas por favor retirem o nome "Portuguesa" daí!

Isto não é português, isto não é a nossa cultura.



Português que se preze enfarda uma pratada com carne, orelha, enchidos, feijão, hortaliça, arroz e legumes por 6 euros já com o vinho e o café incluído, ora porra!

Agora esta miséria?!?

Isso é para tudo menos para portugueses!

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Isto sim, é um prato de COZIDO À PORTUGUESA!
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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Portugal e os Bancos.

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Há aquele jogo em que um grupo de pessoas anda à volta de um grupo de bancos e estes vão sendo retirados um de cada vez até sobrar apenas um. Pelo meio muita gente vai caindo de cu no chão na tentativa de ficar sentado.

Hoje foi retirado mais um e mais um grupo de pessoas caiu de cu. Tunga!

Banif está preparado para fechar.










In "No Vazio da Onda"




Poderá isto continuar assim ?




Aparentemente, a lógica de que os bancos têm que ser salvos pelos contribuintes vai continuar a drenar os recursos públicos, que se diz serem insuficientes para responder às mais candentes necessidades sociais.

O Estado está falido para tudo menos para financiar bancos. Os bancos não querem nada com o Estado – nem impostos sobre lucros e operações financeiras, nem regulação – menos quanto se trata de lhe passarem os prejuízos.

Se for inevitável que o Estado não deixe falir os bancos – o que muita gente credenciada se tem recusado a admitir – então mais vale que fique com eles e os administre bem, porque o negócio financeiro dá lucros quando entregue a outra gente que não a que tem sido dona disto tudo.




António Hespanha




A 15 de Dezembro de 1859 - Nasceu Ludwik Zamenhof, o criador do esperanto.

A 15 de Dezembro de 1944 - Nasceu Chico Mendes

A 15 de Dezembro de 1907 - Nasceu Óscar Niemeyer

A 15 de Dezembro de 1832 - Nasceu Alexandre Gustave Eiffel

A 15 de Dezembro de 1675 - Morreu Johannes Vermeer

A 15 de Dezembro de 37 - Nasceu o Imperador Nero



A 15 de Dezembro de 1909 - Morreu Francisco de Asís Tárrega Eixea



Francisco de Asís Tárrega Eixea, guitarrista espanhol que revolucionou a composição para guitarra, morreu em Barcelona no dia 15 de Dezembro de 1909. Nascera em Vila-real, em 21 de Novembro de 1852. É considerado um dos guitarristas mais influentes do mundo, sendo considerado a pai da guitarra clássica moderna.
Durante a juventude, sofreu uma queda grave num canal de irrigação que lhe veio a afectar a visão de modo definitivo. A família mudou-se para Castellón e inscreveu-o em aulas de música. Os seus dois primeiros professores eram cegos.
Em 1862, o concertista Julián Arcas, em tournée pela região e ouvindo falar no jovem talento, aconselhou o pai de Tárrega a deixá-lo ir para Barcelona estudar com ele. O pai aceitou, mas insistiu para que o filho tivesse também lições de piano. O violão e a guitarra eram, na época, considerados como instrumentos de acompanhamento para cantores, enquanto o piano estava mais em voga na Europa.
No entanto, Francisco teve de parar com as lições pouco tempo depois, porque Arcas partiu para o estrangeiro, onde ia dar vários concertos. Apesar da sua idade (10 anos), Tárrega fugiu e tentou começar uma carreira musical autónoma, actuando em cafés e restaurantes da capital catalã. Em breve, porém, foi encontrado e levado para junto do pai, que teve de fazer sacrifícios enormes para assegurar o prosseguimento da sua educação musical.
Três anos mais tarde, em 1865, nova fuga então para Valência, onde se juntou a um grupo de boémios. O pai procurou-o e levou-o para casa. Ele fugiria ainda uma terceira vez, novamente para Valência.
No começo da adolescência, Francisco era já um bom músico, tanto na guitarra como no piano. Para ganhar dinheiro, tocava com outros músicos em eventos locais. Em breve voltou para o lar, para ajudar a família.
Entrou para o Conservatório de Madrid em 1874, graças ao mecenato de um rico mercador da região. Utilizava uma guitarra recentemente adquirida, fabricada em Sevilha por António de Torres. Estudoucomposição e foi aconselhado a abandonar o piano e a dedicar-se exclusivamente à guitarra.
No fim dos anos 1870, já ensinava alguns alunos, dando também – com regularidade – concertos em várias regiões espanholas. Começou a tocar igualmente as suas próprias composições.
Em 1881, actuou na Ópera de Lyon, no Teatro Odéon em Paris e em Londres. Casou-se no Natal de 1885 com María José Rizo, fixando-se em Barcelona, onde teve como amigos Isaac lbéniz e Pablo Casals, entre outros músicos célebres.
Conheceu mais tarde uma viúva rica, Conxa Martinez, que se tornou sua mecenas. Ela autorizou toda a família a ocupar o seu casarão de Barcelona, onde ele veio a escrever a maioria das suas melhores obras.
Em 1900, visitou Alger, onde ouviu o ritmo repetitivo de um tambor árabe. Na manhã seguinte, compôs a sua famosa “Danza Mora”. Em 1902, cortou as unhas e criou uma sonoridade que se iria tornar típica nos guitarristas associados à sua escola. Fez uma tournée por Itália, actuando em Roma, Nápoles e Milão.
Tárrega teve as suas habilitações musicais questionadas, quando defendeu uma metodologia diferente da que era usada na época. Segundo ele, o toque realizado pela mão direita na guitarra deveria ser feito num ângulo de 90º e com a parte «macia» do dedo, ou seja, sem utilização da unha. Tárrega justificava a metodologia, afirmando que o toque do dedo causava assim uma sensação de maior «controlo emocional e técnico» das obras em execução.
Uma das suas mais famosas composições não é conhecida integralmente pela maioria das pessoas que, no entanto, já ouviram algum fragmento. Trata-se da “Gran Vals” (“Grande Valsa”), que é um dos toques padrão da empresa de telemóveis Nokia.
Em Janeiro de 1906, foi afectado por uma paralisia do lado direito e nunca recuperou completamente. Fez o seu último trabalho em Dezembro de 1909 (“Oremus”), falecendo treze dias mais tarde.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A 14 de Dezembro de 2001 - A região vinhateira do Douro foi classificada pela UNESCO como Património da Humanidade.

A 14 de Dezembro de 1503 - Nasceu Nostradamus

A 14 de Dezembro de 1799 - Morreu George Washington

A 14 de Dezembro de 1911 - Roald Amundsen chega ao Polo Sul

A 14 de Dezembro de 1918 - Sidónio Pais é morto a tiro por José Júlio da Costa




Nenhum presidente da 1ª República foi tão amado e odiado como Sidónio Pais. Este major, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros em Berlim de 1912 a 1916, é difícil de definir. Na Alemanha ficara fascinado com a obediência e aparato bélico das tropas alemãs: Em Portugal, via o sistema parlamentar, com os partidos sempre em litígio, não levar a bom rumo as causas da República.
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, nasceu em Coimbra em 1 de Maio de 1872. Era filho de Sidónio Alberto Pais e de Rita da Silva Cardoso Pais. Entrou para a Escola do Exército com 16 anos, onde tirou primeiro o curso de Artilharia. Em 1895,já tenente, frequenta a Faculdade de Matemática, em Coimbra, onde será catedrático da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral. Sabia-se que não nutria simpatias pela monar-quia, mas, como militar, não entrou cedo na vida política activa. Logo após o 5 de Outubro é senador e fez parte do ministério de Manuel de Arriaga como ministro do Fomento e depois como Ministro das Finanças.
Era apreciado como matemático. Em 1912 está em Berlim como Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas como já se disse, regressa em Março de 1916. É então colocado na secretaria desse ministério. Militava já no Partido Unionista de Brito Camacho.
Não é demais repetir que o ambiente de pobreza e desemprego no nosso País era visível. Os Unionistas tinham aguardado que Afonso Costa formasse novo governo em que estes tivessem intervenção. Mas Sidónio Pais já preparara o golpe e, no dia 5 de Dezembro de 1917, o movimento revolucionário estala. Triunfará a 8 de Dezembro. No "Diário do Governo", Sidónio manda publicar um texto que termina assim: "Cidadãos! A Revolução é feita em nome da Liberdade contra a tirania e a verdadeira liberdade exige calma nos espíritos, respeito por a vida e propriedade alheia e confiança na autoridade. Viva a Pátria! Viva a República". Depois é proclamada uma Junta Revolucionária. Como já foi dito, o Presidente Bernardino Machado é destituído e Sidónio assume as pastas de Presidente do Ministério (Governo), da Guerra e dos Negócios Estrangeiros. Em 27 de Dezembro é decretado que "o Presidente do Ministério assumirá as funções de Presidente da República". É a ditadura. Depois segue-se a escalada das proibições. Suspensão do jornal "Mundo", porta-voz dos partidários de Afonso Costa, e dos jornais monárquicos, republicanos ("A República" de António José de Almeida, e a "Luta", de Brito Camacho), socialistas, católicos, anarquistas ou independentes. A 7 de Abril de 1918 o Congresso dos Unionistas rompe com o seu antigo membro, Sidónio Pais. Este é eleito Presidente da República em 9 de Maio de 1918.
Sidónio declarou-se "chefe de todos os portugueses", "mandatário da nação" legitimado pela eleição por sufrágio universal, o que acontecia pela primeira vez. Chegou a dizer que a sua "consciência interpreta milhões de consciências".
Mas Sidónio era extremamente popular. Era conhecido pelas suas aventuras amorosas e passou a andar muito aprumado na sua farda, que antes de ser Presidente raramente vestira. Rodeava-se de um séquito e em todas as suas aparições públicas era tocado o Hino Nacional.
Pessoas, poucas, que ainda hoje se lembram dele, sem a noção geral da situação política, dizem que gostavam muito da sua maneira de ser e que tinham muita esperança que o País se "endireitasse" sob o seu domínio. Este típico militar viajava por todo o país e gostava de sentir a multidão a ovacioná-lo. Dizia que tudo ia ser melhor.
Em prol dos mais necessitados, criou a chamada "sopa do Sidónio", que consistia na distribuição de refeições baratas à população de Lisboa. Só que esta não foi, ao contrário do que se julga, criação dele, mas apenas um aproveitamento das "Cozinhas Económicas" criadas pela duquesa de Palmela e pela marquesa de Rio Maior durante a monarquia, no reinado de D. Carlos.
Durante a presidência de Sidónio, foram reatadas as conversações com o Vaticano, revista a Lei da Separação da Igreja e do Estado (que fora uma das maiores conquistas do Governo Provisório, em 1911) e, a partir de Fevereiro desse ano, a Igreja Católica podia ter estabelecimentos de assistência em Portugal. Deixaram também de haver restrições ao culto e ensino nos seminários. Sidónio mostra-se assim como um protector da Igreja Católica, o que faz granjear ainda mais popularidade.
A dois de Março, Sidónio Pais esteve presente na Sé de Lisboa no "Te Deum" pelos soldados mortos na Grande Guerra. Para muitos, Sidónio representava mesmo "a paz religiosa". No entanto, esta aproximação à Igreja não se devia apenas à iniciativa de Sidónio Pais. Por motivos humanitários fora permitida a presença de padres junto dos nossos soldados, no teatro da guerra, desde 1917. Longe da Pátria, doentes, muitos deles, apesar da República, profundamente religiosos.
Durante o seu curto mandato, Sidónio estava sempre entre a multidão. O culto da personalidade era importante para ele. Quando grassou a mortífera epidemia de tifo, Sidónio visitou diversos hospitais e assistiu às cerimónias religiosas por morte das vítimas. Também impressionado com a situação dos presos, nas prisões do Porto, resolve amnistiá-los. Para o historiador António Reis, "o sidonismo foi uma mescla de poder pessoal, repressão e perseguição política, confusão administrativa e algumas medidas demagógicas, com um duplo objectivo: recuo e progressiva anulação da participação de Portugal na guerra, construção de uma nova ordem institucional - a chamada "República Nova" alicerçada na "mística do chefe", em antecipação das experiências fascistas que irromperam na Europa nos anos 20".
A derrota do nosso Corpo Expedicionário na batalha de La Lys, em 9 de Abril de 1915, onde morreram 327 oficiais e 7098 praças, o perigo do retomo à monarquia, a revolta republicana mal sucedida de 13 de Outubro em Coimbra e Évora, a União Operária Nacional que gritava nas ruas "Abaixo Sidónio Pais", faziam adivinhar que algo inesperado podia acontecer.
A Guerra acabou com a assinatura do armistício em 11 de Novembro de 1918 e o rei Jorge V da Grã Bretanha envia uma mensagem a Sidónio Pais realçando o valor dos laços de amizade entre os dois povos. Mas já o manto da morte rondava Sidónio. Escapou de um atentado em 5 de Dezembro de 1918, quando presidia à cerimónia da condecoração dos sobreviventes do cruzador "Augusto Castilho" que tinham enfrentado com valentia os alemães. Mas não sobreviveu ao segundo. Na noite de 14 de Dezembro de 1918, dirigia-se ele para a estação do Rossio a fim de apanhar um comboio para o Porto. Acompanhavam-no um filho e um irmão, entre outros. Quando a multidão que sempre o esperava o vê surgir, ovaciona-o como sempre. Entretanto a banda da Guarda Nacional Republicana começara a tocar o hino nacional. Sidónio vaidoso, ao ver tamanha multidão terá dito "Que quantidade de gente! Parece que esperam o imperador da Rússia!". É então baleado à queima-roupa, por balas vindas de duas direcções. Apercebendo-se do sucedido, terá dito: "Mataram-me! Morro, mas morro bem! Salvem a Pátria...". É conduzido o hospital onde falece. Um dos assassinos terá morrido e o outro foi preso.
O jornal "O Século" de 15 de Dezembro de 1918 relata que "em seguida ao crime, estabeleceu-se tumulto e confusão e ficaram mais quatro pessoas mortas e várias feridas, entre elas o irmão e o filho do sr. dr. Sidónio Pais". Como Nicolau II, o último czar da Rússia, Sidónio foi assassinado de noite e no mesmo ano, apenas com escassos meses de diferença.
Todo o país ficou consternado com o crime. De todos os países chegam condolências e jornalistas para cobrirem o acontecimento. A viúva e a filha de Sidónio chegaram de Coimbra para as exéquias. Estavam também presentes os seus outros quatro filhos. O corpo do Presidente será embalsamado e ficará em câmara ardente nos Jerónimos, por onde passaram milhares de pessoas.
Os jornais referiram mais de uma vez a presença da Sra. Condessa de Ficalho que apareceu logo que soube da morte de Sidónio Pais, bem como as irmãs Isabel e Stela Freitas Branco. Como é sabido, Sidónio Pais tinha uma numerosa corte de admiradoras de todas as classes sociais que lhe prestava uma autêntica veneração. Era jovem e bem parecido, muito aprumado. Morreu aos 46 anos.
O Parlamento português, nos termos do parágrafo 32 do artigo 382 da Constituição da altura elegeu então para Presidente da República o Secretário de Estado da Marinha e interino dos Estrangeiros contra-almirante Canto e Castro Silva Antunes.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Isto sim é alta precisão!...



A 11 de Dezembro de 1890 - Nasceu Carlos Gardel

A 11 de Dezembro de 1908 - Nasceu Manoel de Oliveira





Manoel Cândido Pinto de Oliveira nasceu no Porto a 11 de Dezembro de 1908 e morreu a 2 de abril de 2015, foi um cineasta português e, segundo se diz, foi o mais velho realizador do mundo em actividade.
Autor de trinta e duas longas-metragens, Manoel de Oliveira , nasceu na freguesia de Cedofeita, cidade do Porto, no seio de uma família da alta burguesia nortenha, com origens na pequena fidalguia.
É filho de Francisco José de Oliveira (Mosteiro, Vieira do Minho, 1865 - ?), industrial e primeiro fabricante de lâmpadas em Portugal, e de sua mulher (Lordelo do Ouro, Porto) Cândida Ferreira Pinto (Porto, Santo Ildefonso, 13 de abril de 1875 - Porto, 2 de julho de 1947).
Ainda jovem foi para A Guarda, na Galiza, onde frequentou um colégio de jesuítas. Admite ter sido sempre mau aluno. Dedicou-se ao atletismo, tendo sido campeão nacional de salto à vara e atleta do Sport Club do Porto, um clube de elite. Ainda antes dos filmes veio o automobilismo e a vida boémia. Eram habituais as tertúlias no Café Diana, na Póvoa de Varzim, com os amigos José Régio, Agustina Bessa-Luís, Luís Amaro de Oliveira e outros.
Cedo é mordido pelo bichinho do cinema.
Depois uma longa carreira, com muitos filmes, muitos prémios e galardões!
Manoel de Oliveira faleceu a 2 de abril de 2015, com 106 anos e em actividade!



A 11 de Dezembro de 1945 - Nasceu Manuel Gusmão, professor catedrático, ensaísta e crítico, poeta e tradutor de poesia, membro do Comité Central do PCP!





Nasceu em Évora a 11 de dezembro de 1945, é professor catedrático (aposentado desde 2006), ensaísta e crítico, poeta e tradutor de poesia. É membro do Comité Central do PCP.
Licenciou-se em Filologia Românica com uma dissertação sobre os poemas dramáticos de Fernando Pessoa e doutorou-se com uma tese sobre a poesia e a poética de Francis Ponge.
Enquanto universitário trabalhou nas Literaturas portuguesa e francesa, em Literatura Comparada (estudos interartes) e Teoria Literária.
Foi redactor das revistas Letras e Artes e O Tempo e o Modo e colaborador permanente do jornal Crítica.
Foi fundador das revistas Ariane (do Grupo Universitário de Estudos de Literatura Francesa) e Dedalus (da Associação Portuguesa de Literatura Comparada).
Actualmente, é coordenador da revista Vértice (desde 1988).
Publicou regularmente crítica literária no suplemento Ípsilon do jornal Público, durante 2007 Publicou ensaios ou prefaciou obras de Fernando Pessoa, Gastão Cruz, Carlos de Oliveira, Herberto Helder, Sophia de Mello Breyner Andresen, Luiza Neto Jorge, Ruy Belo, Armando Silva Carvalho e Fernando Assis Pacheco; Almeida Faria, Maria Velho da Costa, Nuno Bragança, Maria Gabriela Llansol, Luís de Sousa Costa e José Saramago.
Foi deputado pelo PCP à Assembleia Constituinte. E durante uma parte da 1ª legislatura da Assembleia a República.
É membro do Comité Central do PCP e foi mandatário da candidatura da CDU ao Parlamento Europeu em 2004.
POESIA
Dois Sóis A Rosa/ a arquitectura do mundo, Editorial Caminho, 1990; 2ª ed. 2005
Mapas/ O Assombro A Sombra, Editorial Caminho, 1996; 2ªed. 2000
Teatros do tempo, Ed. Caminho, 2001, 3ª ed. 2002
Os Dias Levantados ( libreto para a ópera homónima de António Pinho Vargas, Teatro Nacional de São Carlos, 1998), ed. Revista e ampliada, Editorial Caminho, 2002
migrações do fogo, Editorial Caminho, 2004, 2ª ed. 2004
A Terceira Mão, Editorial Caminho, 2008 (Prémio Pen Clube Português, Poesia, 2009; Grande Prémio de Literatura, DST, 2009)
TRADUÇÃO DE POESIA
Calderón de la Barca, A vida é Sonho, Editorial Estampa/ Seara Nova, 1973
Francis Ponge, Alguns poemas, Cotovia, 1996
SOBRE POESIA e LITERATURA
A Poesia de Carlos de Oliveira, Seara Nova/Comunicação, 1981; O Poema Impossível: O “Fausto” de Pessoa, Editorial Caminho, 1986; A Poesia de Alberto Caeiro, Comunicação, 1986; Poemas de Ricardo Reis, Comunicação, 1991 .
Finisterra. O Trabalho do Fim: recitar a Origem, Angelus Novus, 2009
Tatuagem & Palimpsesto. Da poesia em alguns poetas e poemas, Assírio & Alvim, 2010
Uma Razão Dialógica. Ensaios sobre literatura, a sua experiência do humano e a sua teoria. Edições Avante!, 2011.




Bom dia! Sabedoria popular...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Cavco Silva e os comboios!...



Em 1991/1992, a Linha do Tua sofria de negligência na sua manutenção e modernização, e a população era remetida para autocarros de substituição, com menores condições de segurança e conforto, autocarros esses que acabaram ao fim de 5 anos, deixando-os sem comboio nem autocarro. Deixando o tempo passar sem nenhuma decisão de vulto, a hipótese de reabertura foi brutalmente apagada na Noite do Roubo de 14 de Outubro de 1992, onde numa operação de 12 mil contos, a coberto da noite, de uma forte escolta policial, e de um apagão nas comunicações, a CP e o Governo de Cavaco Silva levaram os comboios de Bragança em camiões. Prometeu-se o desenvolvimento para o Nordeste através do IP4, o que nunca veio a acontecer.
Hoje em dia, qual é a diferença na gestão da Linha do Tua em relação às mentiras de 1991/1992?
Não deixemos tudo isto acontecer de novo. E não se esqueça: estamos em ano de eleições.




A 10 de Dezembro de 1520 - Martinho Lutero queima, em Wittenberg (Alemanha), a bula de excomunhão decretada contra ele pelo papa Leão X.






Professor é professor!...

Edith Piaf - Non, je ne regrette rien (1961)


Edith Piaf - Non, je ne regrette rien (1961).mp4 from sergsavas on Vimeo.

Arte é Arte!..


Amedeo Modigliani from sergsavas on Vimeo.

A obra de Arte!...

Lopetegui no seu melhor!...



A 10 de Dezembro de 1896 - Morreu Alfred Nobel

A 10 de Dezembro de 2000 - Morreu José Águas



José Pinto de Carvalho Santos Águas, mais conhecido por José Águas, nasceu em Luanda/Angola a 9 de Novembro de 1930 e morreu em Lisboa a 10 de Dezembro de 2000, foi um futebolista internacional português que conquistou em 1961 e em 1962 a Liga dos Campeões da UEFA, como Capitão de equipa, pelo Sport Lisboa e Benfica.
Filho de Raúl António Águas e Elisa da Conceição Pinto. Casou com Maria Helena de Jesus Lopes, nascida em Lisboa em 7 de Junho de 1930 e falecida em Lisboa no dia 18 de Junho de 2003. Do casamento nasceram Helena Maria de Jesus Águas, em 16 de Junho de 1956; Cristina Maria de Jesus Águas, em 22 de Novembro de 1957 e José Rui Lopes Águas, em 28 de Abril de 1960.
José Águas, com apenas 15 anos, fez-se dactilógrafo na Robert Hudson, uma empresa concessionário da Ford.
Tornou-se jogador de futebol da equipa da firma. Depois de ver os seu talento revelado, passou a representar o Lusitano do Lobito.Por influência paterna nasceu benfiquista. Um poster, já amarelo de gasto, devotadamente colocado no quarto, inspirava o jovem, numa altura em que até nem se (re)via no meio daquelas estrelas, sobretudo Rogério e Julinho, para ele as mais cintilantes.
Mais tarde em 1950 chegaram notícias, da então metrópole, da conquista da Taça Latina por parte do Sport Lisboa e Benfica.
José Águas nunca pensou na hipótese de alguma vez defrontar semelhante naipe de campeões. Enganou-se. Ainda o júbilo pela arrebatante vitória sobre o Bordéus animava as hostes do Benfica, já a equipa peregrinava por África. No Lobito, uma selecção local constituía um dos cartazes. Quando soube que havia sido seleccionado, José Águas sentiu um frémito e tardou a recompor-se. Custa até imaginar como ficou depois do jogo, que venceu por 3-1, com dois tentos da sua lavra, quando os dirigentes benfiquistas lhe pediram para passar no hotel, depois daquele feito, intrigante para Ted Smith, treinador inglês do Benfica.
O FC Porto, por telefone, convidou José Águas para ir passar férias na Invicta e… treinar-se na Constituição. “Amanhã respondo”, terá dito e desligado de seguida.
Só que o amanhã chamou-se mesmo Benfica e vezes sem conta olhou, sempre de soslaio, por timidez até na intimidade, a moldura que lhe dava vida ao quarto, onde só mais uma noite passou a sonhar.
Contrato rubricado e com os novos companheiros partiu à conquista de outras paragens africanas.
Chegou a Lisboa no dia 18 de Setembro de 1950, tendo-se estreado mais tarde na Tapadinha frente ao Atlético Clube de Portugal. Nunca tinha visto um campo relvado, botas de pitões também não. Com apenas um treino realizado, a estreia nada teve de auspicioso. Empate a duas bolas com o Atlético, sem que os créditos de goleador fossem exibidos. Mas antes que as criticas subissem de tom, na ronda imediata, com o Sporting de Braga, no Campo Grande, marcou quatro golos, terminando o jogo num invejável 8-2.
Pelo SL Benfica, José Águas viveu muitos anos em que a fábula e a realidade pareceram caminhar de mãos dadas.
Cansou-se de vencer, de marcar, de contagiar. Foi ele, a papoila mais saltitante do hino de Piçarra ou o melhor intérprete do jogo aéreo que o Benfica alguma vez teve, e Portugal também.
É o segundo melhor marcador da história do Benfica, depois de Eusébio. Só Eusébio, de resto, poderia relativizar José Águas. Mais ninguém.
Atravessou toda a década de 50 em sistemática laboração pelo golo. Fixou-se no topo dos marcadores em cinco ocasiões.
Levantou, triunfante, na qualidade de capitão, as duas Taças dos Campeões, sendo mesmo o goleador-mor da primeira competição, com 11 golos, e o melhor marcador do Benfica na segunda, com 7.
Nos Campeonatos Nacionais, apontou mais golos (290) do que os jogos que efectuou (282). Já não esteve presente na terceira final europeia, por opção do chileno Fernando Riera. “Algum tempo depois, pediu-me desculpas por não me ter colocado a jogar. Disse-lhe que até ficaria satisfeito com os golos de Torres. Era a verdade, era a voz do meu coração de benfiquista, mas Fernando Riera parece não ter ficado muito convencido”. Nem os adeptos com… Torres.
Pela selecção nacional, teve 25 internacionalizações entre 23 de Novembro de 1952 e 17 de Maio de 1962. Em 25 jogos, marcou 11 golos. Apreciável registo, em tempos marcados ainda por um certo complexo de inferioridade, que não poucas vezes encolhia, amarfanhava mesmo, os nossos melhores atletas. Em Portugal jogou 14 jogos em três estádios: Nacional (10), José Alvalade (2, em 1957 e 1962, o último) e Antas (2, em 1952 na sua estreia e 1955).
Nunca jogou com a camisola das quinas num Estádio do Benfica.
Ainda no apogeu, José Águas fez uma revelação surreal.
Confessou que vestia o traje de futebolista com “o mesmo espírito com que o operário veste o fato-macaco”, porque era assim que ganhava a vida, já que até “não gostava de jogar à bola”. E se gostasse? Dele, sempre
gostaram os benfiquistas, numa dívida imorredoura de gratidão.
À guisa de curiosidade, encontra-se colaboração da sua autoria na coluna futebolística da revista de banda desenhada Foguetão (1961), dirigida por Adolfo Simões Müller.

A 10 de Dezembro de 1967 - Morreu Otis Redding



Otis Redding nasceu em Dawson, Geórgia/EUA a 9 de setembro de 1941 e morreu em Madison,Wisconsin/EUA a 10 de dezembro de 1967, com 26 anos, num acidente de avião, foi um cantor de soul norte-americano conhecido pelo seu estilo passional e pelo sucesso póstumo "The Dock of the Bay".
Foi considerado, pela revista Rolling Stone, o 8° maior cantor e o 21° maior artista de todos os tempos.
Quando tinha cinco anos a sua família mudou-se para Macon, também na Geórgia, onde Otis começou a cantar no coral de uma igreja e na adolescência ganhou o show de talentos do "Douglass Theatre" em 15 semanas consecutivas.
A sua primeira influência musical foi Little Richard, que também tinha morado em Macon.
Ainda na adolescência resolveu sair da cidade, dizendo que se aquele não tinha sido o lugar para Little Richard, não seria o lugar para ele também.
Em 1960, Otis Redding começou uma tourné pelo sul dos Estados Unidos com Johnny Jenkins and the Pinetoppers. Além de cantar, Otis trabalhava como motorista de Jenkins. No mesmo ano, fez as suas primeiras gravações, "Fat Gal" e "Shout Bamalama", com o seu grupo chamado "Otis Redding and the Pinetoppers", lançado pelos selos musicais "Confederate" e "Orbit".
Em 1962, fez a sua primeira marca no mundo da música, durante uma sessão de Johnny Jenkins, quando o estúdio ficou vago, ele gravou "These Arms of Mine", uma balada de sua autoria. A música virou um pequeno hit pela "Volt Records", uma subsidiária do renomado selo sulista Stax Records que tinha sede em Memphis, Tennessee.
Redding compunha a maioria das suas músicas, prática não muito comum na época, às vezes em parceria com Steve Cropper (do grupo Booker T. & the MG's).
Em julho de 1967, ele apresentou-se no influente Festival Pop de Monterey.
Em 10 de dezembro desse ano, Otis morreu num desastre aéreo. Ele estava a viajar para Madison, em Wisconsin, com a sua banda de apoio, The Bar-Kays, quando o avião sofreu uma avaria e caiu, por volta das 15 horas, nas águas geladas do lago Monona. O único sobrevivente da tragédia foi Ben Cauley, de 20 anos de idade (o membro mais velho dos Bar-Keys).
O funeral de Redding aconteceu, dias depois, em Macon, na Georgia e teve a presença de outros astros do soul, como Solomon Burke, Percy Sledge e Sam Moore, da dupla Sam & Dave.
A canção de Otis "(Sittin' On) the Dock of the Bay" viria a tornar-se famosa um ano depois da morte do cantor.
Foi sepultado no Big O Ranch (Family Estate), Condado de Jones, Geórgia no Estados Unidos.

A 10 de Dezembro de 1948 - A ONU adoptou "Declaração Universal dos Direitos do Homem"

A 10 de dezembro de 1920 - Nasceu Clarice Lispector



A 10 de Dezembro de 1936 - Eduardo VIII de Inglaterra abdica



No dia 10 de Dezembro de 1936, o rei Eduardo VIII de Inglaterra decide abdicar do trono por amor a Wallis Simpson, uma plebeia americana divorciada duas vezes. O escândalo na corte foi enorme. Os costumes da família real tornavam difícil e até mesmo impossível a ascensão de uma divorciada ao estatuto de consorte e o governo aproveita o affair para livrar o trono de um monarca que não escondia simpatias pela Alemanha nazi.
Eduardo assinou o "Instrumento de Abdicação" em Fort Belvedere, na presença dos seus irmãos mais novos: príncipe Alberto, Duque de York, o príncipe Henrique, Duque de Gloucester e o príncipe Jorge, Duque de Kent. No dia seguinte, o seu último acto como rei foi dar o consentimento real à Lei da Declaração de Abdicação de Sua Majestade de 1936. Conforme exigido pelo Estatuto de Westminster, todos os Domínios consentiram com a abdicação.
Na noite de 11 de dezembro de 1936, Eduardo, agora novamente príncipe, fez um discurso à nação e ao império, explicando a sua decisão de abdicar. Após reinar menos de um ano, Eduardo VIII torna-se o primeiro monarca inglês a abdicar voluntariamente do trono. Preferiu abdicar após o governo britânico, a opinião pública e a Igreja Anglicana terem condenado a sua decisão de casar-se com Wallis. “Considerei impossível carregar tão grave responsabilidade e desempenhar os deveres de rei, como gostaria, sem a ajuda e o apoio da mulher que amo”, explica naquela noite, numa declaração pela rádio.
Eduardo, nascido em 1896, era o filho mais velho do rei Jorge V, que havia subido ao trono britânico em 1910. Ainda solteiro perto dos 40 anos, Eduardo costumava frequentar a alta sociedade londrina. Por volta de 1934, apaixona-se profundamente pela norte americana Wallis Simpson, então casada com Ernest Simpson, um empresário anglo-americano que vivia perto de Londres.
Wallis, nascida na Pensilvânia, já se havia divorciado de um piloto da marinha dos Estados Unidos. A família real desaprova a relação. No entanto, em 1936, o príncipe manifesta a intenção de se casar com ela. Porém, antes de discutir o assunto com o pai, Jorge V morre e Eduardo é aclamado rei.
O novo rei era popular entre os seus súbditos. A coroação é marcada para Maio de 1937. Devido a um acordo de cavalheiros entre a imprensa britânica e o governo, após o impacto que a notícia provoca, o caso é abafado e retirado das páginas dos jornais. Em 27 de Outubro de 1936, Simpson consegue uma certidão preliminar de divórcio, provavelmente com a intenção de se casar com o rei, o que precipita o maior dos escândalos. Winston Churchill, então um deputado do Partido Conservador, é o único político notável a apoiar Eduardo.
Apesar da frente aparentemente unida contra ele, Eduardo não é dissuadido. Propõe um casamento em que Wallis não receberia direitos de distinção ou propriedade. A 2 de Dezembro, o primeiro-ministro Stanley Baldwin rejeita a proposta como impraticável. No dia seguinte, o escândalo explode nas primeiras páginas dos jornais e é discutido abertamente no Parlamento. Sem qualquer solução à vista, o rei abdica. No dia seguinte, o Parlamento aprova o acto.
Como novo rei, Jorge VI concede ao irmão mais velho o título de Duque de Windsor. No dia 3 de Junho de 1937, Eduardo casa-se com Wallis no Castelo de Cande, no Vale do Loire, em França.
Nos dois anos seguintes, o casal visita vários países, entre eles a Alemanha, sendo homenageado por funcionários nazis e tendo um encontro particular com Hitler. Depois da eclosão da Segunda Guerra, o duque aceita um posto como elo de ligação com a França. Em Junho de 1940, a França é ocupada pelos nazis e o casal mud-se para Espanha. Durante esse período, os alemães arquitectam um plano para sequestrar Eduardo com a intenção de fazê-lo voltar ao trono da Inglaterra como um rei fantoche. Jorge VI, a exemplo do seu novo primeiro-ministro, Churchill, opõe-se a qualquer acordo de paz com a Alemanha. Sem saber do complot mas consciente das simpatias pró-nazis de Eduardo, Churchill oferece-lhe o governo das Bahamas. O duque e a duquesa embarcam em Lisboa no dia 1 de Agosto de 1940, escapando por pouco a um esquadrão nazi pronto para raptá-los.
Em 1945, o casal retorna a Paris. Eduardo faz poucas visitas à Inglaterra, como para assistir aos funerais do seu irmão, em 1952, e o da sua mãe, a rainha Maria, em 1953. Eduardo morre em Paris em 1972 e é enterrado no Castelo de Windsor. Em 1986, morre Wallis, e o seu corpo é enterrado ao lado do marido.